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    quarta-feira, 1 de agosto de 2012

    Balduíno IV, de Jerusalém, o Rei Leproso

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    quarta-feira, 18 de julho de 2012

    Balduíno IV, de Jerusalém, o Rei Leproso – 2

    Coroação de Balduino IV, rei de Jerusalém
    Coroação de Balduino IV, rei de Jerusalém
    continuação do post anterior

    Coragem e resignação ante a devastação da lepra

    Balduíno continuou a infligir derrotas aos islamitas, embora não pudesse vencer a luta que se travava em seu próprio corpo entre a lepra e as partes sãs. Aquela o deformava de tal maneira, que assim é descrito por um historiador, em 1183:

    “Do belo menino louro, que nove anos antes havia recebido com fausto a coroa, não restava senão um inválido, um ser decaído, repugnante.

    O belo rosto não era senão placas de carne marrom, fechando três quartas partes das órbitas, das quais todo olhar fugira para sempre, cortando-o do mundo, mergulhando-o numa noite eterna.

    Suas mãos elegantes estavam reduzidas ao estado de cotos. Seus dedos amortecidos haviam caído uns após outros, putrefatos. Seus pés haviam tido a mesma sorte e estavam como encolhidos pelo mais cruel dos torcionários chineses.

    Coberto de placas e bolhas, o resto do corpo não estava diferente para se ver. [...]

    Ao preço de esforços por vezes espantosos, ele continuava a assumir seu papel de rei.

    Jamais havia faltado a um combate, jamais fugido a uma responsabilidade”(7).

    Veja vídeo
    Montgisard: Balduino IV e
    500 templários desfazem
    o exército de Saladino
    Balduíno IV, o rei heróico e virtuoso, semelhante ao admirável monarca francês São Luís IX, e cuja vida não foi senão uma lenta agonia, entregou a Deus sua alma pura no mês de março de 1185, aos 24 anos de idade.

    “Tendo mantido até seu último suspiro a autoridade monárquica e a integridade do reino, soube também morrer como rei”.(8)

    * * *
    Notas:
    (1) René Grousset, Histoire des Croisades et du Royaume Franc de Jérusalem, Paris, Librairie Plon, Les Petits-Fils de Plon et Nourrit, 1935, p. 610.
    (2) Id., ib., pp. 610-611.
    (3) Id. ib., pp. 632-633.
    (4) Id. ib., p. 658.
    (5) Michel le Syrien, III, p. 375. apud René Grousset, op. cit., p. 657.
    (6) René Grousset, op. cit., p. 663.
    (7) Dominique Paladilhe, Le Roi Lépreux, Perrin, Paris, 1984, apud Gregório Lopes, Catolicismo, abril/1992.
    (8) René Grousset, op. cit., p. 744.

    (Fonte: Lepanto)



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    quarta-feira, 4 de julho de 2012

    Balduíno IV, de Jerusalém, o Rei Leproso – 1


    Esse jovem monarca, quase desconhecido na História, foi entretanto dos mais heróicos cruzados e protótipo de soberano virtuoso, comparável a São Luís IX.

    Balduíno, filho de Amaury I de Jerusalém e de Inês de Courtenay, nasceu no ano de 1160 na Cidade Santa, Jerusalém. Apesar de o casamento de Amaury ter sido anulado por questão de parentesco, os filhos dele nascidos, isto é, Amauri e Sibila, foram considerados legítimos herdeiros da Coroa.

    Um dia em que Balduíno brincava de guerra com outros meninos de sua idade, seu preceptor notou que, enquanto os demais gritavam quando eram atingidos, ele parecia nada sentir.

    Perguntando-lhe a razão disso, o menino respondeu que os outros não o feriam, e por isso não manifestava dor e não gritava. Mas, reparando o preceptor em suas mãos e braços, percebeu que estavam adormecidos.

    O rei foi informado e mandou vir os melhores médicos, que ministraram emplastros, ungüentos e outras medicinas à criança, sem alcançar entretanto resultado algum. Era o começo de uma doença que iria progredir à medida que Balduíno fosse crescendo.

    Em suma, esse menino tão belo, tão ajuizado e já tão sábio fora atingido por um mal terrível, que se revelou logo: a lepra, que lhe valerá o trágico cognome de o Leproso.

    Dificuldades: doença, divisão interna e Islã

    quarta-feira, 9 de junho de 2010

    Saladino derrotado, aceita condições e morre abatido e envergonhado

    Após a libertação de Jaffa, Ricardo Coração de Leão só dispunha de dois mil homens, dos quais só cinqüenta eram cavaleiros, aliás desmontados. A debilidade numérica inspirou aos turcos a esperança de tirar revanche.

    Assim que o exército de Saladino conseguiu se recuperar em Yazour, ele percebeu a imensa vergonha do pânico do 1º de agosto.

