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    domingo, 18 de agosto de 2013

    [ZP130818] O mundo visto de Roma


    ZENIT

    O mundo visto de Roma
    Serviço semanal - 18 de Agosto de 2013
    Pensamento do dia, domingo, 18 de Agosto


    "Esta vida nos foi dada para chegar a Cristo, a morte para encontrá-lo, a eternidade para possuí-lo". 

    Santo Alberto Hurtado, S.J. (1901 -1952)


    Papa Francisco 
    "Fé e violência são incompatíveis!" 
    Palavras do Papa Francisco no Angelus de hoje 
    Pregação Sagrada 
    Linguagem na pregação 
    Como melhorar a pregação sagrada: coluna do Pe. Antonio Rivero, L.C., Doutor e professor de Teologia e Oratória no seminário Mater Ecclesiae de São Paulo 
    Igreja e Religião 
    Messi sobre a visita ao papa: "Um dia inesquecível" 
    Itália e Argentina disputam amistoso em homenagem a Francisco 
    Cardeal Ortega espera que dom Romero seja elevado aos altares 
    Possibilidade foi mencionada na homilia de encerramento do V Congresso Eucarí­stico Nacional de El Salvador 
    Amistoso de futebol Argentina-Itália para homenagear o Papa 
    Francisco receberá as duas seleções amanhã 
    Comunicar a fé hoje 
    A evangelização na Coreia: um caso sui generis 
    Há mais de dois séculos, o evangelho se espalhou pelo país sem a ajuda dos missionários 
    Homens e Mulheres de Fé 
    O melhor em Chesterton é o sentido de alegria diante da vida 
    Entrevista a Diego Guilherme da Silva, editor do site Chesterton Brasil 
    Familia e Vida 
    Semana Nacional da Família 
    Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, reflete sobre a Transmissão e Educação da Fé Cristã na Família 
    Se nos amamos e vamos nos casar, por que não podemos ter relações? 
    "A relação sexual dentro do matrimônio defende a integridade do amor: seja a dos cônjuges entre si, seja o amor deles para com o fruto natural do matrimônio: o filho" 
    Mundo 
    Presidente da Bolívia anuncia que o papa o receberá em audiência 
    Evo Morales pediu ser recebido depois de ouvir Francisco na JMJ do Rio. Relações com a Igreja local têm sido difíceis 
    Egito: pelo menos 578 mortos e 4.200 feridos 
    Papa Francisco pede orações a Maria, Rainha da Paz 
    Mensagem aos leitores 
    Boa festa da Assunção de Nossa Senhora 
    Mensagem aos leitores de ZENIT 



    Papa Francisco
    "Fé e violência são incompatíveis!" 
    Palavras do Papa Francisco no Angelus de hoje


    ROMA, 18 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - Às 12 horas de hoje o Papa Francisco apareceu na janela do seu escritório no Palácio Apostólico Vaticano para recitar o Angelus com os fieis e os peregrinos reunidos na Praça de São Pedro. Estas foram as palavras do Papa na introdução da oração mariana:

    ***


    [Antes do Angelus]

    Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

    Na liturgia de hoje ouvimos essas palavras da Carta aos Hebreus: "Corramos com perseverança ao combate proposto, com o olhar fixo no autor e consumador de nossa fé, Jesus. " (Hb 12, 1-2) . É uma expressão que devemos enfatizar especialmente neste Ano da Fé. Nós, também, ao longo deste ano, mantemos os olhos fixos em Jesus, porque a fé, que é o nosso "sim" à relação filial com Deus, vem dele, vem de Jesus. Ele é o único mediador desta relação entre nós e o nosso Pai que está nos céus. Jesus é o Filho, e nós somos filhos Nele.

    Mas a Palavra de Deus deste domingo também contém a palavra de Jesus, que nos coloca em crise, e que precisa ser explicada, pois caso contrário pode levar a mal-entendidos. Jesus diz aos seus discípulos: "Vocês acham que eu vim trazer paz à terra? Não, vos digo, mas a divisão "(Lc 12, 51). O que significa isso? Significa que a fé não é algo decorativo, ornamental; viver a fé não é decorar a vida com um pouco de religião, como se fosse um bolo que se decora com creme. Não, a fé não é isso. A fé envolve a escolha de Deus como critério-base da vida, e Deus não é um vazio, Deus não é um neutro, Deus é sempre positivo, Deus é amor, e o amor é positivo! Depois que Jesus veio ao mundo não é possível ficar como se não conhecêssemos a Deus. Como se fosse uma coisa abstrata, vazia, de referência puramente nominal; não, Deus tem um rosto concreto, tem um nome: Deus é misericórdia, Deus é fidelidade, é vida que se doa para todos nós. 

    Por isso Jesus disse: vim para trazer a divisão; não que Jesus queira dividir os homens entre si, pelo contrário: Jesus é a nossa paz, é a nossa reconciliação! Mas esta paz não é a paz dos sepulcros, não é a neutralidade, Jesus não traz neutralidade, esta paz não é um acordo a todo custo. Seguir Jesus comporta renunciar ao mal, ao egoísmo e escolher o bem, a verdade, a justiça, também quando isso requer sacrifício e renúncia aos próprios interesses. E isso sim, divide; o sabemos, divide também os vínculos mais estreitos. Mas cuidado: não é Jesus que divide! Ele coloca o critério: viver para si mesmos, ou viver para Deus e para os outros; fazer-se servir ou servir; obedecer ao próprio ego, ou obedecer a Deus. Eis em que sentido Jesus é "sinal de contradição" (Lc 2, 34). 

    Portanto, esta palavra do Evangelho não autoriza o uso da força para difundir a fé. É exatamente o oposto: a verdadeira força do cristão é a força da verdade e do amor, que traz consigo a renúncia a toda violência. Fé e violência são incompatíveis! Fé e violência são incompatíveis! Pelo contrário, fé e fortaleza caminham juntas. O cristão não é violento, mas é forte. E com que fortaleza? Aquela da mansidão, a força da mansidão, a força do amor.

    Queridos amigos, até mesmo entre os parentes de Jesus havia alguns que em um certo ponto não compartilhavam o seu modo de viver e pregar, é o que nos diz o Evangelho (cf. Mc 3, 20-21). Mas sua mãe sempre o seguiu fielmente, tendo fixo o olhar do seu coração em Jesus, o Filho do Altíssimo, e no seu mistério. E, finalmente, graças à fé de Maria, os familiares de Jesus entraram na primeira comunidade cristã (cf. At 1,14). Pedimos a Maria que nos ajude também a manter o olhar bem fixo em Jesus e a seguí-Lo sempre, mesmo quando custa.

