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    terça-feira, 9 de julho de 2013

    Rodrigo Constantino






    Rodrigo Constantino


    Oito anos

    Coisa fina chamada funk

    O chamado de Dilma

    Lobão contra os lobos vestidos de cordeiro

    Jean Wyllys acha que ganha mal

    Bullying Ideológico

    Banco Central não faz milagres

    Protecionismo em alta, Mercosul em baixa

    De Cameron para Cabral

    Sindicato do atraso

    Quem representa os conservadores?


    Oito anos

    Posted: 08 Jul 2013 06:27 PM PDT


    Dr. Milton Simon Pires





    Excelentíssima Senhora Presidente da República.






    Já nos conhecemos, a senhora e eu. Dessa vez, portanto, não vai haver apresentação. Vou começar lembrando à senhora algumas curiosidades.


    Oito anos é atualmente o tempo máximo de mandato de presidente da república, não é? Oito anos, presidente, se não estou enganado, é também o tempo limite para que uma pena de prisão em regime fechado possa ser convertida em semiaberto (apreendi isso assistindo na TV o julgamento de alguns conhecidos seus na Ação Penal 470) e por aí vai. Enfim, presidente, oito é um número aplicável a tantas coisas..rss. Na China se costuma dizer que oito é o número da sorte. Mas hoje; vai ser do seu azar. Explico-lhe brevemente o porquê:


    Hoje a tarde, li perplexo na internet as notícias que dão conta do lançamento do seu Programa "Mais Médicos". Não vou aqui gastar seu tempo detalhando um por um os aspectos dele. Nosso tema aqui, presidente, é bem específico – nós vamos falar do aumento do tempo da formação médica de seis para oito anos obrigando-nos a prestar dois anos de serviço no SUS antes de receber reconhecimento oficial como médicos.


    Presidente Dilma, a senhora sabe o que são "doutorandos" e médicos "residentes"? Não sabe, né? Lá vai a explicação – doutorandos são, normalmente, estudantes no ultimo dos seis anos da tradicional formação médica que a senhora e os gênios que lhe assessoram querem mudar. Médicos residentes já se formaram – tem responsabilidade legal e, trabalhando sob supervisão de colegas mais experientes, fazem uma determinada especialização. A senhora sabe o que eles tem em comum, presidente? Eu lhe respondo – eles "carregam nas costas os hospitais universitários brasileiros". Eles, para sua informação, já trabalham, na sua gigantesca maioria, em hospitais públicos ou vinculados ao seu maravilhoso Sistema Único de Saúde! São eles que atendem a gigantesca massa daqueles que a senhora e seus correligionários do Partido-Religião chamam de "usuários" e nós chamamos de pacientes. Enquanto eles estão dentro de hospitais públicos com teto e paredes desmoronando nos ambulatórios, enfermarias e blocos cirúrgicos, a senhora e o Lula são atendidos por outros médicos dentro, por exemplo, do Hospital Sírio Libanês! Alguns desses colegas que atendem a senhora e nosso ex-presidente deveriam estar junto com os doutorandos e residentes supervisionando a sua formação como médicos e especialistas. A senhora sabia disso, presidente??


    Mas, por favor, não quero lhe constranger... Vamos dizer que essa sua medida desesperada para se reeleger seja realmente implantada... Gostaria de tirar com a senhora algumas duvidas: tem a senhora a noção de que a rede hospitalar brasileira inteira está completamente sucateada, presidente? Sabe por quê? Porque malditos colegas meus e seus ajudaram a transformar um país que tem quase o tamanho da China num gigantesco posto de saúde! Diga de uma vez por todas isso ao povo, presidente Dilma. Mesmo que a senhora "derrame" 12.000 médicos dentro do SUS de uma hora para outra eu lhe pergunto – Onde e em que condições eles vão trabalhar??? Dentro dos famosos pronto-atendimentos? A senhora sabe o que é um pronto-atendimento, presidente? Eu lhe explico – é um lugar onde se atende tudo aquilo que não é suficientemente grave e deveria estar num posto de saúde; ou é tão sério que deveria estar dentro de uma emergência de verdade! Sabe por que esse tipo de imundície foi inventado? Para esconder que não existem mais hospitais nesse maldito país. Seu antecessor, que nos anos 70 perdeu esposa e filho num hospital publico preferiu emprestar dinheiro para Cuba, perdoar a dívida da Bolívia e comprar deputados no Congresso nacional em vez de construir hospitais!


    Nas últimas duas semanas, presidente, a senhora propôs ao povo brasileiro um plebiscito, depois um referendo e agora – sempre maravilhosamente assessorada – vem com um absurdo que nem mesmo a ditadura militar quis impor: estender o tempo de formação dos médicos brasileiros por razões ligadas ao fracasso do plano de poder do PT.


    Presidente, cada vez que lhe escrevo fico divido. Não sei se expresso a indignação de quase 400.000 médicos brasileiros ou se fico com pena da senhora. Até quando vai esse seu desgoverno? Até onde a senhora acha que pode enganar tanta gente durante tanto tempo?


    Afaste-se imediatamente dessa corja de colegas MEUS que lhe assessora, que esqueceram que são médicos, e que depois de formados jamais atenderam ninguém no sistema público. Se a senhora não fizer isso, vai apreender de uma maneira dolorosa que políticos podem ter partido, podem ser liberais ou democratas, progressistas ou conservadores, podem até ser ditadores, mas jamais vão ter poder suficiente para aliviar a dor ou evitar a morte. Essa função é nossa e, dia após dia, cada vez mais a senhora vem nos impedindo de exercê-la.