    Ele ficou sabendo que a pequena tropa de Ricardo, com uma louca despreocupação, acampava fora dos muros de Jaffa. Passar no sabre esses pedestres parecia fácil.

    Na noite do 4 ao 5 de agosto, a cavalaria muçulmana se pôs em marcha sob a luz da lua em direção ao acampamento inglês.

    Estourou uma disputa entre os mamelucos que atrasou um pouco a marcha, de maneira que quando eles chegaram diante do acampamento cristão já era de manhãzinha.

    Um genovês que se afastara pelos campos viu brilhar as armaduras e deu a alarme. Acordados às pressas, Ricardo e os seus apenas tiveram tempo de pagar nas armas, alguns até tiveram que combater semi-nus.

    Formando linhas fechadas, com um joelho em terra para ficarem mais firmes puseram os escudos cravados na terra e as lanças inclinadas para frente.

    Assim, eles receberam sem fissuras, nos primeiros albores da manhã, a carga furiosa dos esquadrões maometanos. Ricardo, a toda pressa, dissimulou entre os lanceiros, um número igual de besteiros.

    Quando os cavaleiros turcos viam que sua carga era quebrada pelas lanças, eles davam meia volta para se reorganizarem. Então, os besteiros atiravam, matando os cavalos e semeando a desordem nos esquadrões.

    Todas as cargas de Saladino arrebentaram-se diante desta tática precisa. Foi em vão que o sultão exortou seus soldados por trás das fileiras.

    “A bravura dois francos era tal, escreve Béhá ed-Dín, que nossas tropas desencorajadas, contentavam-se em mantê-los cercados, mas ficavam à distância”.

    Foi então que Ricardo Coração de Leão passou ao ataque contra esse exército desmoralizado.

    “Ele lançou-se no meio dos turcos e os rachava até os dentes. Ele projetou-se tantas vezes, deu-lhes tantos golpes que acabou se fazendo mal e a pele de suas mãos descolou-se. Ele golpeava para frente e para trás e com sua espada abria passagens por toda parte que ele ia. Seja que ele ferisse um homem ou um cavalo, ele abatia tudo. Foi lá que ele deu um golpe que arrancou o braço e a cabeça de um emir vestido de ferro e que enviou direto para o inferno. Quando os turcos viram esse golpe, abriram um espaço tão largo que, graças a Deus, ele voltou sem dano. Mas, sua pessoa, seu cavalo e suas costas estavam tão cobertas de flechas que ele parecia um porco espinho”.

    Ricardo Coração de Leão esmaga Saladino
    A batalha durou todo o dia 5 de agosto. Na tarde, a vitória dos cruzados era completa. Diante do rei de Inglaterra e seu punhado de heróis o exército muçulmano bateu em retirada.

    Saladino saiu humilhado e desencorajado.

    Tão grande foi a admiração dos muçulmanos pela bravura do grande Plantagenet que em plena batalha Mélik el-Adil, vendo-o combater sobre um cavalo medíocre e já cansado, enviou-lhe um novo corcel.

    Fendendo a multidão dos combatentes vira-se chegar ao galope e se deter diante de Ricardo um mameluco que conduzia dois magníficos cavalos árabes, “porque não era conveniente que o rei combatesse a pé”.

    Entrementes, os acontecimentos na Europa pediam pelo rei da Inglaterra. Na sua ausência o rei da França Felipe Augusto e o próprio irmão do rei inglês, João sem Terra, começaram a dividir seu reino.

    Instado a regressar, Ricardo concluiu uma paz de compromisso com Saladino em 3 de setembro de 1192. O acordo baseou-se no mapa das operações: os francos obtiveram o território recuperado pelos seus exércitos, quer dizer a zona costeira desde Tiro até Jaffa.

    O interior, incluindo Jerusalém, ficava na posse de Saladino, mas o sultão concedia todas as garantias aos cristãos para peregrinarem em liberdade na cidade santa.

    Saladino inaugurou o novo regime recebendo em Jerusalém com magnífica cortesia, os bispos, barões e cavaleiros, seus adversários da véspera, que foram cumprir seu voto ao Santo Sepulcro, antes de embarcar de volta para Europa.

    Não foi sem melancolia que Ricardo embarcou para Europa, em 9 de outubro de 1192, sem ter podido liberar o Santo Sepulcro. Ele puniu-se a si próprio se abstendo de acompanhar os cavaleiros na visita aos Locais Santos.

    Saladino teve que se contentar com um semi-sucesso após ter quase apalpado a vitória total. Frente ao rei-cruzado com coração de leão ele conheceu as sombrias jornadas de Arsur e Jaffa e teve que ceder aos cristãos a costa palestina.

    Batalhas e angústias demais esgotaram o sultão. Na noite de 3 a 4 de março de 1193 ele morreu em Damasco, onde ainda está seu túmulo.

    (Fonte: René Grousset, « L’épopée des croisades », Perrin, 2002, collection tempus, 321 pp., capítulo XII).

