Banner

Jesus Início

Início


Visitas



addthis

Addrhis

Canal de Videos



    •  


    • http://deiustitia-etfides.blogspot.com.br/


    • -


    Rio de Janeiro

    Santa Sé






    quinta-feira, 8 de março de 2012

    Bobagens de Lula

    Blogs e Colunistas

    Bobagens de Lula

    28/10/2011

    às 6:33

    Dilma está me saindo uma pândega… Ou: Um duplo atentado terrorista

    Essa Dilma! O Apedeuta fez 66 anos (é mentira que seja 666, credo!), e ela, com fino e insuspeitado senso de ironia não lhe deu um, mas dois livros de presente.

    No dia 19 de agosto de 2009, no, vejam só, meu aniversário, ele me presenteou com a seguinte fala, numa entrevista à Rádio Tupi, do Rio:
    "Eu agora estou lendo o novo livro do Chico [Buarque], 'Leite Derramado'. Passo um pouco da noite lendo. Eu não consigo ler muitas páginas por dia, dá sono. E vejo televisão: quanto mais bobagem, melhor para mim! Eu quero é limpar a cabeça!".

    Então.

    Calma lá, gente, sem preconceito! O sujeito dormir lendo um livro do Chico Jabuti faz todo sentido. Mesmo um Apedeuta juramentado é capaz de perceber, intuitivamente, períodos desconstruídos, composição ruim de palavras, ausência de paralelismos sintáticos que evidenciam que a língua é um sistema… O colecionador de Jabutis alheios é ruim de lascar na prosa e, em versos, consegue ser competente na glosa…

    Boa mesmo é a declaração sobre televisão: se a bobagem limpa a cabeça de Lula, a gente imagina como é a dita-cuja quando está suja…

    Mas volto. Vai Dilma e resolve cometer um duplo atentado terrorista…

    Por Reinaldo Azevedo

    27/10/2011

    às 22:07

    Ah, que comovente! O Apedeuta faz 66 e, para comemorar, ataca a imprensa. Sei… Sonha fazer 666 (toc, toc, toc…)!

    Por Daiene Cardoso, no Estadão Online:

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemora, nesta noite, com amigos e familiares seu aniversário de 66 anos, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Participam da festa também os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), Miriam Belchior (Planejamento) e Fernando Haddad (Educação) e os governadores Marcelo Déda (PT-SE) e Jaques Wagner (PT-BA). Gilberto Carvalho entrou no prédio em que mora Lula carregando dois livros enviados pela presidente Dilma Rousseff, embrulhados em papel de presente.

    Lula recebe ainda o assessor do Ministério da Defesa, José Genoino, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, e o presidente brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Miguel Samek.

    Na tarde de hoje, o ex-presidente divulgou um vídeo em que agradece o carinho dos internautas no dia do aniversário dele e pede que as pessoas continuem a atuar ativamente na internet. "Eu acho que se vocês continuarem tuitando cada vez mais vocês vão consolidar mais a democracia, vão democratizar mais os meios de comunicação, e a gente vai poder ter informações em tempo real sem que as pessoas mudem aquilo que a gente quer falar, sem que as pessoas tentem fazer a cabeça dos outros", disse, em uma crítica indireta à imprensa.

    Por Reinaldo Azevedo

    22/10/2011

    às 6:31

    Lula manda recado ao PCdoB: "Vocês e o ministro têm de resistir"

    Por Marcelo Remígio, no Globo (Aqui):
    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta sexta-feira a Orlando Silva e ao PCdoB para que resistissem às pressões e não entregassem o Ministério do Esporte. No fim do dia, Lula, que trabalhou ativamente nos bastidores pela permanência de Orlando no governo , ligou para o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, e reafirmou que o momento era de resistência. Após a conversa por telefone com Lula no início da noite, Rabelo abriu a 17ª Conferência Estadual do partido no Rio e destacou que o crescimento da pasta comandada por seu partido despertou a cobiça de vários setores. O evento se transformou em um ato de desagravo a Orlando Silva e reuniu parlamentares do PCdoB, inclusive de outros estados, e lideranças fluminenses de outros partidos da base de apoio do governo da presidente Dilma Rousseff, entre eles o PT, o PMDB e o PSB. Nas faixas espalhadas pelo auditório onde ocorreu a reunião, em um hotel no Centro do Rio, foram escritas frases de apoio ao ministro e ao partido e ataques à mídia.

    "Acabei de receber uma ligação telefônica do nosso ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se solidarizando com nosso partido e com o nosso ministro Orlando Silva. Ele disse: 'Vocês têm que resistir, o ministro tem que resistir'. E devemos. A história de nosso partido é a resistência. Nós temos que ter confiança na presidente Dilma Rousseff. Hoje nós temos uma relação de respeito mútuo com ela - afirmou Rabelo para uma plateia de cerca de 500 pessoas, entre filiados, militantes e representantes de 76 diretórios do PCdoB no estado do Rio. 

    Por Reinaldo Azevedo

    28/09/2011

    às 6:43

    Lula esbanja bobagem na França e encanta a todos. A Europa não está no vinagre por acaso

    Andrei Netto conta no Estadão, em detalhes, como foi a cerimônia de entrega a Lula do título de doutor honoris causa no Instituto de Estudos Políticos (Sciences-Po). Leiam. Volto em seguida:

    *
    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve uma recepção de pop star hoje, em Paris, durante a cerimônia de entrega do título de doutor honoris causa pelo Instituto de Estudos Políticos (Sciences-Po), o maior da França. Em seu discurso, o ex-chefe de Estado enalteceu o próprio mandato e multiplicou os conselhos aos líderes políticos da Europa, que atravessa uma forte crise econômica. Antes, durante e depois, Lula foi ovacionado por estudantes brasileiros, na mais calorosa recepção da escola desde Mikhail Gorbachev.

    A cerimônia foi realizada do auditório do instituto, com a presença de acadêmicos franceses e de quatro ex-ministros de seu governo: José Dirceu, Luiz Dulci, Márcio Thomaz Bastos e Carlos Lupi. Vestido de toga, o ex-presidente chegou à sala por volta de 17h30min, acompanhado de uma batucada promovida por estudantes. Ao entrar no auditório, foi aplaudido em pé pela platéia, aos gritos de "Olé, Lula".

    Em seguida, tornou-se o primeiro latino-americano a receber o título da Sciences-Po, já concedido a líderes políticos como o tcheco Vaclav Havel. Em seu discurso, o diretor do instituto, Richard Descoings, se disse "entusiasta" das conquistas obtidas pelo Brasil no mandato do petista. "O senhor lutou para que o Brasil alcançasse um novo patamar internacional", disse, completando: "Não é mais possível tratar de um assunto global sem que as autoridades brasileiras sejam consultadas".

    Autor do "elogio" a Lula - o discurso em homenagem ao novo doutor -, o economista Jean-Claude Casanova, presidente da Fundação Nacional de Ciências Políticas, lamentou que a Europa não tenha um líder "de trajetória política tão iluminada". Casanova pediu ainda que Lula aproveitasse "sua viagem para dar conselhos aos europeus" sobre gestão de dívida, déficit e crescimento econômico.

    Conselhos e euforia
    Lula aceitou o desafio e encarnou o conselheiro. Em um discurso de 40 minutos, citou avanços de seu governo, citando a criação de empregos, a redução da miséria, o aumento do salário mínimo e a criação do bolsa família e elogiou sua sucessora, Dilma Rousseff. "Não conheço um governo que tenha exercido a democracia como nós exercemos", afirmou, no tom ufanista que lhe é característico.

    Então, lançou-se aos conselhos. Primeiro criticou "uma geração de líderes" mundiais que "passou muito tempo acreditando no mercado, em Reagan e Tatcher", e recomendou aos líderes da União Européia que assumam as rédeas da crise com intervenções políticas, e não mais decisões econômicas. "Não é a hora de negar a política. A União Européia é um patrimônio da humanidade", reiterou.

    Voltei
    De certo modo, isso explica por que a Europa está em crise, não é mesmo? Um mundo em que Lula dá aula — superestimando a própria obra no limite da indecência — vive uma crise talvez inédita de liderança. "Ah, isso é inveja…" Podem babar à vontade, mas um sujeito que, numa cerimônia como essa, critica governantes da estatura de Thatcher e Reagan é só um megalômano enfatuado. Ela deixou o governo da Grã-Bretanha, que tirou da estagnação, em 1990 — há 21 anos! Sua obra foi de tal sorte marcante que os Trabalhistas tiveram de virar a própria mesa. Reagan encerrou seu segundo mandato em 1989, há 22 anos. Foi o presidente mais popular do século em seu país em razão das medidas que implementou na economia. Teve destacado papel no fim da Guerra Fria. Na França, o discurso faz sucesso. Não gostam muito de ingleses e americanos… Bem, é forçoso dizer que já se aplaudiu gente muito pior por lá.

    E, como viram, José Dirceu, o "chefe da quadrilha", estava na platéia.

    Por Reinaldo Azevedo

    23/09/2011

    às 5:45

    A campanha eleitoral antecipada do PT no enredo da Gaviões da Fiel

    Por Daniene Cardoso, no Estadão:
    A homenagem da Gaviões da Fiel ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no carnaval paulistano de 2012 será mais do que o encontro entre samba e política. Será também a oportunidade que o PT terá de se destacar num ano eleitoral. Chamado de "estrela guia", Lula é retratado nos dez sambas-enredo que disputam a preferência da escola como o garoto predestinado do sertão nordestino que fez a "faculdade da vida" e se tornou líder da Nação. Como a história dele está intimamente ligada ao PT, o partido poderá pegar carona e fazer do sambódromo do Anhembi seu palanque eleitoral.

    Oficialmente, a escola diz que pretende dissociar a imagem de Lula da "estrela" petista, mas sutilmente ela ganhou espaço nas letras dos sambas. "Por justiça e liberdade lutou/Brilhou a estrela do trabalhador", enaltecem os versos de um dos enredos.

    Para os sambistas, Lula é visto como o exemplo de líder criado pela escola da vida. "Na faculdade da vida/Um operário dos sonhos se formou/De mãos dadas com o trabalhador/A estrela de um partido então brilhou/Tanta censura/A bandeira da bravura tremulou", diz a letra de outro.

    As viagens de Lula entre 1993 e 1994 pelo País, as chamadas Caravanas da Cidadania, também foram lembradas: "Eu vi brilhar a minha estrela/Na democracia um ideal/Viajei por todo o País/Fazendo o povo mais feliz."

