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    quarta-feira, 10 de julho de 2013

    Rodrigo Constantino

    Entrevista com Arminio Fraga para o Instituto Liberal





    Rodrigo Constantino


    Entrevista exclusiva com Armínio Fraga

    Perfume francês fedorento

    Herói da liberdade?

    A escolha entre dois males

    Trabalho escravo: hoje os médicos; e amanhã?

    A queda

    Máquina do tempo



    Entrevista exclusiva com Armínio Fraga

    Posted: 09 Jul 2013 04:33 PM PDT










    Perfume francês fedorento

    Posted: 09 Jul 2013 12:50 PM PDT


    Rodrigo Constantino


    Reportagem no Valor mostra que investimentos na França estão recuando:


    A economia francesa enfrenta um problema crescente em sua luta para criar empregos e sair da recessão: apesar dos juros baixos, companhias e empresários estão reduzindo seus investimentos. Eles estão adiando planos de ampliação de fábricas já existentes e cancelando os projetos para construção de novas unidades.

    Por trás da relutância está uma combinação difícil. Os impostos mais altos e a concorrência estrangeira mais barata derrubaram as margens de lucro das companhias francesas ao menor nível desde 1985 - reduzindo a capacidade das empresas de suportar riscos. Ao mesmo tempo, líderes empresariais afirmam que os desafios das taxas de juros imprevisíveis e a burocracia francesa sempre em mutação também estão aumentando.

    "Precisamos do mínimo de incerteza possível, mas em vez disso há cada vez mais", disse Pierre-André de Chalendar, diretor-presidente da firma de materiais de construção Compagnie de Saint-Gobain, em um encontro anual de líderes empresariais franceses e autoridades econômicas, realizado no domingo em Aix-en-Provence.

    [...]

    Economistas afirmam que o declínio é especialmente preocupante na França por causa da menor lucratividade das empresas do país. O lucro bruto por ação, ou margem bruta - uma medida padrão das margens de lucro -, das empresas não financeiras na França ficou em 25,7% no fim do ano passado, em comparação à média de 35,2% da zona do euro, segundo dados da agência europeia de estatísticas Eurostat. Com isso, as companhias francesas terão uma propensão menor a aumentar os investimentos quando a demanda melhorar, ameaçando as perspectivas de crescimento da zona do euro como um todo.

    A economia francesa já está sofrendo. O PIB ficou estagnado em 2012 e a economia entrou em recessão na virada do ano. A Insee disse no mês passado que espera uma contração econômica de 0,1% em 2013, em comparação a 2012.

    Um número crescente de líderes empresariais culpa as políticas imprevisíveis do governo pela falta de investimentos. Após o governo empurrar uma conta de €20 bilhões em novos impostos para reduzir o déficit fiscal neste ano, líderes empresariais temem agora uma reorganização do sistema previdenciário que poderia envolver maiores contribuições dos patrões. E na semana passada o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault prometeu mudanças nos impostos no ano que vem, para o fornecimento de incentivos ambientais.

    "O verdadeiro problema é essa mudança permanente nas regras. Isso segura os investimentos", disse Didier Lombard, presidente do conselho de administração da STMicroelectronics, a maior fabricante de semicondutores da Europa. "É preocupante."

    Quando o socialista Hollande venceu as eleições na França, gravei um vídeo alertando que a situação econômica iria se deteriorar. Não deu outra. Nem é possível cobrar créditos por esta previsão; ela era fácil demais. Os socialistas têm esse dom de estragar tudo aquilo que tocam. A explicação é óbvia: quando o governo maltrata empresários, aqueles que criam a riqueza do país, eles costumam reagir. Quem paga a conta é o povo, sempre.


    O modelo estatizante francês é como um falso perfume, que parece atraente de fora, mas que solta um odor terrível de perto. A expressão laissez faire surgiu justamente na França, como resposta às intervenções de Colbert. Os empresários querem ar, precisam de mais liberdade, menos impostos e burocracia, para produzir riqueza. Com socialistas no caminho, essa tarefa se torna praticamente impossível.


    Herói da liberdade?

