(13)-A COMUNIDADE HUMANA !
23. – Entre os primeiros aspectos do mundo actual conta-se a multiplicação das relações entre os homens, cujo desenvolvimento é muito favorecido pelos progressos técnicos hodiernos.
Todavia, o diálogo fraterno entre os homens não se realiza ao nível destes progressos, mas ao nível mais profundo da comunidade de pessoas, a qual exige o mútuo respeito da sua plena dignidade espiritual.
A revelação cristã favorece poderosamente esta comunhão entre as pessoas, ao mesmo tempo que nos leva a uma compreensão mais profunda das leis da vida social que o Criador inscreveu na natureza espiritual e moral dos homens.
Dado, porém, que recentes documentos do magistério eclesiástico expuseram a doutrina cristã acerca da sociedade humana, o Concílio limita-se a recordar algumas verdades mais importantes e a expor o seu fundamento à luz da revelação.
Insiste, seguidamente, em algumas consequências de maior importância para o nosso tempo.
24. – Deus, que por todos cuida com solicitude paternal, quis que os homens formassem uma só família, e se tratassem uns aos outros como irmãos.
Criados todos à imagem e semelhança daquele Deus que "fez habitar sobre toda a face da terra o inteiro género humano, saído dum princípio único"(Act.17,26), todos são chamados a um só e mesmo fim, que é o próprio Deus.
E por isso, o amor de Deus e do próximo é o primeiro e maior de todos os Mandamentos.
Mas a Sagrada Escritura ensina-nos que o amor de Deus não se pode separar do amor do próximo, "...todos os outros Mandamentos se resumem neste : amarás o próximo como a ti mesmo...A caridade é, pois, a lei na sua plenitude".(Rom.13,9-10;cf.1 Jo.4,20).
Isto revela-se como sendo da maior importância, hoje que os homens se tornaram cada dia mais dependentes uns dos outros e o mundo se unifica cada vez mais.
Mais ainda : quando o Senhor Jesus pede ao Pai "que todos sejam um..., como nós somos um" (Jo.17,21-22), sugere – abrindo perspectivas inacessíveis à razão humana – que dá uma certa analogia entre a união das pessoas divinas entre si e a união dos filhos de Deus na verdade e na caridade.
Esta semelhança torna manifesto que o homem, única criatura sobre a terra a ser querida por Deus por si mesma, não se pode encontrar plenamente a não ser no sincero dom de si mesmo.
Nota. Quando o Concílio fala em recentes documentos do magistério eclesiástico, refere-se à Encíclica de João XXIII Mater et Magistra de 15 de Maio de 1961, cuja introdução, diz o seguinte :
1. – Mãe mestra de todos os povos, a Igreja Universal foi fundada por Jesus Cristo, a fim de que todos, vindo no seu seio e no seu amor, através dos séculos, encontrem plenitude de vida mais elevada e penhor seguro de salvação. A esta Igreja, "coluna e fundamento da verdade" (1.Tim.3,15), o seu Fundador santíssimo confiou uma dupla missão : de gerar filhos, e de os educar e dirigir, orientando, com solicitude materna, a vida dos indivíduos e dos povos, cuja alta dignidade ela sempre desveladamente respeitou e defendeu.
Dirige-se, portanto à Comunidade humana, cujas almas a Igreja tem a missão de santificar e de fazer participar dos bens da ordem sobrenatural, sem deixar de se preocupar ao mesmo tempo com as exigências da vida cotidiana dos homens, na interdependência da pessoa humana e da sociedade humana.
Nascimento
catolicosacaminho-unsubscribe@yahoogroups.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário