“No dia em que Jesus foi crucificado, disse a Pilatos: "Nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade" (Jo 18, 37). Jesus não veio para fazer a sua vontade, mas a do Pai celeste. Com as suas palavras, com as suas acções e com a sua própria existência ele deu testemunho da verdade. Em Jesus foi vencida a tirania do engano e da falsidade, a tirania da mentira e do erro, a tirania do pecado. Porque Cristo é a Palavra viva da verdade divina que prometeu: "Se vós permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos tornará livres" (Jo 8, 31-32)” (HOMILIA DO PAPA JOÃO PAULO II DURANTE A MISSA CELEBRADA NO «UHURU PARK» EM NAIROBI - Nairobi, Quénia, 7 de Maio de 1980).
A Igreja recebeu de Cristo a mesma missão: cultivar profundo amor e veneração pela verdade. À frente dessa missão devem estar Bispos e Sacerdotes a dizer com coragem a verdade que Jesus recebeu do Pai e transmitiu aos Apóstolos:
“4. Eu te glorifiquei na terra. Terminei a obra que me deste para fazer.
5. Agora, pois, Pai, glorifica-me junto de ti, concedendo-me a glória que tive junto de ti, antes que o mundo fosse criado.
6. Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste. Eram teus e deste-mos e guardaram a tua palavra.
7. Agora eles reconheceram que todas as coisas que me deste procedem de ti.
8. Porque eu lhes transmiti as palavras que tu me confiaste e eles as receberam e reconheceram verdadeiramente que saí de ti, e creram que tu me enviaste.
9. Por eles é que eu rogo. Não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus.
10. Tudo o que é meu é teu, e tudo o que é teu é meu. Neles sou glorificado” (Jo 17,4-10).
A verdade, pois, é um bem recebido de Deus, transmitido pelo Filho Jesus Cristo. E a verdade jamais pode ser relativa. Não existem “verdades”, no plural. E nem “mutabilidade” da verdade. O que antes era homicídio, continua homicídio. O que era roubo, continua sendo roubo. Nada disso mudou e nem pode mudar. Assim, também os pecados contra a sexualidade. A homossexualidade é condenada pela Lei de Deus (Jó 36,13-14; 1Cor 6,9-10), assim como o aborto (Ex 20,13).
Quem ama o bem e a virtude deve odiar o mal e o pecado, não o pecador. As obras infrutíferas das trevas jamais podem servir de motivo para complacências e muito menos regozijo. “Lessez faire, lessez passer”. Esta é a omissão dos bons, quando os Apóstolos dizem claramente que esta é a nossa luta – contra os principados e potestades nos ares.
Desde o início da Igreja, muitos deram a própria vida pela verdade. “26. Com os olhos fixos na recompensa, considerava os ultrajes por amor de Cristo como um bem mais precioso que todos os tesouros dos egípcios” (cf. Hb 11,26). Foram jogados aos leões, lapidados, queimados vivos. Serviram de espetáculo mórbido aos imperadores e aos poderosos. E, ao que parece, a mesma história está prestes a se repetir.
Precisamos, sim, de almas corajosas, com os olhos fixosa n’Aquele que em tudo nos fortalece, e que certamente nos dará a Vida Eterna – Cristo Jesus. E ai daqueles que se acomodarem aos “ventos de doutrina” que nos são impostos pelos diversos “ismos” que aparecem – comunismo, socialismo, marxismo, homossexualismo e abortismo. Que haja apenas um “ismo” nas nossas vidas – Cristianismo. Um Cristianismo que abraça fervorosamente a verdade e a vida, pois esse é o caminho. Um Cristianismo de Cristo, que foi levado à Cruz, para nossa salvação, mas que na visão dos detratores foi porque incomodou.
E a verdade incomoda. Para isso ela foi feita.
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