08/03/2012
às 17:15Uma aula de civilização e tolerância com o judeu ortodoxo que defendeu a presença de crucifixos nas escolas Italianas; a causa perdia por 17 a zero; ele virou o tribunal para 15 a 2. Vejam por quê
Querem uma aula de tolerância e civilidade? Então leiam a entrevista que o advogado Josph Weiler, que defendeu o direito das escolas italianas de exibir o crucifixo, concedeu em setembro do ano passado ao jornal português "Público". Ele é judeu ortodoxo. A entrevista é longa, mas se trata de um dos mais brilhantes exercícios de tolerância que já li. Uma pena o doutor Wadih Damous, presidente da OAB-RJ, não ter sido contratado para o outro lado. Imaginem alguém que defendesse que até o patrimônio cultural fosse "limpado" da herança cristã. Antes da íntegra da entrevista, destaco alguns trechos em azul para despertar a curiosidade.
Sobre as leis francesas, que proíbem a exposição de qualquer símbolo religiosa:
"Sim… As crianças podem ir para a escola e usar uma t-shirt com uma fotografia de Che Guevara, podem ter escrito Love and Peace, podem ter um insulto a George Bush, qualquer posição política ou ecológica, podem levar o triângulo cor-de-rosa pelos direitos dos gays. A única coisa que não podem levar é a cruz, a estrela de David e o crescente."
Sobre liberdade religiosa
"Não podemos permitir que a liberdade de [ter ou não] religião ponha em causa a liberdade religiosa. Temos que descobrir a via média. E essa é dizer não, se alguém quiser forçar outro a beijar ou a genuflectir perante a cruz. Mas, se houver uma cruz na parede, direi aos meus filhos que vivemos num país cristão. Somos acolhidos, não somos discriminados. A Dinamarca tem uma cruz na bandeira, a Inglaterra e a Grécia igual. Vamos pedir que, por causa da liberdade religiosa, tirem a cruz das bandeiras? Absurdo!…"
Sobre a crisfofobia
"As pessoas falam de liberdade religiosa, mas, de facto, muitas vezes é cristofobia. Não é neutralidade, é antes porque não gostam do cristianismo e da Igreja. Sei por quê: a Igreja tem uma história complicada…"
A cruz e a tolerância
Na Grã-Bretanha, o chefe de Estado é o chefe da Igreja, há uma Igreja de Estado, o hino nacional é uma oração. Quem diria que o país não é tolerante? É o país de eleição para muitos muçulmanos emigrantes. O facto de haver uma identidade religiosa e uma prática de não-discriminação é um sinal de uma sociedade pluralista e tolerante.
De certa maneira, a Grã-Bretanha com a cruz é mais pluralista e tolerante do que a França, sem a cruz. Porque na Grã-Bretanha, apesar de afirmar a identidade religiosa do Estado, é não discriminatória em todos os aspectos da vida. Financia escolas anglicanas, mas também católicas, judias, muçulmanas e seculares. Os países laicos financiam escolas seculares, mas não escolas religiosas. Quem é mais tolerante e pluralista?
*
Leiam a íntegra da entrevista.
Judeu convicto, especialista em Direito Constitucional, Joseph Weiler defendeu perante o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos o direito de a Itália ter crucifixos nas paredes das escolas e o direito da França de não os ter. E diz que esse pluralismo europeu é que é bom. Ganhou por 15-2.
Tinha acabado cinco horas de aulas, pediu apenas um prato de batatas fritas, que foi petiscando enquanto conversava. Joseph Weiler, nascido em 1951, é um judeu convicto. O que não o impediu de defender a possibilidade de haver (ou não) crucifixos nas paredes das escolas. Virou a opinião do tribunal, dos anteriores 17 a favor de retirar os símbolos religiosos da parede, para uns claríssimos 15 contra. Apenas dois juízes mantiveram a decisão anterior. E adverte: nem a Itália nem a França são neutros em matéria religiosa. Mas ambos devem educar para o pluralismo.
