Nossa Senhora de Medjugorje
- O Despertar da fé
- CARDEAL FRANCIS ARINZE FALA PARA LITURGISTAS - LITURGIA DIÁRIA , 17 DE JULHO DE 2013
- A televisão é o câncer da família
O Despertar da fé
Posted: 17 Jul 2013 04:22 AM PDT
"Queridos irmãos, queridas irmãs, a paz! No texto abaixo, o Padre Lívio Fanzaga, diretor da Rádio Maria, na Itália, nos mostra como a Rainha da Paz vem, com tanto amor, a este mundo ateu e ateísta, para despertar a nossa fé.
"Convertei-vos e crede no Evangelho": estas são as primeiras palavras de Jesus no início da vida pública. Também a Rainha da Paz liga intimamente o caminho de conversão ao despertar da fé. Assim como os homens se afastam de Deus devido à sua incredulidade, assim também podem retornar a Ele abrindo-se, na fé, à Sua misericórdia. Ela afirma muito claramente que uma das razões fundamentais para que Deus A tivesse enviado é o despertar da fé, começando exatamente pela paróquia de Medjugorje.
Nossa Senhora tem bem presente a situação da cristandade, a qual não apenas vive uma crise de fé, como nunca havia acontecido na história, mas segue velozmente em direção a uma visão ateia e materialista da vida, na qual não há mais lugar para Deus. Em La Salette, e também em Lourdes ou em Fátima, Nossa Senhora se limita a alguns chamados fundamentais, como a oração e a penitência, sempre necessárias para um povo de Deus exposto às tentações da tibieza e do compromisso. Agora a situação é radicalmente diferente. Não poderíamos explicar a catequese de tantos anos de Maria sem o gravíssimo perigo que o cristianismo está correndo de dissolver-se na apostasia e de desmoronarem seus fundamentos doutrinais bimilenares.
O que preocupa Nossa Senhora é uma visão prática da vida, agora com um modo padronizado de pensar e de viver de não poucos fieis, onde não existe mais lugar nem para Deus, nem para a alma, nem para a vida eterna. Uma análise atenta de suas mensagens nos induz a afirmar que o primeiro objetivo que Maria se propõe é o de fazer com que uma geração, que perdeu a Deus, O redescubra, geração esta que O sacrificou aos bens materiais e à soberba ilusão de construir um mundo sem Ele.
O mesmo convite, repetido em quase todas as mensagens, de dedicar-se à oração, tem como objetivo descobrir a Deus na própria vida. É fazendo a experiência de Deus na oração que o homem pode de novo compreender a grandeza e a beleza da vida e colocá-la como um caminho para a eternidade. Descobrir Deus, decidir-se por Ele e dar-lhe o primeiro lugar é um dos temas fundamentais da catequese da Serva do Senhor, cujas mensagens, pensando bem, clamam todas: "Deus!".
Para a Rainha da Paz, Deus é o Pai que ama infinitamente todos os homens, também os que não conhecem o Seu amor, é o Filho, que sacrificou a si próprio sobre a cruz para salvar-nos, é o Espírito Santo, que nos ilumina no caminho da fé e nos sustenta no caminho da santidade. É maravilhoso constatar como nas mensagens se delineia, com uma linguagem simples mas, ao mesmo tempo, sublime, o vasto panorama das verdades da fé católica. É um catecismo completo, com o qual o fiel se sente em perfeita sintonia, onde as verdades não são afirmações abstratas, mas alimento revigorante para a própria vida espiritual.
E a Mãe de Deus tem bem presente a devastação da fé que o processo de secularização provocou no coração de muitos cristãos. Com uma sabedoria e uma paciência verdadeiramente divinas, a Santa Virgem conduz os próprios videntes, toda a paróquia e, enfim, os milhões de peregrinos, ao centro vital do cristianismo, que é a pessoa de Jesus Cristo vivo na Sua Igreja. Ela o faz de um modo muito concreto e eficaz. Desde os primeiros dias, ensina as pessoas a recitarem o Creio no início do Santo Rosário. Então convida toda paróquia para a Santa Missa quotidiana, fazendo da Eucaristia o coração da experiência de fé.