    [Depois do Angelus]

    Lembrem-se disso: seguir a Jesus não é indiferente, seguir a Jesus significa envolver-se, porque a fé não é uma coisa decorativa, é força da alma!

    Queridos irmãos e irmãs, saúdo-vos a todos com afeto, romanos e peregrinos: as famílias, os grupos paroquiais, os jovens... Quero pedir uma oração pelas vítimas do naufrágio do ferry nas Filipinas, também pelas famílias ... tanta dor! Também continuamos a rezar pela paz no Egito.Todos juntos: Maria, Rainha da Paz, rogai por nós! Todos: [O Papa repete com as pessoas:] Maria, Rainha da Paz, rogai por nós!

    Saúdo o grupo folclórico polonês de Edmonton, Canadá. Uma saudação especial aos jovens de Brembilla – e vos vejo, eh, vejo-vos bem! - em Bergamo, e abençoo a tocha que levarão à pé de Roma até a sua cidade. E saúdo também os jovens de Altamura.

    Desejo a todos um bom domingo e um bom almoço! Nos vemos!

    Tradução Thácio Siqueira 


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    Pregação Sagrada
    Linguagem na pregação 
    Como melhorar a pregação sagrada: coluna do Pe. Antonio Rivero, L.C., Doutor e professor de Teologia e Oratória no seminário Mater Ecclesiae de São Paulo

    Por Pe. Antonio Rivero, L.C.


    SãO PAULO, 16 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - Vamos falar sobre a importância da linguagem...

    É necessário trabalhar a linguagem da pregação não rebaixar a Palavra de Deus. Por isso, temos que usar:

    - Uma linguagem popular, não popularesco, trivial ou vulgar. Ou seja, uma linguagem que as pessoas entendam; uma linguagem adequada ao momento atual.

    - Uma linguagem inteligível, simples, viva e concreta, que ao mesmo tempo fique longe dos tecnicismos e das palavras rebuscadas filosóficas ou teológicas, como também da trivialidade e da anedota barata.

    - Um tom direto, familiar, cordial, persuasivo e ágil que mantenha o interesse dos ouvintes, não tanto pelos recursos oratórios do orador, mas pela convicção e autenticidade que o pregador consegue comunicar.

    Distingamos os vários níveis da linguagem...

    Existem três níveis de linguagem:

    Primeiro, o nível sintático: significa clareza, precisão, exatidão, uso correto da língua (cf. 1 Cor 14, 9ss; 1 Cor 14, 19). A exigência por clareza é ainda mais imperiosa na pregação do que na conversação, porque na Igreja ninguém pode fazer perguntas durante a homilia. Outra coisa é uma palestra em uma sala de aula ou auditório, onde o pregador dá oportunidade para perguntas. Os ouvintes geralmente dão a entender com certas reações se entenderam. Se a reação não aparece, é necessário repetir e dar voltas e mais voltas até que apareça, mas é preciso passar imediatamente para outro tema, o que será evidentemente impossível para aqueles que recitam um sermão literalmente preparado e aprendido de memória. O fim de toda pregação é sempre abrir o sentido, embora para isso só se tenha disponível uma chave de madeira; se é de ouro, muito melhor, desde que entre na fechadura (cf. Santo Agostinho, De doctrina christiana 10, 25-11, 36). Para isso ajudam esses conselhos:

    - A construção da frase: frases curtas, porque o ouvido humano só consegue captar frases de um determinado comprimento.

    - A voz ativa: em vez da voz passiva. Assim, o ouvinte poderá identificar-se com essa voz.

    - Palavras concretas: suprimir as palavras abstratas e substituí-las por palavras concretas. Em vez de falar de solidariedade (palavra abstrata), falar desse rei solidário, dessa pessoa solidária (alguém específico).

    - Os adjetivos: não abusar deles, porque não é redação estilística nem literária.

    Segundo, o nível semântico: se a linguagem foi feita para o homem e não o homem para a linguagem, então deve-se evitar na pregação termos que sejam úteis na teologia, mas que os ouvintes não entendem. A linguagem da pregação requer a linguagem da vida cotidiana para que as palavras teológicas sejam uma ajuda para ela. Jesus utilizou na sua pregação imagens e comparações tomadas do mundo que lhe rodeava para que os ouvintes pudessem entender a mensagem divina.

    Finalmente, o nível pragmático: a linguagem da pregação deve conduzir à posições de vida, à vida prática. Ou seja, toda pregação deve ajudar à mudança da vida ou a melhorá-la. É muito importante que cada reflexão que façamos tenha aplicações para a vida do ouvinte.

    Para ler o artigo anterior clique aqui

    Caso queira se comunicar com o Padre Antonio Rivero pode fazê-lo por este e-mail:arivero@legionaries.org

    Tradução Thácio Siqueira


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    Igreja e Religião
    Messi sobre a visita ao papa: "Um dia inesquecível" 
    Itália e Argentina disputam amistoso em homenagem a Francisco

    Por Rocio Lancho García


    ROMA, 16 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - Depois do encontro com o papa na manhã da quarta-feira (14), Lionel Messi e Gianluigi Buffon, os capitães das seleções de futebol da Argentina e da Itália, participaram de uma coletiva no Vaticano em que compartilharam as suas impressões sobre a audiência com o papa.

    Os dois craques deram também o "clique inicial" na internet para receber as inscrições das duas primeiras escolas que farão parte de um projeto educacional implementado pela Pontifícia Academia das Ciências.

    Durante a entrevista, o goleiro italiano afirmou que "é um orgulho participar do evento de amanhã" [em referência ao jogo disputado hoje, quarta-feira, ndr] e que "este dia especial" permanecerá na sua mente e no seu coração para sempre. Sobre Francisco, Buffon declarou que é "um papa especial", um papa que "nos indica o caminho a seguir, que aquece o nosso coração".

    Messi concordou que "foi muito especial esta experiência" e que "o fato de o papa ser argentino tornou tudo mais especial ainda". "O futebol já me permitiu viajar pelo mundo inteiro, pelos lugares mais incríveis, mas hoje, de verdade, foi um dia especial, inesquecível", disse o atacante.

    Buffon acrescentou que foi um "encontro comovente" e que "ter a honra de participar de um encontro com este papa é gratificante e faz você sentir esse dia de uma forma especial". À pergunta de uma jornalista sobre o convite do santo padre a ser "amador", o goleiro italiano respondeu que ele tem razão e ressaltou a beleza de não se perder a paixão que aproxima a criança e o jovem do deporte.