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    quarta-feira, 26 de maio de 2010

    Saladino foge de Jaffa humilhado por Ricardo Coração de Leão

    Após a conquista de Jaffa, o sentimento unanime do exército pedia empreender logo o sitio de Jerusalém.

    Em três ocasiões o rei Ricardo chegou tão perto da Cidade Santa que acreditou-se terem voltado as horas maravilhosas de julho de 1099 quando os cruzados tomaram Jerusalém.

    No dia de Natal de 1191 eles estavam a só vinte quilômetros da cidade sagrada. Naquele momento, relata Ambrósio, os soldados lustravam alegremente seus elmos, os doentes diziam-se sarados para ver eles também, a cúpula do Templo.

    Porém para surpresa de todos, Ricardo deu meia volta. É que do ponto de vista estratégico as circunstancias não eram as mesmas da primeira cruzada.

    Godofredo de Bouillon pôde iniciar com toda tranqüilidade o sítio de Jerusalém porque nenhum exército muçulmano viria a perturbar sua tarefa. Mas, para Ricardo as coisas não estavam no mesmo pé.

    Saladino com um exército superior em número era dono das redondezas. Ele acompanhava de perto os movimentos de Ricardo e as tropas turcas dominavam o topo dos morros prestes a cair sobre a retaguarda da coluna franca se ela empreendia o assalto das muralhas de Jerusalém.

    Como experimentado capitão, o fogoso Ricardo recusou-se a se engajar numa operação tão arriscada longe de suas bases, no meio do planalto da Judéia.

    Ele voltou com seu exército até a costa e iniciou conversações oficiais com Saladino.

    Mas, como as negociações se protelavam, em junho de 1192, Ricardo iniciou um segunda ofensiva sobre Jerusalém. No dia 12 pela manhã enquanto perseguia com um pelotão da vanguarda a uma patrulha muçulmana, ele chegou a avistar a cidade santa.

    Mas, ainda dessa vez ele evitou atacar uma praça tão solidamente defendida com Saladino hostilizando seus flancos.

    O moral do exército ficou atingido por esta indefinição. Para recuperá-lo, o rei-cruzado planejou um lance deslumbrante.

    Os beduínos que ele tinha posto a seu serviço avisaram-lhe que uma enorme caravana muçulmana saíra do Egito em direção da Síria, e que sob a proteção de um esquadrão de mamelucos iria atravessar o deserto de Judá.

    Ouvindo a notícia, Ricardo pulou na sela do cavalo junto com o duque de Borgonha e cento e cinqüenta cavaleiros. Todos partiram ao galope em direção ao sudoeste. Foi na noitinha do domingo 20 de junho.

    Eles cavalgaram toda a noite sob o luar e só desceram dos cavalos no sul de Ascalão. Lá, um beduíno avisou que a caravana fizera uma parada a vinte quilômetros de distância, no Oasis do Poço Redondo, em pleno deserto de Negeb.

    Ricardo mandou seus cavaleiros envolverem as cabeças com um caffieh de acordo com o estilo beduíno, e no fim do dia partiu de novo direto para o sul. Ele ia à vanguarda e o duque de Borgonha na retaguarda.

    Eles marcharam a noite toda. Uma bela noite do verão palestino conduziu-os sem problemas através das dunas até o oasis do Poço Redondo onde a caravana repousava sem nada desconfiar. Animais e pessoas dormiam entre as sacas de mercadorias descidas das bestas.

    Pouco antes do amanhecer, Ricardo deu ordem de ataque. A surpresa foi completa. A escolta de mamelucos foi a primeira a debandar.

    Os caravanistas abandonaram animais e mercadorias e fugiram, eles também, pelo deserto de Negeb.

    O butim consistiu em fileiras intérminas de camelos carregados de oro, panos de seda, veludo e púrpura, bacias e peças de cobre, castiçais de prata, armaduras damasquinadas, tabuleiros de marfim, sacas de açúcar e pimenta, todos os tesouros e todas as guloseimas do velho Islã.

    Golpes brilhantes como esse apenas dissimulavam a situação embaraçosa de Ricardo. Ele não conseguia constranger Saladino a um combate decisivo, nem conseguia dele uma paz de compromisso.

    Em julho de 1192, o rei subiu rumo a Beirute deixando em Jaffa apenas uma débil guarnição. Aproveitando esse afastamento, Saladino jogou-se de improviso sobre a cidade em 26 de julho.

    Os sapadores muçulmanos conseguiram já no primeiro dia provocar um desabamento na muralha exterior. Porém, por trás da brecha assim aberta, os franceses acenderam imensos fogos. Protegidos pelas chamas e pela fumaça, eles impediam aos muçulmanos de penetrar na cidade.

    “Que admiráveis guerreiros são esses homens ‒ não pôde deixar de exclamar Behâ ed-Din, testemunha visual ‒ quê coragem!”

    Em 31 de julho o muro caiu definitivamente.