    Posted: 09 Jul 2013 11:59 AM PDT


    Rodrigo Constantino


    Segundo o site G1, o legislador russo Alexei Pushkov divulgou em seu Twitter, antes de apagar a mensagem, que Snowden aceitou a oferta de asilo da Venezuela. Diz a matéria:





    O presidente da comissão das Relações Exteriores da Duma (câmara baixa do Parlamento russo), Alexei Pushkov, disse nesta terça-feira (9) no Twitter que o americano Edward Snowden aceitou a oferta de asilo feito pelo governo daVenezuela."Como era esperado, Snowden aceitou a oferta do presidente (venezuelano Nicolás) Maduro sobre asilo político", disse. Pouco depois, o post foi apagado, segundo a agência Reuters.Simultaneamente, o porta-voz da Presidência russa, Mitry Peskov, evitou fazer qualquer comentário, e acrescentou que todas as perguntas deveriam ser feitas ao parlamentar.Depois, Pushkov explicou, também via Twitter, que havia sido informado da resposta positiva de Snowden à oferta venezuelana de asilo ao acompanhar informações da televisão estatal russa Vesti 24.


    O Wikileaks já negou a informação. Mas sabemos que suas alternativas são buscar asilo em algum país com bem menos liberdade do que os EUA que ele denunciou. Assange, afinal, está sob os cuidados da embaixada do Equador até hoje, protegido por um governo bolivariano.


    O que Snowden fez é motivo de muita controvérsia. Até que ponto é justificável trair seu governo para revelar algum abuso de poder do mesmo? Até que ponto é louvável divulgar informações sigilosas de seu empregador? Os fins justificam os meios? Enfim, o tema é complexo mesmo.


    Mas uma coisa eu sei: não dá para compartilhar da adoração que alguns libertários têm por gente como Snowden ou Julian Assange, do Wikileaks. Por que será que eles investem seus ataques mais ao governo americano do que qualquer outro governo? E por que será que eles buscam refúgio justamente sob os piores regimes autoritários e antiamericanos?


    Alguém em sã consciência diria que o governo americano é a grande ameaça à paz mundial, às liberdades individuais? Sim, o governo americano tem poder demais, e abusa dele. Merece ser vigiado, pois o preço da liberdade é a eterna vigilância. Não se pode cochilar, pois sempre há o risco de invasão de privacidade.


    Mas me parece um foco muito mal calibrado essa obsessão contra o governo americano, por gente que diz lutar em nome da liberdade, e logo depois corre para as saias de tiranetes que desrespeitam totalmente as mesmas liberdades. Tamanha incoerência desqualifica por completo esses "heróis".




    A escolha entre dois males

    Posted: 09 Jul 2013 07:43 AM PDT


    Rodrigo Constantino


    João Pereira Coutinho, em sua coluna de hoje na Folha, lembra-nos de que, muitas vezes, as escolhas se dão entre dois males. O artigo é um banho de realismo para lavar o romantismo infantil de todos aqueles que segregam o mundo de forma maniqueísta e vibram quando o "mocinho" derrota o "bandido", de preferência por uma revolução nas ruas. O colunista português diz:


    Eis a cabeça do progressista típico: Mubarak = Mau; Protestos = Bons; Irmandade Muçulmana = Melhor que Mubarak.
    Aqui, uma pessoa alfabetizada sentia uma leve tontura intelectual. Mubarak não era flor que se cheirasse -um ditador é um ditador é um ditador.
    Mas os progressistas conheciam mesmo a Irmandade Muçulmana, esse brilhante grupo fundado por Hassan al Banna em finais da década de 1920 que representa tudo aquilo que a inteligência progressista abomina?
    Dito de outra forma: os jornalistas que toleravam a irmandade conheciam as posições do clube sobre as relações entre o Estado e a religião, os direitos das mulheres, dos gays, das minorias religiosas, e etc. etc.?
    Conheciam os atentados terroristas promovidos pelos seus líderes ou cometidos em seu nome (o palestino Hamas é apenas o melhor exemplo)?
    E estariam dispostos a trocar um Egito autocrático por um Egito submetido aos preceitos da sharia (lei islâmica) sem pensar duas vezes?