    Prandelli, técnico da Itália, também destacou o privilégio de viver uma jornada tão especial e se disse comovido com o discurso do papa, que "parecia o de uma pessoa que quer ajudar os mais jovens", ressaltando as três palavras-chave da mensagem de Francisco: beleza, gratuidade e camaradagem, "palavras que são usadas também por nós, treinadores".

    O papa falou aos jogadores sobre a responsabilidade de ser modelos para tantas pessoas, em especial para os jovens. Messi acredita que esse modelo é aquele "que os pais nos ensinam quando somos pequenos", destacando características como o respeito pelos outros, a luta pelo que se quer sem prejudicar ninguém, o ato de não pensar só em si mesmo: "O respeito é fundamental para ser uma pessoa melhor". Buffon complementou que também é importante "manter inalterada a paixão e a vocação que aproxima a criança da disciplina", uma paixão que "não é filha do business".

    Um jornalista brincou sobre a possibilidade de a partida de hoje ser uma espécie de milagre do papa Francisco, uma espécie de profecia de uma final Itália-Argentina na próxima Copa do Mundo. Buffon respondeu que Francisco tem assuntos mais importantes nos quais "fazer milagres". 


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    Cardeal Ortega espera que dom Romero seja elevado aos altares 
    Possibilidade foi mencionada na homilia de encerramento do V Congresso Eucarí­stico Nacional de El Salvador

    Por Redacao


    ROMA, 14 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - O cardeal cubano Jaime Ortega, enviado especial do papa Francisco ao V Congresso Eucarístico Nacional em El Salvador, pediu que dom Óscar Arnulfo Romero seja elevado aos altares. Dom Romero, arcebispo de San Salvador, foi assassinado em 24 de março de 1980 enquanto celebrava a missa.

    O arcebispo de Havana abordou a possibilidade durante a homilia deste domingo, no complexo esportivo de Santa Tecla, perto da capital de El Salvador, em presença de milhares de fiéis. A missa do domingo encerrou o V Congresso Eucarístico Nacional, no centenário da arquidiocese de San Salvador e das dioceses de Santa Ana e San Miguel.

    De acordo com a agência de notícias Fides, estavam presentes na celebração também o arcebispo de Tegucigalpa, cardeal Óscar Rodríguez Maradiaga, os bispos locais e de outros países da América Central, além de dezenas de sacerdotes e seminaristas. "Milhares de fiéis manifestaram alegria e participação com um grande aplauso quando escutaram as palavras do cardeal Ortega sobre dom Romero".


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    Amistoso de futebol Argentina-Itália para homenagear o Papa 
    Francisco receberá as duas seleções amanhã

    Por Rocio Lancho García


    ROMA, 12 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - Nesta quarta-feira, dia 14 de agosto, o Estádio Olímpico de Roma testemunhará um jogo especial. A seleção nacional de futebol da Argentina e a italiana se enfrentarão em um amistoso para homenagear a Francisco, primeiro Papa Latino-americano e grande fã do futebol.

    E embora muitos especularam sobre a possibilidade da presença do Papa Francisco no estádio, e até mesmo que fosse ele a dar o pontapé inicial do jogo, o porta-voz do Vaticano confirmou que o santo padre não irá ao estádio. O que sim fará vai ser receber amanhã os times numa audiência privada na Sala Clementina do Palácio Apostólico.

    Cerca de 200 torcedores receberam com grande entusiasmo a seleção italiana no Hotel Parco dei Principi, lugar no qual vão compartilhar alojamento com os jogadores argentinos. Prandelli, Buffon Florenzi pararam para dar autógrafos e tirar algumas fotos. O capitão, Buffon, explicou a importância deste amistoso com a Argentina: "É um jogo especial. É tudo muito bonito, estão os igredientes justos para tentar fazer uma bella figura e tentar honrar o jogo da melhor forma. Um desafio no qual não se jogam os três pontos mas que tem outros aspectos muito importantes". Na tarde de hoje os jogadores italianos terão um primeiro treinamento no Campo n.10 do Acqua Acetosa e amanhã às 20h o treinamento no terreno do jogo no Estádio Olímpico.

    Por sua vez, o técnico da seleção Argentina, Alejandro Sabella, juntamente com os seus colaboradores e jogadores Maximiliano Rodríguez e Francisco Cerro, chegaram ontem na Cidade Eterna. Durante todo o dia está chegando o resto do time, entre eles Lionel Messi que está em Roma desde as 14h30. Os argentinos terão seu primeiro treino nesta tarde, no estádio que sediará o amistoso.

    O alemão Wolfgang Stark vai apitar o amistoso entre as duas seleções, que se preparam para os seus próximos compromissos eliminatórios rumo ao Mundial do Brasil 2014.

    Trad.TS


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    Comunicar a fé hoje
    A evangelização na Coreia: um caso sui generis 
    Há mais de dois séculos, o evangelho se espalhou pelo país sem a ajuda dos missionários

    Por Daniele Trenca


    ROMA, 16 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - Celebrou-se recentemente o 60º aniversário do fim da Guerra da Coreia. Um conflito às vezes esquecido, que eclodiu após a invasão da Coreia do Sul pelo Exército do Norte e que durou três anos. A Guerra Fria estava no início, o Oriente ainda estava abalado com as explosões das duas bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, e o espectro de uma nova e iminente guerra mundial pairava aterrorizante na consciência de todos.

    O processo de democratização daquela península da Ásia percorreu um longo caminho, e, no século XVIII, um papel decisivo foi desempenhado pela Igreja.

    A Coreia é o único caso no mundo de evangelização de um território começada por leigos, sem a ajuda dos missionários. Um caso único na história da Igreja universal, que confirma a necessidade do homem de encontrar um Sentido para a sua existência e de se relacionar com o Eterno.

    Jovens estudantes em busca de novas ideias capazes de orientar a mudança da sociedade coreana estudavam as literaturas ocidentais. Sua curiosidade foi se transformando, pouco a pouco, em fé. Lendo e relendo livros sobre a doutrina católica, eles se viram fascinados por este Deus que é Pai misericordioso.

    Na época, as delegações coreanas iam regularmente a Pequim para fazer os intercâmbios comerciais e culturais. Numa das viagens, os coreanos trouxeram para casa o livro do pe. Mateus Ricci, "A verdadeira doutrina de Deus". Foi assim que um leigo e grande pensador, Lee Byok, inspirado no texto do famoso missionário jesuíta, fundou no país a primeira comunidade cristã. Na década de 1780, ele pediu a um amigo, Lee Seung Hun, membro da delegação que partia para a China, que se batizasse e trouxesse à pátria livros e escritos religiosos para ajudá-los a se aprofundar na fé católica. Desde o início, como era de se prever, a Igreja coreana foi perseguida pelo governo, já que a religião de Estado era o confucionismo e não havia liberdade para a prática de outras religiões.