    “Quando a nuvem de poeira dissipou-se, ‒ registrou o mesmo adepto do Islã ‒ percebemos uma cortina de albardas e lanças que substituía o muro derrubado e fechava tão bem a brecha que o simples olhar não conseguia atravessá-la. Viu-se então o espetáculo aterrorizante da intrepidez dos Francos, da calma e da precisão de seus movimentos”.

    Quando os francos não conseguiram mais defender a cidade baixa, eles retiraram-se em boa ordem para dentro da cidadela.

    Porém, pese a tudo, pelo fim da tarde eles tinham iniciado conversações para se renderem. No dia seguinte, 1º de agosto, eles preparavam-se para capitular quando nas primeiras horas do amanhecer uma frota cristã apareceu de improviso diante de Jaffa.

    Era o rei Ricardo que, alertado miraculosamente, acorria em galeras genovesas com as primeiras tropas que ele conseguira reunir.

    Foi então que se viu o que é que era o rei da Inglaterra.

    O poema épico de Ambrósio deixou para a posteridade um quadro inesquecível desta cena. Sem esperar que os navios encostassem em terra, Ricardo, com um machado dinamarquês na mão, pulou no mar com a água até a cintura, correu até a praia, limpou-a de muçulmanos, penetrou na cidade, surpreendeu a multidão de inimigos em plena pilhagem das casas e fez uma horrível carnificina. Depois, deu uma mão à guarnição liberada, precipitou-se sobre o exército de Saladino e tomou seu acampamento e perseguiu-o até Yazur.

    “O rei, cantou Ambrósio, levantou sua tenda no próprio local de onde Saladino fugira. Foi lá que acampou Ricardo Magno. Jamais, nem mesmo em Roncesvalles, um paladino realizou uma façanha comparável”.

    Béhâ ed-Din, de seu lado, transmitiu-nos os ditos mordazes do rei em relação aos muçulmanos vencidos :

    “Vosso sultão é o maior soberano que já teve o Islã, e eis que minha simples presença o fez dar às de vila-diogo! Vede, eu sequer tenho uma armadura; em meus pés há simples sandálias de marinheiro. Portanto, eu não vinha a lhe dar combate! Por que é que ele fugiu?”

    (Fonte: René Grousset, « L’épopée des croisades », Perrin, 2002, collection tempus, 321 pp., capítulo XII).

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    quarta-feira, 12 de maio de 2010

    Ricardo I de Inglaterra, Coração de Leão, quebrou Saladino

    Ricardo Coração de Leão, estátua em Londres
    Na terceira Cruzada, Ricardo Coração de Leão, rei da Inglaterra, empreendeu a reconquista do litoral palestino desde São João de Acre até Ascalão.

    A coluna franca, descendo de norte a sul, progredia ao longo da costa. Ela era reabastecida em cada etapa pela frota cristã que tinha ficado senhora do mar.

    O exército de Saladino fazia um movimento paralelo, mas do lado das colinas, procurando aproveitar a menor falha para acossar ou surpreender a Ricardo.

    “A cavalaria e a infantaria dos Francos, escreve o cronista turco el-Imad, avançava pela praia, tendo o mar à sua direita e nosso exército à sua esquerda. A infantaria formava como que uma muralha em volta dos cavalos. Os homens estavam revestidos de casacos de feltro e cotas de malha de tal maneira fechadas que as flechas não podiam perfurá-los. Equipados com poderosas bestas, eles mantinham nossos cavaleiros à distância”.

    O caid Behâ ed-Din conta ter visto um soldado franco que carregava até dez flechas encravadas nas costas de seu casaco sem ligar a mínima para o fato.

    Os cavaleiros cavalgavam no centro da coluna e só saiam para cargas repentinas, quando se tratava de afastar magotes ou forçar a passagem.

    “Os turcos, povo do diabo, morriam de ódio, relata Ambrósio, porque com nossas armaduras nós éramos como que invulneráveis. Eles nos apelidaram ‘os homens de ferro’”.

    A superioridade dos franceses residia em sua armadura e em sua disciplina. Mas os maometanos tinham em seu favor uma extrema mobilidade.

    Cavaleiro turco seljúcida arqueiro
    A cada instante o escrito épico de Ambrósio nos mostra os cavaleiros turcos surgindo a toda a brida, sobre seus velozes cavalos, rápidos como o raio, lançando sobre a coluna franca uma chuva de flechas e desaparecendo inatingíveis numa nuvem de poeira.

    A despeito deste assédio, a coluna franca progredia na ordem mais estrita, sem se desarticular nem se deixar atrair para longe da rota.

    Ela passou ao pé do Monte Carmelo e atingiu Cesárea. Saladino perdeu a esperança de defendê-la e mandou destruí-la.

    Por fim, a coluna chegou diante de Arsur, ou Arsuf. Era ali, mais precisamente nos jardins que precedem o burgo, que o sultão decidiu frear os franceses.