    Coisa fina chamada funk

    Posted: 08 Jul 2013 05:56 PM PDT






    Fonte: G1


    Rodrigo Constantino


    O funkeiro MC Daleste morreu com um tiro durante show, despertando a revolta de vários colegas de profissão. Confesso que até então nunca tinha ouvido falar do cantor. É que realmente funk não é bem minha praia.


    Há quem diga que entre funk e música clássica, tudo é apenas questão de gosto. E ai quem ouse afirmar que existe uma mínima hierarquia objetiva nesse embate! Mozart ou Daleste? Pura questão de escolha pessoal, e quem diz o contrário é um preconceituoso elitista.


    Vivemos na era do relativismo exacerbado, da suspensão de qualquer julgamento estético ou mesmo ético. Tudo é igual, e negar isso é remar contra a maré do politicamente correto. Aderindo ao zeitgeist pela primeira vez neste blog, vou me abster de julgar qualquer coisa que seja. Vou somente divulgar, em homenagem ao falecido "músico", uma de suas canções. O leitor que faça seu próprio julgamento, se quiser. Lá vai:







    "Matar os policia é a nossa meta
    Fala pra nois quem é o poder
    Mente criminosa coração bandido
    Sou fruto de guerras e rebelioes
    Comecei menor ja no 157 hoje meu
    Vicio e roubar profissão perigo
    Especialista formado na faculdade criminosa
    Armamento pesado ataque sovietico e que esse
    É o bonde do mk porque quem manda aqui
    É o 1 p e 2 c fala pra nois que e o poder


    Se tu quer ouvir apologia eu te apresento nosso
    Arsenal ataque só na glock , g3 , mini-use
    762 funrador parafal , a r15, A.R baby, magno macs , fuzil
    Holandes , mp5 762 semi automatica m16 a colt
    Pente 90, galac torrents , meiota e 50 especialista
    Em assaultos bancarios formado na faculdade criminosa
    Sub use , aim check , flatclonos ponto 40 tipo guerrilha
    Sao paulo sp a grande capital e toda nossa meu nome voce
    Quer saber pra me denunciar pros verme da ... quer me
    Rastrear e toma la daca bate de frente faz sua parte
    E nois que soma e nois que ta forma de expressão pra mim
    Nao interessa tamo embraçado na mesma missão matar os policia
    É a nossa meta se tu quer ouvir apologia eu te apresento
    Nosso arsenal (ham) esse é o kit do mal


    Fala pra nois quem é o poder matar os policia e a nossa meta
    Fala pra nois quem é o poder


    Mente criminosa coração bandido
    Sou fruto de guerras e rebelioes
    Comecei menor ja no 157 hoje meu
    Vicio e roubar profissão perigo
    Especialista formado na faculdade criminosa
    Armamento pesado ataque sovietico e que esse
    É o bonde do mk porque quem manda aqui
    É o 1 p e 2 c fala pra nois que e o poder


    Fala pra nois quem é o poder (2x)


    Se tu quer ouvir apologia eu te apresento nosso
    Arsenal ataque só na glock , g3 , mini-use
    762 fundador parafal , a r15, A.R baby, magno macs , fuzil
    Olandes, mp5 762 semi automatica m16 a colt
    190 galac torrents , meiota e 50 especialista
    Em assaultos bancarios formado na faculdade criminosa
    Sub use , aim check , flatclonos ponto 40 tipo guerrilha
    Sao paulo sp a grande capital e toda nossa meu nome voce
    Quer saber pra me denunciar pros verme da ... quer me
    Rastrear e toma la daca bate de frente faz sua parte
    E nois que soma e nois que ta forma de expressão pra mim
    Nao interessa tamo embraçado na mesma missão matar os policia
    É a nossa meta se tu quer ouvir apologia eu te apresento
    Nosso arsenal (ham) esse é o kit do mal"


    PS: Apenas para caráter informativo, o clip da música no YouTube tem mais de 1,4 milhão de views, e um terço a mais de gente que curtiu em relação a quem não curtiu.




    O chamado de Dilma

    Posted: 08 Jul 2013 03:38 PM PDT









    Rodrigo Constantino






    A presidente Dilma é como aquele marido traído, que descobre a esposa no sofá com o amante, e joga fora o sofá para acabar com o adultério. Este, aliás, tem sido um governo marcado pelo ataque aos sintomas, jamais às causas dos problemas. Não seria diferente na questão da saúde.






    Faltam médicos no interior do país, pois as condições de trabalho são lamentáveis? Então o governo resolve importar "médicos cubanos". Ainda assim faltarão médicos no "maravilhoso" SUS? Então os médicos não vão mais se formar após seis anos, e sim oito anos, pois terão que dedicar dois anos extras após o término da faculdade ao SUS para obter o diploma.






    Isso é o governo praticando "altruísmo" com esforço alheio. Estender a já longa jornada de estudo e prática do médico para tampar um buraco criado por sua própria incompetência é injusto, absurdo e antiliberal. A presidente fala em um "chamado" aos médicos, mas não é nada disso: é uma imposição, das mais autoritárias.






    Para um economista como eu, a escassez de um bem ou serviço é sinal de preço fora de lugar. Quando há fila em um restaurante e o outro está vazio, isso é sintoma de que o primeiro deve estar cobrando pouco, e o segundo muito. Normalmente, o setor privado reage justamente assim: aumenta a demanda, ele tenta expandir a oferta, e quando isso não é possível, ele ajusta o preço.