    O ponto alto das letras é a primeira eleição de Lula em 2002, quando a campanha tucana usou depoimento da atriz Regina Duarte que dizia temer a eleição do petista. "E assim, a esperança vence o medo/O povo alcança a vitória"; "Feliz, a nossa gente está mais feliz/ Esperança vence o medo do Oiapoque ao Chuí", celebram trechos de duas canções. Aqui

    Por Reinaldo Azevedo

    22/09/2011

    às 6:47

    Lula mete o casco na democracia, escoiceia a lei e fala até em Constituinte. Responda ao coice chavista com o voto distrital!

    Ao receber o título de doutor honoris causa da Universidade Federal da Bahia, aquela que está caindo aos pedaços, Luiz Inácio Apedeuta da Silva resolveu se tomar como a medida de todas as coisas e recomendou: "Político tem de ter o casco duro". Merece ou não merece ser considerado um doutor do saber?

    Na sua campanha aberta à eleição presidencial de 2014, resolveu ser o grande comandante da reforma política. E o homem mete os cascos mesmo, não quer nem saber. Em companhia do vice-presidente, Michel Temer, começa escoiceando a lei e usando o Palácio do Jaburu como se fosse a sede do PT ou de algum partido da base aliada.  Ocupou o aparelho público para comandar uma reunião com partidos da base aliada para tratar da reforma. Leiam um trecho da reportagem de Andrea Jubé Vianna e Tania Monteiro no Estadão. Volto em seguida.
    *
    Em reunião ontem com líderes de partidos governistas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que, se não houver acordo para votar a reforma política no Congresso, a base aliada deve se empenhar pela convocação de uma Assembléia Constituinte para mudar o sistema eleitoral. Lula trabalha pela aprovação do financiamento público de campanha, voto proporcional misto e fim das coligações proporcionais. Diante do vice-presidente Michel Temer e de parlamentares e dirigentes de PMDB, PT, PSB, PDT e PC do B, Lula disse, em encontro no Palácio do Jaburu, que a corrupção "diminui bastante" com o financiamento público, mas admitiu haver dificuldades para a aprovação da proposta.

    Depois de afirmar, na véspera, que "político tem de ter casco duro" e não pode "tremer" quando for acusado de fazer "coisa errada", Lula disse que 90% das denúncias hoje divulgadas pela imprensa têm como base investigações da Controladoria-Geral da União (CGU), da Polícia Federal e do Ministério Público. Apesar da animação de Lula, o deputado Henrique Fontana (PT-RS), relator da reforma, admitiu não haver consenso entre os partidos, em especial sobre o novo modelo de votação. Contudo, Fontana e o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), citaram avanços nas negociações para a aprovação do financiamento público, principal bandeira do PT.

    Raupp declarou que o PMDB aceita o financiamento público, principalmente se a reforma contemplar o fim das coligações nas eleições proporcionais. No entanto, advertiu: "O PMDB não aceita o voto em lista defendido pelo PT". O PMDB defende o voto majoritário nas eleições proporcionais (deputados e vereadores), o chamado "distritão". "Se complicar demais, a reforma política não sai", disse. (Aqui).

    Voltei
    Constituinte para fazer reforma é o método a que recorreram, deixem-me ver… Hugo Chávez, Evo Morales e Rafael Correa… Só gente com vocação para ditador propõe uma estupidez como essa. Assembléias constituintes são instaladas quando se tem um rompimento pra valer da ordem legal. É o caso?

    A reforma de Lula não poderia ser mais perniciosa para o Brasil. O voto proporcional  misto tornará péssimo o que é ruim. Além de carregar todos os vícios do modelo em curso, ainda cassa do eleitor o direito de escolher metade da Câmara. A proposta do financiamento público, como já escrevi há tempos, seria só uma idéia com cascos e orelhas grandes, que afronta a lógica, não fosse uma pilantragem política. Se, hoje, mesmo com a lei permitindo doações privadas, já se faz caixa dois, adivinhem o que aconteceria se elas fossem proibidas. LULA QUER É ESCONDER OS DOADORES DE CAMPANHA.

    Segundo sua proposta de financiamento público, a maior parte do dinheiro seria distribuída segundo as bancadas da Câmara definidas na eleição anterior — vale dizer: seria mel na sopa para o PT. Ora, a proposta pretende congelar uma vantagem e projetá-la no futuro. Digam-me: e se um determinado partido, com uma grande bancada, fizer um governo desastroso e passar a ser repudiado pela opinião pública? Mesmo assim será o grande destinatário dos recursos públicos com base no que aconteceu há quatro anos? Será premiado pelas bobagens que fez?

    Todas as pessoas que se sentem compelidas a se manifestar contra a corrupção deveriam refletir bastante sobre as ações de Lula. Sua proposta de reforma política é a quintessência de um modelo corrupto. Não há reforma decente que não passe por um estreitamento da relação entre representante e representado. O Apedeuta, de casco duro, quer exatamente o contrário. Por isso, avalie as vantagens do voto distrital e combata esse verdadeiro assalto ao bolso e à moralidade política que é o financiamento público de campanha.

    Por Reinaldo Azevedo

    20/09/2011

    às 17:22

    O Apedeuta canta as próprias glórias na Universidade Federal da Bahia. E trata láurea com certo desdém

    Estudantes da Universidade Federal da Bahia organizaram um protesto no dia em que o Apedeuta recebeu da instituição o título de doutor honoris causa. Para variar, Lula deu um jeito de elogiar um pouco mais do que já o estavam elogiando e ainda tratou com desdém a láurea com que lhe puxaram o saco. Recebi algumas fotos das instalações da UFBA. Estou enfrentando alguns problemas técnicos para publicá-las. Mas chego lá. Leiam o que informa Tiago Décimo no Estadão Online. Volto depois.

    Estudantes da UFBA protestam em homenagem a Lula

    Foi sob protestos de um grupo de cerca de 100 estudantes ligados ao Diretório Central da Universidade Federal da Bahia (UFBA) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, no início da tarde de hoje, o título de doutor honoris causa da instituição. O grupo chegou ao prédio da reitoria da instituição para cobrar aumento para 10% do Produto Interno Bruto (PIB) o montante a ser obrigatoriamente investido em educação no País.

    Como não havia espaço no salão onde ocorria o evento, os estudantes tiveram de ficar do lado de fora. Depois, conseguiram entrar no salão, onde acompanharam o fim das homenagens a Lula e voltaram a gritar palavras de ordem - enquanto pegavam autógrafos do ex-presidente nos próprios cartazes nos quais estavam escritas as reivindicações.

    "Essa é uma reivindicação nova", disse Lula. "Até outro dia, os estudantes falavam em 7% (do PIB) - o que foi colocado no plano de governo da presidente Dilma (Rousseff) até 2014. Eu até brinquei, dia desses, que se fizessem essa reivindicação antes, enquanto eu era presidente, talvez a gente tivesse atendido."

    Para Lula, é natural que o montante do PIB destinado à educação cresça gradualmente. O ex-presidente, porém, disse que seu governo conquistou "muitos avanços" na área. "Nós fizemos 14 universidades federais novas, 126 extensões universitárias, 214 escolas técnicas, um Reuni e ainda o Prouni", enumerou. "Ainda é preciso fazer muito para a educação chegar aonde a gente quer. Nós não queremos continuar sendo apenas exportadores de produtos in natura ou de commodities. Nós queremos ser exportadores de conhecimento, de inteligência."

    Sobre a condecoração oferecida pela UFBA, Lula disse já ter aceitado 67 títulos como esse. "E vou continuar aceitando os que me forem oferecidos", afirmou. "Certamente existe uma parcela da elite retrógrada deste País que não se conforma. Se eles souberem que vou receber, no dia 27, o título de doutor honoris causa da Sciences Po Paris (Instituto de Ciências Políticas de Paris) é que eles vão ficar doentes. Eu serei o primeiro latino-americano a receber esse título."

    Livro
    Durante seu discurso, Lula também disse ter a intenção de fazer um livro sobre seu governo. "Todo ex-presidente que acaba de deixar o mandato em seis meses está com um livro pronto", brincou. "Eu resolvi que não era correto eu mesmo fazer um livro, porque o livro de um ex-presidente nunca vai ser verdadeiro. Não sei se vocês leram o livro do (ex-presidente americano Bill) Clinton. A Monica Lewinsky (estagiária com quem Clinton teve um caso) não está lá. Um livro meu também não ia contar tudo - e eu não ia fazer um livro para contar apenas o que vocês já leram no jornal."

    Voltei
    "Elite retrógrada" é todo mundo que não concorda com ele. José Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá são, evidentemente, "elite progressista". Não vai ele mesmo escrever o livro? Não brinque! Nem poderia, não é? Com quais instrumentos? Esse doutor de múltiplos títulos só é mesmo especialista na arte de falar bem de si mesmo — e em linguagem de palanque.

    A referência a ex-presidentes que escrevem livros, obviamente, nada tem a ver com Clinton. Está tentando dar uma cutucada na sua obsessão: FHC — que não assinou nenhuma auto-indulgência, não. Organizou, sim, memórias e não driblou nenhum assunto espinhoso. O tucano escreveu também "Cartas a Um Jovem Político - Para Construir um País Melhor", tratando de temas que remetem à política como ciência e à sociologia. Nem que quisesse, Lula conseguiria.

    Quanto a contar tudo… Vai dizer a verdade sobre o mensalão? Vai revelar como um dos filhos, monitor de jardim zoológico quando ele chegou à Presidência, enricou como empresário, depois de receber a "colaboração" da então Telemar? E os bastidores dos aloprados, a maioria composta de amigos seus, gente de sua confiança?  Saberemos, finalmente, detalhes da operação sórdida? Tenham paciência!

    De resto, notem que ele trata com certo desdém a láurea de hoje. O que, segundo ele, deixará os adversários furiosos é o título da universidade francesa. Que sirva de lição aos áulicos. Lula nunca acha que lhe puxam o saco o bastante, com uma sujeição compatível com a sua grandeza. Já fiz uma certa especulação psicanalítica sobre esse comportamento.  Lula é tão autocentrado que deve sentir inveja daquilo que ele imagina que seja o… Lula! Ele é o seu grande ídolo. Ele é a sua grande referência! A sua oceânica ignorância não lhe permite enxergar nada além do próprio nariz.

