Campanha anual de doações - Em busca dos 2.800...
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O mundo visto de Roma
Serviço semanal - 17 de Março de 2013
Papa Francisco
- Papa Francisco visita o cardeal Mejía no hospital
O papa falou e abençoou alguns doentes na clínica - Bergoglio nunca foi acusado pela justiça Argentina
Declaração oficial sobre publicações contra Bergoglio em relação à ditadura na Argentina - Quando caminhamos sem a Cruz, não somos discípulos do Senhor
Homilia do Papa Francisco na Missa pela Igreja - Dêem aos pobres o dinheiro da viagem a Roma
Sugestão do Papa Francisco aos argentinos - Habemus Papam!
Bendito o que vem em nome do Senhor - O nome do Papa é apenas 'Francisco'
Passou pela Casa do Clero e pagou a conta. Tem um programa intenso. O estilo do Papa definirá as medidas de segurança
Santa Sé
- Deus nunca se cansa de nos perdoar!
Primeiro Angelus do Papa Francisco - Papa Francisco encontrará o Papa Emérito Bento XVI no próximo sábado
Compromissos do Papa para o período de 17 a 24 de março - Ah, como eu queria uma Igreja pobre e para os pobres!
Discurso do Papa Francisco no encontro com os representantes dos meios de comunicação social
Conclave
- Fumaça branca. Habemus Papam!
Sinos da basílica de São Pedro tocam, milhares de pessoas se dirigem à praça - A evangelização é a promoção mais alta e integral da pessoa humana
Homilia do Cardeal Angelo Sodano na Missa Pro Eligendo Romano Pontífice - Destaques do conclave: da procissão de entrada até a eleição do papa
O pe. Lombardi explica as etapas que antecedem o tão esperado "Habemus Papam"
Igreja e Religião
- Quem são os cardeais que podem ser encontrados no Facebook e no Twitter?
Apenas 13 dos 115 cardeais eleitores estão no Twitter. O cardeal filipino Tagle é o mais popular no Facebook - Habebimus papam!
É possível ser católico sem o papa?
Cultura e Sociedade
- Como funciona o Estado da Cidade do Vaticano
Algumas pinceladas sobre a estrutura do menor país do mundo
Liturgia e Vida Cristã
- As hóstias consagradas na Quinta-feira Santa podem ser levadas até outra igreja para a adoração da cruz?
Responde o pe. Edward McNamara, LC, professor de teologia e diretor espiritual
Jornada Mundial da Juventude Rio 2013
- JMJ volta para a América do Sul com um Papa latino americano
Brasil acolhe com alegria o Papa Francisco
Papa Francisco
Papa Francisco visita o cardeal Mejía no hospital
O papa falou e abençoou alguns doentes na clínica
Por Rocio Lancho García
ROMA, 15 de Março de 2013 (Zenit.org) - O papa visitou de surpresa nesta tarde o cardeal argentino Jorge Mejía na clínica romana Pio XI. O cardeal Mejía tem 90 anos e portanto é um cardeal não eleitor. Mejía é arquivista e bibliotecário emérito da Santa Romana Igreja. O cardeal argentino sofreu há uns dias atrás um infarte e entrou na clínica. Nesta manhã no encontro com os cardeais o papa disse umas palavras aos presentes dizendo que o cardeal argentino estava se recuperando.
De acordo com o informado pela Rádio Vaticana, o papa disse ao pessoal da clínica "rezem vocês também por mim e obrigado pelo vosso trabalho com os doentes e as pessoas que sofrem". Os doentes e os presentes com grande surpresa aplaudiram o pontífice.
Um jornalista do vaticano entrevistou a Ir. Clotilde, da órdem de São José de Gerona, que acompanhou o papa durante a visita à clínica. A irmã contou que o papa se deteve ao abençoar os enfermos que estavam ali. Além do mais rezou com a comunidade das religiosas. Quando o pessoal da clínica ficou sabendo que o papa estava ali vieram e Francisco os abençoou. Ir. Clotilde afirmou que foi muito simples e emocionante. Abençoou e falou também aos doentes na terapia intensiva. Também, a irmã definiu o papa como uma pessoa muito simples que não dá a sensação de distância, e que dá vontade de abraçar.
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Bergoglio nunca foi acusado pela justiça Argentina
Declaração oficial sobre publicações contra Bergoglio em relação à ditadura na Argentina
ROMA, 15 de Março de 2013 (Zenit.org) - Padre Federico Lombardi, no briefing com os repórteres, falou sobre uma campanha, com publicações caluniosas e difamatórias, contra Jorge Mario Bergoglio.
"A matriz anticlerical destas publicações e acusações contra Bergoglio é evidente", disse.
A questão refere-se ao sequestro de dois sacerdotes, ocorrido no período em que Bergoglio era superior dos jesuítas na Argentina.
Nunca houve uma acusação credível específica relacionada a este respeito. A justiça da Argentina interrogou-lhe uma vez como uma pessoa informada dos fatos, mas nunca o acusou de nada. No entanto, existem muitas declarações sobre o quanto Bergoglio fez para proteger várias pessoas durante a época da ditadura militar.
É noto o papel de Bergoglio, enquanto bispo, de promover o pedido de perdão da Igreja na Argentina por não ter feito o suficiente no tempo da ditadura.
"As acusações referem-se, portanto, a análises histórico-sociológicas do período ditatorial, realizadas há anos por anticlericais para atacar a Igreja. Devem ser decisivamente rejeitadas", afirmou o Porta-voz do Vaticano.
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Quando caminhamos sem a Cruz, não somos discípulos do Senhor
Homilia do Papa Francisco na Missa pela Igreja
CIDADE DO VATICANO, 14 de Março de 2013 (Zenit.org) - Vejo que estas três Leituras têm algo em comum: é o movimento. Na primeira Leitura, o movimento no caminho; na segunda Leitura, o movimento na edificação da Igreja; na terceira, no Evangelho, o movimento na confissão. Caminhar, edificar, confessar.
Caminhar. «Vinde, Casa de Jacob! Caminhemos à luz do Senhor» (Is 2, 5). Trata-se da primeira coisa que Deus disse a Abraão: caminha na minha presença e sê irrepreensível. Caminhar: a nossa vida é um caminho e, quando nos detemos, está errado. Caminhar sempre, na presença do Senhor, à luz do Senhor, procurando viver com aquela irrepreensibilidade que Deus pedia a Abraão, na sua promessa.
Edificar. Edificar a Igreja. Fala-se de pedras: as pedras têm consistência; mas pedras vivas, pedras ungidas pelo Espírito Santo. Edificar a Igreja, a Esposa de Cristo, sobre aquela pedra angular que é o próprio Senhor. Aqui temos outro movimento da nossa vida: edificar.
Terceiro, confessar. Podemos caminhar o que quisermos, podemos edificar um monte de coisas, mas se não confessarmos Jesus Cristo, está errado. Tornar-nos-emos uma ONG sócio-caritativa, mas não a Igreja, Esposa do Senhor. Quando não se caminha, ficamos parados. Quando não se edifica sobre as pedras, que acontece? Acontece o mesmo que às crianças na praia quando fazem castelos de areia: tudo se desmorona, não tem consistência. Quando não se confessa Jesus Cristo, faz-me pensar nesta frase de Léon Bloy: «Quem não reza ao Senhor, reza ao diabo». Quando não confessa Jesus Cristo, confessa o mundanismo do diabo, o mundanismo do demónio.
Caminhar, edificar-construir, confessar. Mas a realidade não é tão fácil, porque às vezes, quando se caminha, constrói ou confessa, sentem-se abalos, há movimentos que não são os movimentos próprios do caminho, mas movimentos que nos puxam para trás.
Este Evangelho continua com uma situação especial. O próprio Pedro que confessou Jesus Cristo com estas palavras: Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo, diz-lhe: Eu sigo-Te, mas de Cruz não se fala. Isso não vem a propósito. Sigo-Te com outras possibilidades, sem a Cruz. Quando caminhamos sem a Cruz, edificamos sem a Cruz ou confessamos um Cristo sem Cruz, não somos discípulos do Senhor: somos mundanos, somos bispos, padres, cardeais, papas, mas não discípulos do Senhor.
Eu queria que, depois destes dias de graça, todos nós tivéssemos a coragem, sim a coragem, de caminhar na presença do Senhor, com a Cruz do Senhor; de edificar a Igreja sobre o sangue do Senhor, que é derramado na Cruz; e de confessar como nossa única glória Cristo Crucificado. E assim a Igreja vai para diante.