    Lee Byok liderava o grupo de estudantes nas pesquisas literárias. Ele desenvolveu o Gang-Hak-Hwe, reunião sobre ciência, e fez um compêndio em forma lírica do Antigo e do Novo Testamento, chamado "Resumo do Ensinamento da Igreja", além de compor o hino "Canto para o encontro com Deus". Sem conhecer o nosso calendário, eles sentiram a necessidade de fixar dias consagrados ao Senhor: o sétimo, o décimo quarto e o vigésimo primeiro do calendário lunar, nos quais se dedicavam à oração, à contemplação e ao jejum. Observavam os mandamentos e os preceitos da Igreja.

    Lee Byok foi perseguido e, depois de 15 dias de jejum, morreu aos 31 anos de idade: foi ele a primeira oferta feita a Deus pela Igreja coreana em uma sociedade não cristã. Era 1785. Apesar da perda do "fundador", a Igreja local ganhou ímpeto e força para proclamar a Verdade, submetendo-se ao bispo de Pequim quando soube da existência das estruturas eclesiásticas.

    Eles difundiram o evangelho em sua terra natal até meados de 1800, quando chegaram os missionários franceses que sacrificaram a vida para proclamar a Palavra de Deus, seguindo o exemplo de Cristo na cruz para redimir a humanidade.

    Após a divisão da Coreia entre Norte e Sul, em 1948, a situação religiosa também se fragmentou: dois terços da população total está no Sul, onde os católicos chegam hoje a 10%, ao passo que, no Norte, o regime é contrário à Igreja e a metade da população é oficialmente ateia. As religiões populares na Coreia são o budismo, o chondoísmo e o cristianismo, representado majoritariamente por igrejas evangélicas. Famosa em todo o mundo é a Igreja da Unificação, liderada pelo Reverendo Moon.

    A evangelização da Ásia é o grande desafio da Igreja de hoje. Existem bilhões de pessoas que nunca ouviram falar de Jesus Cristo naquele continente, em locais difíceis e muitas vezes inacessíveis, mas o exemplo coreano mostra que a fome de Deus é essencial para todos os homens. O caminho a trilhar será morro acima e repleto de tribulações, mas a história ensina que, após um período de grande perseguição, há sempre um tempo longo de graças e de santos. Foi assim após o cisma de Lutero e após o horror da Segunda Guerra Mundial.

    Sacerdotes, religiosas e famílias que estão em missão na Coreia têm uma certeza: a mão de homem nenhum jamais poderá competir ou destruir uma instituição criada pelo poder de Deus.


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    Homens e Mulheres de Fé
    O melhor em Chesterton é o sentido de alegria diante da vida 
    Entrevista a Diego Guilherme da Silva, editor do site Chesterton Brasil

    Por Thácio Lincon Soares de Siqueira


    BRASíLIA, 14 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - Dale Ahlquist , presidente do American Chesterton Society, anunciou nesse mês de agosto (1) que o bispo britânico Peter Jonh Haworth Doyle nomeu um clérigo para investigar a causa de beatificação do escrito Gilbert Keith Chesterton. A notícia pode ser lida nesse link.

    Quem é Chesterton?, quais os seus principais escritos?, como se aproximar das suas obras?, estas e outras foram as questões que levantamos em conversa com Diego Guilherme da Silva, editor do site Chesterton Brasil.

    Já "Foi realizado um evento em 2009 pela Sociedade Inglesa, dedicado a refletir sobre a possível santidade de Chesterton", revelou Diego a ZENIT e disse que também o Papa Francisco, enquanto Cardeal Bergoglio, foi membro da Sociedad Chestertonina Argentina.

    Diante da notícia da possível beatificação de Chesterton, ZENIT conversou com Diego Guilherme para trazer aos nossos leitores um pouco mais desse "autor extraordinário que tinha respostas certíssimas para os erros e dificuldades dos nossos tempos".

    Acompanhe a entrevista na íntegra.

    Sociedade Chesterton Brasil: http://sociedadechestertonbrasil.org/

    ***

    ZENIT: Fale-me um pouco sobre você, a sua vida e o seu interesse por Chesterton.

    Diego: Conheci Chesterton na universidade, por incrível que pareça. Estava cursando a Graduação em Biblioteconomia pela UFMG. Na época, eu participava do Núcleo Universitário de Estudos Católicos (NUEC) e tínhamos semanalmente encontros de estudos, leituras, filmes e lanches. Cada semana um amigo apresentava a vida e obra de um escritor católico/cristão ou que tivesse obra com valores. Certo dia, um amigo apresentou a vida e obra de Gilbert Keith Chesterton. Ele entregou alguns textos. Fiquei impressionado. Estava diante de um autor extraordinário que tinha respostas certíssimas para os erros e dificuldades dos nossos tempos. Depois que li o livro Ortodoxia tive uma convicção inquebrantável de que tinha que fazer algo para divulgar o pensamento de Chesterton aqui no Brasil.

    ZENIT: O que é a Sociedade Chesterton Brasil? 

    Diego: A Sociedade Chesterton Brasil é uma iniciativa que surgiu no final de 2010 com um blog chamado Chesterton Brasil. O objetivo era reunir tudo o que tinha sobre Chesterton em língua portuguesa. Fiz o levantamento de pessoas que tinham interesse na obra dele. Conheci pela internet o Agnon Fabiano, de Fortaleza, e começamos um trabalho muito bom para divulgar Chesterton. Criamos um perfil no Facebook, Twitter e Youtube. Diante do interesse de milhares de pessoas, resolvemos, no final de 2012, lançar o nosso novo site e a Sociedade Chesterton Brasil. Como não temos dedicação exclusiva ao projeto, dedicamos nossos tempos livres. Nestes poucos anos a Sociedade já conquistou muitas coisas. Já ultrapassamos mais de 5.000 mil amigos no Facebook. Realizamos dois eventos para divulgação da obra de Chesterton, um em Fortaleza e outro de lançamento do livro Tremendas Trivialidades (Ecclesiae, 2012), em Florianópolis, e colaboramos com o DSI talks, realizado no Mosteiro de São Bento, em julho deste ano. Criamos uma versão aqui no Brasil da camiseta CHEsterton, que faz uma paródia com as camisetas do CHE Guevarra. O que nos deixa mais feliz é o excelente contato que temos mantido com pessoas e instituições interessadas em divulgar a obra de Chesterton. Temos um excelente contato com a editora Ecclesiae que tem publicado obras inéditas de Chesterton, com a Editora Oratório, com o a agência Aci Digital e com sociedades chestertonianas do mundo todo. Inclusive, estamos colaborando com a edição da próxima revista Chesterton Review, edição em português, da G. K. Chesterton Institute for Faith & Culture. E agora, com o Zenit que nos oferece este espaço.