    Por Reinaldo Azevedo

    20/09/2011

    às 4:49

    Alô, professores e alunos da Universidade Federal da Bahia: podem mandar fotos mostrando como está a instituição. E o título para o Apedeuta

    Escrevi ontem um post sobre o título de doutor Honoris Apaídeutos Causa que Lula recebe hoje da Universidade Federal da Bahia, onde parte dos funcionários está em greve, a exemplo do que ocorre em mais de metade dos campi federais universitários e de ensino técnico. Chamei a atenção para as precariedades da universidade. Para não variar, alguns puxa-sacos, gente da base do partido, ficou brava. Alguns vigaristas tentam fazer de conta que ataquei, calculem vocês, a Bahia! Outro cretino me acusa de "denegrir" a imagem da universidade — usando, de resto, uma palavra com conteúdo racista naquele que deve ser o estado mais negro do Brasil. É a esquerda reacionária se manifestando; é a esquerda fascista; são os herdeiros do stalinismo que, uma vez no poder, não toleram a crítica. Um desses sites dinheiristas, alimentado com grana pública, afirma que uma foto que postei é velha e não reflete a realidade da universidade e coisa e tal…

    Recebo de um professor da Universidade Federal da Bahia um comentário, a saber:
    Como professor da UFBA, posso, melhor do que ninguém, atestar o seu abandono. É uma vergonha o estado em que se encontra a universidade. No meu campus, faltam colegas professores e material para ensino e pesquisa, a biblioteca está defasada, e há baixos salários. Tio Rei, mais uma vez, está de parabéns (…) Se você quiser, posso lhe mandar as fotos tiradas amanhã da minha unidade para que você possa constatar o abandono e ver que em nada difere da foto por você publicada.

    Voltei
    O professor citou um site vagabundo aí que me atacou. Omito o nome porque não dou trela a penas de aluguel. Pode me mandar a foto, sim. Aliás, se outros professores e estudantes das federais do Brasil inteiro quiserem fazer o mesmo, estarão prestando um serviço à educação. Como já demonstrei aqui, em nenhuma área da gestão federal se mente tanto — e de maneira tão organizada. Os quase quatro meses de greve simplesmente não foram notícia.

    Ajudem, então, os leitores a contar a verdade sobre as universidades federais.

    Por Reinaldo Azevedo

    18/09/2011

    às 6:53

    Lula, o amoralista que enganou o Zé Lagarto. Ou: Apedeuta quer ensinar a vaiar até quando é o vaiado

    Luiz Inácio Apedeuta da Silva e o ministro da Educação, Fernando Haddad, foram vaiados anteontem por um grupo de alunos na Universidade Federal do ABC. O chefão do PT não gostou e decidiu passar um carão nos estudantes: "Gritar é bom, mas ter responsabilidade é muito melhor", disse o agora ex-líder oposicionista que gritou contra o voto em Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, que gritou contra a Constituição de 1988, que gritou contra o Plano Real, que gritou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, que gritou contra o superávit primário, que gritou contra o Proer, que gritou contra as privatizações. Era o tempo em que Lula achava que não lhe cabia ser "responsável". Em certa medida, sua IRRESPONSABILIDADE foi premiada.

    Escrevi na sexta-feira um longo texto intitulado Desconstruindo a rasa moral profunda das esquerdas. Ou: Em nome do pai. Do meu pai!, em que faço uma espécie de genealogia do padrão moral, ou amoral, das esquerdas, do petismo e do próprio Lula. Em livro lançado recentemente, "O que sei de Lula" — sobre o qual ainda farei um post; estou terminando de ler —, o jornalista e escritor José Nêumanne Pinto relembra um episódio narrado pelo próprio Lula em entrevista a Mário Morel, que está no livro "Lula - O Início". Para que vocês entendam: Lula trabalhava num torno no turno da noite; de dia, na mesma máquina, outro trabalhador realizava trabalho idêntico. A empresa tinha, pois, como comparar objetivamente a produtividade de um e de outro. Reproduzo em azul o que escreve Nêumanne. Prestem atenção:

    A memória de Lula registrava, quando depôs para o livro do jornalista, o nome do parceiro: Zé Lagarto. E também sua enorme capacidade de produção, com a qual não tinha forças para concorrer. Fez urna comparação numérica: enquanto o outro fazia 80 anéis de ferro fundido durante o dia, ele mesmo não conseguia fazer 30, menos da metade, no turno da noite. Escolado na estratégia (nem sempre bem-sucedida) de pedir aumento de salário comparando sua produtividade com a de colegas mais velhos e mais lerdos, ele teve de mudar a tática e apelar para a solidariedade de classe, que não exercera antes nos casos lembrados por ele próprio ao biógrafo de seu início de vida profissional. Para evitar a comparação desfavorável com o parceiro rápido e produtivo, (…) o tosco Karl Marx da Vila Carioca [ bairro onde Lula morava] argumentou pacientemente a seu parceiro ágil e eficiente que a ultrapassagem da cota média normal da produção de rotina só acrescentava ganho ao lucro do patrão, sem produzir benefícios para o salário do empregado. O interessante a observar na versão do Friedrich Engels da periferia paulistana é que ele reconhecia desde então que esse apelo à solidariedade do parceiro era motivado por mesquinho interesse próprio, o mesmo que o fazia expor a baixa produtividade de colegas que ganhavam mais para aumentar sua paga." [págs. 83 e 84]

    Voltei
    Eis Lula na sua inteireza. Notem que a amoralidade não parece ser um traço apreendido, mas uma característica inata. O jovem trabalhador que não tinha pejo de denunciar a baixa produtividade alheia para aumentar o próprio ganho recorria à solidariedade de classe quando desafiado por alguém mais competente do que ele próprio. Não teve vergonha de transformar a sua incompetência numa categoria universal, numa versão mequetrefe e rebaixada — a tendência ao simplismo e à vulgaridade é outra de suas notáveis habilidades — da "mais-valia" marxista. Ali estava o oportunismo ainda na sua fase de crisálida.

    É bem provável que o pobre Zé Lagarto tenha caído na sua conversa — a exemplo de milhares de trabalhadores do ABC mais tarde, que acabaram perdendo seus empregos para construir "o partido". Aqui é preciso deixar um registro. O Lula pintado com as tintas do martírio tem muito de mitologia. Foi, sim, um menino pobre, passou dificuldades etc e tal. Mas atenção: Ele trabalhou "no chão da fábrica", pela última vez, em 1969. Tornou-se dirigente sindical aos 24 anos e nunca mais pegou no pesado. Como exige a legislação, ganhou estabilidade e passou a receber o salário para atuar no sindicato. Quando se tornou dirigente partidário, passou a ser financiado pelo PT. Aos 66 anos, o "símbolo" dos trabalhadores brasileiros não precisa se preocupar com o próprio sustento há 42 anos! DE QUE EMPRESÁRIO OU "BURGUÊS" BRASILEIRO  NA SUA IDADE SE PODE FALAR O MESMO? Preconceito? Uma ova! Fato! Ah, sim: ele também recebe há anos algo em torno de R$ 5 mil mensais como homem "perseguido pela ditadura"…

    Voltemos à vaia
    Irritado com os estudantes, que também vaiaram Haddad, Lula afirmou ainda: "Se tem uma coisa que aprendi a respeitar é o direito das pessoas reivindicarem porque, se não fosse assim, eu não teria virado presidente da República. Se eu tivesse medo de greve, eu não teria feito as maiores e as melhores do País".

    Há aí a jactância habitual — Lula é sempre campeão em tudo e, se não é, dá um jeito de enganar o Zé Lagarto… —, mas também há uma referência objetiva: professores e funcionários da administração de mais de metade das instituições federais de ensino (universidades e ensino técnico) estão em greve desde o dia 6 de junho. Há uma possibilidade de que só voltem ao trabalho no dia 26 — depois de quatro meses de paralisação. Como vocês podem notar, foi um movimento praticamente invisível, que não rendeu notícia naquilo que o PT chama "mídia'. Essa greve, evidentemente, não presta e é coisa de reacionários. Já as que Lula promovia quando na oposição…

    Haddad, aliás, defendido por Lula e seu candidato à Prefeitura de São Paulo — que o Babalorixá tentou impor no dedaço, sem prévias; parece que não vai conseguir —, mostrou a matéria de que é feito. Ironizando a reivindicação do grupo de estudantes, que pediam a aplicação de 10% do Orçamento federal em educação, afirmou o ministro com uma longa lista de incompetências e desatinos no Ministério da Educação: "Infelizmente, a direita conservadora conta com o apoio da esquerda conservadora para evitar o progresso do nosso País".

    "Conservadores", como se nota, são todos aqueles que não estão com o PT. A "obra" deste rapaz na educação ainda não foi devidamente dimensionada. O aumento significativo de alunos no ensino superior no Brasil se deu em razão da expansão das instituições privadas de ensino — expansão realizada com repasse de dinheiro público, por intermédio do ProUni, que, na prática, compra à matroca as vagas que vão sendo abertas. A milagrosa multiplicação de universidades federais e de vagas em instituições públicas é das mais vistosas balelas da gestão Haddad. Já escrevi algumas vezes sobre o assunto. Alguns dados: (íntegra de um post a respeito haqui):
    1 - Poucos sabem, certa imprensa não diz, mas o fato é que a taxa média de crescimento de matrículas nas universidades federais entre 1995 e 2002 (governo FHC) foi de 6% ao ano, contra 3,2% entre 2003 e 2008 - seis anos de mandato de Lula;
    2 - Só no segundo mandato de FHC, entre 1998 e 2003, houve 158.461 novas matrículas nas universidades federais, contra 76.000 em seis anos de governo Lula (2003 a 2008);
    4 - Nos oito anos de governo FHC, as vagas em cursos noturnos, nas federais, cresceram 100%; entre 2003 e 2008, 15%;
    5 - Sabem o que cresceu para valer no governo Lula? As vagas ociosas em razão de um planejamento porco. Eu provo: em 2003, as federais tiveram 84.341 formandos; em
    2008, 84.036;
    5 -
    O que aumentou brutalmente no governo Lula foi a evasão: as vagas ociosas passaram de 0,73% em 2003 para 4,35% em 2008. As matrículas trancadas, desligamentos e afastamentos saltaram de 44.023 em 2003 para 57.802 em 2008;

    Só isso? Não! Há mais: cresceu o número de analfabetos no país sob o governo Lula — e eu não estou fazendo graça ou uma variante do trocadilho (íntegra do post aqui). Os números estão estampados no PNAD (Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios), do IBGE. No governo FHC, a redução do número de analfabetos avançou num ritmo de 0,5% ao ano; na primeira metade do governo Lula, já caiu a 0,35% — E FOI DE APENAS 0,1% ENTRE 2007 e 2008. Sabem o que isso significa? Crescimento do número absoluto de analfabetos no país. Fernando Haddad sabe que isso é verdade, não sabe?

    O combate ao analfabetismo é uma responsabilidade federal. Em 2003, o próprio governo lançou o programa "Brasil Alfabetizado" como estandarte de sua política educacional. Uma dinheirama foi transferida para as ONGs sem resultado - isso a imprensa noticiou. O MEC foi deixando a coisa de lado e acabou passando a tarefa aos municípios, com os resultados pífios que se vêem. A erradicação do analfabetismo desapareceu das metas do Ministério da Educação.