    O governo, como sabemos, não faz nada disso, pois seus incentivos são inadequados. Quando há demanda demais na hora do rush no tráfego, ele cria racionamento de placas. E quando há médico de menos no interior, ele decreta mais dois anos de trabalho aos recém-formados para liberar o diploma. O presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Nulvio Lermen Junior, criticoua nova medida do governo:






    O governo tem que melhorar a infraestrutura, criar um plano de carreira adequado, oferecer condições de vida apropriadas para os profissionais e para a família e, claro, com salário condizente, que não precisa ser muito diferente das outras regiões. Não adianta atender a só um desses itens. Do contrário, a pessoa pode até ir se aventurar, mas acabar logo desistindo. Não há alguém que aguente viver por muito tempo sem esses fatores envolvidos.






    Em outras palavras, a falta de médicos é um problema de mercado, eminentemente econômico. Quando envolve saúde, sabemos que a esquerda gosta de deixar as calculadoras de lado ainda mais do que o de praxe, mas não é com base em decretos autoritários, escravizando os médicos recém-formados, que iremos resolver a falta de médicos pelo interior.






    A saúde pública no Brasil é uma porcaria, e o governo acaba optando por mais intervencionismo ainda, prejudicando todo o setor, inclusive o lado privado. Se a trajetória dos médicos terá mais um obstáculo agora, postergando o retorno de seu investimento pesado em tempo de estudo, pode estar certo de que isso vai encarecer o serviço para "nos otros", que pagamos a fatura.






    O "chamado" de Dilma mais parece aquele filme com o mesmo nome, onde o sujeito atende o telefone, e com isso sela seu destino, assinando seu atestado de óbito. Socorro!




    Lobão contra os lobos vestidos de cordeiro

    Posted: 08 Jul 2013 01:45 PM PDT





    Lobão *






    Título Original: CARTA ABERTA AOS QUE PARTICIPARAM DA PLS129/12






    Venho por meio desta carta aberta insistir em algumas perguntas que ficaram órfãs de respostas durante o período de implementação desse urgente, instigante e misterioso projeto de lei.






    Perguntas que tiveram suas respostas negadas ou, simplesmente, ignoradas por esse grupo como se o restante da classe não existisse e que,ungidos por um direito divino, tomaram para si a sagrada incumbência de, num golpe só, salvar o direito autoral no Brasil, mesmo que para isso pagassem o alto custo de evitar o debate amplo com seus colegas tratando-nos de forma desrespeitosa e truculenta, nos enfiando reformas profundas goela abaixo, designando uma insólita interferência governamental no funcionamento das entidades privadas de classe que administram os direitos autorais do país.






    Gostaria muito de saber por que essa aventura assimétrica pela nossa exclusão e irresponsável pela associação com o governo vem acontecer justamente na hora em que a EBC (Empresa Brasileira de Comunicação, vinculada ao governo federal e responsável pela execução musical em várias TVs e rádios públicas) está sendo posta no Judiciário pelo ECAD, pois não paga nem jamais pagou os direitos autorais devidos? A cifra já ultrapassa 1 bilhão de reais.






    Fiscalização? Todos queremos mais fiscalização e transparência, mas como ter mais fiscalização e transparência com atitudes tão intrigantes? Colegas à procura de esclarecimentos foram ao encalço da Ministra da Cultura, Marta Suplicy, do PT e do Senador Randolfe Rodrigues, do PSOL, e eles não souberam dar explicações mais detalhadas sobre a tal estatização.






    Então a lógica seria essa: procurar o governo que nos é devedor e instalá-lo no nosso galinheiro para "controlar" a arrecadação? Não faz o menor sentido, principalmente sendo público e sabido termos um dos governos mais corruptos da história.






    Quer dizer que a partir desse projeto, o Ministério da Cultura é que arbitrará as regras de gestão das associações, retirando dos legítimos titulares o direito de definirem como deverão ser administradas as associações que criaram? Isso é anticonstitucional!






    A intervenção governamental em uma esfera privada fere a Constituição Federal que reserva ao criador intelectual, às suas associações de classe ou sindical, a exclusiva gestão e fiscalização do aproveitamento econômico de suas criações.






    E toda essa festa acontecendo no momento em que o governo vem recebendo severas críticas populares, com manifestações de protesto de todos os espectros e de todos os feitios, numa queda de popularidade sem parâmetros na história brasileira. Num momento em que o governo, desesperadamente tenta enxugar seus gastos astronômicos, aparece no Ministério do Planejamento um organograma do novo órgão regulador, repleto de diretorias e com dezenas de cargos comissionados!






    E tem mais... A promulgação da lei e a instituição deste critério causarão grande instabilidade no sistema de cobrança, podendo causar imprevisíveis resultados nos rendimento dos autores.


    Gostaria muito de saber o que significa algo como: "...a cobrança será sempre proporcional ao grau de utilização das obras e fonogramas pelos usuários no exercício de suas atividades". Como será aferido? O usuário vai executar primeiro e depois pedir autorização e pagar? Isso, pelo que tudo indica só favorece as rádios, TVs, telefônicas, grupos da internet.


    Não sou contra modificações no ECAD, mas esse projeto nos congela como aconteceu com a famigerada OMB que não sai de cima desde 1960 (se acabarem com ela os músicos perdem direitos adquiridos na lei federal).






    E não é por coincidência cósmica que um dos autores da PLS129 é Ronaldo Lemos, que trabalha na FGV, uma fundação que recebe rios de dinheiro da União e que representa no Brasil o Creative Commons e muitos outros grupos que não querem pagar nada.Todos esse grupos são muito ricos e muito agressivos, daí esse confusão toda: Como nossos ilustres colegas vão se aliar àqueles que não querem nos pagar? Podem explicar?