Nossa Senhora não se limita a exortações gerais, mas entra também nas particulares, como faria todo bom pároco. Deseja que também as crianças vão à Santa Missa, mas afirma que é preciso cuidar para que todos participem de um modo ordenado e devoto. É por vontade da Rainha da Paz que em Medjugorje a Adoração Eucarística assumiu uma importância especial, que o inesquecível padre Slavko honrou com a sua dedicação e a sua devoção, fazendo delas um momento de grande experiência de fé e de glorificação do Senhor ressuscitado, realmente presente em meio a nós.
Num tempo em que o sacramento da confissão vive um momento de crise e de abandono por parte de não poucos cristãos, a Rainha da Paz ajuda os paroquianos a descobri-lo em todo o seu valor para caminharem em frente no caminho espiritual, chegando a recomendar a confissão mensal e, depois, segundo as necessidades pessoais. Em seguida, adverte que não se deve limitar-se a confessar os pecados, mas deve-se pedir ao confessor algum conselho para se dar um passo em frente no caminho da santidade.
Uma particular importância tem, em Medjugorje, o mistério da Cruz. Não muito longe da colina das primeiras aparições, eleva-se um monte chamado Krizevac, que significa "Monte da Cruz", porque em seu cume se ergue uma gigantesca cruz de cimento, que os paroquianos construíram no distante ano de 1933. "Também aquela cruz estava nos planos de Deus", afirmou Nossa Senhora.
De fato, em seu ensino, Maria nos conduz ao coração mesmo do qual brota a salvação, que é o sofrimento de Jesus. Nossa Senhora convida frequentemente a subir o Krizevac, meditando as estações da Via Sacra. Durante a Quaresma, exorta a que se recite o Rosário de joelhos diante do crucifixo, para que os paroquianos pudessem compreender o quanto Jesus sofreu também pelos pecados da paróquia. Por duas vezes, durante a aparição, Nossa Senhora mostrou aos seis videntes "Ecce homo", isto é, Jesus flagelado, cuspido e coroado de espinhos, dizendo: "Eis o quanto Jesus sofreu por nós". Sim, também Maria se coloca entre aqueles que receberam a graça da redenção, porque também Ela, desde o primeiro instante da Sua concepção, foi cheia da graça que o Crucificado mereceu com a Sua paixão e morte.
Num momento em que não poucos se envergonham da cruz de Cristo e procuram retirá-la do cristianismo, Nossa Senhora nos lembra que da Cruz vem a nossa salvação. Não só isso, mas ensina a amar a Cruz, a suportar as perseguições, a aceitar os sofrimentos como uma graça e a vivê-los com alegria, porque através deles podemos cooperar com a nossa salvação e com a salvação do mundo, em união com Jesus Cristo crucificado.
CARDEAL FRANCIS ARINZE FALA PARA LITURGISTAS - LITURGIA DIÁRIA , 17 DE JULHO DE 2013
Posted: 16 Jul 2013 04:43 PM PDT
CARDEAL FRANCIS ARINZE FALA PARA LITURGISTAS
A Sagrada Eucaristia ocupa um lugar central no culto público da Igreja e na sua vida. Sua celebração deve, então, receber de todos nós a maior atenção. Por essa razão, estou feliz de saber que esta "Gateway Liturgical Conference" está consagrada especialmente para a atenção com a celebração digna da Sagrada Eucarisita , de acordo com a encíclica do Santo Padre, Ecclesia de Eucharistia, e a instrução Redemptionis Sacramentum , da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos. Isso também está no sentido do presente Ano da Eucaristia.
No desenvolvimento do tema atribuído para mim, "Normas Litúrgicas e Piedade Litúrgica", eu tenho a intenção de começar examinando por que devem existir normas litúrgicas, como o que a Igreja acredita e como ela reza estão relacionados, e quem tem autoridade para emitir normas para a liturgia. Este será o momento para explicar claramente o que entendemos por piedade litúrgica. Criatividade é uma questão que surge frequentemente, no que se refere à liturgia. Ela deve ser examinada. O desejo para fazer celebrações litúrgicas interessantes também merece ser analisado.
