Um burgo é o oposto do feudo. O
feudalismo é a economia de servidão, em que se trabalha para o nobre
justamente em troca da proteção dos muros (as terras férteis existiam
fora dos muros, pois ninguém gastou tanto murando um país inteiro – o
difícil era ter seu trabalho roubado à noite, como se fez na Virada
Cultural). A burguesia é o livre comércio, a descoberta de rotas
comerciais, as grandes navegações, o Renascimento, a troca livre sem
precisar nem do nobre, nem do Estado (ou do clero). O burgo foi o que
fez com que as cidades deixassem de ser muradas, sem falar nas caravanas
comerciais itinerantes (origem do circo e dos bancos, que protegiam as
riquezas durante as viagens). Quem precisaria assaltar vilarejos
camponeses e viajantes que viviam de subsistência, se a troca livre das
feiras enriquecia tanto quem vendia quanto quem comprava? Foi o comércio
do burgo que derrubou os muros, de Carlos Magno ao Muro de Berlim. Mas
seria extrema crueldade exigir conhecimentos históricos de alguém como
Sakamoto.
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