    Encerro
    Esses são os dados. Por que não há números de 2008 para cá? Porque o Ministério da Educação, por enquanto, os sonega. Mas, como se nota, quando alguém protesta contra o governo petista ou cobra o cumprimento de promessas, está sendo "irresponsável". Responsável é Lula. Responsável é Haddad, com uma greve nas costas que já dura quase quatro meses.

    Talvez seja uma boa idéia o PT lançar Haddad como candidato à Prefeitura de São Paulo. É hora de a obra real deste rapaz vir a céu aberto, como o esgoto no campus de Garanhuns da Universidade Federal Rural. Também será uma boa oportunidade para perguntar se ele já devolveu o dinheiro gasto a mais com a fraude na edição retrasada do Enem, com os cadernos errados na edição passada e com aquele suposto kit anti-homofobia que ficava a um passo de considerar a heterossexualidade uma anormalidade da "direita conservadora".

    Lula está convicto de que o Brasil inteiro será sempre enganado, como foi o pobre Zé Lagarto.

    Por Reinaldo Azevedo

    17/09/2011

    às 6:25

    O PT diz o que quer na reforma: enfiar a mão no seu bolso para eternizar o partido no poder

    No post abaixo, vai um resumo dos truques, manhas e armadilhas da "reforma política" proposta pelo PT. Eu diria que estamos diante, assim, de uma espécie de chavismo light. Depois de permanecer 12 anos no poder (ao fim de 2014), o PT quer regras novas que lhe garantam outros 12, 20, sei lá quantos. Por que afirmo isso?

    A primeira versão do relatório do deputado Henrique Fontana (PT-SP), tornada pública, concilia financiamento público de campanha com financiamento privado. Era mesmo um troço estranho. Até os petistas disseram lá entre si: "Se a gente defende o financiamento público porque considera que o outro predispõe à corrupção (NR — isso é papo furado), como é que a gente vai insistir na sua manutenção, conciliando com o público?" Há certas contradições que nem eles conseguem explicar.

    Pois bem: os petistas insistirão agora no financiamento exclusivamente público. É só um truque. Apostam que os demais partidos da base aliada, em especial o PMDB, proponham o misto. O fundamental para os petistas é que haja dinheiro público. Por quê? Por causa do critério de distribuição de recursos. Tem de haver algum, certo? Não dá para dividir igualmente o dinheiro entre partidos que existem e partidos virtuais, que são uma realidade só no papel. Ora, colocada a questão maligna (enfiar mais dinheiro público na eleição), então vem a resposta maligna: ora, a grana seria distribuída segundo o tamanho da bancada federal hoje. Quem sairia ganhando? PT e PMDB. Quem se ferra? A oposição.

    Por isso chamei de chavismo light. Os petistas aproveitam um momento em que são maioria para propor um sistema de financiamento de campanha que privilegia justamente essa maioria. Alguém dirá: "É justo!" Uma ova! Essa maioria é circunstancial. Imaginem se alguém do PSDB ou do então PFL propusesse algo parecido até o ano de 2002… Os tontons-maCUTs sairiam às ruas. Mas eu já expliquei naquele longo texto da manhã qual é a moral da esquerda e de seus descendentes. O que antes o PT acharia ruim acha agora bom. Não há uma sombra de princípio nisso tudo. É só oportunismo.

    O texto de Fontana também propunha uma estrovenga chamada "voto proporcional misto", com o eleitor podendo votar no candidato e no partido (ainda que de origens distintas). Metade da Câmara seria definida pelos nominais, e a outra metade sairia da lista fechada, segundo peso de cada partido. Uma verdadeira charada grega. O PT desistiu do voto em lista e agora quer a simples manutenção do voto proporcional, como é hoje. Ficará para alguns aliados a defesa do proporcional misto.

    Os petistas também vão defender o mandato de quatro anos para senador. É só firula. Sabem que isso não tem a menor condição de passar no Senado. É puro diversionismo, que busca tirar o foco da questão principal: o partido busca uma "reforma política" tendente a eternizar a vantagem que ele tem hoje. Coisa de vigaristas políticos, morais e intelectuais.

    Falácia
    "Se continuar essa lógica [financiamento privado de campanha], quem é que vai poder concorrer a um cargo legislativo? Ou pessoas muito ricas ou pessoas que tenham facilidade muito grande de encontrar financiadores privados. E isso quebra o critério de igualdade na democracia". A fala é de Fontana.

    É uma das maiores falácias jamais ditas sobre o assunto. Não há um só argumento lógico que explique por que, mesmo com financiamento público, não haveria financiamento privado, por baixo dos panos. É questão de lógica elementar, que talvez Fontana — pelo jeitão — realmente não esteja fisicamente equipado para entender. Atenção: se, com o financiamento privado permitido, já há caixa dois e dinheiro oculto, o que vocês acham que aconteceria quando ele fosse proibido? Será que eu teria de desenhar?

    Há mais: o PT tem hoje a maior bancada da Câmara. Estaria o deputado Fontana confessando que só se chegou a tanto porque ela é composta "de pessoas ricas" e de pessoas "com facilidade muito grande para encontrar financiadores privados", o que inclui, naturalmente, o Fontana? Esse sujeito é ruim "demais da conta", como a gente diz lá em Dois Córregos…

    Voto distrital
    A única — ÚNICA!!!—- maneira de baratear a eleição e, de fato, diminuir o peso do dinheiro (e, pois, as chances de corrupção) é o voto distrital. Por quê? Cada partido escolheria UM ÚNICO candidato em cada distrito. O país tem 513 deputados e, creio, terá em 2014 uns 127 milhões de eleitores. Grosso modo, cada distrito teria pouco mais de 247 mil eleitores. Em vez de ter de disputar eleição no estado inteiro, o candidato se concentraria naquela que é a sua área. A campanha ficaria mais barata, necessariamente — corrupção a menos. Não só isso: ele faria uma espécie de campanha majoritária; teria de convencer os eleitores e de ter efetiva representação numa determinada área. Cai a chance de um mero porta-voz de uma corporação ou de um lobby sair vencedor.

    Uma reforma política, se honesta, aproxima os representantes dos representados. Bem, meus caros, não estou insistindo no voto distrital à-toa. Acima, vocês vêem o que nos prepara o Babalorixá de Banânia. O sociólogo Cabeção, vocês se lembram, tentou negar que o PT estivesse conspirando contra os eleitores. Eis aí. Voto Distrital neles!

    Texto publicado originalmente às 20h49 desta sexta
    Por Reinaldo Azevedo

    19/08/2011

    às 5:59

    O mito Lula precisa morrer se o Brasil contemporâneo quiser nascer. Ou: #DesencarnaLula!

    As palavras fazem sentido. Essa é uma das mais antigas batalhas deste escriba. Têm aquele sentido estanque, do dicionário, elucidado por sinônimos ou perífrases. E têm o sentido que lhes conferem as circunstâncias, o contexto. Luiz Inácio Apedeuta da Silva, a face mais visível da doença que toma conta da política brasileira, esteve ontem em Minas. E, mais uma vez, nos deu a oportunidade de ler as palavras pelo sentido que elas têm e interpretá-las pelos silêncios que enunciam. Voltou a negar que possa ser o candidato em 2014. E se pergunta então: "Por que um ex-presidente da República, que já havia anunciado que não seria candidato, nega que pretenda se candidatar se não for  com o objetivo de que sua candidatura seja debatida como realidade plausível?" Vale dizer: as palavras de Lula devem ser lidas pelo avesso. Ele afirma o que nega; nega o que afirma.

    Foi adiante: "Dilma só não será candidata se não quiser". A oração subordinada adverbial condicional — "se não quiser" — traz uma hipótese com a qual ninguém contava até outro dia, muito menos os petistas, especialmente quando a mandatária não concluiu ainda o seu oitavo mês de governo. Então está dado que existe a possibilidade de Dilma não querer. É Lula quem sustenta isso. Em política, "querer" ou "não querer" depende mais da vontade de terceiros do que da própria. O Babalorixá, ele próprio, faz de tudo, já está claro a esta altura, para que ela não queira. Ou não se moveria no tabuleiro da política com tanta saliência.

    Não estamos diante daquela situação em que a criatura se volta contra o criador, como o monstrengo criado por Doutor Victor Frankenstein. De certo modo, é o contrário: Lula padece de uma inveja patológica da sua criatura. Considera-se o dono de Dilma de Rousseff. E está profundamente insatisfeito com os rumos que as coisas estão tomando. A imagem da faxina, ainda que uma expressão usada pela imprensa, colou. Só se limpa o que está sujo. E a sujeira foi, sim, a herança maldita que caiu no colo da sucessora. É evidente que ela era da turma. E figura de proa. Tanto é que foi escolhida para conduzir o navio — ou, ao menos, para representar esse papel. Mas a dinâmica da política não depende, reitero, só de vontades. A sujeira começou a aparecer. E os "descontentes" só não estão na rua porque os nossos esquerdopatas transformaram sindicatos, ONGs, movimentos sociais e entidades de classe em sucursais do partido. O PT está hoje mais presente na sociedade do que o Baath no auge do poder de Saddam Hussein. Os tolos dirão: "Mas foi pela via democrática". O aparelhamento é sempre uma afronta à democracia, jamais a sua expressão.

    É inaceitável que um ex-presidente da República se coloque, de peito aberto, como uma espécie de articulador informal do governo, seu intérprete mais avalizado, seu condestável. E é o que Lula está fazendo, tentando empurrar Dilma para fora do tabuleiro, embora reafirme, claro, seu apoio à sucessora.

    Ele é popular? E daí?
    Eu estou pouco me lixando se o Apedeuta é ou não popular. Aliás, falar mal de impopulares é coisa que qualquer covarde pode fazer. Lula é, sim, o nome da "doença" da política brasileira — e vamos, então, ampliar a briga, porque aí o barulho fica bom —,  assim como Getúlio Vargas já foi um dia e, em muitos aspectos, ainda é. As pessoas têm os seus valores, e eu também. Não nutro a menor simpatia por um líder fascistóide, que prendeu, torturou e matou nas masmorras. "Ah, mas ele fundou o Brasil moderno!" Que Brasil moderno? O Getúlio do Estado Novo compôs com todas as forças reacionárias com a qual a dita Revolução de 30 prometia acabar — de fato, em certo sentido, Lula mimetiza Getúlio… Não leio a sua carta de suicídio sem atentar para o seu lado patético, sua literatice chula, seus contrastes vigaristas entre os "bons" e os "maus", sua irresponsabilidade fundamental. Não se deve especular, por pudor, sobre a razão dos suicidas — desde que o sujeito não decida "sair da vida para entrar na história". Arghhh… Politicamente, e é de política que falo, teria sido bem mais corajoso enfrentar seus acusadores. Era grande a chance de que terminasse deposto e na cadeia.