Algumas pessoas querem introduzir danças na liturgia. A discussão dessa tendência não pode ser evitada. Nós vamos concluir perguntando-nos se a observação das normas litúrgicas é uma chamada para o formalismo ou rubricismo, ou um promotor da fé e da piedade.
2. Razões para Normas Litúrgicas
A sagrada liturgia é um exercício do ofício sacerdotal de Jesus Cristo. É o culto público realizado pelo Corpo Místico de Cristo, pela Cabeça e por Seus membros (cf Sacrosanctum Concilium [SC] 7).
Celebrações litúrgicas possuem alguns elementos que são de instituição divina. Esses são os aspectos mais importantes dos sete sacramentos. Existem elementos que são de instituição eclesial. Ao decidir sobre esses elementos, a Igreja tem um grande cuidado para ser fiel à Sagrada Escritura, para honrar a tradição transmitida através dos séculos, para manifestar sua fé e alegrar-se nela, e para levar todos os fiéis para o culto de Deus, seguindo o exemplo de Cristo, e mostrando amor e serviço para seu próximo. Entre esses dois, podemos falar de um terceiro: aqueles elementos da liturgia que são encontrados desde os primeiros anos em todas ou praticamente todas as grandes tradições litúrgicas e que devem, portanto, retornar pelo menos a um período muito próximo dos apóstolos, e talvez mesmo a Nosso Senhor. O fato de podermos não ter conhecimento certo sobre isso em um dado caso é uma forte razão para evitar inovações ou negligências precipitadas. (cf Varietates Legitimae [VL] 26-27, Instrução Geral para o Missal Romano [IGMR] 397, Liturgiam authenticam [LA] 4-5, Redemptionis Sacramentum [RS] 9)
Celebrações litúrgicas devem ser experiência da fé tradicional que é confessada, celebrada e comunicada, da esperança que é expressada e confirmada, e da caridade que é cantada e vivida.
Como as celebrações litúrgicas são atos públicos realizados em nome da Igreja universal, com o próprio Jesus Cristo como o Sacerdote-Chefe, segue-se que ao longo dos séculos, a Igreja necessariamente desenvolveu normas de acordo com as quais seu culto público é expressado. Normas litúrgicas protegem esse tesouro que é o culto Cristão. Elas manifestam a fé da Igreja, promovem-na, celebram-na e comunicam-na. Elas também manifestam a fé da Igreja como uma família constituída hierarquicamente, uma comunidade de culto, amor e serviço, e um corpo que promove união com Deus e santidade de vida e dá aos pecadores esperança de conversão, perdão e vida nova em Cristo.
Além disso, normas litúrgicas ajudam a proteger a celebração dos mistérios sagrados, especialmente a Sagrada Eucaristia, de serem danificados por adições ou subtrações que danificam a fé e podem, por vezes, até tornar uma celebração sacramental inválida. O povo de Deus tem, assim, celebrações garantidas na linha da fé tradicional da fé Católica e não é deixado à mercê de idéias pessoais, sentimentos, teorias ou idiossincrasias.
O Papa João Paulo II é muito insistente no papel importante das normas relativas à celebração da Eucaristia. "Essas normas são uma expressão concreta da natureza eclesial da Eucaristia; este é seu significado mais profundo. Liturgia nunca é propriedade privada de alguém, seja ele o celebrante ou a comunidade na qual os mistérios são celebrados" (Ecclesia de Eucharistia [EE] 52). O amor à Igreja leva a pessoa a observar essas normas: "Sacerdotes que, com fé, celebram a Missa de acordo com as normas litúrgicas, e a comunidade que às mesmas adere, demonstram de modo silencioso mas expressivo seu amor à Igreja" (ibid). Nosso respeito pelos mistérios de Cristo nos leva a respeitar essas normas: "A ninguém é permitido aviltar esse mistério confiado a nossas mãos: é demasiado grande para que alguém possa permitir-se tratá-lo a seu livre arbítrio, não respeitando seu caráter sagrado nem a sua dimensão universal" (ibid).
