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    terça-feira, 18 de junho de 2013

    Por um Tea Party Brasil








    .

























    Rodrigo Constantino



    Idéias de um livre pensador sem medo da polêmica ou da patrulha dos "politicamente corretos".




































    Monday, June 17, 2013



    Por um Tea Party Brasil



    Rodrigo Constantino



    Muitos me perguntam por que eu tenho atacado tanto as manifestações que tomaram conta das principais capitais, em vez de tentar aproveitar a insatisfação das pessoas para canalizar tais passeatas na direção da mensagem liberal. Esse artigo é minha tentativa de resposta.


    Em primeiro lugar, fiquei desconfiado desde o começo com a coisa toda. Não vi espontaneidade ali, tampouco demandas razoáveis. O que vi, ao contrário, foram grupos de extrema esquerda liderando a farra violenta, e bandeiras ridículas, como o “passe livre” (quantas vezes teremos de repetir que não existe almoço – ou transporte – grátis?).


    Mas entendo que a coisa ganhou vulto maior. Agora, trata-se de um protesto mais abrangente, contra “tudo que está aí”, contra a corrupção, o caos do transporte público, a derrota do seu time de futebol, o final da novela, o pé na bunda da namorada etc.


    Brincadeiras à parte, claro que há inúmeros motivos para estar muito insatisfeito com os rumos desastrosos de nosso país sob o governo petista, e sou o primeiro a reconhecer e apontar isso. Logo, faria todo sentido, a princípio, tentar capturar esse clima de insatisfação geral em prol da mensagem liberal. Mas calma.


    Liberais, por definição, não são agitadores das massas, tampouco endossam passeatas que transformam a vida do cidadão em caos, incluindo baderna, vandalismo e ataques à polícia. Unir-se a essa turba, que inclui, sem dúvida, muita gente séria e bem-intencionada, pode simplesmente manchar a imagem dos liberais. O tiro pode sair pela culatra.


    Dar as mãos aos oportunistas da extrema esquerda, representada pelo PSOL e companhia, pode significar uma mistura abjeta que só prejudicaria o movimento liberal. E não vejo como se apropriar dessas manifestações sem essa parceria, ou pior, sem eles saírem como os grandes representantes do circo, até porque essa é a especialidade deles.


    Por isso, basicamente, eu venho condenando essa tática perigosa de se aproveitar do clima de revolta e tentar incutir as bandeiras liberais ali, no meio da baderna toda. Essas manifestações nasceram com as impressões digitais dos esquerdistas, dos agitadores de multidões, com suas mensagens populistas. O DNA deles está lá. A coisa toda já começou torta. E agora temos artistas da esquerda caviar e até Zé Dirceu fazendo coro. Vamos nos juntar a essa gente?


    Não! Liberais devem continuar sendo liberais em sua essência, sem cair na tentação de fazer um pacto com o diabo e instigar a adrenalina das massas, só porque o atual governo pode sair chamuscado disso. Esse clima de desordem não nos interessa. Nossa luta é dentro da legalidade, do estado de direito, no campo das ideias. Não somos como eles. Não atiçamos a faísca da revolução que pode se transformar em fogaréu desgovernado. Somos mais responsáveis que isso.


    Sim, há cada vez mais gente descontente, vaiando a presidente. Isso é bom! Sinal de que, finalmente, a ficha pode estar caindo para alguns. Devemos aproveitar isso para explicar o que levou a esse cenário, e como revertê-lo. Devemos mostrar que a saída é o liberalismo, e não mais intervenção estatal. Mas devemos fazer isso de forma civilizada, sem sacrificar nossos valores mais caros em troca do tumulto momentâneo.


    Essas manifestações têm toda cara de Occupy Wall Street. Os liberais devem rejeitar esse tipo de coisa. O que precisamos aqui é de um Tea Party, um movimento muito mais sério, com bandeiras legítimas e embasadas, com lideranças decentes e propostas concretas e robustas. A grande imprensa sempre demonizou o Tea Party e enalteceu o Occupy Wall Street. A grande imprensa, quase sempre com viés de esquerda, aprecia mensagens sensacionalistas que instigam as massas. Nós não desejamos isso.


    Liberais de todo o Brasil, uni-vos! Mas não ao lado de baderneiros, não junto de gente que joga pedras em policiais ou quebra propriedade alheia. Não somos como o PSOL ou o PSTU, a UNE ou a CUT. Não somos massa de manobra de oportunistas de plantão. Não somos filhotes de Robespierre.