    Em poucos instantes o exército cristão viu-se rodeado pelos mamelucos.

    “Na frente dos emires marchavam os trombeteiros e tambores tocando os instrumentos e uivando como demônios: se Deus mandasse o trovão não teria sido ouvido. Após a cavalaria turca vinham os negros e os beduínos, tropa de infantaria ágil e rápida por trás de seus leves escudos. Todos miravam os cavalos, para desmontar nossos cavaleiros.”

    Naquela tórrida jornada de 7 de setembro de 1191, no palmeiral de Arsur, os franceses, rodeados pelo exército de Saladino, com muitos de seus cavalos mortos e eles próprios crivados de flechas, por um instante se acharam perdidos.

    Como na fatal cavalgada de Hattin em 1187, o combate parecia começar nas piores condições. Após descrever o rodopio alucinante dos arqueiros montados do Islã, o granizo de flechas que se abatia sobre a coluna franca em meio a uma nuvem sufocante de poeira, a algazarra infernal dos tambores egípcios, os uivos de toda essa “canalhada”, Ambrósio confessa “que no exército cristão não havia nenhum homem bastante ousado para não achar que naquele dia sua romaria tinha acabado”.
    Ricardo Coração de Leão esmaga Saladino em Arsur

    Mas, no campo de batalha Ricardo Coração de Leão tornava-se a própria encarnação do gênio da guerra.

    Aos Hospitalários que garantiam a retaguarda e que lhe confessaram estarem no limite de forças, ele ordenou imperiosamente de agüentarem. E eles agüentaram.

    Entrementes, a tática defensiva custava muito caro. Desde longe os arqueiros muçulmanos matavam os cavalos francos.

    Ricardo preparou uma carga envolvente que teria levado à captura ou destruição completa de todo o exército maometano.

    “Ficou combinado que antes do ataque, seriam postos em três rangos seis trombeteiros que tocariam subitamente desencadeando a carga de toda nossa cavalaria”.

    A impaciência de um Hospitalário impediu o desenvolvimento da manobra. Houve simplesmente uma carga direta. Mas, em verdade, foi como um tufão que varreu tudo.

    Béhâ ed-Din, que estava ao lado de Saladino deixou uma descrição apavorante daquela cena:

    “Então a cavalaria franca formou-se em massa e, sabendo que nada iria salvá-la a não ser um esforço supremo, ela decidiu-se a carregar. Eu vi, eu mesmo, esses cavaleiros, todos reunidos protegidos pelo muro formado pela sua infantaria. Eles pegaram as lanças, soltaram todos à vez um brado terrível, a linha dos infantes abriu-se para deixá-los passar e eles caíram por cima de nós. Uma das divisões deles precipitou-se por cima de nossa ala direita, uma outra sobre nossa ala esquerda, uma terceira sobre nosso centro, e tudo entre nós foi posto em derrota...”

    Esta revanche dos antigos desastres nos valeu pela pluma do poeta Ambrósio uma página de epopéia:

    “Os cavaleiros do Hospital que haviam sofrido muito carregaram em boa ordem. O conde Henrique de Champagne com seus bravos companheiros e Jacques d'Avesnes com sua linhagem carregaram também. O conde Roberto de Dreux e o bispo de Beauvais carregaram em conjunto.
    “Do lado do mar, à esquerda, carregou o conde de Leicester com todo seu esquadrão onde não havia nenhum só covarde. A continuação carregaram os Angevinos, o Poitevinos, os Bretões, os Manchegos e todos os outros corpos do exército.
    “Ah! Bravos e corajosos homens! Eles atacaram os turcos com tal vigor que cada um atingiu seu adversário, lhe enfiou a lança no corpo e o tirou de suas estribeiras.

    Ricardo Coração de Leão derrota Saladino

    “Quando o rei Ricardo viu que a carga tinha se desencadeado sem aguardar sua ordem, esporeou seu cavalo e lançou-se a toda a brida sobre o inimigo.
    “Ele realizou naquele dia proezas tais que em volta dele, dos dois lados, por trás e pela frente havia fileiras de sarracenos mortos, e os que se salvaram foi porque assim que o viam afastavam-se para longe abrindo-lhe espaço. Via-se os corpos dos turcos com suas cabeças barbudas deitados como feixes”.

    A vitória de Arsur teve uma repercussão enorme. Ela apagou o desastre de Hattin. Ela devolveu a superioridade militar aos estandartes francos. A força cambiou de campo mais uma vez, junto com o “moral” e a habilidade tática, em poucas palavras tudo o que constitui o potencial militar.

    Saladino foi o primeiro a compreendê-lo. Desde aquele momento ele renunciou a enfrentar a Ricardo Coração de Leão em campo aberto.

    Saladino contentou-se ‒ à maneira beduína – com criar o deserto diante do rei Ricardo. Com o desespero no coração, Saladino mandou evacuar as cidades da costa, Ascalão inclusive.