3. Lex orandi, lex credendi
Os sacramentos estão ordenados à santificação dos homens, à edificação do Corpo de Cristo e, por fim, a prestar culto a Deus; como sinais, têm também a função de instruir. Não só supõem a fé, mas também a alimentam, fortificam e exprimem por meio de palavras e coisas, razão pela qual se chamam "sacramentos da fé". (cf SC 59)
A fé da Igreja manifestou-se na forma como a Igreja reza e especialmente em como ela celebra a Sagrada Eucaristia e os outros sacramentos. Existem palavras e conceitos que adquiriram um significado profundo na vida, fé e oração da Igreja ao longo dos séculos. Exemplos são pessoa, trindade, majestade divina, encarnação, paixão, ressurreição, salvação, mérito, graça, intercessão, redenção, pecado, arrependimento, perdão, propiciação, misericórdia, penitência, reconciliação, comunhão e serviço. Existem gestos e posturas que ajudam a expressar o que a Igreja acredita. Exemplos são o Sinal da Cruz, inclinar a cabeça, ajoelhar-se, sentar-se, ouvir e ir em procissão.
"A fé da Igreja é anterior à fé do fiel, que é convidado a aderir a ela. Quando a Igreja celebra os sacramentos, confessa a fé recebida dos apóstolos." (Catecismo da Igreja Católica, 1124). Esse é um argumento forte em favor do grande cuidado na formulação, nos gestos e nas normas das celebrações litúrgicas.
A relação entre a fé da Igreja e sua celebração litúrgica foi encapsulada em um dito antigo, lex orandi, lex credendi (a lei da oração é a lei da fé), ou legem credendi lex statuat supplicandi (deixar a lei da oração determinar a regra da fé). Essa afirmação da fé Católica é creditada a Prosper de Aquitaine, do 5º século (Ep. 8). Ela é citada no Indiculus ou Capítulos Pseudo-Celestinos. O Papa Celestino reinou de 422 a 432 (cf. Ds 246).
A Igreja crê como ela reza. A liturgia é um elemento constitutivo da santa e viva tradição da Igreja (cf. Dei Verbum 8). É por isso que a Igreja não permite ao ministro ou à comunidade modificar ou manipular qualquer sacramental ou mesmo o rito litúrgico geral. "Mesmo a suprema autoridade da Igreja não deve mudar a liturgia arbitrariamente, mas tão somente em obediência à fé e com respeito religioso ao mistério da liturgia" (Catecismo da Igreja Católica, 1125)
A Redemptionis Sacramentum é incisiva nesse ponto: "A mesma Igreja não tem nenhum poderio sobre aquilo que tem sido estabelecido por Cristo, e que constitui a parte imutável da Liturgia. Posto que, caso seja rompido este vínculo que os sacramentos têm com o mesmo Cristo que os tem instituído e com os acontecimentos que a Igreja tem sido fundada, nada seria vantajoso aos fiéis, mas sim poderia ser gravemente danoso. De fato, a sagrada Liturgia está estreitamente ligada com os princípios doutrinais por que o uso de textos e ritos que não têm sido aprovados leva a uma diminuição ou desaparecimento do nexo necessário entre a lex orandi e a lex credendi." (RS 10)
4. Autoridade sobre a Liturgia
As reflexões acima nos levam a perguntar quem tem autoridade sobre a sagrada liturgia. Quem decide sobre os textos, as cerimônias, as normas? Nós não podemos nos dar o luxo de ser vagos nisso.