Faço votos de que, pela intercessão de Maria, nossa Mãe, o Espírito Santo conceda a todos nós esta graça: caminhar, edificar, confessar Jesus Cristo Crucificado. Assim seja.
© Copyright 2013 - Libreria Editrice Vaticana
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Dêem aos pobres o dinheiro da viagem a Roma
Sugestão do Papa Francisco aos argentinos
CIDADE DO VATICANO, 14 de Março de 2013 (Zenit.org) - O papa Francisco pediu hoje aos argentinos que, em vez de ir a Roma para o início de seu pontificado, na próxima terça-feira 19 de março, doem o dinheiro dessas despesas a algum gesto de caridade com os mais necessitados.
"Excelência: Tenho a honra e o prazer de dirigir-me ao senhor para informar-lhe que o santo padre Francisco me pediu para transmitir a todos os bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e a todo o povo de Deus, o tranquilo agradecimento pelas suas orações e as expressões de carinho, afeto e de caridade que recebeu", expressou uma mensagem do núncio apostólico, monsenhor Emil Paul Tscherrig, enviado às dioceses argentinas.
"Ao mesmo tempo gostaria de que em vez de ir a Roma para o seu pontificado no próximo 19 de março, continuem com essa proximidade espiritual tão apreciada, acompanhando com algum gesto de caridade para com os necessitados", destacou.
"Aproveito esta alegre ocasião para confirmar-lhes meu sentimento de respeitosa atenção", acrescentou.
O núncio enviou o texto desta notificação a todas as dioceses do país.
Como se sabe, por ser Argentina o país mais austral do mundo, e ser o mais distante da Europa, os gastos da viagem é maior. Daí a preocupação do Papa Francisco.
Enquanto isso, na Arquidiocese de Buenos Aires confirmaram à agência de notícias AICA que o vigário geral de Buenos Aires, pelo governo pastoral da Arquidiocese, monsenhor Joaquín Sucunza, manteve hoje uma comunicação telefônica com o Papa Francisco.
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Habemus Papam!
Bendito o que vem em nome do Senhor
Por Vitaliano Mattioli
CRATO, 13 de Março de 2013 (Zenit.org) - A eleição de um novo Papa nos lembra a importância da Sede de Roma. Na realidade não se elege um novo Papa mas um novo Bispo de Roma, que por este motivo, automaticamente assume a responsabilidade também da Igreja universal, tornando-se Papa.
Isso significa que a Sede de Roma não é uma das tantas Sedes episcopais, mas é a Sede por excelência, em quanto que é a última Sede ocupada pelo Apóstolo Pedro, depois de Jerusalém e Antioquia.
O Concílio Vaticano I declarou que "a Santa Sé Apostólica e o Romano Pontífice tem o primado sobre todo o orbe e que o mesmo Romano Pontífice é o sucessor do bem-aventurado Pedro e cabeça de toda a Igreja".
A Igreja sempre sustentou esta verdade. Basta citar o grande Padre da Igreja Inácio de Antioquia, bispo e mártir, que na carta aos Romanos (ano 107), escreveu assim falando da Igreja de Roma: "A Igreja que preside na região dos romanos, digna de Deus, digna de honra, digna de ser chamada feliz, digna de louvor, digna de sucesso,digna de pureza, que preside ao amor".
Este primado da Igreja de Roma não envolve somente o governo da Igreja, mas também, e sobretudo, a transmissão da verdade.
O grande histórico da Igreja, Eusébio de Cesaréia (III-IV sec), na sua História Eclesiástica, pensou apresentar a sucessão dos Bispos das dioceses particulares. Mas deu-se conta de que era um trabalho inútil: bastava apresentar a sucessão ininterrupta dos Bispos de Roma para garantir a transmissão da Verdade, ou seja, a pureza da Tradição que a partir de Cristo, passando por Pedro e continuando ininterruptamente para os seus sucessores, chegou até nós.
Por isso Eusébio conclui assim: "a tradição proveniente dos apóstolos e o anúncio da verdade chegaram até nós" (5, 6, 5).
Por isso, temos a garantia de estar na Verdade.
A longa lista dos Papas (266 incluindo S. Pietro), não salva somente um elemento histórico fundamental mas define a ideia do primado da Igreja de Roma, ou seja, da ligação entre Cristo e Pedro, para esclarecer o assunto da herança apostólica que se projeta no episcopado romano considerado no tempo e na história.
Papa Francisco é o 266º Vigário de Cristo. É ele que detêm o depósito da Fé que deve proteger e transmitir sem adulterações ao mundo de hoje. Falar de um Papa tradicionalista, conservador ou progressista não tem nenhum sentido. O Papa é Papa que, continuando na fidelidade à Tradição, deve apresentá-la em uma linguagem acessível ao homem do século XXI. O único que podemos fazer é respeitar e orar.
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O nome do Papa é apenas 'Francisco'
Passou pela Casa do Clero e pagou a conta. Tem um programa intenso. O estilo do Papa definirá as medidas de segurança
Por Rocio Lancho García
ROMA, 14 de Março de 2013 (Zenit.org) - No sábado encontra os comunicadores, no domingo tem o angelus, na terça-feira é a missa de abertura do pontificado, e na quarta-feira encontro ecumênico. Este é o programa para os próximos dias. E seu nome de Papa "é Francisco e não Francisco I".
São informações dadas hoje pelo diretor da Sala de Imprensa, padre Federico Lombardi, na coletiva de imprensa no Mediacenter, acompanhado pelo porta-voz espanhol, mons. José María Gil Tamayo; e pelo porta-voz de língua inglesa, padre Thomas Rosica.
Durante a apresentação de hoje, os jornalistas presentes no Mediacenter, agradeceram o padre Lombardi e o aplaudiram pelo trabalho que fez para facilitar o trabalho da mídia.
"Ficamos impressionados com a sua atitude e gestos que todos nós vimos. Começamos com o fato de que tenha se apresentado como bispo de Roma, com esse carinho peculiar que conquistou massivamente a praça de São Pedro. Com essa aparição que os encheu de alegria". E acrescentou: "Eu não esperava, foram surpresas muito positivas".
"Depois de ser eleito papa recebeu na Capela Sistina, a saudação dos cardeais. Francisco recebeu a homenagem de pé e diante do altar e não sentado."
Como viram, "cumprimentou do balcão de São Pedro, com a batina muito simples sem a mozeta, e com a cruz que era a mesma de bispo. E as coisas que fez e disse nem precisamos repetir". A cruz do papa Francisco é de prata oxidade, um metal relativamente comum na América Latina.
"Ter querido ao vigário de roma do seu lado, foi um aspecto novo com relação ao passado", disse e acrescentou que "o fato de pedir a oração do povo sobre ele foi outra característica. A benção de Deus através da oração do povo".
Voltando para a basílica de Santa Marta de residência, preparou o carro oficial era 001 e mudança SCV queria voltar para os outros cardeais no ônibus, como tinha sido um cardeal. Após o jantar, que teve lugar em uma atmosfera festiva, disse algumas palavras de agradecimento e disse: "Que Deus te perdoe pelo que você fez".
"Mais tarde - continuou Lombardi - telefonou para o Papa emérito Bento XVI, e não demorará muito para visitá-lo em Castel Gandolfo, mas não o fará de modo iminente", disse.
Sobre o dia de hoje, indicou que às 8h foi a Santa Maria Maior para homenagear Nossa Senhora, acompanhado do arcipreste Abril y Castelló, cardeal turolense, e foi acolhido pelo capítulo da Capela, os confessores, e aqueles que trabalham lá.
(Veja: http://www.zenit.org/pt/articles/primeiro-ato-do-papa-flores-para-nossa-senhora)
"Depôs o ramalhete aos pés do altar, ficou rezando e um pouco sentado também. Passou pela parte inferior do altar de onde segundo a tradição, está o nascimento de Jesus. E orou no altar em que Santo Ignácio celebrou a sua primeira missa de Natal. Um lugar significativo para os jesuítas", disse. Parou ali diante da tumba de São Pio V. No espaço da basílica cumprimentou os leigos e pessoas presentes".
"Voltou para o Vaticano - lembrou o porta-voz que estava lá presente - em um dos carros da Gendarmeria, ou seja, de modo bastante simples. Passou pela casa do clero na rua da Scroffa, onde morava antes do conclave. Pagou a conta, tanto até mesmo para dar exemplo, e foi para Santa Marta".
