NOVEMBRO, MÊS DAS ALMAS
(28) MOSTRA-ME A TUA FÉ POR OBRAS !
"Tu tens a fé e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé e eu te mostrarei a fé pelas minhas obras". (Tgo.2,18).
S. Tiago na sua carta apresenta a mesma questão de S. João, embora num ângulo diferente.
S. Tiago não fala no amor a Deus nem do amor ao próximo, mas na fé por obras.
Tal como S. João que ensina que não pode haver amor a Deus sem amor ao próximo, S. Tiago ensina que não pode haver fé sem obras.
Tal como S. João, S. Tiago insiste em que se reduz a zero a fé sem as obras em auxílio aos necessitados, quando perunta :
- "Porventura não escolheu Deus os pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino, que prometeu aos que O amam?".(Tgo2,5).
E assim, também S. Tiago apela para a lei do amor, colocando o pecado e a condenação para quem não ama :
- "Se, portanro, cumpris a Escritura : Amarás o teu próximo como a ti mesmo, procedeis bem; se fazeis acepção de pessoas, cometeis um pecado, sendo condenados pela Lei como transgressores".(Tgo,2,8-9).
E S. Tiago insiste no vazio da fé sem obras :
- "De que aproveitará, irmãos, a alguém dizer que tem fé se não tiver obras ?". (Tgo,2,14).
Para S. Tiago, a falta de misericórdia entra numa linha de julgamento segundo a lei :
- "Falai e procedei como pessoas que devem ser julgadas segundo a lei da liberdade. Porque será julgado sem misericórdia aquele que não for misericordioso. A misericórdia triunfa sobre o juízo".(Tgo.2,12-13).
S. Tiago não está em contradição com S. Paulo sobre a fé e a salvação; vai mais além para que ninguém interprete mal o pensamento de S. Paulo.
Se alguém dissesse a Paulo que não contribuía com esmolas para a colecta em favor da Igreja de Jerusalém, porque se salvaria apenas pela fé, provavelmente Paulo lhe teria dito também que a fé sem obras não é suficiente para a salvação.
Talvez as nossas atitudes de falta de generosidade para com os mais necessitados seja também uma espécie de presunção de salvação de falsa fé por ser uma fé sem obras, que, sendo por vezes uma injustiça para quem tem muito é sobretudo uma falta de amor a Deus.
Estas reflexões podem levar-nos a reconhecer muitas das nossas atitudes, por vezes inconscientes e adormecidas, que é preciso despertar numa caminhada segura para a nossa própria salvação, que a é a realidade que mais nos deve interessar e para a qual devemos todos trabalhar, não esquecendo também o sufrágio pelas almas do Purgatório.
Nascimento
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