Especialista em Direito Constitucional europeu, Weiler é professor da Católica Global School of Law, da Universidade Católica Portuguesa, e, por isso, vem a Portugal várias vezes por ano.
Tem publicado Uma Europa Cristã (ed. Princípia). E publicará, até final do ano, um livro sobre o processo que condenou Jesus à morte. Nele defende que "o sentido de justiça, na civilização ocidental, provém do julgamento de Jesus", explica ao Segundo Caderno de Público. O Papa disse, no seu último livro, que os judeus não foram responsáveis pela morte de Jesus. Weiler, judeu, irá dizer o contrário. E explicar por quê.
Público - [O sr.]Defendeu o crucifixo nas salas de aula italianas…
Jospeh Weiler - Tive uma vitória famosa, 15-2…
Defendeu essa posição como jurista ou como judeu e crente, em solidariedade com outra fé?
Depois da decisão, recebi centenas de e-mails. Muitos diziam "obrigado por defender o crucifixo". Muitos outros, vindos da comunidade judaica, perguntavam: "Como pode o filho de um rabi defender o crucifixo?" A todos, aos que me felicitavam ou que me condenavam, respondi o mesmo: "Não defendi o crucifixo. Defendi o direito da Itália a ser Itália e o direito de França, onde a cruz é proibida, a ser a França."
Ou seja, a possibilidade de leis diferentes…
Acredito no valor do pluralismo nas relações entre a Igreja e o Estado, que existe na Europa, onde temos vários modelos: o modelo francês, o britânico, o alemão, etc. Isso é parte da força da civilização europeia. A decisão da câmara, por 17 contra zero, dizendo que a Itália estava a violar a Convenção Europeia por ter uma cruz nas salas de aula, parecia-me tão drástica que forçaria todos a ser como França. Isso parecia-me completamente contra o pluralismo e tolerância que existe na Europa.
E escreveu o editorial no European Journal of International Law…
Sim. Dizendo que era uma decisão terrível. Como podia o tribunal decidir que a tradição na Grã-Bretanha, na Alemanha, em Malta, na Grécia ou na Dinamarca era contra os direitos humanos e a Convenção Europeia de Direitos Humanos? Perguntaram-me se queria ir ao tribunal. Concordei, com uma condição: seria pro bono, não queria que dissessem: "Olha o judeu, por dinheiro até é capaz de defender a cruz". [ri] Decidi fazê-lo, porque acreditava que era a atitude certa.
Não foi só a Itália a defender essa posição.
Oito estados intervieram, convidando-me. A Itália defendeu a própria posição. O facto de ser judeu é irrelevante. Sou constitucionalista praticante e tal parecia-me errado, no âmbito da Convenção Europeia de Direitos Humanos. Há duas coisas mais importantes, que me parecem erradas, no âmbito da Convenção e que me ajudaram a reagir: estou verdadeiramente cansado do argumento, repetido à exaustão, de que o Estado é neutro, em matéria religiosa, quando não permite o crucifixo na parede.
E não é assim?
Tentei convencer a câmara de que esse é um argumento errado. Se o Estado quer que a cruz esteja na parede, não é neutro. De certa maneira, é tomar uma posição sobre a importância do cristianismo na identidade do país. Ou seja, há algo na identidade do país que se quer valorizar com a cruz na parede e essa não é uma posição neutral.
Mas quando o Estado, como em França, proíbe a cruz, não está a ser neutro. Porque não há uma parede nua, vazia. Qualquer coisa pode ser colocada na parede: se amanhã houver uma maioria comunista, podem dizer que em todas as escolas tem que haver uma foice e um martelo.
Podem?
Sim, e não há nada na Constituição que o impeça: pode ter uma fotografia de Karl Marx na parede, pode ter um sinal de paz, uma posição ecológica… De facto, em todas as escolas primárias de França, está escrito: Liberté, egalité, fraternité - o slogan mobilizador da Revolução Francesa.
