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    terça-feira, 4 de março de 2014

    Padre Alberto Gambarini




    Padre Alberto Gambarini




    Quaresma: a misericórdia de Deus em ação!


    Posted: 03 Mar 2014 04:00 AM PST



    A quarta-feira de cinzas marca o início da Quaresma. Alguns católicos já não levam mais a sério este dia, vendo-o somente como algo folclórico, e assim sem sentido para a vida cristã. O nome deste dia deriva das cinzas das palmas usadas no Domingo de Ramos. Elas são abençoadas, e o sacerdote as usa para traçar uma cruz na fronte de cada fiel – é o chamado rito da imposição das cinzas. Estas cinzas recordam a nossa fragilidade, fraqueza, a condição de homens e mulheres mortais: “porque és pó , e em pó te hás de tornar.”(Gn 3,19), e também a condição de pecadores: “Fazei penitência (convertei-vos) e crede no evangelho”(Mc 1,15).

    Receber as cinzas significa reconhecer que sozinhos não seremos capazes de fazer o caminho para Deus. As cinzas abençoadas, são o sinal de que Deus estará nos acompanhando com a Sua infinita misericórdia. Testemunhamos o desejo de empenharmo-nos corajosamente na busca de uma verdadeira conversão. Neste sentido é necessário lembrar que o fogo que queimou os ramos é o sinal do fogo do amor de Deus que purifica todo pecado. É importante lembrar que não somos pecadores somente porque cometemos algumas faltas, mas somos pecadores porque o nosso coração se afastou de Deus. E para acontecer este afastamento basta não estarmos vivendo o amor. Deus não vê somente nossas práticas religiosas, mas se por meio delas crescemos na capacidade de sermos bons, como Ele é bom.

    O primeiro dia da quaresma não é uma opção, mas um condição para quem deseja iniciar um caminho espiritual conduzido por Deus. Temos que tomar uma decisão interior de fazer uma pausa para dizer ao Senhor: “ajuda-me a permanecer no caminho.” E Jesus nos indica o caminho, e este caminho é Ele mesmo. Então, voltemo-nos para Jesus, deixando que dia a pós dia vá transformando nossa vida. Não precisamos ser perfeitos para que Ele nos aceite, basta abrir o coração.

    No caminho de conversão da quaresma, a Igreja, nos convida na quarta-feira de cinzas e sexta-feira santa a praticar o jejum. O jejum nos ensina a termos fome de Deus. Não basta satisfazer as nossas necessidades primárias, mas também precisamos nos nutrir do pão da Palavra e da Eucaristia. O jejum é privação de alimento, abstinência de carne. Alguns deixam certos alimentos, outros oferecem o momento de uma das refeições. Outros por idade, doenca ou ritmo de vida são a obrigados a adaptar o modo de jejuar. Por isso, é importante lembrar que o jejum de modo geral é a privação de alimento, mas não só. Pode também ser aplicado a tantas práticas que nos afastam de Deus e de nós mesmos: muita televisão, internet, falta de interioridade, superficialidade, indiferença às pessoas. O verdadeiro jejum é aquele em que nos privamos de alguma refeição ou atividade, para parar e estar na presença de Deus pela oração. Jejum sem um propósito espiritual perde o seu sentido. Se o jejum não nos faz reparar algum mal espiritual, pessoal ou de convivência, não é verdadeiro aos olhos de Deus.

    A quarta-feira de cinzas marca também o início de um grande retiro de 40 dias, onde não iremos para nenhum lugar especial, mas permaneceremos em nossas casas e atividades. E aí, somos chamados a ter tempo para Deus na oração pessoal. A oração dentro do nosso dia a dia com todas as suas ocupações é o grande desafio de todo cristão: “Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo…”(Mt 6,6). O nosso ritmo de vida tende para a pressa e como consequência passamos a não ter tempo para parar. A oração – encontro com Deus – tem como exigência a atitude de parar para ouvir e falar. O importante não é quanto tempo reservamos para a oração. Algumas vezes rezaremos mais, outras menos. O importante é jamais deixar de rezar, e também não cair na rotina ou obrigação. Também é importante redescobrir a visita semanal ao Santíssimo Sacramento e melhor o modo como participamos da nossa oração maior, a santa missa.

    E por fim, todas as práticas da quaresma terão o seu sentido se nos despojarmos das roupas do homem velho, revestindo-nos do novo. Significa morrer para o pecado, e ressuscitar para a vida nova em Jesus. Jesus já morreu por amor de nós, agora, por amor a Jesus, é necessário deixar-se transformar. A fé em Jesus nos torna capazes de reconhecer nossos erros, e dar o passo para viver de um modo novo. O perigo é ficarmos presos ao exterior das práticas quaresmais, não entendendo que elas tem como finalidade serem um instrumento para que cresçamos no amor. O amor de Deus em nós, nos faz pessoas melhores, mais capazes de reconhecer nossos erros pessoais e também mudar o modo de viver na família, com as pessoas, o trabalho….

    A quaresma é um caminho de conversão, mudança interior, transformação pessoal, cura, libertação….derrotamos Satanás pela prática decidida e feliz da Palavra de Deus.

    Oração de Santo Efrén, para a quaresma:

    “Senhor e Mestre de minha vida,

    afasta de mim o espírito de preguiça,

    de abatimento, de domínio, de loquacidade,

    e concede a mim, teu servo, um espírito de integridade,

    de humildade, de paciência e de amor.

    Sim, Senhor e Rei,

    concede ver meus pecados e não julgar meus irmãos”

    porque és bendito pelos séculos dos séculos. Amém.




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    “Se não fosse a Santa Comunhão, eu estaria caindo continuamente. A única coisa que me sustenta é a Santa Comunhão. Dela tiro forças, nela está o meu vigor. Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração.”



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