OBEDIÊNCIA DA FÉ E O POVO DE DEUS
A Liturgia da Palavra de hoje – 9 de Abril – A, evoca as relações de Jesus e de Abraão, para nos convidar a aceitar e a viver a nossa Obediência da Fé como Povo de Deus.
Diz o Catecismo da Igreja Católica :
143 . – Pela fé, o homem submete completamente a Deus a inteligência e a vontade; co todo o seu ser, o homem dá assentimento a Deus que revela. A Sagrada Escritura chama "obediência da fé" a esta resposta do homem a Deus que revela.
144 . - Obedecer ("ob-audire") na fé é submeter-se livremente à palavra escutada, por a sua verdade ser garantida por Deus que revela. Desta obediência, o modelo que a Sagrada Escritura nos propõe é Abraão. A sua realização mais perfeita é a da Virgem Maria.
E pela Sagrada Escritura nós sabemos :
- "Pela fé, Abraão obedeceu ao chamamento de Deus, e partiu para um lugar que viria a receber como herança: partiu sem saber para onde ia".(Heb.11/8).
- "Foi pela fé que se estabeleceu na terra prometida, como numa terra estrangeira, habitando em tendas...". (Heb. 11/9).
- "Pela fé, também Sara, apesar da sua avançada idade, recebeu a virtude de conceber porque acreditou na fidelidade d'Aquele que lho tinha prometido". (Heb. 11/11).
- "Foi pela fé que Abraão, quando foi posto à prova, ofereceu Isaac. E ofereceu o seu único filho...". (He. 11/17). (cf. CIC 145).
A Virgem Maria realiza, do modo mais perfeito, a "obediência da fé", como diz o Catecismo da Igreja Católica :
494 . - Ao anúncio de que dará à luz "o Filho do Altíssimo", sem conhecer homem, pela virtude do Espírito Santo, Maria respondeu pela "obediência da fé"(Rom.l/5), certa de que "a Deus nada é impossível" : "Eis a serva do Senhor, faça-se em Mim segundo a tua palavra" (Lc.1/37-38). (CIC494).
S. Paulo fala da "obediência da fé" como a primeira obrigação :
- "Jesus Cristo, Nosso Senhor, pelo Qual recebemos a graça e o apostolado, a fim de implantar, em honra do Seu nome, a obediência à fé no meio de todos os gentios, entre os quais também vós estais chamados a ser de Cristo Jesus". (Rom. 1/4-6). (cf.CIC 2087).
ABRAÃO E O POVO DE DEUS !
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"Por causa de ti Abraão, se hão-de considerar abençoadas todas as geraçãos da Terra" (Gn,12,3).
Na singularidade de Jesus de Nazaré que o Pai do Céu declara ser o seu Eleito, amado como Filho, e ungido com a plenitude do Espírito Santo, somos todos nós que estamos envolvidos.
O Eleito é único, mas a sua eleição abraça-nos a todos ; por isso, no seu itinerário, durante toda a sua vida pública, tudo o que se passa com Jesus tem a ver connosco.
Jesus pode comunicar-nos o mesmo Espírito que o habitava a Ele em plenitude e que agora se reparte por uma multidão de irmãos tornando-nos deste modo, o novo Povo de Deus
Esta passagem inolvidável de um para uma multidão, marca toda a história do Povo de Deus que começa com a eleição dum Patriarca – Abraão - para atingir uma geração tão numerosa como as areias da praia ou como as estrelas do céu.
Israel, o Povo Eleito, nem sempre entendeu o alcance universal da sua vocação, recebida dos Patriarcas para a comunicar no futuro, a cada elemento do seu povo.
A mesma tentação do particularismo continua a habitar o coração do novo Povo de Deus, que é a Igreja, sempre que ela se torna sectária, elitista, ou individualista.
Ninguém tem o exclusivo do amor de Deus e Jesus é o único sobre o qual podemos edificar confiadamente a nossa própria existência e encontrar com segurança um sentido novo para a nossa vida.
Quaresma significa penitência.
Penitência leva à transfiguração.
Transfiguração interior Significa uma Vida Nova !
É este o convite que Jesus nos tem vindo a fazer através da Liturgia da Palavra durante todo este tempo da Quaresma, para uma Nova Vida com a celebração da Páscoa.
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