HISTÓRIA DA IGREJA
Ano 1580.
Os Portugueses ficam sob o poder dos Espanhóis, sem todavia perderem a sua independência, até ao Primeiro de Dezembro de 1640.
(086) ALCACER QUIBIR-DOMÍNIO ESTRANGEIRO!
ALCÁCER QUIBIR
Cidade situada no Marrocos Setentrional, de 1471 a 1550, constituiu a base principal dos ataques dos Marroquinos contra Arzila contra Tânger.
Foi junto desta cidade que D. Sebastião perdeu a vida em 1578.
O embate deu-se em 4 de Agosto em que a maioria pertencia aos Marroquinos, sobretudo poderosos em cavalaria.
Nesta batalha viriam a morrer três monarcas.
D. Sebastião foi morto; Mulei Mohâmade Almotauaquil, afogou-se na ribeira Mocazim; Muei Abde Almélique, gravemente doente morreu no início do combate e foi logo substituído pelo irmão Mulei Ahmede, o Almançor.
Entre outras, a mais grave consequência deste desastre foi outro de maior envergadura que foi o domínio dos Espanhóis, os Filipes, durante 60 anos, até à nossa Restauração de 1640.
DOMÍNIO ESTRANGEIRO
D. Sebastião partira para Marrocos sem sucessor directo levando consigo, e que por lá ficou, quase tudo quanto Portugal tinha capaz de o dirigir.
Por lá ficaram no areal de Marrocos ou nas masmorras da Moirama os chefes de que Portugal precisava agora para uma vitória que se assemelhasse à da Independência de 1385.
Subiu ao trono o cardeal D. Henrique, velho e doente, que era irmão de D. João III.
Avizinhava-se uma crise e Filipe II de Espanha, que era neto de D. Manuel I por via materna, ia já manobrando para obter a coroa de Portugal, que ele tanto desejava.
Mas havia ainda mais dois pretendentes portugueses :
- D. Catarina, duquesa de Bragança, neta de D. Manuel I por via paterna.
- O Prior do Crato, D. António, filho bastardo do infante D.Luis e neto de D. Manuel I.
Pelas leis portuguesas era D. Catarina herdeira da coroa, por provir de ramo legítimo e masculino.
D. Henrique faleceu nos princípios de 1580 e Filipe II aproveita imediatamente a desorientação que reinava em Portugal para fazer triunfar as suas pretensões.
E o exército espanhol entra no Alentejo, mas D. António é aclamado em várias localidades no Reino e acaba por estabelecer o seu governo em Lisboa.
É todavia sol de pouca dura, pois as tropas espanholas avançam sobre a capital, dando-se um recontro em Alcântara, do qual saem desbaratados os soldados portugueses do Prior do Crato, que luta com valentia, mas tem que fugir, refugiando-se nos Açores, na ilha Terceira, onde ainda governou durante algum tempo.
Filipe II ficou então com o caminho livre.
Dirige-se ao nosso país, para ser aclamado rei, entrando pelo Alentejo nos fins de 1580.
Em Abril de 1581, reúnem-se cortes em Tomar e Filipe II de Espanha é jurado rei de Portugal.
Nessas cortes compromete-se o monarca a guardar as leis do Reino, os usos, costumes e privilégios dos Portugueses.
Portugal e os seus domínios, garante ele, só serão governados por portugueses; as suas fortalezas terão só soldados nacionais; continuará a ter moeda própria.
Quer dizer que Portugal continuava a ser um Reino livre e independente, como até ali, com uma diferença de que agora era governado por um monarca estrangeiro.
Filipe era rei de Espanha e de Portugal, mas Portugal não era uma Província de Espanha.
De direito, nunca perdemos a independência.
Mas como na prática era como se tivéssemos perdido a independência, isso fez estalar mais cedo uma revolta contra a dinastia estrangeira.
Mas o nosso grande problema foi que os inimigos de Espanha ficaram a ser inimigos de Portugal.
Assim os nossos barcos e os nossos territórios de além-mar, passaram a ser atacados continuamente por ingleses, franceses e holandeses e assim fomos perdendo boa parte do nosso Império no Oriente, na África e no Brasil, apesar da acção fulgurante, por vezes inacreditável, de tantos e tantos dos nossos capitães e dos nossos soldados.
Com Filipe III de Espanha as coisas agravaram-se e com Filipe IV define-se uma política tendente a fazer de Portugal uma simples província espanhola.
Os ataques às nossas províncias de além-mar agravam-se.
Os holandeses assaltam-nos furiosamente no Brasil e neles sentimos mais os danos e os agravos porque os consideramos duplos inimigos, já porque nos fazem a guerra, sem razão, apenas por cobiça e pirataria, já e sobretudo porque são protestantes que combatem fanática e cruelmente o catolicismo nas nossas terras, profanando e incendiando Igrejas, assassinando os fiéis, e cometendo as maiores violências.
A revolta dos Portugueses contra os abusos de um soberano estrangeiro, que já vinha fermentando há muito, desenvolve-se e manifesta-se por todos os lados; organizam-se, unem-se e ainda sob a protecção da Virgem, apontam para a sua libertação, para a sua nova Independência.
Nascimento
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