O mais cruel dos dias para quem tem culpa no cartório vai confirmar que a esperteza, quando é muita, fica grande e come o dono
Daqui a poucas horas, os leitores de VEJA serão confrontados com informações que renovam o prazo de validade da lição de Tancredo Neves: a esperteza, quando é muita, fica grande e come o dono. Provas documentais obtidas pela revista atestam que os arquitetos da CPI do Cachoeira, concebida para embaralhar o julgamento do mensalão, montaram uma lista de alvos prioritários que incluiu ministro Gilmar Mendes, o procurador-geral Roberto Rangel e jornalistas independentes. Ruins de mira, os artilheiros trapalhões acabaram acertando o próprio pé ou a testa de bandidos de estimação.
Depois da quebra do sigilo bancário e fiscal da Construtora Delta, o que deveria ser uma devassa restrita ao estado de Goiás escapou ao controle dos parteiros. A cachoeira de patifarias vai se tornando suficientemente caudalosa para provocar estragos em qualquer ponto do país. No mais cruel dos dias para quem tem culpa no cartório, o Brasil saberá que o empreiteiro Fernando Cavendish utilizou empresas fantasmas, “laranjas” e notas frias para justificar a saída de dinheiro destinado a figurões incumbidos de ampliar a coleção de contratos multimilionários com o PAC e com governos estaduais.
Cavendish valeu-se dessas vigarices para alugar, por exemplo, os serviços de “consultoria” do mensaleiro José Dirceu, escalado para aumentar a fatia reservada à Delta entre os fornecedores da Petrobras. Dirceu, uma usina de ideias de jerico, foi um dos mais vibrantes defensores da instauração da CPI. Não vai dormir direito neste sábado. Talvez o console a certeza de que é só mais um na multidão de companheiros afetados pela epidemia de insônia.
Depois da quebra do sigilo bancário e fiscal da Construtora Delta, o que deveria ser uma devassa restrita ao estado de Goiás escapou ao controle dos parteiros. A cachoeira de patifarias vai se tornando suficientemente caudalosa para provocar estragos em qualquer ponto do país. No mais cruel dos dias para quem tem culpa no cartório, o Brasil saberá que o empreiteiro Fernando Cavendish utilizou empresas fantasmas, “laranjas” e notas frias para justificar a saída de dinheiro destinado a figurões incumbidos de ampliar a coleção de contratos multimilionários com o PAC e com governos estaduais.
Cavendish valeu-se dessas vigarices para alugar, por exemplo, os serviços de “consultoria” do mensaleiro José Dirceu, escalado para aumentar a fatia reservada à Delta entre os fornecedores da Petrobras. Dirceu, uma usina de ideias de jerico, foi um dos mais vibrantes defensores da instauração da CPI. Não vai dormir direito neste sábado. Talvez o console a certeza de que é só mais um na multidão de companheiros afetados pela epidemia de insônia.
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