O Concílio Vaticano Segundo não é ambíguo: "Regular a sagrada Liturgia compete unicamente à autoridade da Igreja, a qual reside na Sé Apostólica e, segundo as normas do direito, no Bispo. Em virtude do poder concedido pelo direito, pertence também às assembléias episcopais territoriais competentes, de vários gêneros, legitimamente constituídas, regular, dentro dos limites estabelecidos, a Liturgia." Então o Concílio adiciona a advertência: "Por isso, ninguém mais, mesmo que seja sacerdote, ouse, por sua iniciativa, acrescentar, suprimir ou mudar seja o que for em matéria litúrgica". (SC 22)
Essas regras não são um sinal de falta de respeito por quem quer que seja. Elas derivam do fato de que a liturgia é uma celebração da Igreja universal. "As orações dirigidas a Deus pelo sacerdote que preside, na pessoa de Cristo, à assembléia, são ditas em nome de todo o Povo santo e de todos os que estão presentes. Os próprios sinais visíveis que a sagrada Liturgia utiliza para simbolizar as realidades invisíveis foram escolhidos por Cristo ou pela Igreja." (SC33)
Dessas considerações segue que uma atitude de "faça por si mesmo" não é aceitável no culto público da Igreja. Ela causa dano ao culto da Igreja e à fé das pessoas. O povo de Deus tem o direito de que a liturgia seja celebrada como a Igreja quer que ela seja (cf RS 12). Os mistérios de Cristo não podem ser celebrados de acordo com gosto ou capricho pessoal. " O 'tesouro' é demasiado grande e precioso para se correr o risco de o empobrecer ou prejudicar com experimentações ou práticas introduzidas sem uma cuidadosa verificação pelas competentes autoridades eclesiásticas" (EE 51).
5. Piedade Litúrgica
Quando nós dizemos piedade, nós pensamos em geral em honra e reverência dada a alguém que é, de alguma forma, responsável por nossa existência e bem estar. Entretanto, a virtude da piedade refere-se, antes de tudo, a Deus, que é nosso criador e constante provedor. Mas nós podemos também falar de piedade para nossos pais, parentes próximos, país, tribo ou povo.
Como uma virtude Cristã, a piedade é um dos dons do Espírito Santo. Ela nos move ao culto de Deus, que é o Pai de todos nós, e também a fazer o bem a outros como reverência a Deus. Com o salmista, nós cantamos: "Como são amáveis as vossas moradas, Senhor dos exércitos! Minha alma desfalecida se consome suspirando pelos átrios do Senhor. Meu coração e minha carne exultam pelo Deus vivo."(Salmo 83(84):2-3). Celebrações litúrgicas tornam-se atraentes para pessoas piedosas. O sino da igreja que toca para a Missa é um som bem-vindo: "Que alegria quando me vieram dizer: 'Vamos subir à casa do Senhor...'.Eis que nossos pés se estacam diante de tuas portas, ó Jerusalém!" (Salmo 121(122):1-2). A alma piedosa tem alegria pura em estar na igreja e mais ainda em juntar-se ao culto divino: "Verdadeiramente, um dia em vossos átrios vale mais que milhares fora deles. Prefiro deter-me no limiar da casa de meu Deus a morar nas tendas dos pecadores." (Salmo 83(84):11)
A piedade litúrgica, como uma bela manifestação de virtude da religião, é ao mesmo tempo um composto de amor a Deus, fé nEle, adoração, respeito, reverência, alegria pura em Seu serviço, e desejo de servi-Lo da melhor forma que pudermos. O espírito da fé e reverência que se mostra, por si próprio, na fiel observância das normas litúrgicas, é mais favorável à promoção da piedade litúrgica.
6. Criatividade nas Celebrações Litúrgicas
Alguém pode perguntar se existe algum espaço para a criatividade na liturgia. A resposta é que existe, mas ela deve ser entendida corretamente.
Antes de tudo, é necessário ter em mente que o culto público da Igreja é algo que recebemos na fé através da Igreja. Não é algo que inventamos. Na verdade, a essência dos sacramentos foi estabelecida pelo próprio Cristo. E os ritos detalhados, incluindo palavras e ações, foram cuidadosamente elaborados, guardados e transmitidos pela Igreja ao longo dos séculos. Portanto, não seria uma atitude própria para um indivíduo ou comitê ficar pensando e planejando a cada semana como inventar uma nova forma de celebrar a Missa.
Além disso, a prioridade na Missa e em outros atos litúrgicos é o culto a Deus. A liturgia não é um campo para auto-expressão, livre criação e demonstração de habilidades pessoais. Idiossincrasias tendem a atrair atenção à pessoa no lugar dos mistérios de Cristo que estão sendo celebrados. Elas também podem perturbar, complicar, molestar, enganar ou confundir os fiéis.
