Na mesa (da dir. para a esq.), o conferencista, Prof. Ives Gandra Martins; Dr. Adolpho Lindenberg, presidente do Instituto Plinio Corrêa de liveira; Dom Bertrand de Orleans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil; Dr. Plinio Vidigal Xavier da Silveira | Na primeira fila, à dir., o abade do Mosteiro de São Bento, Dom Mathias Tolentino Braga, tendo a seu lado o diretor de Catolicismo, Dr. Paulo Corrêa de Brito Filho |
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Alarmantes ameaças do PNDH-3 — fator de desagregação da sociedade Paulo Roberto Campos Em evento organizado pelo Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, realizou-se no último dia 6 de abril a conferência do Prof. Ives Gandra da Silva Martins sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3). Quase 400 participantes lotaram o imponente auditório da Faculdade São Bento, na capital paulista. Considerado a justo título o maior tributarista e constitucionalista do Brasil, o palestrante destacou aspectos desagregadores do PNDH-3, chegando à conclusão de que ele — herança maldita de Lula — visa à tomada do poder e à implantação no Brasil de um regime análogo ao chavista. Na nova Constituição venezuelana praticamente só existem dois poderes: o povo e o presidente. Mas um povo manipulado pelo primeiro mandatário que, por exemplo, pode convocar plebiscitos a seu bel-prazer, conforme convier ao seu projeto de poder. Lançando bases semelhantes ao do sistema "bolivariano" de governo e pretextando defender "direitos humanos", o PNDH-3 estabelece um controle do Executivo sobre os demais poderes, através de "conselhos" de tipo soviético. "Ora — afirmou o conferencista —, sem meios de comunicação independentes, sem Judiciário e Legislativo independentes, com educação controlada e com as Forças Armadas diminuídas em suas funções, temos um típico projeto de governo bolivariano". Caso tal Programa venha a ser implantado no Brasil, que futuro nos aguarda? Os brasileiros que não estiverem alinhados com esse tipo de governo poderão ser amordaçados, como também os meios de comunicação, que passarão a ser controlados por uma comissão de "direitos humanos" — na verdade um soviete a serviço de uma ditadura que age em nome desses pretensos direitos. Um exemplo: invadem-se propriedades particulares. Quem julgará o conflito? — Será uma comissão de "direitos humanos", sem a participação dos proprietários, mas incluindo os invasores... Não será o Judiciário que decidirá, porquanto só poderá manifestar-se posteriormente, assim como os proprietários. * * * O orador afirmou que a pretensão de abolir os símbolos religiosos no País explica-se pelo fato de os mentores do PNDH-3 considerarem a Igreja Católica um obstáculo à libertinagem que desejam instaurar. Alegando a laicidade do Estado, querem impor a seguinte idéia absurda: quem pratica uma religião não pode opinar. Ele desenvolveu a tese de que o Estado laico pode não estar subordinado à Igreja, mas um Estado democrático deve representar a maioria, e esta, em nossa Pátria, tem religião. Se a maioria acredita em Deus, ela deve ser representada num Estado de Direito. No Brasil, apenas 3% da população não acredita em Deus. Então, na lógica do PNDH-3, apenas estes 3% poderiam opinar? — É um disparate! Exemplificou também com a questão do aborto, que o conferencista qualificou de "homicídio uterino". Uma vez que a maioria da população lhe é contrária, o Estado é obrigado a respeitar essa opinião. E não pode impor a sua legalização em nome de um pretenso "direito da mulher" de matar o filho ainda não nascido alegando ser "dona de seu corpo". Direito de matar um ser humano? — Outro disparate! A legalização da prostituição é apregoada pelo PNDH-3 em nome dos "direitos humanos" das prostitutas. Assim, o palestrante indagou se o Estado pode favorecer alguém a afundar no lodo da imoralidade. Afirmou que o verdadeiro direito consiste em criar condições para tirar essas mulheres da