    Antes de celebrar um clima revolucionário, cabe perguntar, de forma mais realista, o que ou quem vem em seu lugar. Eis algo que os românticos nunca fazem, desde os tempos da Revolução Francesa, ícone desse tipo de visão mais infantil e sonhadora. Claro que isso não é o mesmo que rejeitar mudanças; é apenas não acreditar que elas são milagrosas, rápidas, fáceis, ou esquecer que elas podem ser, também, para algo pior.





    Moral da história?
    Sim, o presidente Mursi foi eleito democraticamente -uma importante diferença em relação ao seu antecessor.
    Mas será que a legitimidade democrática absolve qualquer governante das suas derivas antidemocráticas? Sobretudo quando entre essas derivas está o golpe constitucional de novembro de 2012, através do qual Mursi pretendia governar autocraticamente como Mubarak antes dele?
    Ponto de ordem: não se trata aqui de defender o golpe militar. Trata-se, pelo contrário, de defender o direito a não se defender ninguém: nem Mursi, nem os militares, nem sequer Mubarak.






    A construção de uma democracia sólida demanda pilares que não podem ser substituídos por esperanças tolas. Em alguns casos, instigar a "Primavera Árabe" foi, sim, ajudar na revolução islâmica que nada tem em comum com a defesa das democracias liberais do Ocidente. E agora? Por onde andam todos aqueles que demonstraram enorme júbilo quando ditadores caíam, ignorando quem tomaria seus lugares? Desapareceram! Coutinho conclui:





    Porque sem instituições democráticas fortes - tradução: separação de poderes; judiciário independente; liberdade de expressão; respeito pela iniciativa privada; e etc. etc.- qualquer orgasmo democrático com o Egito atual corre o risco de ser apenas ejaculação precoce.
    Ao contrário do que pensam as cabeças infantis, a política não é uma luta permanente entre o bem e o mal. Às vezes, é uma luta entre dois males igualmente perversos.
    E, nestas matérias, recordo sempre a sagaz observação de Kissinger sobre a guerra Irã x Iraque: "É uma pena que não possam perder os dois."


    Trabalho escravo: hoje os médicos; e amanhã?

    Posted: 09 Jul 2013 06:08 AM PDT




    Rodrigo Constantino






    O anúncio de que o formando de medicina terá que trabalhar dois anos no SUS para obter o diploma é da maior gravidade, e não pode passar batido. Eu já escrevi ontem algosobre isso, e publiquei outro artigode um médico também. Mas é pouco! Diante deste absurdo sem tamanho, que transforma o médico em um escravo do governo, a reação deve ser maior, com força total.






    Alguns podem pensar que o assunto não lhes diz respeito. Enganam-se! O precedente aberto é assustador. Trata-se do caminho para a servidão, agora escancarado. A liberdade de escolha do profissional desaparece, dando lugar ao pretexto de, em nome do "interesse nacional", o estado escravizar as pessoas para suprir suas carências. Esqueça fazendeiros que não conseguem preencher 252 itens das leis trabalhistas; o verdadeiro trabalho escravo é esse: ser obrigado a trabalhar por dois anos para o governo!






    Hoje são os médicos, mas e amanhã? O que vai impedir o governo de decretar que todo professor tem que ficar dois anos dando aulas em escolas públicas do interior para conseguir seu diploma? Ou forçar engenheiros a atuarem por dois anos nas obras do PAC Brasil adentro, para só depois terem acesso ao certificado de conclusão de curso? Ou obrigar dentistas a atenderem na selva amazônica antes de finalizarem a faculdade? Percebem o risco?






    Isso não é somente um problema dos médicos, e sim de todos nós! Quem ainda tem um mínimo apreço por um valor chamado liberdade individual tem que se posicionar contra esse autoritarismo sem paralelo no país. Cabe a cada um lutar, como for capaz, para impedir essa medida socialista. Isso não pode passar!