    Essas almas "intensas", "amorosas", " passionais", "carismáticas" deseducam o povo e conduzem os países, com freqüência, ao desastre. Muito bem: Getúlio era fruto de um tempo que produziu varias formas do fascismo mundo afora — e aqui também, portanto. Mas os outros países exorcizaram seus fascistas. Nós amamos os nossos. Ou melhor: "eles" (porque não sou da turma) amam os deles. É claro que a "moral revolucionária" das esquerdas, muito especialmente dos comunistas, colaborou para isso. Luiz Carlos Prestes saiu da cadeia, onde tinha sido barbaramente torturado pela polícia de Getúlio — sua mulher, Olga, tinha sido deportada grávida para a Alemanha, onde foi morta — para subir no palanque do ditador contra "as forças do imperialismo". Olga estava longe de ser a heroína pintada pelo chavista (e agora biógrafo de Lula) Fernando Morais. Mas isso não livra a cara de Getúlio.

    Eu não opero com uma balança em que a canalhice é posta num prato, e as conquistas, noutro, em busca de um equilíbrio. Findo o estado novo, o lugar de Getúlio era a cadeia, não tentando voltar ao poder, aí pela via democrática, com o apoio dos comunas, que odiavam a democracia… Que circo nojento!  Por que falo de Getúlio? Porque estepaiz ainda vive à mercê desses redentores — e Lula ocupou esse papel, à custa de uma máquina de mentiras e de manipulação da informação de fazer inveja ao DIP getulista. Não! Não tenho absolutamente nada de pessoal contra o Babalorixá. Até me policio um pouquinho para não me deixar tocar minimamente por  sua inegável simpatia pessoal — quando não está sobre um palanque, possuído pelo ogro eleitoral. É a sua figura política que é nefasta, que deseduca, que desinforma, que dá sobrevida ao que há de mais atrasado na política .

    O mito Lula precisa morrer — não o Lula! Que tenha tataranetos, mas sem passaporte diplomático! — se um Brasil minimamente afinado com a contemporaneidade quer nascer. O homem está mobilizando o seu partido e outros da base aliada contra um movimento — ainda incipiente, que é mais da sociedade do que de Dilma, é óbvio — contra a corrupção! Esse Shrek do Mal está tentando nos convencer de que  a sem-vergonhice é um preço que o Brasil precisa pagar para avançar. E não é! Uma coisa é admitir que o malfeito existe, é parte da política e precisa ser extirpado. Outra, distinta, é encará-lo como virtude.

    No momento em que ministros atolados em lambanças perdem seus cargos, o que faz o "pai do povo"? Sai por aí estimulando, na prática, o debate sobre a sucessão de Dilma, que está no poder há menos de oito meses. Em defesa do que mesmo? De quais princípios? Se isso não é uma forma de chantagem política, é o quê?

    O Brasil avança, sim! Avança apesar da corrupção e do permanente assalto ao dinheiro público. Avança pela força dos brasileiros que trabalham, apesar dos vagabundos que vivem do esforço alheio; avança pela capacidade empreendedora dos seus empresários, apesar daqueles que vivem do compadrio e dos favores do estado; avança pela força — e eles existem — dos políticos honestos, apesar da escória que entra na vida pública para se arrumar.

    E é isto que precisamos ter muito claro: OS DEFEITOS DA VIDA PÚBLICA BRASILEIRA DEFEITOS SÃO, E NÃO VIRTUDES! Por mais que pareça absurdo a muitos, O BRASIL AVANÇA APESAR DE LULA, NÃO POR CAUSA DELE.

    Ele havia prometido "desencarnar", vocês se lembram. Mais uma vez, não cumpriu uma promessa. É chegada a hora de fazer uma campanha pública: #DesencarnaLula!

    Por Reinaldo Azevedo

    18/08/2011

    às 23:04

    Sim, ele continua na área, dando as suas opiniões

    Leiam o que informa Paulo Peixoto, na Folha Online. A mensagem vale por aquilo que está no avesso. Escreverei mais a respeito, é claro.

    Lula diz que Dilma é a candidata e nega problemas com base

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (18) que a presidente Dilma Rousseff só não será candidata à reeleição em 2014 se não quiser. Lula afirmou ainda que "não existe a hipótese" de Dilma "perder o controle da base aliada", que dá sustentação ao governo. "Eu tenho conversado com muita gente e não vejo nenhum estremecimento na base", disse Lula, que negou que as conversas tenham o propósito de ajudar a presidente nesse momento. "Ela não precisa disso", afirmou.

    Lula disse que considera "muito importante e muito forte" a aliança com o PMDB. Em almoço com políticos mineiros aliados, mais cedo, Lula afirmou que ficou "muito feliz nesta semana porque ela [Dilma] almoçou e jantou com quase todos os partidos da base". O ex-presidente discursava sobre a necessidade de conversar com os partidos para haver condições de governabilidade. E disse que todos têm a "obrigação de ajudar" a presidente.

    Apesar desse tom, Lula negou haver crise política. E minimizou a queda de quatro ministros em sete meses e meio de governo. "A gente não tem que se preocupar porque saíram ministros. Eu também tirei muita gente no primeiro ano, companheiro que eu não queria tirar. Mas a vida é assim mesmo", disse. E acrescentou que Dilma tem uma base de sustentação que poucos governos tiveram.

    Sempre defendendo o PMDB, Lula disse que "tem muita gente preocupada" com essa aliança. E fazendo referência ao tempo em que o PMDB, no governo de Fernando Henrique Cardoso, esteve aliado com o PSDB, disse: "Quando essa aliança se dava pela direita, eram gênios políticos".

    Indagado sobre a fala do ministro Paulo Bernardo (Comunicações), que afirmou que as decisões sobre candidatura presidencial em 2014 passarão antes por uma conversa entre Lula e Dilma, o ex-presidente criticou os que tentam falar por ele. A fala de Bernardo foi feita durante entrevista ao programa "Poder e Política - Entrevista", conduzido pelo jornalista Fernando Rodrigues no estúdio do Grupo Folha em Brasília. O projeto é uma parceria do UOL e da Folha.

    Lula criticou até mesmo o ex-governador José Serra (PSDB-SP), sobre entrevista que dera ao jornal espanhol "El País". "É inaceitável que um tucano como o Serra diga que sou candidato em 2014. Primeiro, quem decide sou eu e depois o PT", disse. "Em 2014 –eu não sei da oposição, mas do governo [eu sei]–, o Brasil já tem um candidato que é a Dilma Rousseff. Eu vou dizer pela última vez: a Dilma só não será candidata se não quiser."

    Por Reinaldo Azevedo

    18/08/2011

    às 18:47

    Assim se comporta um intelectual do regime. Ou: Lula, "o guia genial" de um intelectual esquerdista no combate ao… Centrão! Ou: O nosso Máximo Gorki

    Queridos, o texto é longo, sei. Hoje acordei disposto a ir fundo, hehe. Mas é um dos mais importantes publicados neste blog. Não por causa de fulano ou beltrano, mas por causa da desmontagem de uma tese politicamente vigarista, que, como diria Chico Jabuti, anda nas cabeças e nas bocas dos esquerdistas do complexo "UNICAMPUCUSP", os justificadores intelectuais de uma doença política chamada "Luiz Inácio Lula da Silva". É evidente que há bons pensadores na USP, PUC ou Unicamp. Tenho amigos nas três.

    Não dá tempo de ler tudo o que sai por aí. Às vezes, batemos olho num título, lemos o nome do entrevistado e pensamos: "Não vale a pena; deixa pra lá". Durante algum tempo, sei lá, umas quatro ou cinco colunas que ele escrevia na Folha, li um rapaz chamado Marcos Nobre, "professor de filosofia política na Unicamp". O título comporta certa pompa natural. Não é que ele ensine "ciência política", o que faz supor um trabalho mais descritivo, de análise: as correntes de pensamento, as ideologias, as afinidades eletivas deste ou daquele. Não! Sem trocadilho, a tarefa dele é mais nobre: é "filosofia política", o que já nos leva a supor algo mais elaborado, que transcende o terreno da descrição para entrar na floresta escura do pensamento. Logo deixei o dito-cujo de lado. Quando não estava justificando o petismo, cobrava um adernamento à esquerda. Admita-se que se pode fazer isso de modo inteligente. Não era o caso. Por isso bati o olho numa entrevista que ele concedeu ao Estadão no domingo e fui fazer outra coisa. Nem lembro o quê. Qualquer coisa.

    Mas um amigo — da academia, diga-se — insistiu: "Você tem de ler!" Ainda protestei: "Porra! Não é coisa que um amigo nos cobre…" Ele insistiu. Li. A que ponto pode descer um "pensador"! Antes que entre no mérito, uma lembrança. Não havia intelectual no Ocidente que ignorasse a tirania de Stálin, os assassinatos políticos, a morte de milhões durante a coletivização da agricultura, a censura, o horror. No entanto, a verdade foi sistematicamente negada pelas esquerdas porque, afinal, julgavam ter uma tarefa mais importante e mais urgente: o combate à contra-revolução, ao imperialismo, ao fascismo… E havia os que simplesmente negavam que houvesse violência na URSS. O escritor francês André Gide, por exemplo, denunciou a tirania já em 1934, depois de uma viagem ao país — "Retour de l'URSS" — e foi tratado como escória pelos intelectuais de esquerda. Como era homossexual, sua crítica foi tomada apenas como chiliques de um pederasta… Ainda voltarei aos intelectuais e a Stálin, vocês verão.

    Na entrevista ao Estadão — íntegra aqui —, de maneira oblíqua, o professor expressa a sua insatisfação com a "faxina" promovida no governo Dilma e, claramente, alerta a presidente para os riscos. O cerne do "pensamento" marcosiano está nesta resposta:

    E como combater o que o sr. chama de peemedebismo?
    De fato, precisamos de uma pequena revolução política. Já tivemos uma pequena revolução econômica e uma pequena revolução social. Se vai ser a Dilma quem vai fazer isso não sei. O peemedebismo tem que acabar.

    O problema é que a política da queda de braço da Dilma está organizando o peemedebismo. Fernando Henrique dizia que tinha uma base desorganizada, Lula também. A característica do peemedebismo é ser desorganizado, fragmentado. Dilma está ameaçando organizar o peemedebismo. E a organização do peemedebismo tem um nome: chama-se "centrão". O centrão é um poder autônomo em relação a partidos e ao governo. O poder de chantagem do centrão é muito grande. Este centrão está sendo reorganizado pelo PMDB - se chama hoje "bloco informal" (anunciado nesta semana por PR, PMDB, PTB, PP e PSC). Este sempre foi o medo do Lula: uma organização do Legislativo independente do Executivo. A organização do peemedebismo significa um travamento como tivemos no governo Sarney e no governo Collor. É muito grave.