triste situação em que se encontram. Quanto ao "casamento" homossexual e à adoção de filhos por "casais" homossexuais, é algo inconcebível, pois equivaleria a facilitar o encaminhamento das crianças para a homossexualidade. A propósito, o orador relembrou o que reza nossa Constituição: ela considera como família a união entre um homem e uma mulher. E a instituição familiar, como base da sociedade, é uma "cláusula pétrea" que não pode ser abolida. Caso contrário, seria rasgar a Constituição. * * * O Prof. Ives Gandra chamou a atenção dos presentes para uma questão crucial: o grande perigo de sermos surpreendidos pela aprovação dessas aberrações — contrárias à índole das famílias brasileiras — não se encontra tanto na atuação do Congresso Nacional como na do Supremo Tribunal Federal. Ele disse recear mais o STF, porque enquanto os parlamentares dependem dos eleitores — geralmente contrários a essas medidas — os magistrados não devem à opinião pública a mesma satisfação. É por isso — comentamos — que não só no Brasil, mas também em outros países, a esquerda se tem valido do Judiciário para fazer aprovar leis contrárias ao sentimento geral da população, como a do aborto. * * * Por fim, o conferencista alertou o auditório para o problema da mídia esquerdista — que acelera a desagregação da família pela propaganda dos "direitos" ao aborto, ao "casamento" homossexual etc. —, conclamando-o a reagir contra os fatores dessa desagregação através do envio de cartas aos jornais. O público seria assim alertado e incentivado a defender os valores cristãos, atropelados pelo funesto PNDH-3. Esta conclamação foi calorosamente aplaudida pelos assistentes. * * *
Aqueles que desejarem ouvir a íntegra da exposição do ilustre conferencista poderão fazê-lo acessando o site do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira (www.ipco.org.br), no qual se encontra disponível um vídeo do evento. |
Na primeira fila, à esq., o Duque Paul de Oldenburg, diretor da Federação Pro Europa Christiana |
Aspecto do coquetel servido no final do evento |
Encerrada a conferência, o jovem Daniel Félix de Souza Martins, coordenador do site do IPCO, dirigiu-se aos presentes, convidando-os a participar da campanha contra o aborto promovida pelo Instituto. Tal campanha visa assegurar o fundamental direito à vida, negado por organizações abortistas que se vangloriam de defensoras dos propalados "direitos humanos". Fazemos nosso esse convite junto aos leitores de Catolicismo. Trata-se de uma campanha de coleta de assinaturas a favor da introdução na Constituição do Estado de São Paulo de emenda defendendo a vida inocente desde a fecundação até a morte natural. Dificultar-se-á assim a legalização do aborto e da eutanásia, pois tais práticas, se tipificadas como crime, serão colocadas no mesmo patamar de qualquer atentado contra a vida humana. Pela Constituição do Estado de São Paulo (art. 22 §4º), é possível apresentar uma PEC (Projeto de Emenda Constitucional) de iniciativa popular, desde que se obtenha a aprovação de 1% do eleitorado do Estado — cerca de 300 mil assinaturas válidas. Com a ajuda da Providência Divina e o esforço de todos, obter-se-á uma cifra ainda maior. Para tal, basta um click no seguinte link: www.saopaulopelavida.com.br A fim de conhecer melhor tal iniciativa, recomendamos o site: http://www.ipco.org.br/home/ E-mail para o autor: catolicismo@terra.com.br
Para participar desse abaixo-assinado virtual é necessário possuir Título Eleitoral do Estado de São Paulo. Os que não o possuírem poderão auxiliar divulgando o abaixo-assinado entre seus conhecidos paulistas. Caso se alcance êxito no Estado de São Paulo, haverá mais facilidade para obter aprovação análoga em outros estados, e depois na própria Constituição Federal. Será uma grande vitória na luta contra a chacina de inocentes no Brasil, e que poderá influenciar movimentos análogos em outros países. |
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