A missa de hoje na Capela Sistina, será em latim com as leituras em italiano, veremos se faz a homilia em italiano, também ser expontânea, e provavelmente não teremos antes um texto na mão. "Poderemos encontrar elementos muito importantes na mesma", indicou Gil Tamayo.
"Nesta tarde, depois da missa na Capela Sistina, irá para os apartamentos pontifícios no Palácio Apostólico e tirará os selos, de modo que possam começar os trabalhos de reforma que serão bem rápidos. E o papa ficará por enquanto na Santa Marta".
Amanhã sexta-feira 15 na Sala Clementina, o Papa cumprimenta todos os cardeais, não apenas os eleitores. É uma reunião familiar em que cada um cumprimenta o santo padre num ambiente mais simples.
No sábado, na Sala Paulo VI, o Santo Padre encontra os jornalistas, sem maior credenciamento que um documento da imprensa e podem convidar também os operadores da comunicação que desejarem.
No domingo será a primeira oração do Angelus da famosa janela que dá para a praça de São Pedro. E na terça-feira, 19, festividade de São José – esperando que o tempo seja bom – a missa será na praça. Não haverão ingressos, o acesso é livre e cada um chega até onde conseguir ir, foi o que disseram.
Na quarta-feira, 20, pelo contrário, não terá audiência geral, ainda que dará audiência aos 'delegados fraternos' ou seja das igrejas cristãs, ainda que poderá se estendido aos representantes de outros credos.
"Sobre as medidas de segurança, como conciliá-las com o novo papa, serão definidas por Francisco de acordo com a sua linha pastoral. E chegou um novo estilo, como já vimos", indicou o porta-voz em espanhol.
Sobre o fato de que o estilo de Francisco seja mais parecido ao de João XXIII que ao de Bento XVI, o padre Lombardi, pediu para esperar um pouco mais, para dar um juízo mais acertado. Ainda que seja claro que Bento morou mais num ambiente acadêmico e universitário, enquanto que Francisco numa diocese populosa com muito trabalho pastoral.
"Nós jesuítas não estamos acostumados à ideia de um papa, porque pela nossa espiritualidade estamos mais ao serviço no fronte do quena direção da Igreja – disse Lombardi – e vivo-o como um trabalho de serviço, de missão, muito particular que nenhum jesuíta nunca teve".
Sobre a saúde do Papa disse que há uns 40 anos teve uma doença na qual perdeu uma parte de um pulmão, mas isto foi totalmente curado.
Santa Sé
Deus nunca se cansa de nos perdoar!
Primeiro Angelus do Papa Francisco
ROMA, 17 de Março de 2013 (Zenit.org) - Oferecemos a tradução das palavras do Papa Francisco aos fiéis e peregrinos reunidos neste domingo (17) para o primeiro Angelus do Pontificado, pronunciadas da janela do palácio apostólico, na Praça de São Pedro.
Irmãos e irmãs, bom dia!
Depois do primeiro encontro na quarta-feira passada, hoje posso, novamente, saudar a todos! E estou feliz em fazê-lo no domingo, dia do Senhor! Isso é belo, é importante para nós cristãos: se encontrar no domingo, saudar, conversar, como agora, aqui na praça. Uma praça que, graças aos meios de comunicação, tem o tamanho do mundo.
Neste quinto domingo da Quaresma, o Evangelho nos apresenta a história da mulher adúltera (cf. João 8,1-11), que Jesus salva da morte. Comovente a atitude de Jesus: não ouvimos palavras de desprezo, não ouvimos palavras de condenação, mas apenas palavras de amor, de misericórdia, que convidam à conversão. "Nem eu te condeno: vai, e de agora em diante não peques mais" (v. 11).
Eh! Irmãos e irmãs, a face de Deus é de um pai misericordioso, que sempre tem paciência. Você já pensou na paciência de Deus, a paciência que Ele tem com cada um de nós? Essa é a Sua misericórdia. Sempre tem paciência, paciência conosco, nos entende, espera por nós, não se cansa de nos perdoar se sabemos voltar para ele com um coração contrito. "Grande é a misericórdia do Senhor", diz o Salmo.
Esses dias, eu pude ler um livro de um cardeal - o cardeal Kasper, um teólogo in gamba (atualizado, bem formado), um bom teólogo - sobre a misericórdia. E me fez tão bem aquele livro, mas não pensem que eu estou fazendo publicidade dos livros dos meus cardeais! Não é assim! Mas me fez tão bem, tão bem ... O cardeal Kasper falava de ouvir misericórdia, esta palavra muda tudo. É o melhor que podemos ouvir: mudar o mundo. Um pouco de misericórdia torna o mundo menos frio e mais justo.
Precisamos entender bem essa misericórdia de Deus, esse Pai misericordioso que tem tanta paciência ... recordemos o profeta Isaías, que diz: mesmo se nossos pecados forem vermelho escarlate, o amor de Deus irá torná-los brancos como a neve. É belo, isso da misericórdia! Lembro-me, apenas Bispo, em 1992, chegou a Buenos Aires, Nossa Senhora de Fátima, e fez-se uma grande Missa para os doentes. Eu fui confessar naquela missa. E perto do final da Missa, levantei-me porque tinha que celebrar uma crisma.
Chegou até mim uma senhora idosa, humilde, muito humilde, mais de oitenta anos. Eu olhei para ela e disse: "Vovó - porque assim chamamos as pessoas idosas: vovó – A senhora quer se confessar?". "Sim", disse ela. "Mas se a senhora não tem pecado ...". E ela disse: "Todos nós temos pecados ...". "Mas talvez o Senhor não vai perdoá-los ...". "O Senhor perdoa tudo"- disse ela, com convicção - "Como a senhora sabe?". "Se o Senhor não perdoasse tudo, o mundo não existiria". Eu tive vontade de perguntar-lhe: "Diga-me, a senhora estudou na Universidade Gregoriana?". Porque essa é a sabedoria que dá o Espírito Santo: sabedoria interior para a misericórdia de Deus.
Não esqueçamos esta palavra: Deus nunca se cansa de nos perdoar, nunca! "Oh, padre, qual é o problema?". Bem, o problema é que nós nos cansamos, nós não queremos, nos cansamos de pedir perdão. Ele nunca se cansa de perdoar, mas nós, às vezes, nos cansamos de pedir perdão. Não nos cansemos nunca, não nos cansemos nunca! Ele é um Pai amoroso que perdoa sempre, que tem um coração misericordioso para com todos nós. E nós aprendemos a ser misericordiosos com todos. Invoquemos a intercessão de Nossa Senhora que teve em seus braços a Misericórdia de Deus feito homem.
(Após o Angelus)
Dirijo uma cordial saudação a todos os peregrinos. Obrigado pelo acolhimento e oração. Rezem por mim, eu vos peço. Renovo o meu abraço para os fiéis de Roma, extensivo a todos vocês, que vieram de várias partes da Itália e do mundo, bem como aqueles que se unem a nós através dos meios de comunicação. Eu escolhi o nome do santo padroeiro da Itália, São Francisco de Assis, e isso reforça a minha ligação espiritual com esta terra, onde - como vocês sabem – está a origem minha família. Mas Jesus nos chamou para fazer parte de uma nova família: a sua Igreja, nesta família de Deus, caminhando juntos na via do Evangelho. Que o Senhor vos abençoe, Nossa Senhora vos proteja. Não se esqueçam: o Senhor não se cansa de perdoar! Somos nós que cansamos de pedir perdão.
Bom domingo e bom almoço!
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Papa Francisco encontrará o Papa Emérito Bento XVI no próximo sábado
Compromissos do Papa para o período de 17 a 24 de março
CIDADE DO VATICANO, 16 de Março de 2013 (Zenit.org) - Apresentamos a relação de compromissos do Papa para o período de 17 a 24 de março divulgada pelo Serviço de Informação do Vaticano.
Domingo (17) - às 10h Santa Missa na Paróquia Sant'Anna, no Vaticano; às 12h Primeiro Angelus do pontificado de Francisco;
Segunda-feira (18) - Encontro com a presidente da Argentina na Casa Santa Marta;
Terça-feira (19) - Missa de início do Ministério Petrino de Francisco na Praça de São Pedro às 9:30 . Ao término da celebração eucarística recebe os umprimentos dos Chefes e Delegações Oficiais. Depois, almoço na Casa Santa Marta;
Quarta-feira (20)- Audiência com as Delegações de Delegados Fraternos na Sala Clementina às 11h;
Sexta-feira (22) - Audiência com o Corpo Diplomático junto à Santa Sé às 11:00h;
Sábado (23) - Partida de helicóptero do heliporto do Vaticano às 12:00h. Chegada prevista em Castel Gandolfo às 12:15h para encontro e almoço com o Papa Emérito Bento XVI. Ao término, retorno ao Vaticano.