    Comento
    Nem vou discutir essa história de "pequena revolução" disso ou daquilo porque os próprios termos já definem o pensamento. "Pequena revolução" é o correspondente político de uma "pequena gravidez". Também na filosofia política, as palavras fazem sentido, pois não? Sigamos. O leitor poderá dizer. "Pô, Reinaldo, mas não entendi o que há de mal aí; parece até razoável". Eu sei. O capeta também parece razoável até a assinatura do contrato… Releiam. Na prática, Nobre está afirmando que a ação política de Lula, no que concerne à base aliada, em especial ao PMDB, consistiu em controlar "o Centrão".

    Um "pensador" de esquerda, como Marcos Nobre, quer-se um "dialético". A dialética é a alegoria de mão dos justificadores do mal. Consiste basicamente em extrair o bem da essência do mal; em demonstrar que aquilo que vemos, que é escancaradamente eloqüente, é só uma etapa de um Bem futuro.

    A dialética é uma das religiões dos ateus. Acham a hipótese de Deus irrealista, estúpida mesmo. Mas estão certos de que o mal acaba levando a um salto de qualidade que o transforma no bem.

    Para este senhor, a melhor maneira que Lula encontrou de "neutralizar" o Centrão foi fazer tudo o que o PMDB (e outros patriotas) queriam, entenderam? Não é que ele compactuasse com a sacanagem, com a lambança, com a sem-vergonhice. Nada disso!  Estava apenas sendo estratégico. Ao supostamente neutralizar essas forças, conseguiu, então, implementar seu programa. A síntese do pensamento marcosiana poderia ser esta: "Lula fez tudo o que as forças do Centrão queriam para neutralizar as forças do Centrão". É mais ou menos como, ao perceber que se vai ser assaltado, entregar tudo ao ladrão antes que ele saque a arma. Para todos os efeitos, foi uma doação voluntária, não uma chantagem.

    Assim, resta a Marcos Nobre censurar — de modo um tanto vexado, claro! — o suposto comportamento moralizador de Dilma. Ela estaria conduzindo a uma regornização do Centrão, que seria o que de pior pode acontecer na política brasileira. Como as palavras fazem sentido e como a lógica já existia antes de Nobre entrar na floresta escura do pensamento, ele está dizendo que Dilma, e não Lula, atua como um agente de regressão política, ainda que não queira. Marcos Nobre chegou, depois de alguns livrinhos, aonde José Dirceu e Lula chegaram sem ler borra nenhuma! É a obra mais evidente de todo intelectual do regime: a inutilidade do conhecimento.

    Falei que voltaria a Stálin. Os bate-paus do stalinismo explicaram o acordo Stálin-Hitler como a mais genial e formidável decisão estratégica de seu líder. O tirano só estaria tentando ganhar tempo para organizar a máquina de guerra. Ainda hoje, professores de história repetem essa farsa em sala de aula. Não é que fascismo e socialismo fossem, afinal, farinhas do mesmo saco original e que os dois totalitarismos tivessem a democracia liberal como adversária comum. Nada disso! Stálin só estava dando um jeito de enganar Hitler… Assim como Lula passou oito anos enganando o PMDB, o PR e afins… E como os enganou? Ora, entregando-lhes ministérios de porteira fechada. Foi a face mais doce e mais rentável do ludíbrio.

    Nobre está alertando Dilma para os riscos. Leiam isto:
    Mas esta estratégia não é livre de riscos, certo?
    Não só é arriscado como também tem data de validade. Ela não pode fazer isso por quatro anos porque, desta forma, o sistema político como um todo aparece como vilão. Não dá para levar esta situação além do primeiro semestre de 2012. É em 2012 que o político fará sua base para uma candidatura em 2014. Não se pode apoiar um candidato num contexto em que todo e qualquer político é corrupto. A tática da Dilma até agora deu certo porque ela consegue se apresentar como alguém que luta contra o sistema político por dentro do próprio sistema. Também deu certo porque ela conseguiu ampliar o cordão sanitário. O cordão sanitário vem desde o governo FHC - são aquelas áreas consideradas intocáveis pelo peemedebismo, geralmente saúde, educação e política econômica. Dilma queria estender este cordão aos Transportes, por causa das obras de infraestrutura. Até o momento, deu certo. Mas tem limite, porque o sistema político se volta contra ela.

    Vamos ver. Dilma não está pulando por boniteza, mas por necessidade. Não promove uma faxina, ou como queiram chamar, de moto próprio, mas porque os escândalos estão vindo à tona. Fazer o quê? Não dispõe da popularidade — e da cara-de-pau — de Lula para fazer de conta que nada aconteceu. Prestem atenção a isto: "Não se pode apoiar um candidato num contexto em que todo e qualquer político é corrupto. A tática da Dilma até agora deu certo porque ela consegue se apresentar como alguém que luta contra o sistema político por dentro do próprio sistema." Quem está dizendo que "todo e qualquer político é corrupto?" Ninguém! Dilma tampouco. Ele tem razão numa coisa: ela também é cria desse ambiente, mas só haveria alguma contradição em sua ação se estivesse atuando por iniciativa própria. Não está!  Nobre, com seu fatalismo blasé, nos informa que nada há a ser feito. O esforço moralizador da política expõe o líder à reação do sistema. O corolário: melhor condescender com a bandalheira, preservando os bons propósitos.

    Ah, os fatos
    Há outra coisa que filosofia política nenhuma consegue anular: o peso dos fatos. Leiam isto, e já começo a caminhar para a conclusão.

    E se o Executivo tentar governar sem o Congresso?
    Seria a chave para a formação do centrão. Dilma tem três espadas apontadas para sua cabeça: a Emenda 29 (que regulamenta os gastos com saúde), a PEC que estabelece o piso para policiais civis e os royalties do petróleo. Todas estão na mão do Congresso. O governo pode não depender do Parlamento - se não quiser fazer grandes reformas, o que é o caso da Dilma -, mas não pode contorná-lo.

    Que coisa! Vamos, então, às três espadas. Está em todos os arquivos. A candidata Dilma Rousseff prometeu, em campanha, aprovar a Emenda 29, que garante mais verba para a Saúde. Não vou entrar no mérito de cada "espada" porque o texto ficaria quilométrico. O fato é que ela prometeu. No caso da PEC 300, a que iguala o piso dos policiais ao do Distrito Federal, este pobre escriba (snif, snif…) já deu a cara ao tapa algumas vezes, criticando-a. Está tudo em arquivo. E não é só o piso de policiais civis, não. Na prática,  o dos militares também. Como quebraria os estados, aprovou-se uma emenda ao texto original: o que cada unidade da federação gastar a mais, se aprovada a proposta, será coberto pelo Tesouro. Sabem o nome do político que mais se comprometeu com ela e que deu a maior força para que ela prosperasse? Michel Temer! Quanto à divisão igualitária dos royalties do petróleo, dizer o quê? Para não perder apoios regionais importantes, fundamentais para a eleição de Dilma Rousseff, o governo Lula não moveu uma palha para derrotar a proposta, nada! A própria candidata ficou de bico calado. Só para registro: o tucano José Serra deixou claro que era contra.

    Assim, o dito "Centrão", se existisse, não estaria impondo a Dilma nada com que ela não tivesse se comprometido, direta ou indiretamente, quando candidata. A "filosofia política" de Marcos Nobre não resiste aos arquivos.

    Nas décadas de 30, 40 e 50, Nobre estaria buscando as razões estratégicas que justificavam a brutalidade stalinista: o combate aos contra-revolucionários, ao imperialismo, ao fascismo… Como Nobre é Nobre, e não Máximo Gorki, ele justifica Lula  em nome do combate ao… Centrão!

    Como se diz em Dois Córregos: "Vorrrta, ruela!" Eu nunca entendi a origem da expressão ("vorta" é do verbo "vortá", que é o contrário de "ir"). Sei que quer dizer isto: "Credo! Que nojo! Que coisa mais asquerosa!" É o latim que a gente fala lá de vez em quando. Traduzo: "Vade retro!"

    Por Reinaldo Azevedo

    18/08/2011

    às 16:45

    O remédio contra Lula. Ou: Ameaças de morte

    Há muito tempo não recebia tantas ameaças de morte — acontece todo dia, saibam — como voltei a receber hoje, por causa daquele texto da madrugada. Leitores me enviam comentários publicados em alguns blogs, sites e afins que são de arrepiar. É claro que alguns ditos "colunistas" estão dando corda, como sempre. A eliminação do adversário, considerado um inimigo, passou a ser um valor no país. Lula ajudou a cultivar esta, digamos, metafísica. Sua prática política é pautada por um permanente assassínio da história e da biografia política de seus opositores. Note-se à margem que ele também tem o dom de ressuscitar moribundos, como sabe José Sarney.

    E por que essa gente fala em "morte" com tanta desenvoltura? Bem, porque sua moral comporta — não faz tempo, um desses "intelectuais" de esquerda escreveu um texto em que o terrorismo era tratado como expressão política legítima. Embora sejam bestas morais e éticas, têm ao menos conhecimento do certo e do errado. Ameaçam-me, mas atribuem a mim a responsabilidade pelo molestamento, entenderam? Afinal, dizem, no texto da manhã, eu teria defendido golpe de estado e, o que é espantoso!, até mesmo a eliminação física de Lula. Logo, quem tem de ser eliminado sou eu! Não é fantástico?

    O remédio contra Lula é a democracia e a democratização da sociedade. Acreditam na morte como resposta para conflitos os que mataram Celso Daniel, os que mataram Toninho do PT, de Campinas, os que mataram milhões de adversários história adentro. O meu papo é de outra natureza. Alguns bostalhões que vêm me dar aula de democracia nunca levantaram a bunda do sofá para combater a ditadura, enquanto eu tomava algumas borrachadas. Abordo pouco essa questão porque isso, por si, não torna ninguém certo ou errado. Mas há as pessoas que têm uma trajetória comprometida com as liberdades públicas e há as que não têm; há as que estão sempre alinhadas com a defesa da liberdade de expressão, e há aquelas que modulam essa defesa segundo os interesses a que atendem na hora.

    O petismo empobreceu dramaticamente o debate político no Brasil, inclusive no terreno da esquerda. Se digo que Lula é o nome da doença política, é evidente que não bastaria eliminá-lo, ainda que isso fosse moralmente aceitável (não é!), para que tudo estivesse resolvido. Ele não se resume ao homem que é; representa um conjunto de procedimentos; simboliza uma forma de ver a política; expressa uma visão das relações do estado com a sociedade. Fez-se um emblema, cheguei a usar esta expressão, do não-republicanismo.

    Lula é o símbolo da farsa moral — e ética — segundo a qual, em nome da promoção da igualdade, tudo é permitido. E não é!