No entanto, também é verdade que as normas litúrgicas permitem alguma flexibilidade. Com referência à ação litúrgica central e mais importante, a Missa, por exemplo, nós podemos falar de três níveis de flexibilidade. Primeiramente, existem no Missal e no Lecionário alguns textos alternativos, ritos, cantos, leituras e bênçãos, a partir das quais o sacerdote pode escolher (cf. IGMR 24, RS 39). Depois, existem escolhas que são de competência do Bispo diocesano ou da Conferência dos Bispos. Exemplos são a regulação da celebração, normas relativas à distribuição da comunhão sob ambas espécies, construção e ordenamento ordenamento de igrejas, traduções e alguns gestos (cf. SC 38, 40; IGMR 387, 390). Algumas dessas alternativas requerem recognitio da Santa Sé. Os mais exigentes níveis de variabilidade dizem respeito à inculturação no sentido mais estrito. Ela envolve ação pela Conferência dos Bispos, após a realização de profundos estudos interdisciplinares e recognitio da Santa Sé.
A Redemptionis Sacramentum é, portanto, capaz de dizer que "se tem dado um amplo espaço a uma adequada liberdade de adaptação, fundamentada sobre o princípio de que toda celebração responda à necessidade, à capacidade, à mentalidade e à índole dos participantes, conforme às faculdades estabelecidas nas normas litúrgicas" (RS 39). A última frase é importante: "conforme às faculdades estabelecidas nas normas litúrgicas". O parágrafo da Redemptionis Sacramentum conclui com uma observação crucial, recordando que "também se deve recordar que a força da ação litúrgica não está na mudança freqüente dos ritos, mas sim, verdadeiramente, em aprofundar na palavra de Deus e no mistério que se celebra". O que as pessoas estão procurando todo Domingo no seu pastor não é uma novidade, mas uma celebração dos sagrados mistérios que nutra a fé, manifeste devoção, desperte piedade, conduza a oração e incite a caridade ativa na vida quotidiana.
7. Tornando a Missa Interessante
Muitos sacerdotes estão preocupados em tornar a celebração da Eucaristia interessante. E eles não estão errados. A Missa não é uma monótona realização de rituais. É uma celebração vital dos mistérios centrais da nossa salvação.
Deve-se tomar cuidado para preparar-se bem para cada celebração. Os textos a serem lidos, cantados ou proclamados devem ser bem estudados em tempo suficiente. As vestimentas e todos os acessórios e mobiliários do altar devem estar em bom estado. As pessoas que exercem as tarefas de sacerdotes celebrantes, servidores de altar, líder de canto, leitores etc. devem estar no seu melhor. A homilia deve dar às pessoas sólido alimento litúrgico, teológico e espiritual. Se tudo isso é feito, a Missa não será monótona.
Mas quando tudo isso é dito e feito, nós temos que voltar ao fato de que a Missa não é para entreter as pessoas. Tal horizontalismo está fora de lugar. As pessoas não vão à Missa para admirar o pregador, ou o coro, ou os leitores. O movimento prioritário ou direção da Missa é vertical, em direção a Deus, não horizontal, um em direção ao outro. O que as pessoas necessitam é uma celebração cheia de fé, uma experiência espiritual que lhes chama a Deus e, portanto, também ao seu próximo. Como um subproduto, tal celebração vai capturar o interesse e a atenção das pessoas.
Também é útil observar que a repetição de fórmulas e símbolos da fé, ou de palavras e gestos familiares, não necessariamente tornam a celebração desinteressante. Isso importa, entretanto, até o ponto no qual essas fórmulas são compreendidas, daí a importância da catequese. Nas nossas vidas diárias, é desinteressante para nós repetir nossos nomes ou os nomes daqueles que amamos? Nós não amamos nosso hino nacional e o cantamos com piedade? Quanto mais quando isso tem a ver com nossa identidade Cristã!
Se ajuda repetir, eu posso lembrar que as celebrações litúrgicas permitem flexibilidade, que pode ser feita de acordo com normas aprovadas. A Redemptionis Sacramentum exorta o Bispo a não asfixiar as opções previstas pelas normas litúrgicas: "o Bispo deve ter sempre presente que não se impeça a liberdade prevista nas normas dos livros litúrgicos, adaptando a celebração, de modo inteligente, seja à igreja, seja ao grupo de fiéis, seja às circunstâncias pastorais, para que todo o rito sagrado universal esteja verdadeiramente acomodado ao caráter dos fiéis". (RS 21) É por essa razão que o Bispo faz bem em não ser tentado a introduzir restrições desnecessárias em sua diocese, como ordenar que apenas uma particular Oração Eucarística seja usada na Missa. A autoridade do Bispo nunca é mais firme do que quando ele a usa para garantir que as normas gerais que salvaguardam a tradição são observadas.