Domingo (24) - Celebração Eucarística no Domingo de Ramos na Praça São Pedro às 9h30 e Angelus às12h.
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Ah, como eu queria uma Igreja pobre e para os pobres!
Discurso do Papa Francisco no encontro com os representantes dos meios de comunicação social
CIDADE DO VATICANO, 16 de Março de 2013 (Zenit.org) - Apresentamos o discurso do Papa Francisco no encontro com os representantes dos meios de comunicação social, realizado neste sábado (16) às 11 da manhã, na Sala Paulo VI.
Queridos amigos,
É para mim uma alegria poder, no início do meu ministério na Sé de Pedro, encontrar-vos, a vós que estivestes empenhados aqui em Roma num período tão intenso como este que teve início com o inesperado anúncio do meu venerado Predecessor Bento XVI, no dia 11 de Fevereiro passado. Saúdo cordialmente a cada um de vós.
Ao longo dos últimos tempos, não tem cessado de crescer o papel dos mass media, a ponto de se tornarem indispensáveis para narrar ao mundo os acontecimentos da história contemporânea. Por isso, vos dirijo um agradecimento especial a todos pelo vosso qualificado serviço – trabalhastes… e muito! – nos dias passados, quando os olhos do mundo católico e não só se voltaram para a Cidade Eterna, nomeadamente para este território que tem como «centro de gravidade» o túmulo de São Pedro. Nestas semanas, tivestes ocasião de falar da Santa Sé, da Igreja, dos seus ritos e tradições, da sua fé e, de modo particular, do papel do Papa e do seu ministério.
Um agradecimento particularmente sentido dirijo a quantos souberam olhar e apresentar estes acontecimentos da história da Igreja, tendo em conta a perspectiva mais justa em que devem ser lidos: a perspectiva da fé. Quase sempre os acontecimentos da história reclamam uma leitura complexa, podendo eventualmente incluir também a dimensão da fé. Certamente os acontecimentos eclesiais não são mais complicados do que os da política ou da economia; mas possuem uma característica fundamental própria: seguem uma lógica que não obedece primariamente a categorias por assim dizer mundanas e, por isso mesmo, não é fácil interpretá-los e comunicá-los a um público amplo e variado. Realmente a Igreja, apesar de ser indubitavelmente uma instituição também humana e histórica, com tudo o que isso implica, não é de natureza política, mas essencialmente espiritual: é o Povo de Deus, o Povo santo de Deus, que caminha rumo ao encontro com Jesus Cristo. Somente colocando-se nesta perspectiva é que se pode justificar plenamente aquilo que a Igreja Católica realiza.
Cristo é o Pastor da Igreja, mas a sua presença na história passa através da liberdade dos homens: um deles é escolhido para servir como seu Vigário, Sucessor do Apóstolo Pedro, mas Cristo é o centro. Não o Sucessor de Pedro, mas Cristo. Cristo é o centro. Cristo é o ponto fundamental de referimento, o coração da Igreja. Sem Ele, Pedro e a Igreja não existiriam, nem teriam razão de ser. Como repetidamente disse Bento XVI, Cristo está presente e guia a sua Igreja. O protagonista de tudo o que aconteceu foi, em última análise, o Espírito Santo. Ele inspirou a decisão tomada por Bento XVI para bem da Igreja; Ele dirigiu na oração e na eleição os Cardeais.
É importante, queridos amigos, ter em devida conta este horizonte interpretativo, esta hermenêutica, para identificar o coração dos acontecimentos destes dias.
Destas considerações nasce, antes de mais nada, um renovado e sincero agradecimento pelas canseiras destes dias particularmente árduos, mas também um convite para procurardes conhecer cada vez mais a verdadeira natureza da Igreja e também o seu caminho no mundo, com as suas virtudes e os seus pecados, e conhecer as motivações espirituais que a norteiam e que são as mais verdadeiras para entendê-la. Podeis estar certos de que a Igreja, por sua vez, presta grande atenção ao vosso precioso trabalho; é que vós tendes a capacidade de identificar e exprimir as expectativas e as exigências do nosso tempo, de oferecer os elementos necessários para uma leitura da realidade. O vosso trabalho requer estudo, uma sensibilidade própria e experiência, como tantas outras profissões, mas implica um cuidado especial pela verdade, a bondade e a beleza; e isto torna-nos particularmente vizinhos, já que a Igreja existe para comunicar precisamente isto: a Verdade, a Bondade e a Beleza «em pessoa». Deveria resultar claramente que todos somos chamados, não a comunicar-nos a nós mesmos, mas esta tríade existencial formada pela verdade, a bondade e a beleza.
Alguns não sabiam por que o Bispo de Roma se quis chamar Francisco. Alguns pensaram em Francisco Xavier, em Francisco de Sales, e também em Francisco de Assis. Deixai que vos conte como se passaram as coisas. Na eleição, tinha ao meu lado o Cardeal Cláudio Hummes, o arcebispo emérito de São Paulo e também prefeito emérito da Congregação para o Clero: um grande amigo, um grande amigo! Quando o caso começava a tornar-se um pouco «perigoso», ele animava-me. E quando os votos atingiram dois terços, surgiu o habitual aplauso, porque foi eleito o Papa. Ele abraçou-me, beijou-me e disse-me: «Não te esqueças dos pobres!» E aquela palavra gravou-se-me na cabeça: os pobres, os pobres. Logo depois, associando com os pobres, pensei em Francisco de Assis. Em seguida pensei nas guerras, enquanto continuava o escrutínio até contar todos os votos. E Francisco é o homem da paz. E assim surgiu o nome no meu coração: Francisco de Assis. Para mim, é o homem da pobreza, o homem da paz, o homem que ama e preserva a criação; neste tempo, também a nossa relação com a criação não é muito boa, pois não? [Francisco] é o homem que nos dá este espírito de paz, o homem pobre... Ah, como eu queria uma Igreja pobre e para os pobres! Depois não faltaram algumas brincadeiras... «Mas, tu deverias chamar-te Adriano, porque Adriano VI foi o reformador; e é preciso reformar...». Outro disse-me: «Não! O teu nome deveria ser Clemente». «Mas porquê?». «Clemente XV! Assim vingavas-te de Clemente XIV que suprimiu a Companhia de Jesus!». São brincadeiras... Amo-vos imensamente! Agradeço-vos por tudo o que fizestes. E, pensando no vosso trabalho, faço votos de que possais trabalhar serena e frutuosamente, conhecer cada vez melhor o Evangelho de Jesus Cristo e a realidade da Igreja. Confio-vos à intercessão da bem-aventurada Virgem Maria, Estrela da Evangelização. Desejo o melhor para vós e vossas famílias, para cada uma das vossas famílias. E de coração a todos concedo a minha bênção. Obrigado.
Disse que de coração vos daria a minha bênção. Uma vez que muitos de vós não pertencem à Igreja Católica e outros não são crentes, de coração concedo esta bênção, em silêncio, a cada um de vós, respeitando a consciência de cada um, mas sabendo que cada um de vós é filho de Deus, Que Deus vos abençoe!
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Conclave
Fumaça branca. Habemus Papam!
Sinos da basílica de São Pedro tocam, milhares de pessoas se dirigem à praça
Por Sergio Mora
CIDADE DO VATICANO, 13 de Março de 2013 (Zenit.org) - Da chaminé da Capela Sistina saiu fumaça branca. Os sinos da basílica de São pedro estão tocando sem parar. Habemus Papam!. Os 115 cardeais reunidos em conclave começaram nesta terça-feira 12, elegeram ao novo pontífice da igreja Católica Apostólica e Romana. A fumaça branca, e o som dos sinos são o aviso sem dúvida.
Durante um período de tempo que deve resultar em algumas cerimônias anteriores, o papa recém-eleito vai sair pela varanda da basílica, e um pouco antes inclinar-se, seu nome será anunciado em latim. Então, vamos aguçar bem o ouvido e refrescar os conhecimentos da língua franca da Igreja para saber quem é o sucessor número 266 de São Pedro.