    Não! Eu não imagino qualquer outra maneira de combater o lulo-petismo que não seja pela via eleitoral. Eles podem, ainda que apenas retoricamente (tomara que seja só isso!), me querer morto; eu só os quero derrotados nas urnas. Mas também cobro que as LEIS DEMOCRÁTICAS QUE ESTÃO EM VIGÊNCIA SEJAM APLICADAS. Quando lembro que Lula, na presidência da República, mudou uma lei só para permitir a fusão de duas empresas de telefonia e que o BNDES decidiu financiar a operação antes mesmo da existência da tal lei — comprometendo-se, pois, com uma operação ainda ilegal —, eu me dou conta do grau de esculhambação legal e institucional a que chegamos.

    As próprias instituições foram contaminadas pelo "espírito companheiro". E isso tem de ser permanentemente denunciado. Lula é o nome da doença porque é o fundador de uma espécie de nova aristocracia, à qual tudo é permitido, com privilégios que se estendem à descendência. Renovou o que há de mais nefasto entranhado na cultura política brasileira: a desigualdade dos homens perante a lei — com a diferença de que essa desigualdade que ele cultiva seria uma forma de resistência. Essa cultura já chegou ao Supremo!

    Qual o remédio contra o que Lula simboliza? O aprimoramento dos mecanismos da democracia representativa e a aplicação das leis previstas na democracia, tudo o que os vagabundos dos mais diversos matizes ideológicos, hoje pendurados nas tetas do estado, não querem: no capital, no trabalho, na academia, no subjornalismo, na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapé (é a variante paulista, também admitida, de "sapê").

    Eu quero é democracia. E combato a canalha que decide usar o regime democrático para solapá-lo. O nome da doença é Lula.

    Por Reinaldo Azevedo

    18/08/2011

    às 15:34

    Eu não sou a supernanny disso a que chamam "povo". Ou: de novo uma doença chamada "Lula"

    Escrevi nesta madrugada um texto em que afirmo que o nome da doença da política brasileira é Luiz Inácio Lula da Silva. Está dando o que falar. E está porque tenho milhares de leitores. É assim mesmo. Quem escreve só pra si não tem ninguém a espiá-lo a não ser o silêncio, e o texto vira um exercício de expiação da própria irrelevância. Deve ser difícil. Um leitor ou outro me enviam ataques de fúria desse ou daquele: "Você viu o que disse fulano, como reagiu Beltrano?" Não vi. Eles me lêem; não os leio. Não enviem os links porque não lerei. Não tenho tempo. A opinião de bem pouca gente da imprensa — ou da subimprensa — me interessa. Meu diálogo é com OS MEUS LEITORES, não com quem tenta usar os meus textos para conseguir leitores. Faltam horas no meu dia para ler  o que presta. Por que desperdiçar as que tenho com quem não presta? Faz tempo que me atacar é uma boa forma de tentar aparecer. A torcida é para que eu reaja. Mas essa decisão é minha. Às vezes, decido me divertir um pouco. Ponto. Parágrafo.

    Escrevi aquele texto de madrugada, ainda estava meio escuro. Agora eu o reli à luz de um sol um tanto pálido que entra pela janela — saudade de todos os verões, Deus Meu!, do verão ancestral! Sim, agora que o releio sob nova luz, concluo: o nome da doença da política brasileira é Luiz Inácio Lula da Silva. É ele quem comanda hoje a RESISTÊNCIA — no seu partido, na base aliada, nos setores pouco salubres da imprensa a isso a que chamam (eu jamais o fiz de própria pena) "faxina" na administração. A exemplo de Dilma, também eu não gosto muito da palavra. Faz supor que é só uma questão de espanar a poeira, pôr pra fora o lixo e passar um lustra-móveis. Não é! Há mudanças de natureza estrutural que precisam ser feitas. Tenho tratado delas. O voto distrital, por exemplo, representaria um ganho formidável de qualidade.

    Sim, eu afirmei que Lula escapou do mensalão, entre muitos fatores, porque tinha maioria no Congresso, destacando outro elemento: a "sem-vergonhice docemente compartilhada por quem votou nele". E emendei: "Não dá para livrar os eleitores de suas responsabilidades." E não dá mesmo! Não sou a supernanny do "povo". Aliás, eu nem mesmo reconheço a existência dessa categoria. Quem gosta de especular sobre o "espírito do povo" são os descendentes intelectuais e políticos do fascismo, seja o fascismo de direita, seja o de esquerda. É aquela turminha esquerdopata do que chamo "Complexo Pucusp" (é bem possível que "Pucusp" seja uma palavra criada por Bruno Tolentino, mas não estou certo). Eu reconheço a existência de pessoas. Quem votou em Lula, mesmo sabendo do mensalão e do esquema que era comandado pelo seu partido — e, exceção feita a alguns bolsões de ignorância extrema, era impossível não saber endossou aquelas práticas, entregou-se à "sem-vergonhice docemente compartilhada". A democracia é o regime de responsabilização disso a que chamam "povo" e que eu chamo "pessoas".

    Foi só isso? Claro que não! Não dá para escrever todos os textos num só. Há centenas deles neste blog cobrando a responsabilidade das oposições, por exemplo, os erros cometidos, a falta de combatividade e de clareza ao longo dos quatro primeiros anos do governo Lula, com repeteco nos outros quatro etc. Mas essa entidade sacrossanta a que populistas dos mais variados matizes classificam como "povo" é responsável pelos governos que elege, ora essa! E se torna co-responsável por seus métodos. Se a maioria do eleitorado tivesse achado o mensalão grave o bastante, não teria dado um segundo mandato a Lula. "Ah, para a população, os benefícios que ele representava eram superiores aos malefícios". Não seria difícil contestar tal afirmação no terreno dos argumentos objetivos. Mas digamos que tenha sido essa a percepção. Não só não muda o que escrevi como referenda: fez-se uma escolha. E essa escolha compreendia acolher a lambança.

    Eu não me considero superior a isso a que chamam "povo"; não sou seu intérprete, seu psicanalista, seu educador ou o que seja. Por isso mesmo, não preciso vê-lo com compreensiva e compassiva generosidade. Acima da linha da sanidade, qualquer homem da rua é meu igual, é meu irmão. Tenho asco do paternalismo de qualquer natureza. Dei aula durante muito tempo. Meus alunos estão por aí, alguns deles na imprensa. Nunca fui um professor "gugu-dadá", "cúti-cúti"… Tenho horror a essa postura. E, como sabem os que me lêem, não puxo o saco nem mesmo dos leitores. Mais de uma vez contrariei algumas expectativas. Lê quem quer.

    Se alguém está tentando desestabilizar o governo Dilma Rousseff, esse alguém é Luiz Inácio Lula da Silva, que se apresenta como o condestável da República e que exerce uma coordenação paralela da aliança que conduziu Dilma ao poder. O recado é mais do que claro: ou ela joga segundo as regras que ele estabeleceu que supõem aquela penca de malefícios que elenquei no texto anterior ou ele se apresenta como a alternativa, que é o que tem feito de maneira sistemática, organizada, metódica.

    E encerrei aquele post assim: "Lula é o nome da doença. É para ela que precisamos de remédio."

    Mas qual é o remédio?

    Por Reinaldo Azevedo

    12/08/2011

    às 21:18

    Agora é o Apedeuta que ataca a Polícia Federal!

    Adivinhem quem criticou a atuação da Polícia Federal na operação que prendeu aqueles patriotas do Ministério do Turismo… Sim, ele mesmo: o  Apedeuta. "Não é aceitável que uma pessoa com endereço fixo, RG e CPF seja presa como um bandido qualquer, algemada, como em uma exposição pública".

    É uma besteira! Esses itens não determinam o uso ou não de algemas. Segundo acórdão do STF, elas devem ser empregadas se a pessoa resistir à prisão ou puder pôr em risco a segurança de terceiros. Não tem nada a ver com RG, CPF ou residência fixa… Fosse assim, um sem-casa e sem-documento seria naturalmente "algemável". Por que Lula não se cala?

    Como se sabe, eu mesmo critiquei o que chamei de exageros. Mas eu posso, já expliquei por quê. Lula foi presidente da República durante oito anos. Houve um verdadeiro festival de algemas no período. Curiosamente, e isso sempre foi apontado, as argolas nunca tinham enfeitado os punhos de petistas. Faço uma interrogação que soa como piada: "Seriam eles mais decentes do que os outros?" Não só o Apedeuta não protestava como dizia que, para que aquilo não acontecesse, bastava andar na linha.

    O que se depreende disso? Não é que Lula se oponha a exageros. Ele se opõe a exageros contra as "pessoas erradas" — vale dizer: seus aliados. Mesmo dizendo que a PF é uma instituição respeitável, afirmou: "Estamos cansados de ver injustiças neste país".

    Nem diga! Chega de injustiças neste país!

    Por Reinaldo Azevedo

    11/08/2011

    às 6:21

    Sempre o ogro - Lula pede à presidente que não irrite PMDB

    Por Vera Rosa, no Estadão:
    A presidente Dilma Rousseff teve ontem uma longa conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo. Dilma está preocupada com a crise de relacionamento entre o PT e o PMDB e com a instabilidade na base de sustentação do governo no Congresso. Foi por isso que bateu à porta de Lula.

    Segundo apurou o Estado, o ex-presidente aconselhou a sucessora a não esticar mais a corda, para não atiçar o PMDB, o mais importante aliado do Planalto depois do PT. Lula avalia que Dilma precisa promover mais encontros com deputados e senadores, fazer afagos nos parlamentares e "repactuar" a coalizão. Ele também está apreensivo com a "guerra de dossiês", com infindáveis denúncias de corrupção. Trata-se de uma base aliada em pé de guerra.

    Na terça-feira, o PMDB chegou a ameaçar romper com o governo depois de saber que o Ministério do Turismo, dirigido pelo partido, havia sofrido uma devassa, no rastro da Operação Voucher, da Polícia Federal. Dilma ficou furiosa por não ter sido avisada antes da operação e enquadrou o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo.

    Pressionado, Cardozo cobrou explicações da Polícia Federal, "em caráter de urgência", sobre o uso de algemas para alguns dos detidos, nas ordens de prisão. O vice-presidente Michel Temer, que comandou o PMDB, agiu nas últimas 48 horas para conter o princípio de rebelião.

    Apoio. Em reunião com o Conselho Político, ontem, Dilma pediu apoio da base aliada para votações importantes no Congresso, como a que prorroga, por mais quatro anos, o mecanismo que permite ao governo manejar livremente 20% do dinheiro do Orçamento, a chamada Desvinculação das Receitas da União (DRU). Aqui

    Por Reinaldo Azevedo

    06/08/2011

    às 6:23

    Lula sugere que militares não têm de se intrometer na Defesa!!!

    Por Lu Aiko Otta, no Estadão. O título é meu.