    ZENIT: Como as ideias de Chesterton podem ajudar os homens de hoje, especialmente o brasileiro? 

    Diego: Como chestertoniano posso dizer, e os chestertonianos não me deixarão mentir, que Chesterton pode ajudar em tudo os brasileiros. Um Chestertoniano de verdade, e comprovei em conversas com pessoas do Brasil e de outros países, utilizam várias situações do seu dia e aplicam as frases e pensamentos de Chesterton. O melhor em Chesterton é o sentido de alegria diante da vida. Sua perspectiva de que há um véu, que são nossa rotina, desesperança e pecados, que cobrem nossa visão diante da beleza da vida, da criação, nos faz acordar para retirar este véu e ver a beleza da criação. Outra coisa muito marcante em Chesterton que falta nos Brasileiros é a honestidade consigo mesmo. Vivemos muitas vezes num autoengano, não temos a humildade suficiente para dar voz ao coração, à consciência e nos deixar conduzir pela e para a Verdade. Chesterton viveu anos difíceis em sua juventude. Acredito que muitos, se não todos, dos leitores de Chesterton se reconhecem em muitos aspectos da vida dele. Queremos algo, queremos uma vida com sentido que nos torne felizes. Chesterton tem um conto - tem uma tradução em português no site chamada "O caminho para se ir de um lugar ao mesmo lugar..." - muito bonito em que relata um homem que insatisfeito com sua vida, resolve buscar seu verdadeiro lar. Ele anda pelo mundo todo à procura. Depois de muito buscar, ele encontra uma casinha branca no campo. Ao chegar ele descobre que era seu velho e acolhedor lar. Como ele mesmo escreve no conto: "Todo lugar na terra é o começo ou o fim, segundo o coração do homem". Chesterton encontrou conforto e respostas na Igreja Católica. Isto é algo que ninguém pode contestar, pois ele passou sua vida em busca dela e em defesa dela.

    ZENIT: Qual a principal ideia de Chesterton para você? 

    Diego: É difícil dizer, pois, apesar de estar à frente deste projeto, isso não significa que eu seja especialista em Chesterton. Comparado com o universo das obras dele temos poucas obras traduzidas para o português. Se os amigos Chestertonianos me permitirem, eu acredito que Chesterton tem em sua vida a mistura de um São Francisco na simplicidade de ver a vida e a beleza nas coisas simples e a sabedoria de Santo Tomás de Aquino em aguçar aprofundadamente nos erros e ver seus impactos e perigos e encontrar respostas irrefutáveis. Muitas das tragédias que temos visto que hoje acontecerem foram antecipadas por Chesterton que percebia em um pequeno erro de seu tempo poderia se transformar em um monstro em nossos tempos. Seu profundo amor à Família, acredito, é uma ideia que poderíamos dizer, principal nele. Seu modelo de Família era a Sagrada Família. Seu modelo de homem era o homem comum de senso comum. Sua vida foi em defesa da família, do lar, do maravilhoso universo de uma propriedade privada onde, como ele nos diz, é "um território circunscrito em que ele [o homem] é rei".

    ZENIT: Para quem queira aproximar-se do pensamento de Chesterton, qual seria uma boa ordem de leitura? 

    Diego: Comecei através do Livro Ortodoxia, depois o Homem Eterno e ganhei de um amigo o livro Santo Tomás de Aquino, que, diga-se de passagem, leio uma vez por ano. Não dá para fazermos uma linha cronológica de acordo com a publicação original de cada obra dele. Hereges foi escrito antes de Ortodoxia, por exemplo, e que somente saiu porque H.G. Wells desafiou ele a expor sua doutrina, já que os erros ele havia apresentado em Hereges. Tem também os excelentes contos do Padre Brown, que são contos detetivescos divertidíssimos e inteligentes. O livro O Homem Eterno é um pouco mais denso e difícil. Este livro influenciou o reencontro de C.S. Lewis com o Cristianismo. Foi lançado pela Ecclesiae O Que Há de Errado com O Mundo (2013), Autobiografia de Chesterton (2012), Tremendas Trivialidades (2012), Todos Caminhos Levam a Roma (2012), publicado pela Editora Oratório. Sugestão: comprem todos em nossa livraria virtual Chestertonlivros.com.br e comecem a ler, já!

    ZENIT: Como a Sociedade Chesterton recebeu a notícia da abertura da investigação para o processo de canonização de Chesterton?

    Diego: Temos acompanhado bem próximos estas notícias. Sabíamos que este desejo é antigo. O Papa Pio XI enviou um telegrama quando ele morreu colocando o título de "Defensor Fidei" para ele. Este, e outros fatos dizem muito.

    Foi realizado um evento realizado em 2009 pela Sociedade Inglesa, dedicado a refletir sobre a possível santidade de Chesterton. Há um interesse muito grande no intuito de que seja realizado, pela Igreja Católica, um estudo da vida e obra dele. 

    Um fator que pode colocar Chesterton um pouco mais em evidência é o fato de o Papa Francisco, enquanto Cardeal Bergoglio, ter sido membro da Sociedad Chestertonina Argentina. Levamos um banner para divulgar Chesterton e encontrar Chestertonianos amigos na Jornada Mundial da Juventude. Colocamos o banner próximo às grades para quando o Papa Francisco passasse pelas ruas de Copacabana ele pudesse ver. Percebi que ele viu. Em nosso site temos a oração pela beatificação de Chesterton. Rezemos para que, se for da vontade de Deus, tenhamos a beatificação e canonização dele. 


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    Familia e Vida
    Semana Nacional da Família 
    Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, reflete sobre a Transmissão e Educação da Fé Cristã na Família

    Por Dom Orani Tempesta, O.Cist.


    RIO DE JANEIRO, 16 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - A Igreja Católica no Brasil celebra a sua Semana Nacional da Família, iniciativa feliz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, animada pela Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família. A cada ano, a Semana da Família começa com a comemoração do Dia dos Pais, no segundo domingo de agosto, estendendo-se por toda a semana, quando somos convidados a refletir sobre um tema. Desta vez foi proposto: "Transmissão e Educação da Fé Cristã na Família".