Sabemos que, neste breve espaço de tempo, o novo papa que foi eleito há poucos minutos, ao menos com o voto de 77 dos 105 cardeais, foi interrogado pelo cardeal Giovanni Battista Re, que em nome de todo o colégio dos eleitores pediu-lhe o consentimento: "Aceitas a tua eleição canônica para sumo pontífice?". Depois de receber o consentimento, perguntou-lhe: "Com que nome você quer ser chamado?".
Neste ponto, o Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, monsenhor Guido Marini, atuando como notário e tendo como testemunhas os dois cerimoniários, que foram chamados nesse momento, levantou a ata da aceitação do novo Papa e escrito o nome que assumiu.
Quem é com que nome quer ser chamado?, falta pouco para saber...
Sabemos que aceitou porque os encarregados acabam de queimar as cédulas que deram origem à fumaça branca.
Agora o Papa deve estar na "sala das lágrimas", em que se vestirá pela primeira vez com as roupas papais, confeccionadas pela Gammarelli alfaiataria eclesiástica, e de lá voltará para a Capela Sistina.
Ali se realiza uma pequena cerimônia com uma leitura do Evangelho na qual se lê (Mateus 16, 13-19) "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja".
Então os cardeais vão prestar obediência, e cantam o Te Deum.
Em poucos minutos, vamos ver o Protodiácono Cardeal Jean-Louis Tauran, que sairá pela Janela central da Basílica de São Pedro para anunciar ao povo a eleição do novo papa e que nome foi escolhido.
O papa eleito enquanto isso, se dirige, isto é uma novidade, para a Capela Paulina para rezar diante do Santíssimo.
Depois da oração, em poucos minutos, o Papa vai sair pela varanda para dar a sua primeira bênção à cidade de Roma e a todo o mundo, Urbi et Orbi, que terá a indulgência plenária.
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A evangelização é a promoção mais alta e integral da pessoa humana
Homilia do Cardeal Angelo Sodano na Missa Pro Eligendo Romano Pontífice
CIDADE DO VATICANO, 12 de Março de 2013 (Zenit.org) - Queridos Concelebrantes, distintas Autoridades, Irmãos e Irmãs no Senhor!
"Cantarei, eternamente, as bondades do Senhor" é o canto que mais uma vez ressoou junto ao túmulo do Apóstolo Pedro nesta ora importante da história da Santa Igreja de Cristo. São as palavras do Salmo 88 que afloraram em nossos lábios para adorar, agradecer e suplicar ao Pai que está nos Céus. "Misericordias Domini in aeternum cantabo": é o bonito texto latino, que nos introduziu na contemplação d'Aquele que sempre vela com amor a sua Igreja, sustentado-a em seu caminho ao longo dos séculos e vivificando-a com o seu Espírito Santo.
Também nós hoje com tal atitude interior queremos oferecer-nos com Cristo ao Pai que está nos Céus para agradecer-lhe pela amorosa assistência que sempre reserva à sua Santa Igreja e em particular pelo luminoso Pontificado que nos concedeu com a vida e as obras do 265º Sucessor de Pedro, o amado e venerado Pontífice Bento XVI, ao qual neste momento renovamos toda a nossa gratidão.
Ao mesmo tempo hoje queremos implorar do Senhor que mediante a solicitude pastoral dos Padres Cardeais queira em breve conceder outro Bom Pastor à sua Santa Igreja. Certamente, auxilia-nos nesta ora a fé na promessa de Cristo sobre o caráter indefectível da sua Igreja. De fato, Jesus disse a Pedro: "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (cfr. Mt 16,18).
Meus irmãos, as leituras da Palavra de Deus que acabamos de ouvir podem nos ajudar a compreender melhor a missão que Cristo confiou a Pedro e a seus Sucessores.
1. A mensagem do amor
A primeira leitura repropôs-nos um célebre oráculo messiânico da segunda parte do livro de Isaías, aquela parte que é chamada "o Livro da consolação" (Is 40-66). É uma profecia dirigida ao povo de Israel destinado ao exílio na Babilônia. Deus anuncia para o povo de Israel o envio de um Messias cheio de misericórdia, um Messias que poderá dizer: "O espírito do Senhor repousa sobre mim... enviou-me a levar a boa nova aos humildes, curar os corações doloridos, anunciar aos cativos a redenção, aos prisioneiros a liberdade, proclamar um ano de graças da parte do Senhor" (Is 61,1-3)
O cumprimento de tal profecia realizou-se plenamente em Jesus, vindo ao mundo para tornar presente o amo do Pai pelos homens. É um amor que se faz notar particularmente no contato com o sofrimento, a injustiça, a pobreza, com todas as fragilidades do homem, tanto físicas quanto morais. É conhecida, a esse propósito, a célebre Encíclica do Papa João Paulo II Dives in misericordia, que acrescentava: "o modo e o âmbito em que se manifesta o amor são chamados na linguagem bíblica «misericórdia» (Ibidem, n. 3).
Esta missão de misericórdia foi confiada por Cristo aos Pastores da sua Igreja. É uma missão que empenha todo sacerdote e bispo, mas empenha ainda mais o Bispo de Roma, Pastor da Igreja universal. De fato, Jesus disse a Pedro: "Simão, filho de João, amas-me mais do que estes?... Apascenta os meus cordeiros" (Jo 21,15). É conhecido o comentário de S. Agostinho a essas palavras de Jesus: "seja, portanto, missão do amor apascentar o rebanho do Senhor"; "sit amoris officium pascere dominicum gregem" (In Iohannis Evangelium, 123, 5; PL 35, 1967).
Na realidade, é este amor que impele os Pastores da Igreja a realizar a sua missão de serviço aos homens de todos os tempos, do serviço caritativo mais imediato até o serviço mais alto, o serviço de oferecer aos homens a luz do Evangelho e a força da graça.
Assim o indicou Bento XVI na Mensagem para a Quaresma deste ano (cfr. n. 3). De fato, lemos em tal mensagem: "De fato, por vezes tende-se a circunscrever a palavra «caridade» à solidariedade ou à mera ajuda humanitária; é importante recordar, ao invés, que a maior obra de caridade é precisamente a evangelização, ou seja, o «serviço da Palavra». Não há ação mais benéfica e, por conseguinte, caritativa com o próximo do que repartir-lhe o pão da Palavra de Deus, fazê-lo participante da Boa Nova do Evangelho, introduzi-lo no relacionamento com Deus: a evangelização é a promoção mais alta e integral da pessoa humana. Como escreveu o Servo de Deus Papa Paulo VI, na Encíclica Populorum progressio, o anúncio de Cristo é o primeiro e principal fator de desenvolvimento (cf. n. 16)".
2. A mensagem da unidade
A segunda leitura é extraída da Carta aos Efésios, escrita pelo Apóstolo Paulo justamente nesta cidade de Roma durante a sua primeira prisão (anos 62-63 d.C.).
É uma leitura sublime na qual Paulo apresenta o mistério de Cristo e da Igreja. Enquanto a primeira parte é mais doutrinal (cap. 1-3), a segunda, onde se insere o texto que ouvimos, é de tom mais pastoral (cap. 4-6). Nesta parte Paulo ensina as conseqüências práticas da doutrina apresentada antes e começa com um forte apelo à unidade eclesial: "Exorto-vos, pois – prisioneiro que sou pela causa do Senhor – que leveis uma vida digna da vocação à qual fostes chamados, com toda a humildade, mansidão, e paciência. Suportai-vos caridosamente uns aos outros. Esforçai-vos por conservara unidade do Espírito no vínculo da paz (Ef 4,1-3)".
S. Paulo explica em seguida que na unidade da Igreja existe uma diversidade de dons, segundo a multiforme graça de Cristo, mas essa diversidade está em função da edificação do único corpo de Cristo: "A uns ele constituiu apóstolos; a outros, profetas; a outros, evangelistas, pastores, doutores, visando o aperfeiçoamento dos cristãos, e o trabalho na obra da construção do corpo de Cristo" (cfr. 4,11-12).
É justamente para a unidade do seu Corpo Místico que Cristo em seguida enviou o seu Espírito Santo e, ao mesmo tempo, estabeleceu os seus Apóstolos, entre os quais Pedro tem a primazia como o fundamento visível da unidade da Igreja.
Em nosso texto São Paulo ensina-nos que também todos nós devemos colaborar para edificar a unidade da Igreja, porque para realizá-la é necessária "a colaboração de cada conexão, segundo a energia própria de cada membro" (Ef 4,16). Todos nós, portanto, somos chamados a cooperar com o Sucessor de Pedro, fundamento visível de tal unidade eclesial.
