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    sexta-feira, 9 de março de 2012

    O que se sente quando se prega ao Papa

    L'OSSERVATORE ROMANO

    Entrevistas

    Cidade do Vaticano, 9 de Março de 2012.
    Frei Cantalamessa falou sobre as meditações quaresmais para a Cúria romana

    O que se sente
    quando se prega ao Papa

    Foi o bolonhês Próspero Lambertini – Papa de 1740 a 1758 com o nome de Bento XIV – quem, em 1743, reservou o encargo de pregador da Casa Pontifícia à ordem dos frades menores capuchinhos. E também na sexta-feira 9 de Março, quando no Vaticano iniciarão as pregações para a Quaresma deste ano, quem falará diante de Bento XVI sobre os quatro doutores da Igreja oriental será um sacerdote com o hábito franciscano: é frei Raniero Cantalamessa, que desempenha esta tarefa desde 1980.

    São Gregório de Nissa representado num ícone oriental Era o início do longo pontificado de João Paulo II. E hoje na cátedra de Pedro está Joseph Ratzinger. Trinta e dois anos são muitos: como encontra temas de reflexão sempre novos e originais cada ano?

    Não é muito difícil porque a Palavra de Deus é inesgotável. Além disso são Gregório Magno afirmava Scriptura cum legente crescit, isto é, que ela cresce juntamente com quem a lê, pois o Evangelho é vivo cada vez que o abrimos e procuramos pô-lo em prática. Outro elemento que devemos considerar são os desafios e as graças de um determinado momento: no Ano paulino concentrei-me sobre o apóstolo das Nações, no do sacerdócio inspirei-me nos presbíteros, no ano passado, caracterizado pela instituição por parte de Bento XVI de um específico Pontifício Conselho, falei sobre a nova evangelização. Agora, temos o Ano da fé, com o seu convite a reler as Escrituras à luz das perguntas do homem contemporâneo. E depois, acima de tudo, obra do Espírito Santo, que me apraz comparar – mesmo se pode parecer irreverente – com a figura do ponto no teatro: está presente mas não se vê e sem ele não se poderia realizar a representação.

    Atanásio, Basílio, Gregório Nazianzeno e Gregório de Nissa: para a Quaresma de 2012 escolheu quatro padres da Igreja das origens. O que têm a dizer aos cristão de hoje?

    Antes de tudo, gostaria de realçar que esta é a primeira vez que me baseio explicitamente nestes padres. Talvez, me tenham acompanhado outras vezes nas pregações, mas agora desejei que estivessem em primeiro plano. Veio-me a ideia inspirada num trecho da carta aos Hebreus, no qual o autor diz: «Recordai-vos dos vossos chefes e imitai a sua fé» (13, 7). Isto sugeriu-me que na construção da Igreja os padres da antiguidade constituem a segunda camada, os que vieram imediatamente após os apóstolos. Durante as quatro pregações esclarecerei outros aspectos do seu ser mestres de fé, da sua capacidade de nos fazer redescobrir uma fé que deve ser vivida e não só acreditada. De facto, nas suas obras encontra-se uma linfa vital, graças à qual são capazes de nos transportar neste mistério fascinante que é o nosso ser cristãos, discípulos de Jesus Cristo. Também o Papa Wojtyła afirmou que os padres são uma estrutura estável da Igreja e desempenham uma função perene na Igreja de todos os séculos. Trata-se só de abrir o depósito da riqueza desta tradição.

    O senhor define cada um dos quatro padres um «gigante» a propósito de um determinado dogma. Qual deles poderia ser mais actual nestes tempos que o Papa definiu como «analfabetismo religioso»?

    É difícil indicar qual seja o mais moderno. Para eles utilizaria a categoria do essencial, que se refere àquilo que não passa de moda. Cada um desenvolveu um dos dogmas fundamentais para a nossa fé: Atanásio, a divindade de Cristo, Basílio, o Espírito Santo, Gregório Nazianzeno, a Trindade e Gregório de Nissa, o conhecimento de Deus.

    E dos quatro, qual lhe parece mais próximo à sensibilidade teológica de Joseph Ratzinger?

    Se devo mesmo dar uma resposta, diria que Gregório de Nissa corresponde mais às preocupações actuais de Bento XVI, porque a sua busca se refere aos caminhos do homem para chegar a Deus. Quando parece que o caminho tradicional já não seja eficaz, então há o sentido do mistério, o que na fenomenologia religiosa é definido «numinoso», o dado primário, irredutível a qualquer outro sentimento que surpreende o homem quando se encontra diante da revelação do sobrenatural. O «numinoso» manifesta-se em diferentes graus: desde o primário até o mais puro, que é a manifestação da santidade de Deus.

    Teme o confronto com a grande preparação de Bento XVI?

    Mas quer comparar um anão com um gigante!

      Gianluca Biccini
    9 de Março de 2012
    [palavras-chave: Teologia]
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    1.Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele.
    2.Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo:
    3.Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!
    4.Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!
    5.Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!
    6.Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!
    7.Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!
    8.Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!
    9.Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!
    10.Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus!
    11.Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.
    12.Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.

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    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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