    Nós somos melhores do que isso. Nós apelamos à razão de nossos leitores e ouvintes. Não nos interessa jogar lenha na fogueira dos vândalos e anarquistas. Vamos rechaçar qualquer movimento semelhante ao Occupy Wall Street. E vamos, com seriedade e paciência, plantar as sementes de um Tea Party brasileiro. Somente uma oposição responsável e organizada poderá derrotar o projeto de poder petista no local certo, que é a urna.

    Posted by Rodrigo Constantino at 3:44 PM
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    Labels: anarquia, liberalismo, manifestações, Occupy Wall Street, Tea Party


    18 comments:

    SimpleRick49 said...

    Rodrigo, você tem tanta razão... Fico muito triste, como norte-americano com intresse na economia e na política brasileira, ver a extrema-esquerda ganhar nesta situação. O povo brasileiro falta de entendimento da história das revoluções esquerdistas. Se os votadores apoiarem destes caras em 2014, o Brasil vai cair na irrelevância na economia global. Muito triste (desculpe pelos meus erros, ainda estou aprendendo português) 4:04 PM
    Alexandre said...

    Tudo bom Rodrigo? O que você disto https://www.facebook.com/events/585090734869051/ ? libertários hoje no MASP, de forma pacífica e independente, ao menos é que dizem. Sou estudante de economia e contra qualquer forma de violência. 4:14 PM
    Alexandre R. said...

    Perfeito Rodrigo.
    Conta com meu apoio! 4:19 PM
    Song The Sangue said...

    sey não, brasil é uma corruptocrracia de gran calibre desde getúlio vargas

    é a insatisfação de todo um povo com os seus collores de mellos und men sá lão

    é a falta de representatividade de um povo que vota em tiririca e em pastor de igreja universal 4:24 PM
    Anonymous said...

    Rodrigo,
    tudo não passa de fachada pra atacar o governo do PSDB. E os idiotas dos tucanos caíram direitinho. O petista aumenta a passagem e quem acaba mal na situação é o tucano que é um banana.
    Tem horas que eu acho que os tucanos entraram pra política ontem...
    Abraço.
    Flavio Santos - Rio. 4:38 PM
    Breno said...

    Já é tão dificil conseguir que os liberais façam qualquer coisa com esse opoio que você deu para que eles não se manifestem é certo que em 2014 o PT vai vencer e humilhar mais uma vez a oposição. Daqui a pouco o PT vai ter tanta prefeitura sobre seu controle que vai ser um ponto sem volta a politica no Brasil vai virar um México com o mesmo partido 50 anos no poder.

    O bom de não se ter nada é que não se tem nada a perder. E os liberais na politica não tem nada a perder. 4:41 PM
    O Postador said...

    Quando vi que a manifestação era pedindo almoço, ops, transporte grátis nem sequer
    pensei que pudesse ter algo de bom nisso tudo.

    Pra mim o que pode acontecer se as massas pedirem várias coisas grátis e/ou subsidiadas
    e forem atendidas é que daqui à alguns anos vai falta papel higiênico no Brasil.

    Minha esperança é que as pessoas que nunca ligaram pra política passem à ler e aprender
    um pouco mais sobre o assunto e que com isso elas leiam os argumentos liberais e passem
    à pedir liberalismo. Mas não pedir na forma de manifestações que causam transtornos e sim na urna de votação.

    Pena que além disso seria necessário que surgissem candidatos com propostas liberais, o que é um artigo raríssimo no Brasil.
    4:42 PM
    Rody Cáceres said...

    O que posso dizer é que estou cansado dessas manifestações sensacionalistas e infantis, que nunca chegam a algum lugar. Na minha opinião, tá todo mundo errado nessa salada. Se os usuários dos meios de transportes se posicionassem como clientes, talvez nada disso tivesse acontecido. Mas não, antes de pensarem na melhor maneira de agir, levantam bandeiras, batem panelas e todas essas coisas. O Brasil é o país das bandeiras. 5:46 PM
    Pepe Legal said...

    Nao acredito que a solucao seja votando correto. Votar em quem? Existe alguma pessoa q iria entrar no governo e mudaria alguma coisa? já existiu? Dizem q existem os bons politicos...isso é só mais uma falacia para nos iludirmos que ainda existe esperanca.... infelizmente 6:14 PM
    Diogo R Santos said...

