(16)-IGUALDADE ESSENCIAL ENTRE TODOS OS HOMENS !
29. – A igualdade fundamental entre todos os homens deve ser cada vez mais reconhecida, uma vez que, dotados de alma racional e criados à imagem de Deus, todos têm a mesma natureza e origem; e, remidos por Cristo, todos têm a mesma vocação e destino divinos.
Sem dúvida, os homens não são todos iguais quanto à capacidde física e forças intelectuais e morais, variadas e diferentes em cada um.
Mas deve superar-se e eliminar-se, como contrária à vontade de Dues, qualquer forma social ou cultural de discriminação, quanto aos direitos fundamentais da pessoa, por razão de sexo, raça, cor, condição social, língua ou religião.
É realmente de lamentar que esses direitos fundamentais da pessoa ainda não sejam respeitados em toda a parte.
Por exemplo, quando se nega à mulher o poder de escolher livremente o esposo ou o estado e vida ou de conseguir uma educação e cultura iguais às do homem.
Além disso, embora entre os homens haja justas diferenças, a igual dignidade pessoal postula, no entanto, que se chegue a condições de vida mais humanas e justas.
Com efeito, as excessivas desigualdades económicass e sociais entre os membros e povos da única família humana provocam o escândalo e são obstáculo à justiça social, à equidade, à dignidade da pessoa humana e, finalmente, à paz social e internacional.
Procurem as instituições humanas, privadas ou públicas, servir a dignidade e o destino do homem, combatendo ao mesmo tempo valorosamente contra qualquer forma de sujeição política ou social e salvaguardando, sob qualquer regime político, os direitos humanos fundamentais.
Mais ainda : é necessário que tais instituições se adaptem progressivamente às realidades espirituais, que são as mais elevadas de todas; embora por vezes se requeira um tempo razoavelmente longo para chegar a esse desejado fim.
30. – A profundidade e rapidez das transformações reclamam com maior urgência que ninguém se contente, por não atender à evolução das coisas ou por inércia, com uma ética puramente individualista.
O dever de justiça e caridade cumpre-se cada vez mais com a contribuição de cada um em favor do bem comum, segundo as próprias possibilidades e as necessidades dos outros, promovendo instituições públicas ou privadas e ajudando as que servem para melhorar as condições de vida dos homens.
Mas há pessoas que, fazendo profissão de ideias amplas e generosas, vivem sempre, no entanto, de tal modo como se nenhum caso fizessem das necessidades sociais.
Não poucos atrevem-se a eximir-se, com várias fraudes e enganos, aos impostos e outras obrigações sociais.
Outrros desprezam certas normas da vida social, como por exemplo as estabelecidas para defender a saúde ou para regularizar o trânsito de veículos, sem repararem que esse seu descuido põe em perigo a vida própria e alheia.
Todos tomem a peito considerar e respeitar as relações sociais como um dos principais deveres do homem de hoje.
Com efeito, quanto mais o mundo se unifica, tanto mais as obrigações dos homens transcendem os grupos particulares e se estendem progressivamente a todo o mundo.
O que só se poderá fazer se os indivíduos e grupos cultivarem em si mesmos e difundirem na sociedade as virtudes morais e sociais, de maneira a tornarem-se realmente, com o necessário auxílio da graça divina, homens novos e construtores duma humanidade nova.
Nota. Estas são as normas gerais com que se devem relacionar os homens uns com os outros; só que, por egoísmo ou por interesses pessoais inconfessáveis e ofensivos para a dignidade do género humano, há quem ponha os seus interesses pessoais, acima de dos interesses gerais da raça humana, sem escrúpulos e de maneira sádica.
Outros há que passam por cima de todas as regras do bom viver para atingir o seus fins, levando os outros a becos sem saída, embora tivessem pago tudo bem caro.
É, por esemplo, o caso dos angariadores de pessoas emigrantes para trabalhos sem regalias, apesar de todas as promessas pagas a alto nível.
É também, e pior ainda, o tráfico de pessoas de qualquer idade sem qualquer razão que não seja o preço do negócio.
E é ainda toda e qualquer forma de tráfico, venda e uso de qualquer espécie de droga, sem ter em conta o mal que isso faz à sociedade.
Por isso o Concílio apela para a responsabilidade e participação social, sob o patrocínio da solidariedade humana que assenta numa sociedade redimida por Cristo em ordem à paz universal e ao fim eterno de todos os homens.
Nascimento
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