Um conselho geral sobre se a celebração litúrgica é interessante ou não é simplesmente celebrar com fé e devoção e de acordo com as normas aprovadas, e deixar o resto para a graça de Deus e para a cooperação das pessoas com ela.
8. Dança na Liturgia
Algumas pessoas querem introduzir dança na sagrada liturgia. A liturgia do Rito Latino nunca possuiu tal prática. Nós temos, portanto, que perguntar quem quer trazer a dança para comprovar o motivo pelo qual eles querem introduzi-la.
Se nós dizemos que a razão é tornar a Missa interessante, a resposta é aquela que acabamos de considerar. Nós vamos à Missa para cultuar a Deus, não para ver um espetáculo. Nós temos o salão paroquial e o teatro para shows.
Outros podem dizer que é bem-vinda alguma dança para expressar plenamente nossa oração, pois nós somos corpo e alma. A resposta é que a liturgia, de fato, aprecia gestos e posturas corporais, e cuidadosamente incorporou muitos deles, como ficar de pé, ajoelhar, genufletir, cantar e dar o sinal da paz. Mas o Rito Latino não inclui a dança.
Não é fácil para os dançarinos não chamar atenção para si. Apesar de algumas danças muito requintadas em algumas culturas poderem ajudar a elevar a mente, não é verdade que, para muitas pessoas, as danças são uma distração, em vez de ajuda à oração?
Danças facilmente apelam aos sentidos e tendem a insistir na necessidade de aprovação, diversão, desejo de repetição, e à premiação dos artistas com aplausos da platéia. É para experimentar isso que vamos à Missa? Nós não temos teatros e salões paroquiais, presumindo que a dança em questão é aceitável, que podem lugar para elas?
É verdade que em muitas partes da África e da Ásia pode haver um hábito cultural de um gracioso movimento corporal que, com o devido estudo e aprovação da Igreja local, pode ser aceito em uma celebração litúrgica. O rito Etíope possui conhecidos movimentos rítmicos graciosos e procissão para o Evangelho. O Rito Romano da Missa aprovado para a República Democrática do Congo possui movimentos de entrada similares.
Mas isso é muito diferente do que as pessoas na Europa ou América do Norte pensam quando o conceito de dança é evocado. Será que nós podemos culpar as pessoas que associam dança com Sábado à noite, baile, teatro ou, simplesmente, diversão inocente? Os livros litúrgicos aprovados pelos Bispos e pela Santa Sé para a Europa e América do Norte compreensivelmente não autorizam a importação da dança para a igreja, deixando apenas a celebração do Sacrifício Eucarístico. (veja o artigo no boletim oficial da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos: Notitiae 106-107, June-July 1975, pp. 202-205).
9. Formalismo e Ritualismo não são o Objetivo
De tudo o que nós dissemos acima, segue que uma exortação para ser fiel às normas litúrgicas não é um convite para formalismo, ritualismo ou rubricismo. As pessoas não estão sendo convidadas para uma realização de ações externas secas e sem alma. Jesus, nosso Salvador, citando o profeta Isaías, já condenou aqueles que não internalizam no seu espírito os ritos externos que efetuam:
Este povo somente me honra com os lábios; seu coração, porém, está longe de mim. Vão é o culto que me prestam, porque ensinam preceitos que só vêm dos homens (Mt 15:8-9, Is 29,13).
As celebrações litúrgicas não são primariamente a observação de norma, mas a celebração dos mistérios de Cristo pela Igreja e na Igreja, com fé e amor, e com respeito à tradição. A observação das normas é consequência e fruto da fé e do respeito. Não é o objeto final do culto. É uma qualidade dele.