    O Papa Francisco, em sua especial mensagem para esta semana, relembrando a sua visita pastoral à nossa amada cidade do Rio de Janeiro, em virtude da 28ª Jornada Mundial da Juventude, assinala que: "Guardando vivas no coração as alegrias que me foram proporcionadas durante a recente visita ao Brasil, me sinto feliz em saudá-los por ocasião da Semana Nacional da Família, cujo tema é "A transmissão e a educação da fé cristã na família", encorajando os pais nessa nobre e exigente missão que possuem de ser os primeiros colaboradores de Deus na orientação fundamental da existência e a segurança de um bom futuro. Para isso, "é importante que os pais cultivem as práticas comuns de fé na família, que acompanhem o amadurecimento de fé dos filhos" (Carta Enc. Lúmem Fidei, 53)".

    O Sumo Pontífice também reafirmou o compromisso da defesa da vida desde a concepção, ao afirmar em sua mensagem pontifícia que: "De modo particular, diante da cultura do descartável, que relativiza o valor da vida humana, os pais são chamados a transmitir aos seus filhos a consciência de que esta deva sempre ser defendida, já desde o ventre materno, reconhecendo ali um dom de Deus e garantia do futuro da humanidade, mas também na atenção aos mais velhos, especialmente aos avós, que são a memória viva de um povo e transmissores da sabedoria da vida".

    O Papa Emérito Bento XVI, falando à Diocese de Roma, disse sobre os pais e filhos, oportunamente que: "Também na procriação dos filhos o matrimônio reflete seu modelo divino, o amor de Deus pelo homem. No homem e na mulher, a paternidade e a maternidade, como sucede com o corpo e com o amor, não se circunscrevem ao aspecto biológico: a vida só se dá totalmente quando com o nascimento se oferecem também o amor e o sentido que fazem possível dizer "sim" a esta vida. Precisamente por isso, fica claro até que ponto é contrário ao amor humano, à vocação profunda do homem e da mulher, o fechar sistematicamente a própria união ao dom da vida e, ainda mais, suprimir ou manipular a vida que nasce".

    A família cristã, Igreja doméstica, participa da importante missão de transmissão e educação da fé aos seus filhos e netos. A família tem como primeiros e principais destinatários desse anúncio missionário os seus filhos e familiares. Tivemos muitos exemplos de santos casais que transmitiram a fé aos filhos e filhas que, por sua vez, também se santificaram. O principal apostolado missionário dos pais deve realizar-se em sua própria família, pois seria uma desordem e um contratestemunho pretender evangelizar a outros, descuidando da evangelização dos nossos familiares. Os pais transmitem a fé aos seus filhos com o testemunho de sua vida cristã e com sua palavra. O núcleo central dessa educação na fé é o anúncio gozoso e vibrante de Cristo, morto e ressuscitado por nossos pecados. Em íntima conexão com este núcleo se encontram as outras verdades contidas no Credo dos Apóstolos, nos Sacramentos e nos Mandamentos do decálogo. As virtudes humanas e cristãs fazem parte da educação integral da fé.

    A família tem hoje a inevitável tarefa de transmitir aos seus filhos a verdade sobre o homem. Em nossos dias é de capital importância conhecer e compreender a primeira página do Gênesis: existe um Deus pessoal e bom, que criou o homem e a mulher com igual dignidade, mas diferentes e complementares entre si, e deu-lhes a missão de gerar filhos mediante a união indissolúvel de ambos em "una caro", ou seja, uma só carne (matrimônio). Os textos bíblicos narram a criação do homem, evidenciando que o casal homem-mulher é – segundo o desígnio de Deus – a primeira expressão da comunhão de pessoas, pois Eva é criada semelhante a Adão como aquela que, em sua alteridade, o completa (cf. Gn 2, 18) para formar com ele uma só carne (cf. Gn 2, 24). Ao mesmo tempo, ambos têm a missão procriadora que os faz colaboradores do Criador (cf. Gn 1, 28). Esta verdade sobre o homem e sobre o matrimônio tem sido conhecida também pela reta razão humana.

    A família é a melhor escola para criar duradouras relações comunitárias e fraternas, frente às atuais tendências individualistas. Por isso, o amor – que é a alma da família em todas as suas dimensões – só é possível se houver entrega sincera de si mesmo aos outros. Amar significa dar e receber o que não se pode comprar nem vender, mas só presentear livre e reciprocamente. Graças ao amor, cada membro da família é reconhecido, aceito e respeitado em sua dignidade. Do amor nascem relações vividas como entrega gratuita, e surgem relações desinteressadas e de solidariedade profunda. Como a experiência o demonstra, a família constrói a cada dia uma rede de relações interpessoais e prepara para viver em sociedade em um clima de respeito, justiça e verdadeiro diálogo. A família ajuda a descobrir o valor social dos bens que se possuem. Uma mesa, na qual todos compartilham os mesmos alimentos, adaptados à saúde e à idade dos membros, é um exemplo simples, mas muito eficaz, para se descobrir o sentido social dos bens criados. A criança vai incorporando, assim, critérios e atitudes que a ajudarão mais adiante nessa outra família mais ampla, que é a sociedade.

    A família tem um papel fundamental a desempenhar, já que é a unidade básica da sociedade e da Igreja. Nesse momento de mudança de época, urge uma atenção especial que tem de ser dada no presente momento aos bens religiosos, morais e sociais de fidelidade, igualdade e respeito mútuo entre marido e esposa, na defesa da família e na transmissão da fé.

    Que nossas famílias transmitam os verdadeiros valores do Evangelho de Jesus e vivam a permanente vivência da Palavra de Deus pelos sacramentos e pelas ações sacramentais. Abençoa, Senhor, as nossas famílias!

    † Orani João Tempesta, O. Cist. 

    Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ


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    Se nos amamos e vamos nos casar, por que não podemos ter relações? 
    "A relação sexual dentro do matrimônio defende a integridade do amor: seja a dos cônjuges entre si, seja o amor deles para com o fruto natural do matrimônio: o filho"

    Por Pe. Anderson Alves


    ROMA, 12 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - Essa é uma pergunta que alguns namorados cristãos comprometidos se fazem. Se eles sentem um amor real, por que não podem expressá-lo num gesto de intimidade que poderia ajudar a crescer o afeto entre os dois? Se a união corporal será comum dentro de pouco tempo, por que não iniciá-la quando o amor parece já ser maduro? Certamente, a maioria dos cristãos aceita que uma relação realizada por pessoas que mal se conhecem é irresponsável e pecaminosa. Mas não seria exagerado dizer o mesmo do ato realizado por namorados sinceros, fiéis e que estão (quase) decididos a se casar?