    Outro aspecto que não poderia deixar de nos intrigar é a ausência do jabá (propina paga aos usuários, rádios e TVS para execução massiva) nisso tudo: se existe esse ímpeto incontrolável de moralização da arrecadação, por que cargas d'água isso não acontece na seara da execução?






    Sim, pois se temos uma execução fraudulenta, com 99% delas acontecendo sob a égide desse tenebroso JABÁ, como poderemos ter arrecadações não fraudulentas?






    Por que esse item fundamental foi excluído? Por que o então Ministro da Cultura, Gilberto Gil, acabou por engavetar um projeto de lei anti jabá que estava sendo redigido pelo deputado federal do PT (PE), Fernando Ferro, lá pelos idos de 2003? Isso faz algum sentido?






    E faz algum sentido um ex-ministro da Cultura assim que deixa o ministério se beneficiar da Lei Roaunet para um projeto de um novo disco? E continuar se beneficiando ao longo desses anos com outros tantos estapafúrdios projetos assim como a maioria esmagadora de seus colegas consagrados?






    Conviver com essa realidade asquerosa é, no mínimo, constrangedor. Não é interessante perceber que o núcleo desse grupo que tomou a dianteira do PLS129/12 é justamente o mesmo que anda mamando na Lei Roaunet? Paula Lavigne, Flora Gil, Gilberto Gil, Caetano Veloso entre muitos...






    É curioso verificar um grupo constituído por artistas tão chegados à Rede Globo, outra que está nos devendo milhões (o Roberto Carlos tem seu programa anual, os outros, com execuções massivas em telenovelas e alguns tantos, em negócios vários com a Globo Filmes), esteja com todo esse ímpeto de nos doar prometeicamente a alforria dos direitos autorais, quando, ao mesmo tempo, nos manda de forma imperiosa calar a boca sempre usando daquele cacoete sórdido de ridicularização do meu discurso e atacando a reputação de quem quer que venha causar algum tipo de obstáculo aos seus interesses pessoais.


    E no episódio da numeração de CDs?






    Recorri na época, de imediato, a Gil e Caetano por saber de nossas diferenças e por isso mesmo os coloquei a par do processo todo, obtendo a palavra dos dois em assinar o manifesto e caminharmos junto em benefício de um projeto histórico da nossa classe, de anos de luta e na semana seguinte, sem nenhum aviso, sem nenhum motivo aparente, os dois vão a público me defenestrar me chamando de maluco e.... comunista! Caetano escreveu um artigo dizendo que "não fazia parte daquela turma". Lastimável. Isso não é atitude que se espera de um Homem.






    Pois são essas mesmas figuras que protagonizam essa mais recente patuscada, que adentraram o Congresso Nacional com seus asseclas, desavisados e cupinchas, causaram frisson entre os senadores, conversaram a portas fechadas com o ilustre Renan Calheiros, posaram para a posteridade e depois foram beijar a mão de uma Dilma Rousseff que, incrédula e embevecida por receber apoio tão improvável em hora tão difícil , declara mui oportunamente ter se espelhado naquelas impolutas criaturas (no caso, Caetano Veloso e Roberto Carlos). Eles mereceram ouvir isso.






    Além desse compositor que escreve essa carta, gostaria de deixar claro ao público em geral não se tratar de uma atitude isolada, solitária, como alguns podem imaginar. Somos muitos, entre veteranos e iniciantes, famosos e anônimos, todos profissionais da canção. Entre eles estão Aldir Blanc, Martinho da Vila, Paulo Cezar Pinheiro,Toquinho, Dory Caymmi, Carlos Lyra, Ferreira Gullar, Joyce, Beth Carvalho, Capinan, MPB4, Chico Cézar, Flora Purim, Airto Moreira, Maurício Einhorn, Antonio Adolfo, entre tantos outros.






    E para encerrar, gostaria de dar voz a um autor anônimo que escreveu a sua contundente recomendação ao grupo:






    Senhores artistas que participaram da campanha de aprovação da PLS 129:


    Sou um simples músico e compositor brasileiro, não sou famoso, não apareço na tv e meu nome é apenas mais um entre milhares de outros que não fazem parte da constelação de grandes nomes da música popular brasileira que, essa noite, defenderam com tanto empenho a aprovação da PSL 129 no senado.


    Quero lembrá-los, que os senhores tomaram uma decisão em nome de milhares de pais de família, trabalhadores que dependem exclusivamente da atual, insatisfatória ou não, arrecadação de seus direitos pelo ECAD. "Grandes artístas" não significa, como tentaram usar, "Todos os Artistas". Muita calma nessa hora ! Queremos mudanças. Mas também queremos SEGURANÇA !


    Quero que fique bem claro que serão reconhecidos, aplaudidos e seremos eternamente agradecidos se realmente, essa luta de vocês refletirem em nossos demonstrativos. Por outro lado, serão, também, igualmente responsáveis por quaisquer prejuízos em nossos faturamentos e, consequentemente, em nossa já difícil sobrevivência.


