HISTÓRIA DA IGREJA
Ano 1493.
A Renascença, um movimento humanístico que nasceu na Itália no século XIV, espalhou-se pela França, Países Baixos e Inglaterra.
Foi um período de transição entre a Idade Média e o Mundo Moderno secular que introduziu profundas mudanças que afectaram a literatura e as outras artes, a cultura geral, a política e a religião.
Foram os historiadores e escritores românticos – Francisco A.de Varnhagen, Almeida Garrett e Luis da Silva de Albuquerque - que, em meados século XIX, baptizaram com o nome de manuelina ou emmanuelina, a arquitectura que floresceu durante o reinado de D. Manuel I (1495-1521).
A designação teve uma fértil aceitação entre os investigadores, embora não se adequasse com exactidão à realidade histórica, pois a arte manuelina iniciou-se anteriormente à proclamação do rei D.Manuel e prolongou-se por vários anos deplois da sua morte.
A arte manuelina está intimamemnte ligada às circunstâncias económicas, políticas e sociais da época e é uma resultante ímpar das suas inquietudes espirituais.
Os dedscobrimentos marítimos, a consolidação do poder real, o auge das riquezas, o fausto da vida cortesã, o gosto requintado das élites, permitiram fazer desabrochar um estilo que interpretava uma situação cultural há muito tempo a gerar-se de maneira invertebrada.
A arte manuelina foi a síntese formal dum sentimento nacional e dum estilo de vida.
Os historiadores não têm chegado a um acordo sobre as suas origens.
A maioria procura encontrar as fontes mais imediatas no gótico final, que a precedeu; outros, em menor proporção, intentam encontrá-las na arte românica e na arte mourisca.
Dessas três vertentes se nutre em certa medida a arte manuelina, para conformar um estilo inconfundível e original.
A arte manuelina apareceu simultaneamente – ou ligeiramente depois – com a chamada arte isabelina de Espanha, com a qual tem muitos pontos de contacto.
Mas em Portugal adquiriu uma plenitude estrutural e uma extensão e variedade estilística que não conheceu nas terras espanholas.
O período pré-manuelino desenvolveu-se particularmente no Alentejo, onde trabalharam dois dos mais eminentes arquitectos manuelinos : João de Arruda e Boytac, da vida dos quais pouco se conhece.
A presença de elementos de estilo muçulmano na arquitectura manuelina do Alentejo tem originado uma modalidade chamada mudejarismo.
Na verdade, a arquitectura manuelina é fruto de uma série de variantes : por um lado, a continuidade da arte qutrocentista inserida nas correntes internacionais do gótico; por outro, a introdução de modos europeus distintos de influência inglesa; incorporação do ornato mudejar; tipologias mediterrânicas e do norte da Europa; plateresco espanhol.
O manuelino propriamente dito concretiza-se no Mosteiro dos Jerónimos, obra de Boytac, começado em 1502, mas cuja fundação estava já pevista em 1496.
A sua igreja pertence ao género das Igrejas bascas de tipo salão e das alemãs denominadas Hellenkirche, tlpo que irá repetir-se na matriz de Arronches e outras.
O estilo manuelino é, sem dúvida, dos mais característicos do gótico final no domínio da decoração; também sob o aspecto estrutural não deixa de ter originalidade.
A obra de Boytac espalha-se por várias cidades e, através delas pode seguir-se a evolução do seu sóbrio estilo inicial até à sua ardente imaginação decorativa da época de maturidade.
Se Boytac pode ser considerado o clássico do manuelino, Mateus Fernandes foi o ramântico apegado às formas góticas.
Mas podemos citar também os irmãos Arruda que deram uma entoação exótica e pitoresca ao manuelino e exasperaram as formas até ao limite máximo das possibilidades construtivas e do barroquismo.
A obra essencial de Francisco de Arruda estará constituída pela Torre de Belém, de Lisboa (1515), mas introduz um fresco e refinado ressaibro oriental.
Nascimento
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