    Para responder a essa questão é preciso lembrar que a Igreja não tem autoridade para mudar o que Deus revelou. A Palavra de Deus é sempre viva e eficaz, é uma luz que guia nossos passos. E ela ensina: "O corpo não é para a fornicação, e sim para o Senhor, e o Senhor é para o corpo"; "Fugi da fornicação. Qualquer outro pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o impuro peca contra o seu próprio corpo"[1]. Esses textos expressam o valor altíssimo do corpo humano, que é templo do Espírito Santo, e não algo que possa ser usado ou abusado. E a fornicação (ato sexual fora do casamento) é um ato pecaminoso, porque reduz o valor do corpo humano ao de uma coisa, a algo utilizável. As relações sexuais não são meros atos físicos, mas devem ser expressão de algo mais profundo: a doação total e incondicional de uma pessoa a outra. E essa doação é real e se concretiza com o pacto matrimonial. Por isso, o ato sexual é bom quando busca o bem do casal e está aberto à transmissão da vida[2]. Esses são os dois fins do matrimônio.

    Mas como aceitar isso nos nossos dias? Há algum motivo racional que poderia convencer-nos da verdade desses ensinamentos? Cremos que há vários motivos. Apresentamos agora alguns.

    1. A relação sexual dentro do matrimônio defende especialmente a mulher e o possível fruto dessa relação: o filho. Se a geração de um filho se dá antes do matrimônio, o que geralmente ocorre? Esse novo ser passa a ser visto mais como um problema do que como um dom. Pois a concepção de um filho não obriga ao homem (o pai) a se casar. Se o pai é reto e tem um sentido apurado de justiça, manterá suas obrigações financeiras para com esse filho e para com a mulher. Mas isso não basta para a criança. Cada filho tem o direito de nascer dentro de um matrimônio sólido, no qual os pais busquem a felicidade juntos. Dentro do matrimônio, o filho é seu fruto natural, está protegido social e juridicamente e é naturalmente visto como um dom, e não como um fruto indesejável;

    2. Em geral, quem vive a castidade no namoro terá menos dificuldades de viver a fidelidade ao matrimônio. Hoje em dia, o "permissivismo" moral é grande. A "educação sexual" transmitida pelos meios de comunicação e, às vezes, pelas escolas, diz somente: "faça o que você quiser, desde que seja com preservativos e escondido dos seus pais". Para vencer nesse ambiente hostil e irresponsável é necessária uma verdadeira educação à castidade, que é a proteção do amor autêntico. E o período de namoro serve para isso: para que o casal cresça no conhecimento mútuo, elabore projetos comuns e adquira virtudes indispensáveis para a vida matrimonial. Se o casal vive bem esse período, sem chegar a ter intimidades próprias da vida matrimonial, passará por uma verdadeira escola de castidade e de fidelidade. Constatamos que pecar contra a castidade antes do matrimônio é tão fácil quanto pecar contra a fidelidade dentro dele. Assim, estará mais preparado para viver a fidelidade quem se preparou bem antes, vivendo a castidade no namoro;

    3. O amor matrimonial não se reduz a um exercício físico, mas é a comunhão total de vida. Certa vez, disse Chesterton: «Em tudo que vale a pena, até em cada prazer, há um ponto de dor ou tédio que deve ser preservado, para que o prazer possa reviver e durar. A alegria da batalha vem depois do primeiro medo da morte; a alegria em ler Virgílio vem depois do tédio de aprendê-lo; o brilho no banhista vem depois do choque gelado do banho do mar; e o sucesso do casamento vem depois da decepção com a lua-de-mel»[3]. O que diz esse autor, que foi um homem bem casado por muitos anos, é uma verdade comprovável. O prazer do ato sexual certamente existe, mas não é tudo na vida matrimonial. O ato sexual é, como todo ato humano, sempre ambíguo, pois ao mesmo tempo em que realiza quem o faz, causa certa frustração, porque o coração humano é feito para o infinito e não se contenta com atos singulares. Todo jovem deve reconhecer isso, que faz parte de todo processo de maturação, e o ideal é que isso ocorra dentro do matrimônio. Só quem supera a "decepção" inicial pode ser feliz no matrimônio, pois a felicidade vem de Deus, do amor fiel e responsável renovado diariamente em atos de doação mútua. O amor não é o mesmo que o prazer, mas é uma entrega voluntária e fiel, que supera todas as dificuldades.

    4. Boa parte dos casais que fazem planos sérios de casamento acabam por se separar antes que isso se realize. Nem o namoro e nem o noivado dão ao casal o mesmo nível de comprometimento um com o outro que só dá o matrimônio. Por isso, quem tem relações sexuais antes do casamento corre o sério risco de se entregar a alguém com quem, ao fim, não se unirá sacramentalmente. E tal pecado sempre marca profundamente a alma e traz sérias consequências (principalmente afetivas), ainda que seja plenamente perdoado por Deus após uma boa Confissão.

    Nos tempos atuais as pessoas "usam" o sexo como se fosse um jogo. E o que ocorre? Cada vez menos pessoas adquirem a capacidade de fazer escolhas definitivas, cada vez menos pessoas se casam. O ato matrimonial, ao qual Deus quis unir um prazer sensível, deve produzir um prazer superior, de natureza espiritual: a alegria de saber que se está cumprindo a vontade de Deus. E o ato de gerar um filho é algo de milagroso, no qual se dá a união das partes materiais provenientes dos pais e a criação de uma nova alma humana, diretamente por Deus. O prazer que os pais têm ao saber que estão colaborando com Deus é algo único.

    A resposta à pergunta diz, portanto, que o amor não é somente um sentimento vago, nem mesmo se reduz ao prazer. Mas é algo bem prático e exigente, que implica a vontade concreta de colaborar com os planos de Deus, que concebeu o ato matrimonial como a expressão perfeita de uma doação integral de duas pessoas, um homem e uma mulher, colaborando assim com a mesma obra criadora de Deus.

    [1] I Cor. 6,13 e 18; cfr.: Tob. 4,13; At, 21,25; Ef. 5,3.

    [2] Cfr. Catecismo da Igreja Católica, § 2361-2363.

    [3] Chesterton, O que há de errado no mundo, EditoraEcclesiae,Campinas2012.