    Hoje, no senado, foi difícil imaginar um representante legítimo da grande massa de autores e músicos que compõe o ECAD. Ali, vi grandes estrelas, grandes nomes da mídia, vi grandes ídolos. Não vi o compositor que perde noites em portas de hotel e leva tapa de seguranças brutamontes em filas de camarins; carregando o sonho debaixo do braço em forma de CD. Isso mesmo! Aquele CD com o nome e o telefone do compositor escrito na capa que vocês vivem recebendo. Não vi, ali, esse autor surrado sem visibilidade nos grandes meios de comunicação e que mesmo assim insiste no sonho de fazer música. Caros amigos, vocês não levaram para o plenário hoje, apenas suas convicções. Vocês levaram nossas famílias junto com vocês. Se apoderaram da nossa tímida voz. Então, durmam com essa responsabilidade, durmam com meus filhos, comam da minha comida e bebam da minha água a partir de hoje. Espero e rezo para que tudo melhore. Mas, se piorar, não verão o brilho de grandes estrelas como vocês. Mas sentirão na pele uma tempestade de pequenos grãos de areia que somos nós.


    Boa noite.


    Assinado: O primeiro grão de areia.


    Bem, todos nós estaremos de olhos bem abertos em todos vocês...nós e a História.





    * Artigo que o músico Lobão mandou com exclusividade para meu canal, como presente de aniversário por mim solicitado.




    Jean Wyllys acha que ganha mal

    Posted: 08 Jul 2013 01:20 PM PDT




    Rodrigo Constantino


    Vejam este vídeo. Trata-se um trecho da entrevista do deputado Jean Wyllys, do PSOL, ao CQC, com Marcelo Tas. Wyllys acredita que ganha pouco como deputado! Ele diz que deputado e professor ganham basicamente a mesma coisa. E ainda critica o salário de diretores e presidentes da iniciativa privada.


    Ora, Jean (posso?), quem paga o salário no setor privado é a empresa, que depende do lucro para sobreviver. Logo, como o próprio Tas colocou, se ele recebe tanto, é porque o empregador acredita que ele gera esse tanto de valor para a empresa. Quando você desvia o foco para falar em isenção fiscal, entenda que deveria, se for o caso, atacar a isenção fiscal então, não o salário dos diretores!


    Sobre professores ganharem tanto quanto deputados, folgo em saber que um socialista como você não pensa que o problema de nossa péssima educação se resolverá jogando mais recursos públicos no setor. Mas, cá entre nós, creio que sua comparação ofende um pouco os professores que ralam por aí, e não gozam de todas as regalias que um deputado goza. Você deixou de lado tantas mordomias, não é mesmo?


    E para produzir o que? Leis idiotas! Leis autoritárias! Leis imorais! Jean, ficaria até barato pagar seu salário e mais toda a verba de seu gabinete, se você passasse o dia na praia. Sabe como é, tem casos em que seria melhor um deputado que não trabalhasse...


    No mais, por que exatamente você descontou a contribuição partidária? O que nós, pagadores de impostos, temos a ver com isso? É parte do seu ganho, ora bolas! Se você entrega parcela disso para seu partido, o problema é seu, não meu! Concorda? O uso que você faz do seu salário não nos diz respeito, mas não venha deduzir parte dos seus gastos voluntários da conta.


    Aproveito para condenar aqui esse dízimo partidário: isso não é correto. Isso desalinha os interesses, pois o partido terá o incentivo para defender aumento de salários para políticos. O Partido NOVO, segundo consta em seu estatuto, é contra esse dízimo. Salário de deputado deve ser do deputado, e o partido se financia por filiados, de forma voluntária. Atrelar uma coisa a outra está errado.


    Por fim, se você acha que ganha mal, Jean, saia daí e volte a dar aulas. Tenho pena dos alunos, mas o estrago é mais limitado: sua doutrinação ideológica vai atingir um número mais reduzido de gente do que as leis que "vossa excelência" propõe no Congresso. Não sei se você sabe, mas quem paga o seu salário de quase R$ 30 mil mensais é um povo que ganha, na média, uma ínfima parte disso. Mais respeito com os pagadores de impostos, por favor.


    Bullying Ideológico

    Posted: 08 Jul 2013 12:47 PM PDT





    Rodrigo Constantino






    Uma das coisas mais importantes que os liberais e conservadores precisam desmascarar na esquerda é sua mania de monopolizar as virtudes, os fins nobres. Considero isso da maior importância, e já escrevi um artigopara o GLOBO sobre o assunto. Por isso gostei muito do livro Bullies: How the Left's Culture of Fear and Intimidation Silences Americans, de Ben Shapiro. Ele trata exatamente dessa tática pérfida da esquerda.






    O mais impressionante, como mostra o próprio autor, é o poder de inversão dos fatos por parte da esquerda, tudo na maior cara-de-pau. Os maiores praticantes de bullying ideológico acusam os demais de fazerem exatamente aquilo que eles mesmos fazem. São alunos de Lênin: aprenderam a acusar o inimigo diante de um espelho. E o pior é que costuma colar.






    A campanha de reeleição de Obama apelou justamente para esta estratégia. Toda crítica ao presidente, que tinha um péssimo histórico para mostrar no primeiro mandato, era vista como bullying, enquanto o verdadeiro bullying era praticado pelos apoiadores de Obama. O uso da força, da coerção ou da pressão do politicamente correto foi utilizado para calar os críticos, intimidá-los, fazê-los recuar.






    Em alguns casos, a pressão não era somente o ataque coordenado na grande imprensa, mas sim um sujo jogo de destruição da carreira de quem ousasse criticar duramente a gestão de Obama ou alguma de suas importantes bandeiras. Boicote aos produtos, ameaça de retirar anúncios, todo tipo de intimidação foi usado para que empregadores não tolerassem funcionários que fossem muito críticos ao governo, ou que rejeitassem os principais itens da agenda esquerdista.