    Um detalhe interessante: existem protestos contra a corrupção, entretanto, baseado no principio que o "Passe-livre" tem incentivo da lei rouanet, é ético que protestos ditos "populares" sejam financiados com impostos pagos pela população. Engraçado não terem mencionado redução da carga tributária né??? 7:36 PM
    Rafael Vasconcellos said...

    Minha esperança é que nesse circo pegando fogo, se queimem PT e PSDB, para que o debate político saia deste Fla x Flu eleitoral e comecemos a discutir ideias. Somente num debate de ideias podemos mudar alguma coisa.
    Se tem algum ingenuo que acha que aderir a manifestação pode trazer mais liberalismo, sinto informar que estão enganados, manifestações pedindo prestações positivas do estado costumam incrementar sua hipertrofia 10:02 PM
    Louco Brando said...

    "Nós somos melhores do que isso. (...) Somente uma oposição responsável e organizada poderá derrotar o projeto de poder petista no local certo, que é a urna." - Rodrigo Constantino

    Rodrigo, concordo plenamente que este seria o IDEAL, no entanto, como HOJE, com tudo que aí está, podemos nos fazer ouvir, sem nos manifestar publicamente, nas ruas... não digo incitando baderna, mas sem ao menos uma manifestação pacífica?!!!

    Em muitos artigos, você coloca essa sitação de Karl Popper: “Não devemos aceitar sem qualificação o princípio de tolerar os intolerantes senão corremos o risco de destruição de nós próprios e da própria atitude de tolerância.”

    Creio que o Brasil já "tolerou" demais todos os dias ser vilipendiado, não apenas pela esquerda, mas também a direita, centro, cima, baixo... enfim, ninguém aguenta mais!!!

    É triste, de fato, ver o país chegar ao ponto que chegou e, pior ainda, depositar as esperanças em um suposto jogo sujo de partido tentando derrubar outro, trocarmos de dono e terminarmos no "mais do mesmo", tal qual ocorreu na era pós-Collor, em que houve muito barulho pra (quase) nada... no entanto, mudar a mentalidade de uma nação, sem passar pela "emoção", não vai cobrar um preço muito alto? Teremos tempo pra esperar tanto esse "salto quântico" racional da população?

    O atalho seria então, pelas urnas? Isso realmente é praticável? Quem poderíamos eleger pra subistituir TODOS os que aí estão pra fazerem um trabalho, se não BOM, pelo menos HONESTO?!!

    Num outro artigo você aborda esse dilema:

    "(...) há uma explicação bastante racional também para a falta de interesse generalizada no voto. Várias pessoas sequer lembram em quem votaram nas últimas eleições. Isso, apesar de condenável, não é totalmente irracional. O motivo encontra-se no peso de cada voto, do ponto de vista individual. Quanto temos algo como 100 milhões de votos, cada um com o mesmo peso, um único voto isolado realmente não move moinhos. O agente racional sabe disso. Ele entende que quando vai gastar o seu dinheiro num mercado, seu “voto” tem total poder na escolha, afinal, é ele mesmo quem decide o que comprar. Mas quando sua escolha é somada às preferências de dezenas de milhões de pessoas, e o resultado final é aquele que a maioria escolhe, sua preferência particular importa pouco. O esforço de conscientização feito pelo TSE com propagandas onde o eleitor aparece como o verdadeiro patrão escolhendo seus funcionários públicos é louvável, mas não tão verossímil assim. Não é que ele não seja de fato o patrão. Ele é. Mas é que ele divide esse poder com outros milhões e milhões de patrões, cada um com o mesmo peso. Isso pode ser um pouco frustrante pelo prisma individual."


    Ao final, você aponta para uma solução:

    "Resumindo, o voto tem sim um papel fundamental na vida democrática. O cidadão deve ter a consciência de sua relevância no processo de escolha dos governantes. Mas precisamos levar em conta também que o poder do governo deve ser o mais descentralizado possível, e sempre reduzido ao máximo para garantir as liberdades individuais. Fora isso, é importante acabar com a obrigatoriedade do voto, pois um direito cívico não pode ser encarado como uma imposição. Juntando essas duas questões – a redução do poder estatal pelo critério da subsidiariedade e o voto livre – creio que os cidadãos terão, naturalmente, maior interesse no seu voto. O paradoxo é que para chegarmos neste ponto, dependemos justamente do voto, ainda que hoje ele seja obrigatório e deposite poder demais em poucos governantes. Os indivíduos que prezam a liberdade devem escolher os candidatos que representam esta trajetória rumo ao menor poder estatal e maior poder da escolha individual. E claro, repudiando a corrupção que atrapalha todo o processo democrático."