Eu gosto disso, mas não é neutral. Se for monárquico, não é neutro, seguramente. Qualquer símbolo é permitido nas paredes: Karl Marx e Groucho Marx; o sinal de paz, a foice e o martelo, o símbolo "nuclear não". Há apenas um que não é permitido: a cruz, um símbolo religioso. Como é que isso é neutro?
Nem a estrela de David nem o crescente islâmico…
Sim… As crianças podem ir para a escola e usar uma t-shirt com uma fotografia de Che Guevara, podem ter escrito Love and Peace, podem ter um insulto a George Bush, qualquer posição política ou ecológica, podem levar o triângulo cor-de-rosa pelos direitos dos gays. A única coisa que não podem levar é a cruz, a estrela de David e o crescente.
Nem podem vestir o chador…
Não… Isso não é ser neutro, é dar uma mensagem clara às crianças: tudo é permitido, excepto um símbolo religioso.
Na minha arguição, não disse que a França viola a Convenção Europeia por ter essa regra. Na tradição europeia, o Estado laico é uma opção respeitável. Mas não pretendam que seja neutro. Ele diz que tudo é permitido, excepto a cruz ou a estrela de David, e está a dar uma mensagem sobre religião.
No sistema italiano, apesar da cruz, há um dever educacional de respeitar os ateus e outras religiões. No sistema francês, onde se proíbe a cruz nas paredes mas se permite tudo o resto, há o dever de explicar aos estudantes que, apesar de se permitirem todos os símbolos excepto os religiosos, se deve ensinar o respeito pelos crentes. Nenhum dos sistemas é neutro. Em ambos está implícita uma espécie de preconceito. E em ambos é tarefa do sistema educativo contrabalançar as coisas para que a escola não ensine o preconceito mas a tolerância.
Esse era o seu primeiro argumento…
O segundo era: acreditamos na autodeterminação como direito fundamental. Acreditamos no direito de os britânicos serem britânicos e de os irlandeses serem irlandeses. A razão por que temos a Irlanda independente da Grã-Bretanha, em 1921, é porque os irlandeses são diferentes dos ingleses.
Como podemos imaginar a identidade irlandesa sem o catolicismo? No preâmbulo da Constituição irlandesa, diz: "Acreditamos que o Divino Senhor Jesus Cristo é a fonte de todo o dever, justiça e verdade." Isto é o que são os irlandeses. O que vamos dizer-lhes? Não permitimos um sentido de nacionalidade que tem um tal conteúdo religioso?
O que é bonito na Europa, mesmo apesar da Constituição irlandesa, é que não há discriminação por causa da religião. Um judeu pode ser primeiro-ministro. Como um muçulmano ou um ateu. E aceitará que é impossível falar da identidade irlandesa sem o catolicismo e a cruz. Para o bem e o mal.
Mas é possível também que as sociedades mudem?
Mas compete às sociedades mudar. Na minha arguição - que é curta, eu só tinha 20 minutos -, dizia que, se um dia os ingleses decidirem deixar de ter o Anglicanismo como religião oficial, podem fazê-lo. Não é um país religioso, a maior parte dos britânicos não é religiosa. Mas faz parte da sua identidade.
Os suecos mudaram a Constituição e decidiram que a Igreja Luterana deixaria de ser a religião estabelecida no país. Mas foram eles que definiram a sua identidade sueca, não foi Estrasburgo. Não compete a Estrasburgo dizer que eles não podem ter uma cruz na bandeira. Eles deixaram de ter a Igreja oficial mas mantiveram a obrigação de o rei ser um luterano. O símbolo do Estado tem que ser um luterano.