3. A missão do Papa
Irmãos e irmãs no Senhor, o Evangelho de hoje reconduz-nos à última ceia, quando o Senhor disse aos seus Apóstolos: "Este é o meu mandamento: que vós ameis uns aos outros, com eu vos amei" (Jo 15,12). O texto se une assim também à primeira leitura do profeta Isaías sobre o agir do Messias, para recordar-nos que a atitude fundamental dos Pastores da Igreja é o amor. É aquele amor que nos impele a oferecer a própria vida pelos irmãos. De fato, Jesus nos diz: "ninguém tem um amor maior do que este: dar a vida pelos próprios amigos" (Jo 15,12).
A atitude fundamental de todo bom Pastor é, portanto, dar a vida por suas ovelhas(cfr Jo10,15). Isto vale, sobretudo, para o Sucessor de Pedro, Pastor da Igreja universal. Porque quanto mais alto e mais universal é o ofício pastoral, tanto maior deve ser a caridade do Pastor. Por isto no coração de todo Sucessor de Pedro sempre ressoaram as palavras que o Divino Mestre dirigiu um dia ao humilde pescador da Galileia: "Diligis me plus his? Pasce agnos meos... pasce oves meas"; "Amas-me mais do que estes? Apascenta os meus cordeiros... apascenta as minhas ovelhas!" (cfr. Jo 21,15-17).
No sulco deste serviço de amor pela Igreja e pela humanidade inteira, os últimos Pontífices foram artífices de muitas iniciativas benéficas também para os povos e a comunidade internacional, promovendo sem cessar a justiça e a paz. Rezemos para que o futuro Papa possa continuar esta incessante obra em nível mundial.
Ademais, este serviço de caridade faz parte da natureza íntima da Igreja. Recordou-nos isso o Papa Bento XVI dizendo-nos: "também o serviço da caridade é uma dimensão constitutiva da missão da Igreja e é expressão irrenunciável da sua própria essência" (Carta Apostólica em forma de Motu proprio Intima Ecclesiae natura, 11 de novembro de 2012, proêmio; cfr. Carta Encíclica Deus caritas est, n. 25).
É uma missão de caridade que é própria da Igreja, e de modo particular é própria da Igreja de Roma, que, segundo a bela expressão de S. Inácio de Antioquia, é a Igreja que "preside à caridade"; "praesidet caritati" (cfr. Ad Romanos, praef.: Lumen gentium, n. 13).
Meus irmãos, rezemos a fim de que o Senhor nos conceda um Pontífice que realize com coração generoso tal nobre missão. É o que Lhe pedimos por intercessão de Maria Santíssima, Rainha dos Apóstolos, e de todos os Mártires e Santos que ao longo dos séculos deram glória a esta igreja de Roma. Amém!
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Destaques do conclave: da procissão de entrada até a eleição do papa
O pe. Lombardi explica as etapas que antecedem o tão esperado "Habemus Papam"
Por Salvatore Cernuzio
ROMA, 12 de Março de 2013 (Zenit.org) - Na véspera do conclave, o porta-voz vaticano, pe. Federico Lombardi, dedicou a maior parte do briefing com os jornalistas a ilustrar os destaques deste evento que afeta não apenas a Igreja Católica, mas o mundo inteiro.
O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé falou sobre a procissão dos 115 cardeais eleitores entre a Capela Paulina, depois de um breve momento de oração, e a Capela Sistina, na tarde desta terça-feira (16h30 no horário de Roma - 12h30 no horário de Brasília). A procissão segue as disposições pormenorizadas na Ordo Rituum Conclavis.
Abrirão a procissão a cruz e os castiçais, seguidos pelos cantores da Capela Sistina. Seguem alguns prelados e o secretário do conclave, o cardeal maltês Prosper Grech, que, depois, já dentro da capela, dirigirá a meditação dos cardeais após a proclamação do "Extra Omnes", a fórmula em latim que significa "todos para fora" e que ordena a saída de todos da capela, exceto os cardeais eleitores.
Participam da procissão, naturalmente, todos os demais cardeais, por ordem inversa de precedência, ou seja: vão à frente os últimos na precedência estabelecida pelas diversas ordens (diáconos, presbíteros e bispos). Os primeiros, assim, são os cardeais Harvey e Versaldi. Com base neste mesmo critério, fecha a procissão o cardeal Re, o mais velho da ordem dos bispos, e, portanto, o primeiro na ordem de precedência. Re é o celebrante da procissão e da cerimônia de juramento na Capela Sistina. Quem o acompanha é o mestre de cerimônias, mons. Marini.
O momento da procissão se torna ainda mais solene com o canto da Ladainha dos Santos, de algumas invocações e do célebre Veni Creator Spiritus, o grande hino de invocação do Espírito Santo. Cantando, os cardeais entram na Sistina e se dirigem ao próprio lugar para pronunciar o juramento, conforme previsto na constituição apostólica.
Depois que o celebrante principal, cardeal Re, recita uma longa fórmula introdutória em latim, cada cardeal, de acordo com a ordem de precedência, vai até o púlpito no centro da Capela Sistina, sobre o qual repousa o evangeliário aberto. Com a mão sobre a Palavra de Deus, cada cardeal pronuncia o seu nome e a fórmula de adesão ao juramento.
Logo depois, "todos para fora!": segue-se a fórmula "Extra Omnes", pronunciada pelo mestre de cerimônias. Todos se retiram da Sistina, com exceção dos cardeais eleitores, do cardeal encarregado da meditação (Grech) e do próprio mestre de cerimônias. Uma vez fechadas as portas da capela, tem-se a meditação, após a qual os eleitores podem escolher se realizam de imediato a primeira votação.
"Esta votação", explica o padre Lombardi, "sendo a primeira, dificilmente terá um resultado positivo". A primeira fumaça, quase certamente, será preta. Os cardeais encerram o primeiro dia do conclave com a celebração comum das vésperas, antes de voltar para a Casa Santa Marta para jantar.
Na Capela Sistina, cada cardeal encontra em seu assento a Ordo Rituum Conclavis, uma cópia da constituição apostólica e o livro da Liturgia das Horas, para os diversos momentos de oração.
Lombardi explica ainda o que acontece quando é atingido o quórum de 2/3, que, na atual eleição, equivale aos 77 votos necessários para eleger o novo papa. Uma série de cerimônias curtas passa a ser realizada na Capela Sistina a partir desse momento.Primeiro, o "Rito de Aceitação": o cardeal decano (neste caso, o presidente da assembleia, que é o cardeal Re) aborda o eleito com a pergunta: "Aceitas a tua eleição canônica para Sumo Pontífice?". Segue-se a resposta e, em seguida, a segunda pergunta: que nome o candidato escolhe como papa.
As cédulas de votação são queimadas e, com elas, surge a esperada fumaça, que, se for branca, indica a aceitação do candidato escolhido. O novo papa se dirige então à Sala das Lágrimas, assim chamada porque, segundo a tradição, o papa recém-eleito pode ali dar vazão às suas emoções diante da importante missão que acaba de assumir. É nesta sala que ele receberá as vestes papais, já preparadas pelo alfaiate Gammarelli.
O pontífice retorna logo depois à Capela Sistina, onde acontece outra pequena cerimônia, com a leitura de uma passagem do Evangelho sobre o ministério petrino e uma oração feita pelos primeiros representantes da ordem dos diáconos, da ordem dos presbíteros e da ordem dos bispos. Todos os cardeais, então, realizam o ato de homenagem em que juram lealdade ao novo papa.
Contando-se todos estes diversos momentos, o diretor da Sala de Imprensa do Vaticano estima que "provavelmente transcorram 45 minutos desde a fumaça branca até o toque dos sinos e o anúncio feito pelo protodiácono". Mais dez minutos e o novo papa aparece para a multidão.
Após o canto do "Te Deum" na Capela Sistina, chega-se ao momento culminante do conclave: o Habemus Papam. O protodiácono sai à sacada da basílica de São Pedro e anuncia, para a multidão de fiéis que está reunida na praça desde que surgiu a fumaça branca, o nome do novo pontífice.
Uma novidade neste ano, relatou o porta-voz vaticano, é que o papa recém-eleito, ao deixar a Capela Sistina antes de se dirigir à sacada de São Pedro, fará uma pausa na Capela Paulina, onde, diante do Santíssimo Sacramento, rezará de modo "breve, pessoal e silencioso". Uma vez na sacada, o papa saudará o povo de Deus e dará a sua primeira bênção Urbi et Orbi. Nesta ocasião, o protodiácono anuncia também a concessão da indulgência, como na páscoa e no natal.
