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    segunda-feira, 13 de agosto de 2012

    [Catolicos a Caminho] HISTÓRIA DE PORTUGAL - PADEIRA DE ALJUBARROTA - !

     

     

       

                                   HISTORIA DE PORTUGAL

     

                                                                            (13)-PADEIRA DE ALJUBARROTA !...

                                                               

                Embora, como dizem os historiadores, não seja fácil dizer palavras exactas e concretas sobre a lendária Padeira de Aljubarrota, está fora de dúvida de que ela representa uma das tradições populares mais arreigadas no povo português.

            Sobre ela escreveu o historiador português Alexandre Herculano. (1810-1877) :

                -"Se a palavra Aljubarrota é um mito, uma invenção popular do século XV, nem por isso a devemos desprezar, porque um povo que dá a uma mulher ódio bastante contra os opressores estranhos, para haver de matar a sangue frio sete desses inimigos; um povo que assim simboliza o seu modo de sentir a tal respeito, devia saber ostentar a independência nacional".

                Diz a tradição que esses sete inimigos foram executados com a pá do forno.

                Referem vários autores que Brites de Almeida, assim se chamava ela, era natural de Faro.   

    Segundo uns, era feia, alta e corpulenta, com força varonil, de olhos muito pequenos, donde lhe veio a alcunha de Pisqueira.

                Acrescentam outros ter ela revelado, desde criança, um génio irascível, temerário e desordeiro.

                No entanto, no romance de Faustino da Fonseca, a Padeira de Aljubarrota é apresentada como mulher de certa beleza física.

                Seu pai era estalajadeiro e possuía uma casa de pasto em Faro, onde a moçoila trabalhava, servindo os fregueses e os hóspedes.

                O filho do alcaide de Faro, que então frequentava a Estalagem, requestava aquela menina e, não encontrando facilidades no seu desígnio, procurou arrastá-la pela força.

                Brites de Almeida, vendo-se ofendida, atirou-lhe à cabeça uma bilha de barro, que bastante o feriu.

                Com medo de qualquer perseguição, saiu então de Faro e fugiu para Lisboa.

                Tendo-lhe morrido o pai algum tempo depois, regressou à Estalagem de que era herdeira, arrendou uma quintarola em Loulé e aí passou a viver.

                Brites de Almeida, por motivos de amor, que se conta de muitas maneiras, lutou com um dos seus pretendentes e, como era forte e decidida, matou-o nessa briga.

                Para evitar a prisão fugiu num barco e, sendo arrastada para o mar acabou por ficar prisioneira de um Mouro numa embarcação onde já havia mais dois portugueses, também prisioneiros.

                Conseguiram os prisioneiros libertar-se numa lancha, disfarçados em trajes mouriscos, chegando à Ericeira ao fim de quatro dias.

                Daí Brites de Almeida foi para Aljubarrota onde ficou ao serviço de uma padaria, acabando por se tornar dona do forno.

                Diz-se ainda que Brites de Almeida já se tinha manifestado por outras vezes como mulher patriótica :

                            * Apedrejou, com outros, o Paço de S. Martinho, em Lisboa, quando do casamento de D. Fernando.

                            * Vibrou de indignação contra Leonor Teles ao ter conhecimento do seu adultério.

                            * Aplaudiu o Mestre de Avis quando ele matou o conde Andeiro...

                Tinha Brites de Almeida 40 anos quando se deu a Batalha de Aljubarrota.

                Não entrou na batalha que se deu a cerca de 11 quilómetros, mas quando os espanhóis, em fuga, pediam socorro, ela mandou-os entrar no forno, dizendo-lhes que lá ninguém os procuraria.

                Mas ali os colocou em segurança para depois os matar um por um com a pá do forno.

                Fr. Francisco Brandão escreveu em 1642, isto é, dois séculos e meio depois da batalha, que a pá teria sido guardada nos Paços do Concelho e que a pá era de ferro.

                A pá teria sido escondida numa das paredes, de modo que os espanhóis que nos dominaram durante 60 anos, nunca a puderam encontrar, e só tornou a aparecer depois da Restauração de Portugal que foi no dia 1 de Dezembro de 1640.

                Lenda ou história, é, pelo menos, uma tradição a revelar o espírito patriótico de uma mulher que, deste modo, nos teria deixado um exemplo de amor pátrio.

                Todavia, parece que em Aljubarrota ou na Batalha há uma família que guarda uma pá de ferro e que a considera com a verdadeira Pá da Padeira de Aljubarrota.

               

                                                           John 

                                                                            Nascimento

     

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    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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