Na sua arguição, afirmou também que este é um conflito entre o direito individual e o Estado. No caso italiano, tratou-se precisamente de uma mãe ofendida pela presença da cruz…
Em muitos casos, temos um conflito entre diferentes direitos fundamentais. O hino nacional inglês é uma oração: "God Save the Queen", dá-lhe vitórias e glórias. Na escola, canta-se o hino nacional. E se houver um estudante que diz "sou ateu, não creio em Deus e não quero cantar uma oração"? O direito individual estará comprometido se a escola forçar esse estudante a cantar o hino nacional e se o ameaçar de expulsão. Ninguém pode ser forçado a fazer um acto religioso, uma oração, mesmo quando não acredita…
Pode ser um republicano…
Claro, não tem que dizer "Deus salve a rainha". Isso eu aceito. Mas não aceito que esse estudante ou a sua mãe digam que mais ninguém deve cantar o hino. É um compromisso simpático: ele tem o direito de ficar em silêncio, os outros o direito de cantar. E todos têm direito à liberdade religiosa.
A minha mãe cresceu no Congo Belga. A única escola para brancos era um convento católico. Os pais dela fizeram um acordo com as freiras: cada vez que elas dissessem Jesus, a minha mãe diria Moisés. É um bom compromisso.
Não podemos permitir que a liberdade de [ter ou não] religião ponha em causa a liberdade religiosa. Temos que descobrir a via média. E essa é dizer não, se alguém quiser forçar outro a beijar ou a genuflectir perante a cruz. Mas, se houver uma cruz na parede, direi aos meus filhos que vivemos num país cristão. Somos acolhidos, não somos discriminados. A Dinamarca tem uma cruz na bandeira, a Inglaterra e a Grécia igual. Vamos pedir que, por causa da liberdade religiosa, tirem a cruz das bandeiras? Absurdo!…
É por causa disso que fala de argumentos iliberais?
Sim, porque o ponto de vista liberal é, muitas vezes, iliberal. As pessoas falam de liberdade religiosa, mas, de facto, muitas vezes é cristofobia. Não é neutralidade, é antes porque não gostam do cristianismo e da Igreja. Sei por quê: a Igreja tem uma história complicada…
É também por causa disso?
Claro. Compreendo, mas não devemos mascarar os factos. Vivemos numa sociedade em que algumas pessoas são religiosas, outras não. A questão é como vivemos juntos. Não podemos pretender que, se negarmos todas as religiões no espaço público, isso é neutro. É o que faz a França, mas não é o único modo de o fazer.
Então deveria ser possível ter uma cruz na sala de aula e educar os estudantes para o pluralismo?
Absolutamente. Seria uma lição de pluralismo. Porque diríamos: apesar de ter uma cruz na sala de aula ou uma cruz nas bandeiras, permitimos que um primeiro-ministro seja muçulmano ou judeu. A Itália teve primeiros-ministros, generais e ministros judeus.
Na Grã-Bretanha, o chefe de Estado é o chefe da Igreja, há uma Igreja de Estado, o hino nacional é uma oração. Quem diria que o país não é tolerante? É o país de eleição para muitos muçulmanos emigrantes. O facto de haver uma identidade religiosa e uma prática de não-discriminação é um sinal de uma sociedade pluralista e tolerante.
De certa maneira, a Grã-Bretanha com a cruz é mais pluralista e tolerante do que a França, sem a cruz. Porque na Grã-Bretanha, apesar de afirmar a identidade religiosa do Estado, é não discriminatória em todos os aspectos da vida. Financia escolas anglicanas, mas também católicas, judias, muçulmanas e seculares. Os países laicos financiam escolas seculares, mas não escolas religiosas. Quem é mais tolerante e pluralista?
Evocou a herança cristã da Europa, debatida a propósito da Constituição Europeia. Se ela tivesse avançado, também devia referir a herança judaica e muçulmana e a Revolução Francesa?
Deveria ter uma referência às raízes cristãs.
E judaicas e muçulmanas. Na Península Ibérica, por exemplo…
Na Europa, também há vegetarianos. É uma questão de grau. Temos que mencionar judeus, muçulmanos, baha"ís? Eu também falaria de raízes judaicas e muçulmanas na cultura hispânica. Mas, na Europa, a maior parte é cristã. Não falaria de raízes cristãs no Egipto, mesmo havendo uma minoria cristã no país.