    Doloridos cortejos de emigrantes muçulmanos pegaram o caminho do Egito. Saladino mandou arrasar até o chão as muralhas das cidades.

    Ruínas da fortaleza de Arsur

    Esta tática demorava o avanço de Ricardo, mas o rei pôde reconstruir, entretanto, Jaffa, cidadela particularmente importante como “porto da peregrinação” e base do desembarco dos cruzados rumo a Jerusalém.

    (Fonte: René Grousset, « L’épopée des croisades », Perrin, 2002, collection tempus, 321 pp., capítulo XII).

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    quarta-feira, 28 de abril de 2010

    Balduíno IV: o rei-herói em meio a decadência

    Renaud de Chatillon, turbulento e belicoso vassalo
    continuação do post anterior

    Nesse momento reapareceu, libertado dos cárceres muçulmanos, o antigo príncipe de Antioquia, Renaud de Châtillon. Logo recomeçou suas aventuras, assaltando uma importante caravana de peregrinos com destino a Meca.

    Esse ato rompia a trégua assinada por Balduíno IV e Saladino e ofendia as convicções religiosas dos muçulmanos, a cujos olhos o atentado afigurava-se monstruoso. Intimado pelo rei a devolver os prisioneiros e o produto da pilhagem, ele recusou-se com arrogância, tornando assim evidente a incapacidade do doente de se fazer obedecer.

    Imediatamente Saladino acorreu do Egito e invadiu a Galiléia, incendiando e devastando as colheitas, capturando rebanhos e semeando pânico por toda parte. Renaud de Châtillon suplicou ao rei que salvasse seus feudos. Balduíno concedeu, vencendo Saladino em julho de 1182.

    Em agosto, o infatigável maometano tentou tomar Beyrouth por uma ação combinada por terra e mar.

    Uma vez mais Balduíno afastou o perigo. Impediu Saladino de se apoderar de Alepo e conduziu uma expedição até os subúrbios de Damasco.

    Assim, por toda parte, graças à sua energia sobre-humana, e ainda que daí em diante ele se fizesse carregar em liteira para as batalhas, o heróico leproso levava vantagem sobre o genial muçulmano.

    Ele começava entretanto a perder a vista, a não poder mais se servir de seus membros. Os que lhe eram mais chegados o pressionavam a abandonar os afazeres do reinado, ou ao menos passar parte de suas responsabilidades a Guy de Lusignan.

    Episódios da vida de Balduino IV. BNF, Richelieu Manuscrits Français 2628
    Pode-se bem imaginar o drama interior desse rei de 22 anos, corroído por úlceras, semi-paralisado e quase cego, cercado pelas sombras da desconfiança e dos maus pressentimentos, atormentado de um lado pelas insinuações e sugestões pérfidas dos seus, e de outro pela alta idéia que ele fazia de sua missão de rei.

    Se a lepra o enfraquecia, se ele não podia ter esperanças de se curar, sempre, entretanto, encontrava novas forças e resistia da melhor forma às ciladas da camarilha.

    Como a doença entrasse numa fase evolutiva, ele devia lutar contra ela, e sobretudo contra a tentação de abandonar tudo para morrer em paz. Foi num desses períodos que ele consentiu, se bem que a contragosto, em investir Guy de Lusignan na regência do reino.

    No primeiro encontro com Saladino, Lusignan deixou o exército franco ser massacrado. Recusou com altivez prestar contas a Balduíno IV, que o destituiu de seu cargo. Para evitar que, pela complacência de Sybila, Lusignan se tornasse rei de Jerusalém após sua morte, designou seu sucessor o pequeno Balduíno V, filho de Guilherme “Longue Epée”.

    Como a situação da Terra Santa estivesse desesperadora, ele enviou uma embaixada ao Ocidente, composta pelo Patriarca de Jerusalém, pelo Mestre do Hospital e pelo Mestre do Templo, o velho Arnaud de Torrage.

    Morte de Balduino IV, o rei, herói e mártir de Jerusalém
    Renaud de Châtillon, que indiretamente tinha ajudado o rei a se desembaraçar de Lusignan, achou-se autorizado a retomar suas pilhagens, agora na mais alta escala. Armou uma frota, que foi transportada ao Mar Vermelho em dorso de camelo. Devastando portos, interceptando comboios, essa frota ameaçou por algum tempo o caminho para Meca.

    Saladino, excitado até o cúmulo do furor, destruiu os navios de Renaud e depois sitiou-o em sua própria fortaleza, o Krac de Moab. Balduíno IV reapareceu, agonizando em sua liteira, para lhe fazer frente. Saladino retirou-se.

    O último ato de Balduíno IV foi o de reunir em São João d’Acre o parlamento de seus barões. Guy de Lusignan, incapaz e rebelde, foi então oficialmente afastado do trono, e — o que não era senão justiça e sabedoria — a regência foi confiada a Raimundo de Trípoli.