    O uso de rótulos e adjetivos tem sido bastante comum também. Se você não concorda com os meios pregados pela esquerda, você só pode ser contra os nobres fins proclamados. Não é um multiculturalista que rejeita a noção de excepcionalidade da América, então é um "islamofóbico" ou um "nazista". Não aplaude traidores que rasgam contratos e se voltam contra as instituições que os empregavam, ou não endeusa desertores que abandonam as Forças Armadas, então não é um patriota verdadeiro.






    A esquerda conseguiu fazer com que muitos americanos acreditassem que a simples crença na superioridade de seu país fosse sinônimo de perigosa intolerância com as demais. É por isso que tanta gente que queimava a bandeira americana passou a ser vista como patriótica, enquanto aqueles que lutavam no exterior contra regimes totalitários de esquerda passaram a ser vistos como inimigos da liberdade e da "tolerância".






    A esquerda usa sua mentalidade de vitimização das "minorias" para fazer bullying ideológico contra os liberais e conservadores também. A cartada racial foi bastante usada na época de campanha de Obama. Se você critica o presidente, deve ser porque é racista. A coisa ficou tão fora de controle, que hoje vivemos o racismo reverso: aquele que simplesmente defende a igualdade perante as leis, rejeitando, portanto, o regime de cotas e as ações afirmativas, corre o risco de ser tachado de racista.






    Há ainda o bullying de classe, de gênero, de preferência sexual, de credo religioso, climatológico etc. Ele sempre parte de um duplo padrão de julgamento: aquilo que vale para um lado, não vale para o outro. Se você simplesmente acredita que o estado não deve se meter no assunto sexual dos indivíduos, e por isso mesmo é contrário ao avanço estatal, com sua agenda sexista, em idades cada vez mais precoces nas escolas públicas, então você é um "reacionário", um "moralista" ou um "crente fanático". Progressista deve aplaudir professores ensinando como é legal e moderno todo tipo de relação sexual para crianças com 8 anos de idade...






    Em resumo, a esquerda gosta de "vencer no grito", de fugir do debate de ideias calcado em argumentos e reduzir tudo ao ataque às intenções dos outros. Se você não abraça a mesma agenda, você só pode ser contra as minorias, os pobres, a liberdade. Nada mais falso! Infelizmente, a tática costuma funcionar. O outro lado se sente intimidado, e recua, deixando o espaço livre para aqueles que monopolizam as virtudes. Isso precisa mudar. Por isso o alerta de Shapiro é tão importante: os valentões não param com a intimidação até alguém resolver combatê-los, enfrentá-los. Nesse momento, eles se mostram os covardes que realmente são.




    Banco Central não faz milagres

    Posted: 08 Jul 2013 10:13 AM PDT




    Rodrigo Constantino


    O mercado financeiro anda tenso com a possibilidade de o Fed, Banco Central americano, ter que reverter seu afrouxamento monetário mais cedo do que o esperado. Os investidores estão viciados na injeção de liquidez dos bancos centrais, tais como drogados clamam por mais cocaína.


    Mas claro que a simples criação de moeda fiduciária não pode resolver nada. Qualquer um com algum preparo da Escola Austríaca sabe disso. E não custa reforçar a memória com o alerta do mais respeitado banco central do mundo, o alemão. Foi justamente o que fez Weidmann, ao lembrar que as ações do BCE não podem resolver problemas estruturais da Europa.


    "A política monetária já fez muito para absorver as consequências da crise, mas não pode resolver a crise", afirmou Weidmann, em discurso. "Isso é consenso no conselho [do BCE]. A crise mostrou problemas estruturais. Logo, eles requerem soluções estruturais."






    Weidmann tem adotado esse papel de defensor da ortodoxia desde o começo, representando uma voz destoante no mundo dos bancos centrais, com abundância de gente "dovish" (mais simpática ao expansionismo monetário) e escassez de "hawkish" (menos simpática ao afrouxamento monetário).






    Já destaquei aqui a importância desses alertas ortodoxos, pois os agentes precisam lembrar que os bancos centrais conseguem, no máximo, ganhar tempo, e isso não é isento de grandes custos e riscos. Quem pensa que pode substituir dolorosas reformas estruturais por impressora de moeda não aprendeu absolutamente nada com a história. E ela está repleta de casos com esta importante lição. Escutem Weidmann!




    Protecionismo em alta, Mercosul em baixa

    Posted: 08 Jul 2013 07:55 AM PDT


    Rodrigo Constantino


    A insistência no Mercosul por motivos estritamente ideológicos tem custado muito caro ao Brasil. Em reportagem no Valor hoje, as duas maiores confederações empresariais do país batem nessa tecla. Diz a matéria:


    Para evitar que a paralisia argentina dificulte avanços nas discussões, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) sugerem ao governo uma nova estratégia comercial: um "acordo guarda-chuva" do Mercosul com a UE.

    Regras gerais poderão ser definidas em conjunto, o que constituiria um "guarda-chuva" mais amplo, na proposta feita pelas entidades ao Ministério do Desenvolvimento e ao Itamaraty. Já os setores e o ritmo de abertura ficariam a cargo de cada país, caso não haja consenso entre os sócios do Mercosul. Um modelo semelhante foi usado em negociações com o México e com a Comunidade Andina, mas o governo ainda resiste em aplicar a mesma lógica no acordo comercial com a UE.