De um ponto de vista cultural, o cristianismo jogou um papel decisivo na definição da civilização europeia. Para o bem e para o mal. As raízes cristãs são também a Inquisição, judeus queimados. Quando eliminamos as raízes cristãs, obliteramos também a memória das coisas más que a cristandade fez.
Não há uma cidade na Europa sem uma catedral, onde o museu não esteja cheio de pintura sacra. E os direitos humanos não derivam apenas da Revolução Francesa, derivam da tradição judaico-cristã. Porque queremos negar isso? O que se vê no Prado, no Museu Gulbenkian? Madonna con bambino… Isso não é a Europa? É um absurdo.
É possível coexistir a laicidade francesa e outros modelos?
Claro, essa é a riqueza da Europa. A Europa lidera pelo exemplo, não pela força. Gostaríamos que por todo o mundo houvesse democracias pluralistas e tolerantes. Que possibilidades há de persuadir alguns países muçulmanos a abraçar o pluralismo se dissermos que a religião deve ficar na esfera privada?
Podemos dizer à Arábia Saudita: podem tornar-se uma democracia, reconhecer os direitos humanos e manter a vossa identidade muçulmana. Reparem no que se passa na Grã-Bretanha, reparem no pluralismo europeu: há um modelo francês, um britânico, um grego. Não somos apenas como os franceses.
Tem amigos entre os católicos conservadores, mas também defende os direitos dos homossexuais, o que não é simpático para esses católicos…
Que posso eu fazer? Vieram ter comigo, quando começaram a falar dos direitos dos homossexuais. A questão não era o casamento homossexual, mas porque têm os homossexuais de ser discriminados? Não há razão para isso.
Mesmo hoje, ensino os meus alunos como crente, mas digo-lhes: ninguém deve perder o emprego por ser homossexual, a ninguém deve ser negado alojamento por ser homossexual. Nos campos nazis, exterminaram os judeus e os homossexuais. Não posso esquecer isso.
Tags: Cristianismo, democracia, tolerância
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33 Comentários
emerson
-08/03/2012 às 18:21
Ora o comunista e ateu convicto oscar niemeyer realizou diversos projetos de igrejas e catedrais,na minha opiniao uma cruz, um simbolo,uma obra de arte não tira o carater laico da justiça.
Elcio
-08/03/2012 às 18:13
Esta foto:
http://www.miwd.uscourts.gov/COURTROOM%20TECH/Bell/Courtroom.jpg
é da corte de Michigan. Há ali apenas o brasão do ente público e as bandeiras da nação. É o que basta.
A. Silva
-08/03/2012 às 18:12
Não creio o que o doutor Wadih Damous consiga assimilar e entender alguma coisa desse texto. "Em xícara cheia não cabe mais chá", se é que ele me entende.
José Paulo
-08/03/2012 às 18:09
E preciso lembrar as senhoras lésbicas e sua excelência que acatou o delírio, que em nossa bandeira há uma Cruz. O Cruzeiro do Sul. Constelação de Crux. E agora?.
Elcio
-08/03/2012 às 18:08
Reinaldo, a Itália é um país majoritariamente católico. Mas majoritário meeeesmo. Principalmente nas pequenas "comunes". Por lá, retirar os símbolos católicos (não cristãos, porque há várias igrejas que não adoram símbolos) das salas públicas da justiça, chega a ser uma ofensa. Mas não acho que estamos neste nível.
E, demais a mais, eu pessoalmente levo a coisa para o lado do país que eu mais admiro como sistema, os Estados Unidos da América. Reinaldo, basta uma busca rápida no Google, na parte de imagens, com a expressão "us court room", que irão surgir centenas de fotos de salas de audiência americanas. Se você encontrar um crucifixo em alguma, eu te pago uma caixa de charutos cubanos e um bom litro de vinho italiano. hehe
Abraço
Fernando Francisco
-08/03/2012 às 18:06
Reinaldo, veja a hipocrisia da ATEA, aquela associação que colocou outdoors com Hitler e Chaplin dizendo que religião não define o caráter e que busca "combater o preconceito contra ateus", colocaram isso no facebook oficial da Associação: http://www.facebook.com/photo.php?fbid=361774880519767&set=a.191647587532498.43552.172083906155533&type=1
Abraço.
