L'OSSERVATORE ROMANO
Religião
Missa na catedral de Estrasburgo no final do encontro dos bispos do sudeste da Europa
Protagonistas na esfera pública
«É importante que os cristãos estejam presentes onde se tomam as decisões a nível europeu. Portanto, o objectivo é conhecer melhor as instituições europeias, demonstrar-lhe o nosso interesse e a nossa presença e adquirir uma nova competência que depois se possa transmitir ao povos e às comunidades, para que os leigos sejam protagonistas desta construção europeia». Com estas palavras monsenhor Aldo Giordano, observador permanente da Santa Sé junto do Conselho da Europa sintetiza – numa entrevista concedida à Rádio Vaticano – os objectivos do décimo segundo encontro dos presidentes das Conferências episcopais do Sudeste europeu promovido pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) e pela Missão permanente da Santa Sé junto do Conselho da Europa. O encontro, concluído hoje, quarta-feira 7 de Março em Estrasburgo, teve como momento central a celebração da Missa para a Europa na catedral de Estrasburgo, que foi «uma tomada de consciência e viver um evento de invocação a Deus». Participaram na celebração, presidida pelo arcebispo da cidade, monsenhor Jean-Pierre Grallet, numerosas pessoas comprometidas com as instituições europeias.
«Observamos – sublinhou monsenhor Giordano – uma crise da própria identidade da Europa. Penso que a contribuição da Igreja sob este ponto de vista seja determinante, porque nós vemos como a Europa tem uma identidade não só económica, mas política e sobretudo cultural. Nesta identidade cultural, a dimensão do cristianismo é fundamental». Também o tema sobre a liberdade religiosa, em perigo no Ocidente constituiu o cerne do encontro. «Por um lado – frisou o prelado – no que diz respeito à religião em geral, constato que existe um novo interesse. As instituições internacionais estão bem conscientes de que a religião é determinante para os povos, para as culturas, portanto constitui uma referência essencial; por outro lado, temos muito caminho a percorrer. Em primeiro lugar obter, quer a liberdade de culto, de organização interna, de poder professar e propagar a própria, quer o facto de estar presentes no espaço público, que o Papa sublinha frequentemente: «Deus tem direito de estar no espaço público». Se afastarmos Deus, tiramos realmente a base da convivência para a paz e a solidariedade».
Na opinião de Duarte da Cunha, secretário-geral do Conselho das Conferências episcopais europeias, a pergunta à qual os bispos europeus, presentes em Estrasburgo, estão a tentar dar uma resposta é: «Que fazer para promover a verdade do homem e da mulher, a verdadeira ecologia humana que os Papas, há anos, convidam a colocar no centro da actividade política? Duarte da Cunha sublinha que os direitos do homem, o Estado de direito e a democracia são «valores considerados comuns e transcendentes a cada cultura. Mas quais são – pergunta – os fundamentos deste valores? «Para nós é impossível falar de valores em fazer referência à dignidade do homem, e por conseguinte ao Criador e à natureza por ele criada». Nasce a partir daqui a necessidade da Igreja de entrar inclusive nos contextos institucionais europeus. «A questão – explica monsenhor Cunha – é política, mas ainda antes é pré-política, cultural, porque diz respeito ao significado da vida pessoal e social, e portanto aos fundamentos da convivência humana. Como Igreja estamos certamente envolvidos, obrigados a ser protagonistas». Consequentemente, o interesse para com o Conselho da Europa, deriva do facto de que «nesta sede se definem as linhas e, por conseguinte, se faz cultura, modos de pensar que sucessivamente se tornam leis e propostas educativas para todos os jovens».
Foi monsenhor Anton Cosa, bispo de Chisinau (Moldova), quem falou em nome de uma Igreja em minoria, come muitas vezes é a Igreja católica no Sudeste da Europa. Segundo o prelado «não obstante as dificuldades e os sofrimentos, todos os povos, todas as nações possuem a sua riqueza, os seus valores e se alguém é deixado fora, a maioria sentirá a sua falta, mas sobretudo o resultado seria uma Europa que não é fiel ao projecto dos seus fundadores que a conceberam e projectaram como casa comum onde todos os povos que a habitam, têm a mesma dignidade, os mesmos direitos e as mesmas obrigações».
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1. | Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele. | |
2. | Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo: | |
3. | Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus! | |
4. | Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados! | |
5. | Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra! | |
6. | Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados! | |
7. | Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia! | |
8. | Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus! | |
9. | Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus! | |
10. | Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus! | |
11. | Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. | |
12. | Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós. |
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