    Diante da reação negativa dos militares à escolha de Celso Amorim para comandar o Ministério da Defesa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou os descontentes com a nomeação. "Eu não sei se cabe aos militares gostarem ou não gostarem", disse Lula, que está na Colômbia. "Ela (a presidente Dilma Rousseff) é a chefe suprema das Forças Armadas, indicou o ministro e acabou, não se discute."

    Lula acrescentou que as pessoas precisam entender que, uma vez nomeado, um novo ministro precisa assumir e começar a trabalhar "para ver se vai fazer ou não vai fazer o que precisa ser feito". Para Lula, a presidente escolheu bem e, quanto à competência de Amorim, "tem poucos iguais a ele no Brasil". "Amorim estará qualificado para ocupar qualquer pasta." Aqui

    Por Reinaldo Azevedo

    01/08/2011

    às 6:01

    Neta de Lula quer ser atriz. E quem paga a conta somos nós! Ou: O nome da peça é "O Apedeuta Indomado"

    Luiz Inácio Lula da Silva é a expressão máxima da imoralidade e da falta de ética da política brasileira. O Apedeuta pôs a serviço do vício o que poderia haver, originalmente, de virtude em seu partido, nascido nos estertores da ditadura, propondo-se a mobilizar setores da sociedade que tinham ficado um tanto à margem da modernização do país empreendida pelo regime militar. Essa história — e muita mistificação que a ela se agregou — conferiu ao petismo certa aura antiestablishment, que, de modo injustificado, persiste.

    Embora o PT seja hoje a legenda de estimação do setor financeiro, de alguns potentados da indústria e das oligarquias, reivindica a condição de "partido das massas". O fato de dominar boa parte dos sindicatos do setor privado e do setor público, que são manobrados de acordo com seus interesses, com características às vezes mafiosas, lhe confere ainda o estatuto de partido de… trabalhadores. Ocorre, meus caros, que não há malefício que PR, PMDB ou PP possam fazer aos cofres públicos que o PT não faça com muito mais destreza — e impunidade garantida. E Lula é o chefe inconteste dessa política nefasta; ele próprio e sua família são beneficiários da falta de escrúpulos.

    A Folha noticiou neste domingo que a Oi decidiu investir R$ 300 mil na produção da peça "A Megera Domada", de Shakespeare, que tem no elenco Bia Lula, filha de Lurian. A Oi é uma concessionária de serviço público da qual, na prática, o BNDES é sócio. O patrocínio se dará por intermédio da Lei Rouanet, e isso significa, então, que o dinheiro que vai financiar a peça da neta do Babalorixá de Banânia sai da renúncia fiscal. Nós todos pagaremos para que a neta de Lula realize o seu sonho.

    Não é de hoje que a Oi é amiga da família Lula. Quando  ainda se chamava Telemar, injetou R$ 5 milhões na Gamecorp, a empresa de Fábio Luiz da Silva, o famoso Lulinha. Quando o pai chegou à Presidência da República, o rapaz era monitor de jardim zoológico. Dois anos depois, era um próspero empresário. Ainda hoje, a Oi é a única grande cliente da empresa de Lulinha. Ao comentar o desempenho do rebento, Lula afirmou que seu filho era, assim, um "Ronaldinho dos negócios". Agora vemos nascer a "Ronaldinha" dos palcos. Se alguém tinha alguma dúvida sobre a, digamos, qualidade técnica da gestão de Ana de Hollanda no Ministério da  Cultura, a resposta está dada. Deveriam estar todos num picadeiro.

    A Oi, protagonista de um momento notável do jeito petista de governar, nem precisava recorrer à Lei Rouanet para prestar esse favor a Lula. Vocês devem se lembrar. A empresa comprou a Brasil Telecom, que era de Daniel Dantas. A legislação vigente no Brasil proibia a aquisição. Lula, então presidente da República, FEZ APROVAR UMA LEI COM O FITO EXCLUSIVO DE LEGALIZAR A OPERAÇÃO. Não só isso: antes mesmo que houvesse a sustentação jurídica para a operação, o BNDES se propôs a financiá-la. Ou seja: um banco público se comprometeu a dar apoio a uma operação que, àquela altura, ainda era ilegal.

    O episódio levou-me a escrever neste blog que, nas democracias convencionais, os negócios são feitos de acordo com a lei; NO BRASIL PETISTA, AS LEIS SÃO FEITAS DE ACORDO COM OS NEGÓCIOS. Em 2010, o governo liberou o mercado de TV a cabo para as teles e incluiu um dígito nos celulares de São Paulo com o objetivo de aumentar os números disponíveis para venda, o que facilitou a entrada da Oi nesses mercados.

    Nem aí
    O Lula que permite que a família se entregue a tais desfrutes é aquele mesmo que está hoje empenhadíssimo em pôr um ponto final nisto que se convencionou chamar "faxina" no governo. Seu operador ativo é Gilberto Carvalho, que ontem (vejam abaixo) negou que a presidente Dilma Rousseff esteja sendo pautada pela imprensa.

    É evidente que Dilma não tem como alegar ignorância, não é?Afinal, era ou não era a gerentona? Não se beneficiou ela própria do "modelo"? A resposta, obviamente, é "sim". Mas é também inegável que ela está fazendo demissões que ele não faria, não porque seja necessariamente mais moral do que seu mentor e chefe político, mas porque é uma figura política mais fraca, com uma carapaça muito menos resistente. As ações moralizadoras a fortalecem. Lula, no entanto, teme que a sua arquitetura de poder seja abalada. E em que ela consiste? Tudo bem que roubem; o importante é ser fiel e sustentar a hegemonia petista.

    O nome da peça é "O Apedeuta Indomado".

    Por Reinaldo Azevedo

    30/07/2011

    às 6:23

    A retórica asquerosa e fascistóide de um certo Luiz Inácio. Ou: Apedeuta confessa que, até 2002, sempre torceu para o Brasil se ferrar

    Não adianta! Ele não tem cura. O Apedeuta não compreende a democracia. Leiam o que informa o Estadão Online. Volto em seguida.

    Por Luciana Nunes Leal, do Estadão:
    No segundo dia de compromissos no Rio de Janeiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou que pretenda disputar a Presidência da República em 2014 e disse que a presidente Dilma Rousseff só não tentará a reeleição se não quiser. Lula respondeu ao ex-governador de São Paulo, José Serra, do PSDB, que disse acreditar em uma candidatura do ex-presidente em 2014.

    "Só há uma hipótese de Dilma não ser candidata: ela não querer. O Serra está preocupado é com a candidatura dele próprio e não consegue nem resolver os problemas internos do PSDB", disse Lula, em rápida entrevista, depois de participar de um seminário na Escola Superior de Guerra (ESG).

    Lula estava acompanhado, entre outras autoridades, do ministro da Defesa, Nelson Jobim, que, na semana passada, disse ter votado em Serra, de quem é amigo, e não em Dilma, na eleição de 2010. Lula defendeu Jobim. "Tem gente que não gosta de mim e votou em mim; tem gente que gosta de mim e não votou. Não se pode fazer política pensando nisso", afirmou Lula.

    Durante a palestra, Lula disse que a oposição torce contra o governo. "Quando você ouvir o cara de oposição falar 'estou torcendo para dar certo', não acredita, não. É o inverso. Eles estão torcendo para a inflação voltar, para o desemprego aumentar", disse o ex-presidente à platéia formada por militares alunos da ESG.

    Voltei
    Ao se referir a seus oponentes, Lula parece Arnaldo Jabor a dizer "coisas inteligentes" sobre o Partido Republicano nos EUA. Não é que os adversários tenham um ponto de vista diferente: na verdade, seriam todos sabotadores.

    Vejam ali: Lula está fazendo uma confissão. Enquanto permaneceu na oposição, torceu sistematicamente para o país dar errado. Afinal, segundo ele, é o que fazem sempre os oposicionistas. Toma-se como medida de todas as coisas. Lula diz a verdade sobre si mesmo, mas mente sobre os outros.

    Diz a verdade sobre si mesmo e sobre seu partido porque:
    - negaram-se a homologar a Constituição de 1988;
    - negaram-se a apoiar o governo Itamar;
    - tentaram derrubar a Lei de Responsabilidade Fiscal;
    - tentaram impedir as privatizações;
    - lutaram contra a abertura da economia ao capital estrangeiro;
    - votaram, acreditem!, contra o Fundef, que destinava mais recursos para a educação;
    - opuseram-se aos programas sociais, reunidos depois no Bolsa Família, porque diziam  tratar-se de esmola. Lula dizia que quem recebia bolsa não plantava macaxeira…
    - tentaram derrubar o Proer, que saneou o sistema financeiro;
    - bombardearam o programa de reestruturação dos bancos estaduais.

    Não houve, em suma, uma única boa ação do governo FHC que Lula e seu partido não tenham tentado sabotar. Por quê? Porque, ele confessa agora, torcia para que tudo desse errado.

    E ele mente sobre a oposição. Esta, ao contrário do que ele diz, foi cordata demais com ele. A única questão relevante para o governo a que se opôs firmemente foi a prorrogação da CPMF. Ainda assim, o imposto caiu com a colaboração de senadores da base governista.

    Candidatura
    Quando à Presidência, ao negar que é candidato, confirma a candidatura. Diz que Dilma só não será o nome do PT se não quiser. Ele, como se nota, está fazendo de tudo para que ela não queira ao  ocupar a ribalta, ao se apresentar como o único interlocutor aceitável do petismo. Falta uma indagação essencial aí: "Se ela não quiser, o candidato será quem?" A resposta está dada".

    A suposição de que adversários são sabotadores é típica de mentalidades fascistas. E Lula é o fascismo possível no Brasil.

    PS - Esse lixo intelectual e moral foi dito na Escola Superior de Guerra, que já sonhou reunir o pensamento estratégico no Brasil.

    Texto publicado originalmente às 19h32 desta sexta
    Por Reinaldo Azevedo

    Editora Abril Copyright © Editora Abril S.A. - Todos os direitos reservados

    


    --
    1.Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele.
    2.Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo:
    3.Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!
    4.Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!
    5.Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!
    6.Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!
    7.Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!
    8.Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!
    9.Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!
    10.Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus!
    11.Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.
    12.Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.

    Nenhum comentário:




    _


    Immaculata mea

    In sobole Evam ad Mariam Virginem Matrem elegit Deus Filium suum. Gratia plena, optimi est a primo instanti suae conceptionis, redemptionis, ab omni originalis culpae labe praeservata ab omni peccato personali toto vita manebat.


    Cubra-me

    'A Lógica da Criação'


    Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim




    “Se não fosse a Santa Comunhão, eu estaria caindo continuamente. A única coisa que me sustenta é a Santa Comunhão. Dela tiro forças, nela está o meu vigor. Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração.”



    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

    Ave-Maria

    A Paixão de Cristo