Uma última informação importante dada pelo pe. Lombardi é que a missa de inauguração do pontificado poderá ser celebrada mesmo em dia de semana. A primeira celebração do novo papa não precisa necessariamente acontecer no domingo: ela depende da duração do conclave e do tempo disponível para as delegações estrangeiras que queiram participar.
Igreja e Religião
Quem são os cardeais que podem ser encontrados no Facebook e no Twitter?
Apenas 13 dos 115 cardeais eleitores estão no Twitter. O cardeal filipino Tagle é o mais popular no Facebook
ROMA, 12 de Março de 2013 (Zenit.org) - Jorge Enrique Mújica nos conta no site Religión en Libertad quem são os 13 dos 115 cardeais eleitores que estão presentes nas redes sociais. O cardeal arcebispo de Milão, Angelo Scola, apagou a sua conta no Twitter quando começaram as congregações gerais, ao passo que o cardeal Peter Turkson, de Gana, enviou seu primeiro tweet em 28 de fevereiro (@TurksonCardinal).
Entre os menos ativos no Twitter estão o cardeal Norberto Rivera, arcebispo da Cidade do México (@primadodemexico), e o cardeal arcebispo de Manila, Luis Antonio Tagle (@AntonioTagle).
Os outros cardeais que estão no Twitter são os seguintes:
Timothy M. Dolan, de Nova Iorque (@CardinalDolan)
Gianfranco Ravasi, italiano (@CardRavasi)
Odilo Scherer, de São Paulo (@DomOdiloScherer)
Sean P. O'Malley, de Boston (@CardinalSean)
Rubén Salazar Gómez, de Bogotá (@ cardenalruben)
Wilfrid Napier, de Durban (@CardinalNapier)
Lluis Martinez Sistach, Barcelona (@sistachcardenal)
Jesús López Rodríguez, de Santo Domingo (@CardenalLopez)
Roger M. Mahony, de Los Angeles (@CardinalMahony)
Donald Wuerl, de Washington (@Cardinal_Wuerl)
No Facebook, as coisas são um pouco diferentes. O mais popular, com mais de 120 mil seguidores, é o arcebispo de Manila, cardeal Tagle (http://www.facebook.com/ArchbishopTagle).
Entre os últimos a entrar no Facebook está o cardeal arcebispo de Bogotá, na Colômbia, Rubén Salazar, que pergunta em sua página: "O Senhor nos dará um pastor conforme o seu coração. O que você espera do novo papa? Eu gostaria de saber a sua opinião".
As redes sociais ainda não são amplamente usadas pelos cardeais, mas é peculiar o interesse demonstrado pelos jovens pela eleição do papa. A grande maioria dos assíduos nas redes sociais são jovens com menos de 35 anos.
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Habebimus papam!
É possível ser católico sem o papa?
Por Edson Sampel
SãO PAULO, 12 de Março de 2013 (Zenit.org) - Sim, agora podemos exclamar em bom latim: habebimus papam!, ou seja, teremos um papa! Logo logo, se Deus quiser, tamanha graça concretizar-se-á. Pergunta-se: é possível ser católico sem o papa? A resposta é negativa. Basta que tentemos imaginar o grupo dos 12 apóstolos sem são Pedro. Ou, então, pensemos num concílio sem o papa. Impossível! Por este motivo, os dias de sé vaga em Roma tornam-se um período de apreensão para a cristandade.
Um amigo me disse que os outros bispos também são de instituição divina e sucedem os apóstolos. Certíssimo! Nada obstante, figuremos a hipótese de o bispo da diocese "A" dar a seus fiéis certa orientação moral. Tempos depois, novo bispo da mesma diocese comunica um ensinamento completamente diferente. A quem seguir? Ora, os católicos todos, inclusive os bispos, costumam aderir ao magistério do papa.
Na verdade, a missão que o papa desempenha na Igreja é de natureza divina. Cristo nosso Senhor lhe cometeu o mister de confirmar a fé de todos os cristãos. Ausente o papa, decerto perdemos o rumo!
O sacramento da eucaristia é, indubitavelmente, o centro de nossa religião. No entanto, quem o salvaguardará de interpretações errôneas, senão o bispo de Roma? Quem tutelará juridicamente o santíssimo sacramento? O papa é a cabeça do colégio dos bispos. Sem o papa, não há Igreja, pois ele é o vigário de Cristo. Reza o cânon 331: "O bispo da Igreja de Roma, no qual perdura o múnus concedido pelo Senhor singularmente a Pedro (...) é a cabeça do colégio dos bispos (...)."
Nada mais bíblico do que a hierarquia católica. As interações entre os bispos e o papa são as mesmas relações narradas no novo testamento entre os apóstolos e o chefe deles, são Pedro, sobretudo após a ressurreição de Cristo. Eis a tradução do cânon 330: "Assim como, por disposição do Senhor, são Pedro e os outros apóstolos constituem um único colégio, de modo semelhante, o romano pontífice, sucessor de são Pedro, e os bispos, sucessores dos apóstolos, estão unidos entre si."
Dá para ser cristão sem o papa? Todos os documentos do Concílio Vaticano II, quando se reportam às benesses e aos lampejos da verdade encontradiços nas Igrejas e comunidades dissociadas de Roma, atestam que os aludidos dons sobrenaturais fruídos pelos nossos irmãos separados possuem sempre uma relação com a Igreja católica, onde se encontra a plenitude da salvação, com os sete sacramentos.
Rezemos pelo próximo papa, que está no conclave ora encetado. O Espírito Santo, através dos purpurados, elegerá o homem mais hábil para segurar com ternura e firmeza o timão da barca de são Pedro.
Edson Luiz Sampel é Doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense, do Vaticano e Professor da Escola Dominicana de Teologia (EDT).
Cultura e Sociedade
Como funciona o Estado da Cidade do Vaticano
Algumas pinceladas sobre a estrutura do menor país do mundo
Por Rocio Lancho García
ROMA, 13 de Março de 2013 (Zenit.org) - O Estado da Cidade do Vaticano tem uma superfície de pouco menos de um quilômetro quadrado, em cujas fronteiras vivem pouco mais de 600 habitantes. O menor país do mundo é rodeado na maior parte do seu perímetro por uma muralha. Os limites vaticanos foram definidos em acordo com o Estado italiano mediante os Pactos de Latrão, de 11 de fevereiro de 1929.
O Estado da Cidade do Vaticano é universalmente reconhecido como entidade soberana de direito público internacional, diferente da Santa Sé, que é o órgão soberano da Igreja católica. No Vaticano, o papa e a Sé Apostólica desenvolvem a sua missão de governo da Igreja universal com a independência necessária para o seu exercício.
A forma de governo é a monarquia eletiva. O chefe do Estado é o Sumo Pontífice, que reúne a plenitude dos poderes legislativo, executivo e judiciário.
As disposições legislativas emanam tanto do papa quanto, por delegação, da Comissão Pontifícia para o Estado da Cidade do Vaticano, presidida por um cardeal. O poder judiciário tem como órgãos próprios um juiz único, um tribunal de primeira instância, uma corte de apelações e uma corte de cassação, que exercem suas funções em nome do pontífice. O poder executivo é confiado à Comissão Pontifícia para o Estado da Cidade do Vaticano, da qual dependem as diretorias gerais, com seus respectivos escritórios e serviços, e as diretorias do governatorato.
Há também um vicariato encarregado da administração religiosa própria da Cidade do Vaticano, diferente do vicariato da cidade de Roma, que se ocupa das questões eclesiásticas relacionadas com a capital italiana. O vicariato vaticano toma conta da pastoral dentro do pequeno país e tem jurisdição sobre o Palácio Pontifício Lateranense e sobre o palácio e as villas pontifícias de Castelgandolfo.
A segurança do Estado é confiada ao Corpo de Vigilância, formado por quase uma centena de membros da gendarmaria. Os gendarmes vigiam as diversas partes do Vaticano e zelam pela ordem pública durante as audiências, além de participarem dos controles da basílica e de todo o território vaticano junto com a Guarda Suíça Pontifícia.
A guarda suíça,que usa o tradicional uniforme azul, amarelo e vermelho dos Medici,foi fundada em 1506. É formada por soldados suíços que dependem diretamente da Santa Sé para a guarda particular da pessoa do romano pontífice e do palácio apostólico. Eles também vigiam os acessos externos do Vaticano. Os guarda suíços residem na Cidade do Vaticano e seu idioma oficial é o alemão.
