IGREJA NO MUNDO ACTUAL !
(00)-FUNDAÇÃO
"Em Portugal a Igreja Católica foi excluída das representações oficiais do Governo"..
Nós sabemos que a Actividade Humana através dos tempos tem sido viciada pelo pecado.
Um duro combate contra o poder das trevas sempre tem atravessado a história humana, que começou no princípio do mundo e durará até ao último dia.
Por isso a Igreja de Cristo tem um papel importante, como sempre teve, na condução dos povos, a caminho do Reino de Deus, mas fica, por vezes, como um sol divino escamoteado por valores humanos..
Mas também sabemos que a Actividade Humana é aperfeiçoada pelo Mistério da Encarnação e pelo Mistério Pascal.
O Verbo de Deus, pelo qual todas as coisas foram feitas, fazendo-se homem e vivendo na terra dos homens, entrou como homem perfeito na história do mundo, assumindo-a e recapitulando-a.
A Constituição Pastoral do Concílio Vaticano II Gaudium et Spes, ao abordar a Função da Igreja no Mundo Actual, e mencionando a Relação Mútua entre a Igreja e o Mundo, diz :
- «Tudo quanto dissemos acerca da dignidade da pessoa humana, da comunidade dos homens, do significado profundo da Actividade Humana, constitui o fundamento das relações entre a Igreja e o mundo e a base do seu diálogo recíproco.
Pelo que, no presente capítulo, pressupondo tudo o que o Concílio já declarou acerca do mistério da Igreja, considerar-se-á a mesma Igreja, enquanto existe neste mundo e com ele vive e actua.
A Igreja, que tem a sua origem no amor eterno do Pai, foi fundada, no tempo, por Cristo Redentor, e se reúne no Espírito Santo, tem um fim salvador e Escatológico, o qual só se poderá atingir plenamente no outro mundo.
Mas ela existe já actualmente na terra, composta de homens que são membros da cidade terrena e chamados a formar já na história humana a família dos filhos de Deus, a qual deve crescer continuamente até à vinda do Senhor.
Unida em vista dos bens celestes e com eles enriquecida, esta família foi por Cristo "constituída e organizada como sociedade neste mundo", dispondo de "convenientes meios de unidade visível e social".
Deste modo, a Igreja, simultaneamente "agrupamento visível e comunidade espiritual", caminha juntamente com toda a humanidade, participa da mesma sorte terrena do mundo e é como que o fermento e a alma da sociedade humana, a qual deve ser renovada em Cristo e transformada em família de Deus.
Esta compenetração da cidade terrena com a celeste só pela fé se pode perceber; mais, ela permanece o mistério da história humana, sempre perturbada pelo pecado, enquanto não chega a plena manifestação da glória dos filhos de Deus.
Procurando o seu fim salvífico, a Igreja não se limita a comunicar ao homem a vida divina; espalha sobre todo o mundo os reflexos da sua luz, sobretudo enquanto cura e eleva a dignidade da pessoa humana, consolida a coesão da sociedade e dá um sentido mais profundo à quotidiana actividade dos homens.
A Igreja pensa, assim, que por meio de cada um dos seus membros e por toda a sua comunidade, muito pode ajudar para tornar mais humana a família dos homens e a sua história.
Além disso, a Igreja Católica aprecia grandemente a contribuição que as outras Igrejas cristãs ou comunidades eclesiais têm dado e continuam a dar para a consecução do mesmo fim.
E está também firmemente persuadida de que pode receber muita ajuda, de vários modos, do mundo, pelas qualidades e acção dos indivíduos e das sociedades, na preparação do Evangelho».(GS 40).
Desde muito cedo se fizeram Concordatas entre a Santa Sé e os Governos de vários países, entre os quais está Portugal.
Estas Concordatas demonstram a necessidade e possibilidade de estabelecer relações mútuas entre a Igreja e o mundo e são outros tantos meios pelos quais a Igreja procura responder aos Sinais dos Tempos Modernos na intenção de poder dar a melhor ajuda ao homem moderno.
Todavia, na expectativa de encontrar um caminho melhor, muitas sociedades modernas e muitos governos responsáveis, fecham os ouvidos à voz milenária da Igreja, do senso comum e das Leis de Deus gravadas a fogo em tábuas de pedra, para «legislarem» à margem da Igrejas e contra a Igreja.
Certamente que por este caminho não servem os interesses do Povo de Deus e arriscam-se a conduzir a sociedade para um descalabro sem controlo e de consequências imprevisíveis, porque não é esse o fruto da terra e do trabalho do homem.
Nascimento
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