    "Se der para fazer um acordo via Mercosul, ótimo. Mas não podemos perder essa oportunidade por causa da resistência argentina", diz a presidente da CNA, Kátia Abreu. Segundo ela, o empresariado brasileiro nunca esteve tão afinado como agora para fazer uma oferta aos europeus. "Já temos uma harmonia quase perfeita entre a indústria e o agronegócio", afirma Kátia, que é também senadora (PSD-TO).
    A Argentina tem sido um entrava para o avanço das negociações de livre comércio do Brasil. Até quando vamos pagar esse alto preço pela afinidade ideológica dos governantes de ambos os países? O protecionismo comercial interessa apenas a alguns poucos produtores, enquanto prejudica todo o restante do país. E, conforme mostra o advogado Eduardo Matias, em artigo no mesmo jornal, esse protecionismo está em alta no mundo todo:





    Estudo recente da Global Trade Alert mostra que 431 novas medidas protecionistas foram implementadas de junho de 2012 até hoje. Os dois últimos trimestres superaram, com folga, o número de medidas deste tipo em qualquer trimestre anterior desde 2008 -inclusive o recordista deles até então, o primeiro de 2009, no auge da crise.






    Os efeitos disso são muito negativos. No caso brasileiro, um país relativamente fechado, a escalada protecionista produz resultados ainda piores:





    Internamente, a proteção excessiva leva à perda de competitividade e diminuição do bem-estar geral da população. O protecionismo pode estar atendendo aos anseios de apenas uma parte ineficiente do setor produtivo, em detrimento da sociedade - que arca com a inflação de preços - ou do setor produtivo como um todo. Além disso, penalizar as importações - que caíram 2% no Brasil em 2012, segundo a OMC - pode causar um aumento no preço de insumos necessários à produção, o que torna nossa economia menos competitiva também nas exportações. Seria um tiro no pé para um país que já exporta pouco - segundo o mesmo levantamento, continuamos em 22º lugar, com participação de apenas 1,3% das exportações mundiais. Em 2012, as vendas brasileiras para o exterior sofreram uma redução de 5% em relação ao ano anterior, situação que pode ser atribuída, em grande parte, à crise na Europa - grande importadora - e à queda nos preços das commodities, mas que, certamente, não se beneficia da ausência de novos acordos de livre comércio e dos entraves à produção em nosso país.






    O Brasil precisa se abrir mais, reduzir barreiras protecionistas que só protegem setores ineficientes, e mergulhar de vez no livre comércio. O Mercosul tem sido um obstáculo a isso.




    De Cameron para Cabral

    Posted: 08 Jul 2013 07:20 AM PDT


    Rodrigo Constantino


    O Primeiro-Ministro britânico, David Cameron, costuma pegar o metrô para ir de casa para o trabalho. Quando não há lugar disponível, resta ao poderoso governante ficar de pé mesmo, lendo seu jornal. Isso em um país rico.







    Enquanto isso, no Rio de Janeiro, a "cidade maravilhosa", mas cheia de favelas, o governador Sérgio Cabral utiliza o helicóptero do governo para passar o fim de semana em sua casa de praia em Mangaratiba, levando a família junto (isso inclui o cachorrinho).







    Será que o governador do Rio, Sérgio Cabral, poderia conversar um pouco com David Cameron para compreender a importância dos pequenos gestos? Quando será que teremos no Brasil um sentimento mais republicano, de que os governantes são nossos empregados, e não o contrário?


    O abuso de poder deve ser coibido a todo custo. E nada melhor para isso do que reduzir esse poder, descentralizá-lo, criar mecanismos eficientes de pesos e contrapesos e, finalmente, adotar severas punições para quem for pego, ainda assim, abusando deste poder. Decência Já!


    Sindicato do atraso

    Posted: 08 Jul 2013 06:57 AM PDT






    Fonte: Estadão


    Rodrigo Constantino


    Quando você pensa que o PT é o que há de pior por aí, você é forçado a lembrar de seu braço sindical, ou ex-braço sindical. A bandeira dos sindicatos brasileiros é a mais atrasada possível, populista, demagógica, totalmente esquerdista. O que nossos sindicalistas jamais conheceram foi uma invenção chamada calculadora. Para eles, os recursos são infindáveis e caem do céu.


    Paulinho, da Força Sindical e que tenta criar o Partido Solidariedade, ameaçou puxar o "Fora Dilma" nas manifestações marcadas para esta quinta, caso o PT tente se infiltrar nela e capturar as massas para o apoio ao plebiscito. Ele chamou a estratégia petista de "malandragem", e é mesmo! O PT é malandro, ou se acha muito malandro. Não seria nada mal ver os trabalhadores todos gritando "Fora Dilma" na quinta. Mas...


    Resta saber o que eles pretendem colocar no lugar. E aí é que mora o enorme perigo. Paulinho explicou quais as demandas do movimento sindical: "Nossa manifestação é pela redução da jornada de trabalho, fim do fator previdenciário, reajuste para os aposentados e mais investimentos em saúde e educação". Não poderia existir uma agenda mais irresponsável...


    Redução da jornada de trabalho, na marra, produz apenas informalidade. A França do socialista Jospin foi por esse caminho e colheu péssimos resultados. O fim do fator previdenciário representa apenas jogar mais lenha na fogueira, uma vez que as contas da Previdência Social já são explosivas e insustentáveis. Reajustar aposentados significa expandir ainda mais os rombos das contas públicas. E o problema da saúde e da educação, definitivamente, não é falta de recursos públicos, mas sim péssima gestão, modelo equivocado, corrupção etc.