A bandeiradaCidade do Vaticano é dividida verticalmente em duas partes iguais, uma amarela, do lado da haste, e a outra branca, no centro da qual é representada a tiara pontifícia com as chaves.
O Estado da Cidade do Vaticano emite moedas e selos próprios. A emissão dos valores postais não está sujeita a limitações especiais, exceto as das convenções internacionais a que o Estado vaticano aderiu, além das derivadas de acordos com o Estado italiano.
Os veículos registrados no Vaticano têm dois tipos de placas, com as matrículas SCVe SV. A primeira é usada nos carros destinados principalmente ao uso em tarefas internas. Os automóveis oficiais usados pelo papa têm a matrícula SCV. Os veículos autorizados para uso privado têm a matrícula CV: cidadãos vaticanos, chefes de dicastérios, etc. A sigla internacional que identifica o Vaticano é V. Há também alguns carros com a matrícula diplomática CD:os cardeais que moram em Roma são autorizados a usá-las em seus carros.
Liturgia e Vida Cristã
As hóstias consagradas na Quinta-feira Santa podem ser levadas até outra igreja para a adoração da cruz?
Responde o pe. Edward McNamara, LC, professor de teologia e diretor espiritual
Por Pe. Edward McNamara, L.C.
ROMA, 15 de Março de 2013 (Zenit.org) - Um dos nossos leitores dos Estados Unidos fez a seguinte pergunta ao pe. Edward McNamara:
"Quando um padre é responsável por mais de uma paróquia e divide a celebração do Tríduo Pascal entre estas paróquias, ele pode, para a liturgia da Sexta-Feira Santa, consagrar mais hóstias no Domingo de Ramos na igreja onde presidirá a liturgia da Sexta-Feira Santa? Ou ele pode transportar as hóstias de carro da igreja onde celebrou a Missa na Ceia do Senhor? Além disso, na Sexta-Feira Santa, pode-se venerar a cruz depois da via-crúcis em um momento e em uma igreja diferente daquela em que será celebrada a liturgia principal da Sexta-Feira Santa? É adequado permitir este ato de devoção, que não é o rito litúrgico, sabendo-se que ele poderia confundir as pessoas?"
B.K., Garnett, Kansas, EUA.
Apresentamos a resposta do pe. McNamara:
Para um sacerdote, é mesmo difícil atender duas ou mais paróquias. Infelizmente, porém, a solução proposta não é lícita.
A carta circular Paschales Solemnitatis (1988) e as normas do novo Missal Latino indicam claramente que a Missa na Ceia do Senhor e a liturgia da Sexta-Feira Santa são tão estreitamente ligadas entre si que devem ser celebradas na mesma igreja.
O documento afirma:
"46. A Missa na Ceia do Senhor é celebrada nas horas vespertinas, no momento mais conveniente para a plena participação de toda a comunidade local. Todos os sacerdotes podem concelebrar, mesmo que já tenham concelebrado nesse dia a Missa do Crisma ou outra missa para o bem dos fiéis.
47. Nos lugares em que for necessário por razões pastorais, o ordinário local pode autorizar a celebração de outra missa nas igrejas e oratórios nas horas vespertinas e, em caso de verdadeira necessidade, no período da manhã, mas somente para os fiéis que não podem de forma alguma participar da missa vespertina. Deve ser evitado, no entanto, que estas celebrações sejam feitas em favor de indivíduos ou pequenos grupos especiais e que constituam obstáculo para a missa principal. De acordo com uma antiquíssima tradição da Igreja, são proibidas neste dia todas as missas sem o povo.
48. Antes da celebração, o tabernáculo deve estar vazio. As hóstias para a comunhão dos fiéis devem ser consagradas na celebração da missa. Consagre-se nesta missa pão em quantidade suficiente para o mesmo dia e para o dia seguinte.
49. Reserve-se uma capela para a custódia do Santíssimo Sacramento e seja ela ornada de modo conveniente, para se facilitar a oração e a meditação: respeite-se a sobriedade que convém à liturgia desses dias, evitando-se e removendo-se todo abuso. Se o tabernáculo for colocado em uma capela separada da nave central, convém que nesta seja preparado o local para a reposição e para a adoração.
53. Para os doentes que recebem a comunhão em casa, o mais apropriado é que a Eucaristia, retirada do altar no momento da comunhão, seja levada até eles por diáconos, ou acólitos, ou ministros extraordinários, a fim de que possam unir-se de forma mais intensa à Igreja que celebra.
54. Terminada a oração depois da comunhão, forma-se a procissão que, através da igreja, acompanha o Santíssimo Sacramento até o local da reposição. Abre a procissão o cruciferário; usam-se velas acesas e incenso. Canta-se o hino Pange lingua ou outro canto eucarístico. A procissão e a reposição do Santíssimo Sacramento não podem ser feitas nas igrejas onde não se celebra a Paixão do Senhor na Sexta-Feira Santa.
55. O Sacramento deve ser conservado em um tabernáculo fechado. Não pode ser feita a exposição com o ostensório. O tabernáculo ou custódia não deve ter a forma de um sepulcro. Evite-se o próprio termo "sepulcro": a capela de reposição é preparada não para representar "o sepultamento do Senhor", mas para custodiar o pão eucarístico para a comunhão, que será distribuída na Sexta-Feira da Paixão do Senhor.
56. Convidem-se os fiéis a permanecer na igreja após a Missa na Ceia do Senhor, durante razoável espaço de tempo pela parte da noite, a fim de fazerem a devida adoração ao Santíssimo Sacramento solenemente ali custodiado naquele dia. Durante esta prolongada adoração eucarística, pode ser lida alguma parte do Evangelho de João (cap. 13-17). Depois da meia-noite, a adoração deve ser feita sem solenidade, uma vez que já começou o dia da Paixão do Senhor".
Portanto, dado que o tabernáculo deve estar vazio antes da Missa na Ceia do Senhor, não seria correto usar as hóstias do Domingo de Ramos.
Embora as regras mencionadas acima não excluam a possibilidade de levar de modo privado as hóstias consagradas durante a Missa na Ceia do Senhor até outra igreja para a Sexta-Feira Santa (eliminando-se assim a possibilidade de um altar de reposição em ambas as igrejas), o sentido geral da norma 54, bem como a descrição dos ritos no missal, parte do pressuposto de que ambos os ritos sejam celebrados na mesma igreja.
Se para os fiéis das paróquias em questão não é possível reunir-se para celebrar todos juntos a liturgia, resta a possibilidade de pedir a permissão do bispo para celebrar uma segunda Missa na Ceia do Senhor e, consequentemente, fazer duas celebrações da Paixão na Sexta-Feira Santa. É muito difícil para o sacerdote, mas é provavelmente a melhor solução pastoral.
A celebração da Vigília Pascal não tem nenhuma associação similar e pode ser celebrada independentemente das outras duas.
Jornada Mundial da Juventude Rio 2013
JMJ volta para a América do Sul com um Papa latino americano
Brasil acolhe com alegria o Papa Francisco
Por Maria Emilia Marega Pacheco
ROMA, 14 de Março de 2013 (Zenit.org) - No meio da multidão que lotou a Praça de São Pedro, mesmo debaixo de chuva, ZENIT encontrou Pe. João Chagas Jr, assistente internacional da Comunidade Católica Shalom e também colaborador da sessão jovem do Pontifício Conselho para os leigos, na organização da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013.
Padre João recordou que a JMJ volta para a América Latina depois de quase 30 anos. A primeira JMJ fora de Roma foi em Buenos Aires. Agora, "volta para a América Latina, para a América do Sul, com um Papa latino americano. Isso é uma grande alegria para todos nós" - afirmou.
E convidou a todos, desde já, a "acolher com grande alegria o nosso novo Papa" que, provavelmente, terá como primeiro compromisso intercontinental, a viagem ao Brasil, para a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho de 2013.
"Nós, brasileiros, acolheremos o 'hermano'" , disse carinhosamente referindo-se ao Papa Francisco, que se mostrou "um irmão para nós" quando "pediu ao povo que rezasse por ele", logo que apareceu no balcão para saudar os fiéis. "Algo que me parece inédito"-afirmou Pe. João.
"Essa atitude de muita humildade e de muita proximidade com o povo, nós teremos a oportunidade de experimentar no Brasil. Então, rezemos pelo nosso Papa Francisco".
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