    Mais tarde, a 13 de março de 1185, o mártir rendeu sua alma a Deus, em presença se seus vassalos, dignitários e bons companheiros de guerra. Até os infiéis lhe tributaram homenagens.

    (Fonte: Georges Bordonove, “Les Templiers”, in “Catolicismo” nº 303)

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    quarta-feira, 14 de abril de 2010

    Balduíno IV: o santo rei leproso que espantou a Saladino

    Balduíno IV na batalha de Montgisard
    continuação do post anterior


    Um novo cruzado — Filipe de Alsácia, conde de Flandres e parente próximo de Balduíno IV — acabava de desembarcar. O pequeno rei Balduíno esperava muito desse apoio.

    Estava claro que era necessário ferir Saladino no coração de seu poderio — isto é, no Egito — se se quisesse abalar a unidade muçulmana. Era isso, precisamente, o que propunha o basileus, imperador de Bizâncio.

    O Egito, uma vez conquistado em parte, Damasco não poderia deixar de subtrair-se ao poder cambaleante de Saladino.

    Mas Filipe de Alsácia opinava de outra forma. Ninguém poderia impedi-lo de ir guerrear na Síria do Norte, e, o que era mais grave, de levar consigo parte do exército franco.

    Saladino respondeu invadindo a Síria do Sul. Balduíno reuniu o que lhe restava da tropa, desguarneceu audaciosamente Jerusalém e partiu para Ascalon, onde Saladino investia. Este, logo que foi informado, subestimou seu adversário. Ele acreditava que a queda de Ascalon era uma questão de dias, e marchou sobre Jerusalém com o grosso de seu exército.

    Balduíno compreendeu suas intenções. Saiu de Ascalon, fez um longo périplo e caiu repentinamente sobre as colunas de Saladino, em Montgisard.

    Vale de Montgisard
    O efeito da surpresa não compensava a desproporção dos efetivos em luta, e Balduíno sentiu a hesitação dos seus. Desceu do cavalo, prosternou-se com o rosto na areia, diante do madeiro da verdadeira Cruz, que era levada pelo Bispo de Belém, e orou com a voz banhada de lágrimas.

    Com o coração convertido, seus soldados juraram não recuar, e considerariam traidor quem voltasse atrás. Rodeando o Santo Lenho, o esquadrão de trezentos cavaleiros se lançou impetuosamente.

    “O vale entulhava-se com a bagagem do exército de Saladino — diz Le Livre des Deux Jardins — os cavaleiros francos surgiam ágeis como lobos, latindo como cães. Atacavam em massa, ardentes como uma chama”. E puseram em fuga o invencível Saladino.

    Se este salvou a pele, foi graças à rapidez de seu cavalo e ao devotamento de sua guarda. Retornou ao Egito, abandonando milhares de prisioneiros. Balduíno logrou, enfim, uma vitória sem precedentes.

    No ano seguinte Balduíno edificou o Gué-de-Jacob, fortaleza destinada a defender a Galiléia dos ataques de Damasco. Guilherme de Tyr pretende que isso tenha sido feito pelas prementes solicitações de Odon de Saint-Amand, grão-mestre do Templo. Em todo caso, qualquer que tenha sido o inspirador da idéia, não há dúvida quanto à importância estratégica de Gué-de-Jacob.

    Balduíno IV em Montgisard, Charles Philippe Larivière (1798-1876)
    Em 1179 Saladino invadiu a Galiléia. Balduíno foi ao seu encontro, tentando surpreendê-lo como tinha feito em Montgisard. Mas como os muçulmanos se contivessem, ele foi cercado e caiu prisioneiro. Muitos foram mortos e presos nesse dia. Pouco depois Saladino tomou Gué-de-Jacob e fez executar todos os templários que a defendiam.

    Sybila, irmã do rei, acabava de casar — contrariamente aos interesses de Estado — com Guy de Lusignan, homem de beleza discutível, sem fortuna e sem talento. Balduíno, pressionado pelos seus, minado pela doença, tinha consentido nessa união e dado a Lusignan os condados de Jaffa e Ascalon.

    Tão logo a insignificância do marido de Sybila se manifestou, atiçaram-se as esperanças dos senhores feudais. Contava-se que o irmão de Lusignan, comentando o casamento, disse: “Se Guy for Rei, eu deveria ser Deus!” Tal a mediocridade que lhe era atribuída.

    Nessa mesma ocasião, Isabel de Jerusalém desposava Anfroi de Toron, filho indigno de seu pai, o falecido condestável de Jerusalém, morto em defesa do rei.

