HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
(188)-CHAMADOS A REINAR COM CRISTO !...
( Domingo de Ramos na Paixão do Senhor – C)
Jesus entrou triunfante em Jerusalém e quer chamar-nos a reinar com Ele.
É duma natureza específica o Reino que Jesus vem instaurar.
Nada tem a ver com esse reino imaginário que enche as histórias infantis e não leva a parte nenhuma da vida, para uma realização escatológica.
Na Bíblia o rei é o Messias de Deus, o ungido escolhido por Deus para uma missão de serviço na condução do seu Povo.
Jesus é quem cumpre na perfeição este desígnio, Ele entrou triunfante em Jerusalém onde depois vai lavar os pés aos seus discípulos, Ele que conheceu a glória no trono da Cruz.
Nós também somos príncipes neste "Reino" pela unção baptismal, chamados a reinar com Cristo sobre todas as forças, principados e potestades que se erguem contra a humanidade para a dominar e destruir.
"Povo de reis" afirmaremos o nosso poder contra tudo o que alimenta uma cultura "contra a vida", vencendo triunfantes como Jesus a cultura errada e dominante, que nos pretende induzir na convicção de que é mais importante quem tem mais poder humamo e de que nada se pode sobrepor ao êxito pessoal, gerando uma cultura de competição ou de concorrência, onde o sucesso ou triunfo de uns supõe a liquidação dos outros.
Não é esse o triunfo de Cristo, porque o triunfo de Cristo vence todos os impulsos violentos, todos os instintos de morte, de vingança e de terrorismo, quando se sujeita a uma morte absurda e gratuita que nem Pilatos conseguiu justificar.
Contrapondo à lógica da violência, a gratuidade do amor, Jesus Cristo introduz na nossa história um processo de renovação pascal, a que nos associou como filhos de Deus, investidos numa missão de vida e de ressurreição.
São muitos os poderes e dominações, quer terrestres quer celestes, que se abatem sobre nós e, por vezes, sentimo-nos assustados, abalados e até dominados por todas essas forças...
E todavia, nós fomos ungidos com uma unção real, profética e sacerdotal, que nos eleva a uma posição que nos permite acompanhar Jesus no seu triunfo na entrada de Jerusalém.
Essa unção é aquela mesma pela qual, Deus Criador e Pai, ungiu Jesus, o Messias Incarnado, por isso apresentado como o Filho do Homem, capaz de triunfar, vencendo a própria morte.
Entrando triunfalmente em Jerusalém, Cristo assinala a singularidade da sua Realeza, que se concretiza no serviço e na defesa do homem, como :
- "Testemunha fiel, o Primogénito dos mortos e o Príncipe dos reis da terra, Aquele que é, que era e que há-de vir a ser o Senhor do Universo".(Ap.1,5-8).
Por nós, essa realeza é experimentada como uma atracção pela Verdade que confunde Pilatos e nos liberta a nós.
Jesus confirma a Verdade quando responde a Pilatos :
- "Eu sou rei. Para isso nasci e vim ao mundo, a fim de dar testemunho da Verdade. Todo aquele que é da Verdade escuta a minha voz".(Jo.18,37).
Com efeito, Jesus não nos impõe a Sua soberania, porque o seu triunfo é o nosso triunfo, como a Sua glória há-de ser a nossa glória.
Oferecendo-nos a Verdade da nossa condição humana, propõe-nos também um processo de humanização crescente, que nos levará a participar com Ele na glória paradoxal duma Cruz que nos diviniza, preenchendo plenamente o plano da História da Salvação.
Nascimento
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