Stenio
-08/03/2012 às 18:02
Sensacional!!!
Alex
-08/03/2012 às 18:00
Reinaldo,
Não demora muito esses nossos "pensadores" e "democratas" pedirão para retirar a constelação do Cruzeiro do Sul do céu. É claro que para isso terão que falar com Lula primeiro…afinal, ele não é Deus ?
RV
-08/03/2012 às 18:00
Reinaldo, você ultimamente vinha falando sobre a questão da descriminação do aborto no Brasil. Algumas pessoas são a favor de ter o aborto como opção, e outras são contra. O Brasil, em sua Constituição, é definido como um estado laico. Inevitavelmente, esse assunto vai parar nos tribunais ou nas câmaras legislativas, que frequentemente são adornados por crucifixos, símbolos de uma religião com um ponto de vista muito específico no caso da legalização do aborto. Não seria melhor, então, para evitar a percepção de parcialidade religiosa em um estado laico, a remoção de símbolos religiosos em locais públicos como este?
Fábio Bessa
-08/03/2012 às 17:59
Deu até um nó na garganta. Um verdadeiro soco no estômago dos intolerantes.
yrenys
-08/03/2012 às 17:58
E quando as lésbicas e a OAB vão pedir o fim dos feriados religiosos?
Os advogados adoram os feriados e recessos forenses.
hugo
-08/03/2012 às 17:57
Os esquerdopatas ,no Brasil,são muito burros para entender o advogado judeu.
Paulo
-08/03/2012 às 17:56
Uma verdadeira licao de HUMANISMO, de respeito a diversidade. Pena que nao servira de exemplo aos nossos "patriotas", pois estes sao incapazes (intelectual e moralmente) de entender a mensagem dada pelo Dr. Weiler.
fernando
-08/03/2012 às 17:55
Ninguém é neutro e ninguém vai deixar de ser homofóbico apenas por que esta na Lei.
O racismo não acabou, porque a lei é rigorosa.
Eu sou ateu e são paulino e nunca fui censurado aqui.
Sou contra o aborto, porque acredito na vida e tenho horror a banalização do mal, do sexo, da truculência e do funk.
Acredito, que a cruz fala da história e da identidade do povo e isso tem que estar lá até que o povo acredite que ela deva ser retirada.
Tirar ou não o crucifixo e liberar ou não o aborto seriam excelentes temas para plebiscitos.
O PT acredita tanto nos plebiscitos chavistas e seu excesso de democracia, que podia inaugurar o tempo deles no Brasil logo com dois.
Tirar ou não a cruz ?
Liberar ou não o infanticídio ?
MigueL Fernandes
-08/03/2012 às 17:51
Caro Reinaldo Azevedo,
Por acaso tinha lido esse artigo do Público. Em Portugal infelizmente pouca gente deu atenção a ele.É o problema de ter o país entre o FMI e a parede! Sem dúvida um exemplo de civilidade e tolerância.
Democracia Vacina Anti-Petralha
-08/03/2012 às 17:48
COM ESSE DISCURSO DA RAZÃO ,SIMPLES ,DIRETO E LÓGICO ,NÃO HÁ O QUE DISCUTIR ,AONDE HÁ UM CRUCIFIXO ,SIGNIFICA UM ESPAÇO PARA TODOS QUE CLAMAM AS SUAS DIVERSAS FORMAS DE SUA RELIGIOSIDADE ,SEM MARCAS ,SEM DIVISÕES ,SEM VANTAGENS ,SIM UM CLARO CAMINHO A QUEM DESEJAR FAZER DE SEUS PENSAMENTOS A SUA PRÁTICA DE SUA ESPIRITUALIDADE ,SIMPLESMENTE FANTÁSTICO ,MAS POR AQUI TEMOS O PETISMO ,QUE ADORA QUERER INTERFERIR NA VIDA DAS PESSOAS E QUERER DIZER COMO ELAS DEVAM PROCEDER COM ISSO OU AQUILO ,FAVOR DEIXAR-NOS EM PAZ QUE SABEMOS DECIDIR SE QUEREMOS SER O QUE QUISERMOS SEM A SUA INTERFERÊNCIA ,O PETISMO TEM QUE SER ERRADICADO ,FAZ MAL A SAÚDE DOS BRASILEIROS E PRINCIPALMENTE A SAÚDE FINANCEIRA DO BRASIL ,VAI CUIDAR DA SUA CASA E DE SEU MODO PETISTA DE SER NA SUA CASA PRA DENTRO.