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    Mundo
    Presidente da Bolívia anuncia que o papa o receberá em audiência 
    Evo Morales pediu ser recebido depois de ouvir Francisco na JMJ do Rio. Relações com a Igreja local têm sido difíceis

    Por Sergio Mora


    ROMA, 16 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - O presidente boliviano Evo Morales anunciou que no dia 6 de setembro será recebido em audiência no Vaticano pelo papa Francisco e que "aproveitará para compartilhar as suas mensagens e aprender sobre a Teologia da Libertação", além de convidá-lo a visitar a Bolívia. As informações são da agência oficial boliviana de notícias ABI, em nota publicada neste 14 de agosto.

    A Conferência Episcopal da Bolívia confirmou a notícia, mas ressaltou que se trata de uma visita de estado "habitual", como as que o papa já recebeu de diversos presidentes.

    Morales, eleito em 2005 e reeleito em 2009 com 65% dos votos, tem mantido difíceis relações com a Igreja na Bolívia. Ele acusou a Igreja de apoiar a oposição política e de ser a responsável pelos furtos denunciados em seus próprios templos. O governo de Morales, além disso, promoveu em junho passado a criação de uma Igreja Católica Apostólica Renovada do Estado Plurinacional, e, em viagem a Roma em maio de 2010, entregou ao papa Bento XVI, depois da audiência, uma carta fora de protocolo em que lhe aconselhava abolir o celibato e estender o sacerdócio às mulheres.

    O anúncio da audiência foi feito pelo próprio Morales. "Quero antecipar a vocês que o chanceler David Choquehuanca me informou que o papa aceitou nos dar uma audiência no dia 6 de setembro. Vamos nos preparar para ir com uma boa delegação", afirmou o presidente nesta quarta-feira, depois de chegar ao palco oficial da apresentação folclórica em homenagem à Virgem de Urkupiña, em Quillacollo, Cochabamba, conforme as informações da agência ABI.

    O desejo de encontrar o papa, de acordo com o presidente boliviano, nasceu após escutar algumas reflexões que lhe chamaram a atenção durante a sua participação na Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro. A agência boliviana acrescenta que Morales "manifestou uma grata impressão com a mensagem de que não se é revolucionário se não se é cristão nos tempos de hoje".

    Em 15 de agosto, o presidente "participou de maneira ativa, com orações e cânticos, na cerimônia eucarística em honra da Virgem de Urkupiña, que advogou pela promoção dos valores humanos e cristãos no país", diz a agência. "Por sua vez, o bispo auxiliar de Cochabamba, dom Luis Sáenz, na homilia da solene cerimônia às portas do templo de San Ildefonso, declarou: 'Trabalhemos para que os valores como a verdade sejam mais importantes do que a mentira; que o valor do perdão seja uma resposta e nunca uma vingança'", prossegue a ABI, comunicando que, no final da procissão, Evo Morales "apertou a mão do bispo auxiliar e agradeceu pelas reflexões".


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    Egito: pelo menos 578 mortos e 4.200 feridos 
    Papa Francisco pede orações a Maria, Rainha da Paz

    Por Redacao


    ROMA, 16 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - Apesar de continuar muito tensa a situação no Egito, começa a perceber-se uma relativa calma no país árabe. As autoridades decretaram estado de emergência que deverá durar um mês, com toque de recolher durante a noite.

    Os distúrbios começaram na quarta-feira, quando as forças de segurança desmontaram os principais acampamentos de manifestantes simpáticos a Mursi no Cairo, o que provocou fortes enfrentamentos entre polícia e manifestantes islamistas. O choque se estendeu a outras cidades do país.

    A comunidade internacional fez um apelo unânime à contenção a todos os protagonistas do conflito interno. A instituição sunita de Al Azhar, com sede no Cairo, pediu diálogo e reforçou que "o uso da violência nunca será uma alternativa às soluções políticas".

    O balanço dos enfrentamentos de quarta-feira entre as forças de segurança egípcias e os seguidores do ex-presidente Mohamed Mursi é trágico: pelo menos 578 mortos e 4.200 feridos, de acordo com o Ministério egípcio da Saúde. Desse total, 202 morreram no Cairo, na praça Rabea al Adauiya, que foi destruída. O Ministério do Interior informa que 534 pessoas foram detidas.

    O padre Paul Annis, superior da Congregação dos Missionários Combonianos no Cairo, se pronunciou na quarta-feira, 14, sobre as três igrejas que foram incendiadas em Sohag, Minya e Suez, e declarou à agência de notícias MISNA: "Os católicos também, assim como os coptas e os protestantes, preferiram fechar hoje as igrejas e os lugares de culto, para evitar incidentes. Amanhã, se a situação permitir, vamos voltar a abri-las para celebrar a Assunção de Maria ao céu. Mas a noite vai ser longa. A situação saiu de controle depois da notícia da detenção de alguns líderes da Irmandade". Annis se refere à prisão de Mohamed el Beltagui, ex-secretário geral e um dos representantes máximos do movimento religioso.

    O missionário observou que, enquanto a polícia e os manifestantes continuam em confronto nas ruas, os cristãos (minoria que representa 10% de uma população de 80 milhões de egípcios) "acompanham com preocupação a evolução dos acontecimentos".

    Os coptas temem vingança, porque o patriarca Tawadros II se alinhou com os militares que protagonizaram a destituição de Mohamed Mursi, no dia 3 de julho.

    O papa Francisco fez ao mundo um pedido de orações em favor do Egito, invocando a intercessão de Maria, Rainha da Paz. 


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    Mensagem aos leitores
    Boa festa da Assunção de Nossa Senhora 
    Mensagem aos leitores de ZENIT

    Por Redacao


    ROMA, 14 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - Caríssimos leitores

    Caríssimas leitoras

    Na esperança de que Maria continue a escutar-nos, transformando as nossas dificuldades em graças, toda a família de ZENIT deseja a cada um (a) de vocês, às vossas famílias e aos vossos seres queridos, uma Boa Festa da Assunção de Nossa Senhora ao céu. Bom começo de férias para os leitores europeus.

    No dia de amanhã ZENIT não será publicado.

    As publicações serão retomadas no dia 16 de Agosto.


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    Immaculata mea

    In sobole Evam ad Mariam Virginem Matrem elegit Deus Filium suum. Gratia plena, optimi est a primo instanti suae conceptionis, redemptionis, ab omni originalis culpae labe praeservata ab omni peccato personali toto vita manebat.


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    'A Lógica da Criação'


    Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim




    “Se não fosse a Santa Comunhão, eu estaria caindo continuamente. A única coisa que me sustenta é a Santa Comunhão. Dela tiro forças, nela está o meu vigor. Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração.”



    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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    A Paixão de Cristo