    Mesmo que tenha 100% de certeza que esse caminho funcione, quanto tempo levaria para fazer essa "limpa" progressivamente?!!!

    Não será essa a oportunidade de colocar esse pensamento em prática?!! 10:11 PM
    Anonymous said...

    Rodrigo, porque não cria o tal do "Tea Party Brasil"? Um "movimento" civilizado, organizado e coeso ajudaria MUITO na divulgação das ideias liberais. 10:51 PM
    Anonymous said...

    Estou com vc quando vc diz que as reivindicações principais do movimento sao estupidas ou incoerentes. Ou quando vc diz que liberais n sao como esquerdistas que se aproveitam da massa com partidarismos. Mas a maneira como vc condena a manifestação em si é meio estranha, com um generalização completa do movimento em relação aos baderneiros. Os manifestante passificos estao dentro da legalidade e do imperio da lei, E ESTES SAO A MAIORIA 12:11 AM
    Thiago Araujo said...

    Enquanto voltava hoje do trabalho, vi centenas de jovens indo para a maniFESTAção na estação Consolação.

    Eventualmente vou jantar com minha esposa nos finais de semana e encontro figurinhas exatamente iguais a esses maniFESTAntes indo pras baladas na mesma região da paulista.

    Está sendo um grande Happy Hour 12:52 AM
    Anonymous said...

    Ótimo Rodrigo! Esperamos ansiosos a sua participação na criação do Tea Party Brasil! 1:44 AM
    Paulo said...

    A PRINCIPIO EU PENSEI QUE SERIA MAIS UMA DAS DIVERSAS MANOBRAS COMUNISTAS PARA DESVIRTUAR A COPA, COMO V., DEPOIS DESCOBRI TRATAR-SE do estouro do "ESTOPIM DO POVO CONTRA O PT"!
    O SOCIALISMO/COMUNISMO É UMA FILOSOFIA DO FRACASSO, O CREDO DA IGNORANCIA E O EVANGELHO DA INVEJA" - Winston Churchill.
    50 ANOS DA FRACASSADA E MISERÁVEL CUBA É O PRIMORDIAL EXEMPLO!
    O Comunismo/socialismo é a BANDIDAGEM LEGITIMADA PELA FORÇA ou por meios pseudo-democráticos, em geral fraudulentamente imposto. O comunismo nasceu no espírito invejoso dos piores, dos miseráveis em todos os aspectos, dos ressentidos e fracos. Veio dos que vivem a olhar para o que os outros têem e eles não, produzindo e sedimentando a inveja, relembrando o episódio bíblico do invejoso Caim, assassinando para se apossar de bens.
    É filho do espírito de rebanho, porque é coletivista e os Comunistas precisam sempre agir em "bando", pois são individualmente fracos, valendo-se da truculência, não sabendo argumentar: só impor. E os pastores para o tal rebanho são os intelectuais de extrema esquerda, única função que pode dar a eles "poder" em suas vazias existências, suprindo-o com o status político e financeiro.
    Daí, conduzir o rebanho de fracos e ressentidos é um ótimo negócio para esses pastores. Centenas de milhões de “crentes” em Marx crêem não no que ele cria, mas no que ele queria, sempre crescem em número de sua patológica inveja .
    São cabeças de aluguel, gente que para obter algum sentido de vida se entregou à mentira, escravizou sua mente, aboliu grande parte da sua própria liberdade de pensamento, estando hoje sob a rédeas da cupidez de bens alheios: tomar dos outros e os repassar a si e ao partido, sem temores ou constrangimento; ser comunista é dar atestado público de ser plenamente inescrupuloso.
    Milhões de livros, artigos e entrevistas são uma loucura em que seus autores consentiram em crer, ou uma mentira que julgaram apropriado contar doutrinando de como se apossar de bens alheios e se tornar poderoso via farsas de proteger os pobres! 6:04 AM
    Ega said...

    É, aqui em Portugal é exactamente igual, o que os media querem fazer passar por manifestações expontâneas de descontentamento popular são sempre, em maior ou menor grau, coisas organizadas ou encabeçadas pela extrema esquerda.

    Concordo em absoluto, a mensagem liberal não pode estar misturada com esta gente 6:41 AM

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