    O estado de Balduíno IV piorava dia a dia. Foi uma provação para sua mãe — que não tinha boa fama — e para a roda de seus cortesãos ambiciosos e amorais, ver a aproximação de Balduíno com Raimundo de Trípoli, único homem capaz de o aconselhar sabiamente.

    continúa no próximo post

    (Fonte: Georges Bordonove, “Les Templiers”, in “Catolicismo” nº 303)

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    quarta-feira, 31 de março de 2010

    Balduíno IV: o rei cruzado que atingido pela lepra venceu Saladino e o Islã

    Vitral do rei Balduino na Basílica de Saint-Denis, França
    Balduíno IV foi o último rei de Jerusalém com espírito de Cruzada. Guy de Lusignan, seu sucessor, foi um interesseiro, sob cujo reinado a Civilização Cristã perdeu a posse da Cidade Santa.

    Na história das Cruzadas, nada é mais emocionante que o reinado doloroso de Balduíno IV.

    Nada, entre os vários exemplos famosos, pode atestar melhor o império de um espírito de ferro sobre uma carne débil.

    Foi um rei sublime, que os historiadores tratam só de passagem, o que faz perguntar por que até aqui nenhum escritor se inspirou nele, exceto talvez o velho poeta alemão Wolfram von Eschenbach.

    Nem o romance nem o teatro o evocam, entretanto sua breve existência cheia de acontecimentos coloridos forma uma apaixonante e dilacerante tragédia.

    O destino sorria à sua infância. Robusto e belo, ele era dotado da inteligência aguçada de sua raça angevina (de Anjou).

    Tinha sido dado a ele por preceptor Guilherme de Tiro, que se tomou de “uma grande preocupação e dedicação, como é conveniente a um filho de rei”. O pequeno Balduíno tinha muito boa memória, conhecia suficientemente as letras, retinha muitas histórias e as contava com prazer.

    Um dia em que brincava de batalha com os filhos dos barões de Jerusalém, descobriu-se que tinha os membros insensíveis: “Os outros meninos gritavam quando eram feridos, porém Balduíno não se queixava. Este fato se repetiu em muitas ocasiões, a tal ponto que o arquidiácono Guilherme alarmou-se.

    Guilherrme de Tiro descobre lepra no futuro rei Balduino IV
    “Primeiro pensou que o menino fazia uma proeza para não se queixar. Então perguntou-lhe por que sofria aquelas machucaduras sem queixar-se. O pequeno respondeu que as crianças não o feriam, e ele não sentia em nada os arranhões. Então o mestre examinou seu braço e sua mão, e certificou-se de que estavam adormecidos” (L’Eraclès). Era o sinal evidente da lepra, doença terrível e incurável naquele tempo.

    Os médicos aos quais foi confiado não podiam sustar a infecção, nem mesmo retardar a lenta decomposição que afetaria suas carnes. Toda sua vida não foi senão uma luta contra o mal irremissível. Mais ainda, muito mais: foi testemunho dos poderes de um homem sobre si mesmo e da encarnação assombrosa dos mais altos deveres.

    Balduíno IV foi um rei digno de São Luís, um santo, um homem enfim — e é isso, sobretudo, que importa à nossa admiração sem reticências — a quem nenhuma desgraça chegou a destruir o vigor de alma, as convicções, a altivez, as qualidades de coração, o senso das responsabilidades, dos quais ele hauria o revigoramento da coragem.

    No fim de 1174, Saladino, senhor do Egito e de Damasco, veio sitiar Alepo. Os descendentes de Noradin pediram socorro aos francos.

    Raimundo de Trípoli atacou a praça forte de Homs e Balduíno IV empreendeu uma avançada vitoriosa sobre Damasco. Estas iniciativas fizeram com que Saladino abandonasse seu desejo inicial.

    Saladino incendeia cidade, Chroniques de Guilhaum de Tyr, BNF, Mss fr 68
    Em 1176 o sultão voltou à carga, e a mesma manobra frustrou seus planos. Balduíno venceu seu exército de Damasco, em Andjar, e trouxe um belo lucro da expedição. Nesta ocasião ele tinha quinze anos.

    Apesar de sua doença, cavalgava como um homem de armas, empunhando eximiamente a lança.

    Nenhum de seus predecessores teve tão cedo semelhante noção da dignidade real de que estava investido, e de sua própria utilidade.

    Percebendo as rivalidades existentes entre os que o cercavam, compreendeu quão necessária era sua presença à cabeça dos exércitos católicos.

    Mas que calvário deveria ser o seu! Aos sofrimentos físicos juntava-se a angústia moral: seu estado impedia-o de se casar, de ter um descendente.

    Ele não era senão um morto-vivo, um morto coroado, cujas pústulas e purulências se disfarçavam sob o ferro e a seda, mas que se mantinha de pé e se lançava à ação, movido não se sabe por que sopro milagroso, por que alta e devoradora chama de sacrifício.

    continúa no próximo post

    (Fonte: Georges Bordonove, “Les Templiers”, in “Catolicismo” nº 303)
     

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    Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim




    “Se não fosse a Santa Comunhão, eu estaria caindo continuamente. A única coisa que me sustenta é a Santa Comunhão. Dela tiro forças, nela está o meu vigor. Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração.”



    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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