Paulo
-08/03/2012 às 17:47
Precisa dizer mais? Aliás, dá para dizer mais?
Paulo Bruno
-08/03/2012 às 17:45
Reinaldo, com todo esse tempo dispensado em defesa do crucifixo, eu pergunto: você acha realmente que a presença de um crucifixo nas paredes das salas da justiça altera alguma coisa nos julgamentos, na credibilidade da justiça ou você apenas acredita que isso ajuda no crescimento do cristianismo? Nenhuma coisa nem outra?
Sinceramente acho que religiões devem ser desvinculadas do estado, isso não significa que elas, as religiões, estão sendo desrespeitadas. O argumento de que a maioria é cristã não se sustenta e até me parece perigoso.
Marcelo G
-08/03/2012 às 17:44
Caro Tio Rei,
recentemente, um amigo meu que foi fazer sua vida no Canadá me contou que por lá o Estado financia escolas religiosas tanto quanto as laicas e entende o direito que os religiosos (de qualquer religião!!) têm de estudar suas respectivas crenças. Estiva lá por um mês e poucas vezes vi uma sociedade tão tolerante e tão plural no que se refere a "raças" (as aspas estão aí já que não somos divididos dessa forma), orientação sexual, religião, nacionalidade etc.
Temos muito, muito mesmo para evoluir. Dado que temos involuido a passos largos nos últimos oito anos, só nos resta rezar (com base na religião que tenhamos) por um milagre dos bons!
Um forte abraço do seu sempre admirador,
Marcelo
anônima-RJ
-08/03/2012 às 17:44
Que maravilha! Estou arrepiada!
Tirar crucifixo, kit-gay, Lula com seus discursos em que o Brasil começou com ele e etc me assustam e os porquês da minha preocupação estão todos nas palavras de Joseph Weiler e suas, Reinaldo…
Rui
-08/03/2012 às 17:40
Cristofobia pode?
eduardo vieira
-08/03/2012 às 17:40
so um bispo catolico se manifestou!
Dom Antonio Carlos Rossi Keller
http://acrkeller.blogspot.com/2012/03/dom-antonio-carlosrossi-keller-pela.html
ALBERICO
-08/03/2012 às 17:39
UMA HISTORIA DE AGNOSTICOS QUE NÃO QUEREM VER DESTRUIDOS SIMBOLOS DA CULTURA NA QUAL FORAM CRIADOS.
Quando,na decada de 70,padrecos franciscanos mercenarios tentaram vender a Igreja Nossa Senhora da Paz,em Ipanema,para a especulação imobiliaria fiquei tão indignado quanto os fies.
Faça-se justiça ao pessoal do PASQUIM que deu às senhoras catolicas que protestavam contra o absurdo o mesmo espaço de entrevista dado a Leila Diniz.
A Igreja não foi vendida.
Daniel Amurab
-08/03/2012 às 17:38
como judeu acho repulsivo a proibição ou remoção de simbolos religiosos. É uma perseguição stalinista que lembra gulags, que lembra a noite de cristal, que lembra a explosão das estatuas milenares de buda. Fascistas adoram destruir objetos sagrados.
Osmar Bsb
-08/03/2012 às 17:38
No fundo, Reinaldo, um brilhante exercício de lógica.