    O "Fora Dilma" também pode representar o "Volta Lula", como fica claro na reportagem: Além de cartazes com "Fora Dilma", o presidente da Força Sindical disse que não se surpreenderá com faixas pedindo "Volta Lula". Embora o PT tenha baixado ordem para abafar esse coro, há no partido quem continue pregando a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no ano que vem, em substituição a Dilma.


    O discurso de Paulinho nos lembra que nem sempre criticar as bandeiras erradas (plebiscito, por exemplo) significa defender as alternativas certas. Triste o país que tem Paulinho da Força e PT disputando território político. É o retrato do nosso atraso.


    Quem representa os conservadores?

    Posted: 08 Jul 2013 04:43 AM PDT


    Rodrigo Constantino


    Luiz Felipe Pondé, em sua coluna da Folha hoje, trata de um assunto recorrente por aqui: a ausência de um partido que dê voz aos conservadores do Brasil. Quando se fala em direita, logo vem à mente regime militar e seu intervencionismo econômico, ou então Sarney, ou ainda Marco Feliciano. Isso não faz o menor sentido!


    Pondé diz:


    No dia 29 de junho, aconteceu em São Paulo a Marcha para Jesus. Nela, o conhecido pastor e deputado Feliciano usava uma camisa na qual estava escrito "eu represento vocês".
    Claro, de primeira, entendemos que ele quer dizer que representa os evangélicos que ali estavam. Não tenho tanta certeza: tenho amigos e conhecidos que são evangélicos e estão muito longe do que Feliciano diz representar. Não podemos jogar todos os evangélicos no mesmo "saco".
    Mas me interessa hoje outra coisa: ele diz ser representante dos conservadores no Brasil. O conceito é complexo e pouco afeito a espíritos que gostam de falar para multidões. Mas é urgente dizer que Feliciano não representa o pensamento conservador no Brasil.


    Quais seriam os representantes da filosofia dita conservadora? Pondé cita alguns exemplos:


    A tradição "liberal-conservative", como se diz comumente em inglês, se caracteriza por uma sólida literatura quase desconhecida entre nós: David Hume (sua moral), Adam Smith, Edmund Burke, Alexis de Tocqueville, Friedrich Hayek, T.S. Eliot, Michael Oakeshott, Isaiah Berlin, Russell Kirk, Theodore Dalrymple, John Gray, Gertrude Himmelfarb, Thomas Sowell, Phyllis Schafler, Roger Scruton, entre outros.



    Quem conhece esses aurores por aqui? Quem já os leu? Ainda: quem acha que existe algum partido desses que tenha alguma ínfima afinidade ideológica com o pensamento desses gigantes do conservadorismo? Pois é. Pondé alfineta:






    Não é à toa que matérias como a da "Ilustrada" do domingo 30 de junho falam que a Flip (poderia ter falado de qualquer outra atividade intelectual no país) é de esquerda: quase ninguém conhece a bibliografia "liberal-conservative" entre nós, porque a esquerda mantém uma poderosa reserva de mercado na vida intelectual pública no país, inclusive tornando um inferno a vida na universidade para jovens interessados neste tipo de bibliografia.






    E o que defendem esses conservadores em linhas gerais, uma vez que claramente há distinções entre si? Pondé resume:





    O pensamento "liberal-conservative" se caracteriza por defender a sociedade de livre mercado, a propriedade privada, a liberdade de expressão e religiosa, pluralismo moral, a democracia representativa com "corpos médios" locais atuantes, uma educação meritocrática, emancipação feminina, tributação alta para grandes heranças, desoneração da classe trabalhadora, profissionais liberais e pequenos e médios empresários, Estado mínimo necessário (inclusive porque isso diminui a corrupção), saúde eficaz para a população.
    E, não esqueçamos: opção liberal quanto à vida moral, cada um faz o que quiser na vida privada contanto que respeite a lei, e esta deve levar em conta esta liberdade privada.






    Quando aceitamos essa síntese, fica bastante evidente que nenhum dos políticos aí presentes abraçam essas bandeiras. Feliciano, então, nem pensar! Pondé conclui:





    Simplesmente não existe opção partidária no Brasil para quem pensa dessa forma. Por exemplo, dizer que os conservadores queimam bandeiras do movimento negro é uma piada. Isso deve fazer Joaquim Nabuco tremer em seu túmulo, já que ele, conservador, foi um dos principais intelectuais e defensores da abolição da escravatura no Brasil.
    E aí voltamos à camisa do Feliciano. Ele não representa os conservadores no Brasil, a começar porque é alguém que mistura religião com política.
    Deixe-me esclarecer uma coisa (vou usar um tema "clichê"): sou conservador e sou contra o projeto da cura gay e a favor do casamento gay.
    E aí, esquerda: vamos conversar? Vamos parar de se xingar e sentar numa távola redonda e discutir o Brasil?






    Acho pouco provável que a esquerda, ou boa parte dela, queira cessar com os ataques vazios, abandonar essa tentativa patética de monopolizar as virtudes, e sentar para debater seriamente o país. Se assim fizesse, não seria esquerda...





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    Immaculata mea

    In sobole Evam ad Mariam Virginem Matrem elegit Deus Filium suum. Gratia plena, optimi est a primo instanti suae conceptionis, redemptionis, ab omni originalis culpae labe praeservata ab omni peccato personali toto vita manebat.


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    'A Lógica da Criação'


    Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim




    “Se não fosse a Santa Comunhão, eu estaria caindo continuamente. A única coisa que me sustenta é a Santa Comunhão. Dela tiro forças, nela está o meu vigor. Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração.”



    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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