    Para concluir, relembro o alerta sempre válido de Martin Niemoller:









    Primeiro, os nazistas vieram buscar os comunistas, mas, como eu não era comunista, eu me calei. Depois, vieram buscar os judeus, mas, como eu não era judeu, eu não protestei. Então, vieram buscar os sindicalistas, mas, como eu não era sindicalista, eu me calei. Então, eles vieram buscar os católicos e, como eu era protestante, eu me calei. Então, quando vieram me buscar... Já não restava ninguém para protestar.




    A queda

    Posted: 09 Jul 2013 05:50 AM PDT


    Rodrigo Constantino, O GLOBO






    Eike Batista está para a economia como Lula está para a política. O "sucesso" de ambos, em suas respectivas áreas, tem a mesma origem. Trata-se de um fenômeno bem mais abrangente, que permitiu a ascensão meteórica de ambos como gurus: Eike virou o Midas dos negócios, enquanto Lula era o gênio da política. Tudo mentira.






    Esse fenômeno pode ser resumido, basicamente, ao crescimento chinês somado ao baixo custo de capital nos países desenvolvidos. As reformas da era FHC, que criaram os pilares de uma macroeconomia mais sólida, também ajudaram. Mas o grosso veio de fora. Ventos externos impulsionaram nossa economia. Fomos uma cigarra que ganhou na loteria.






    Leia mais aqui.





    Máquina do tempo

    Posted: 09 Jul 2013 04:55 AM PDT





    Fonte: Folha


    Rodrigo Constantino


    O Brasil é um país tão avançado e moderno que já inventou a máquina do tempo, sonho de ficção dos filmes americanos. Vejam este caso, relatado na Folha: Universidade oferece curso para difundir comunismo. Em que outro país teríamos acesso a um regresso no tempo dessa forma? Talvez na Venezuela, ou quiçá na Argentina. Nossos companheiros de avanço tecnológico...


    Esse trecho é interessante:


    O perfil dos alunos tampouco lembra o de revolucionários engajados. A maioria é composta por moças de classe média baixa e estudantes de serviço social de olho no mercado: esperam que a teoria marxista tenha valia na profissão que escolheram.






    Alguns podem ficar surpresos, mas o comunismo não falava, lá no passado distante, aos operários. Claro que não! Marx nunca pisou no chão de uma fábrica e era sustentado por um herdeiro industrial, bem capitalista. Os adeptos do comunismo enquanto ideologia costumam ser de classe média mesmo. A inveja é alimentada nessa classe, o ressentimento é explorado para vender um igualitarismo que nada mais é do que o desejo de tirar daquele que tem mais.






    Resta saber como o comunismo pode ajudar na profissão dessa gente. Só se querem ser sindicalistas ou políticos do PSOL, PSTU, PCO, PCdoB ou mesmo do PT. Porque fica difícil saber onde mais há uso para tal teoria. Um médico? Um médico cubano? Só se for para matar Chávez, pois Fidel Castro, que não é bobo, prefere os médicos espanhóis.






    Engenheiro? Já pensou, um engenheiro fazendo cálculos estruturais com as premissas comunistas, de que não há escassez no mundo? Vão construir pontes inexistentes sobre as nuvens. Chama a atenção também a predominância feminina na classe:





    Dos 20 alunos, apenas três eram homens. Todas as atividades do centro são gratuitas. O programa consome R$ 60 mil por ano em bolsas mensais de R$ 250, segundo o pró-reitor de Extensão da universidade, Rogério Santos.
    Coordenador do Centro de Difusão do Comunismo, André Mayer, filiado ao PCB, diz que a iniciativa permite aos participantes "colocar a sociedade em xeque".






    Sessenta mil reais por ano para divulgar o comunismo! A justificativa é colocar a sociedade em xeque, mas o único cheque que interessa é o pagamento no fim do mês para o "professor", leia-se proselitista. O comunista conclui: "É uma proposta muito clara de buscar as contradições dessa sociedade e transformá-la". Sim, transformá-la, deixá-la mais moderna e justa, como Cuba. É ou não é uma viagem no tempo ter esse tipo de coisa em pleno século 21?





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    Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim




    “Se não fosse a Santa Comunhão, eu estaria caindo continuamente. A única coisa que me sustenta é a Santa Comunhão. Dela tiro forças, nela está o meu vigor. Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração.”



    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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