Dawran Numida
-08/03/2012 às 17:37
Parabéns. Que essas coisas liquefaçam os cérebros de ideólogos e mistificadores. Muito bom. Aprendizes de feiticeiros devem estar correndo…da cruz.
Marcelo
-08/03/2012 às 17:37
Que baita entrevista. Que baita lição de tolerância. Que aula esse professor judeu nos contemplou. Sensacional. Isso foi maravilhoso. Obrigado. Impossível não se emocionar com essa entrevista.
Omalho
-08/03/2012 às 17:34
Amigo Reinaldo repasso abaixo uma cópia do E-mail que esta circulando aqui no sul.
SÍMBOLOS RELIGIOSOS: FRADE CONCORDA COM RETIRADA
Ação do Ministério Público Federal que pede a retirada de símbolos religiosos nos locais públicos federais de São Paulo.
Sobre a decisão de retirarem a Cruz dos lugares públicos.
Que resposta bem dada de um padre consciente!
Espalhe que esta é boa….
NOTA DEZ. Esse Frade falou em nome de todos os Cristãos.
Veja a resposta do Frade:
Sou Padre católico e concordo plenamente com o Ministério Público de São Paulo, por querer retirar os símbolos religiosos das repartições públicas..
Nosso Estado é laico e não deve favorecer esta ou aquela religião.
A Cruz deve ser retirada !
Nunca gostei de ver a Cruz em tribunais, onde os pobres têm menos direitos que os ricos e onde sentenças são vendidas e compradas.
Não quero ver a Cruz nas Câmaras Legislativas, onde a corrupção é a moeda mais forte.
Não quero ver a Cruz em delegacias, cadeias e quartéis, onde os pequenos são constrangidos e torturados.
Não quero ver a Cruz em prontos-socorros e hospitais, onde pessoas (pobres) morrem sem atendimento.
É preciso retirar a Cruz das repartições públicas, porque Cristo não abençoa a sórdida política brasileira, causa da desgraça dos pequenos e pobres.
Frade Demetrius dos Santos Silva - São Paulo/SP
Boris Roiter
-08/03/2012 às 17:34
Esses judeus…. Sempre nos surpreendendo (positivamente)!
Hélio Pimentel
-08/03/2012 às 17:33
Reinaldo: Sou leitor assíduo e já fui citado nominalmente por você. Acho que podemos debater!
Minha opinião é que os crucifixos não podem ser proibidos (e que isto é óbvio!), mas podem (eu disse podem) ser retirados quando não este ato não danificar um patrimônio artístico.
Isto explica por que o Cristo Redentor e a Catedral de Brasília são "imexíveis", mas mostra que uma cruz "qualquer" numa sala "qualquer" pode ser retirada sem problema algum.
Concordo que você pode censurar as opiniões dos seus leitores, mas não deixa de ser uma fuga se os argumentos não forem refutados.
Veja bem: não sou ateu "praticante". Enterrei minha mãe junto com a imagem de São Judas que ela mantinha por perto nas horas difíceis.
Também não julgo a Igreja Católica da Idade Média com a mentalidade do século XX, embora ache que a Igreja deveria tomar mais cuidado com a pedofilia, por exemplo.
Se quiser debater mais, estou à disposição. Vou continuar lendo o site… para ver se você me faz mudar de ideia e para acompanhar seus comentários sobre outros assuntos.
Qualé?
-08/03/2012 às 17:30
E isso aí.Homem inteligente e tolerante.Sou ateu e acho o mesmo.Sem essa de radicais de bum bum de fora.
Marco Antonio - Curitiba (PR)
-08/03/2012 às 17:24
A mesma Itália que, segundo Tarso Genro, vive em tal estado de degradação política, jurídica e prisional a ponto de o Brasil ter que dar abrigo a Cesare Battisti como perseguido político.
Daniel
-08/03/2012 às 17:22
Tudo isso é para desviar a atenção das cagadas e choradas da Dilma, do Lula indo para as cucuias e do PMDB mostrando as garras para a petralhada.