Além disso, normas litúrgicas não são leis ou regulamentos arbitrários ajuntados para agradar algum historiador, esteticista ou arqueologista. Elas são manifestações do que nós cremos e do que nós recebemos da tradição, da "norma dos santos Padres" (cf. SC20, IGMR 6), das quais as gerações dos nossos predecessores na fé disseram, observaram e celebraram. Para saber que nós estamos fazendo, dizendo, ouvindo e vendo o que milhões de Cristãos fizeram ao redor do mundo por centenas de anos e estão fazendo hoje, devem nos ajudar a entrar em uma participação empenhada e orante. Além disso, pela conformação da nossa pessoa por inteiro a tudo o que a liturgia representa, nós temos que sofrer uma transformação e tornar-nos cada vez mais próximos de Deus.
Oração interior e sacrifício têm prioridade. Daí a importância, nas celebrações litúrgicas, da preparação tranquila, do silêncio, da reflexão, do ouvir e da oração pessoal. "A mera observância externa das normas, como resultado evidente, contraria a essência da sagrada Liturgia, com a que Cristo quer congregar a sua Igreja, e com ela formar 'um só corpo e um só espírito'". (RS5)
Ao mesmo tempo é necessário repetir que o espírito de rejeição de regras e regulamentos, que passariam então a ser considerados como uma violação da própria autonomia, deve ser corrigido. É errado e não razoável manter um espírito de "Ninguém vai dizer o que eu tenho que fazer". Esta seria uma falsa compreensão de liberdade. "Deus nos tem concedido, em Cristo, não uma falsa liberdade para fazer o que queremos, mas sim a liberdade para que possamos realizar o que é digno e justo." (RS 7)
É uma bênção e um privilégio para nós pertencermos à Igreja que, na sua sagrada Liturgia, celebra os mistérios de Cristo e tem Cristo por Si próprio como o Sacerdote Chefe em cada ato litúrgico. Rezemos para a Santíssima Virgem Maria, Mãe do nosso Salvador, para que obtenha para nós uma crescente compreensão das razões para as normas litúrgicas, a disponibilidade para observá-las e a graça de crescer diariamente na piedade litúrgica, amor a Deus e compromisso para amar e servir nosso próximo
LITURGIA DO DIA 17 DE JULHO DE 2013
PRIMEIRA LEITURA: ÊXODO 3, 1-6.9-12
BEATO INÁCIO DE AZEVEDO , PRESBÍTERO E MÁRTIR - (VERMELHO, PREFÁCIO COMUM OU DOS MÁRTIRES - OFÍCIO DA MEMÓRIA) - LEITURA DO LIVRO DO ÊXODO - Naqueles dias, 1Moisés apascentava o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Madiã. Um dia em que conduzira o rebanho para além do deserto, chegou até a montanha de Deus, Horeb. 2O anjo do Senhor apareceu-lhe numa chama (que saía) do meio a uma sarça. Moisés olhava: a sarça ardia, mas não se consumia. 3"Vou me aproximar, disse ele consigo, para contemplar esse extraordinário espetáculo, e saber porque a sarça não se consome." 4Vendo o Senhor que ele se aproximou para ver, chamou-o do meio da sarça: "Moisés, Moisés!" "Eis-me aqui!" respondeu ele. 5E Deus: "Não te aproximes daqui. Tira as sandálias dos teus pés, porque o lugar em que te encontras é uma terra santa. 6Eu sou, ajuntou ele, o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó". Moisés escondeu o rosto, e não ousava olhar para Deus. 9Agora, eis que os clamores dos israelitas chegaram até mim, e vi a opressão que lhes fazem os egípcios. 10Vai, eu te envio ao faraó para tirar do Egito os israelitas, meu povo". 11Moisés disse a Deus: "Quem sou eu para ir ter com o faraó e tirar do Egito os israelitas?" 12"Eu estarei contigo, respondeu Deus; e eis aqui um sinal de que sou eu que te envio: quando tiveres tirado o povo do Egito, servireis a Deus sobre esta montanha" - Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL(102)
REFRÃO: O SENHOR É INDULGENTE, É FAVORÁVEL
1. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e todo o meu ser, seu santo nome! Bendize, ó minha alma, ao Senhor, não te esqueças de nenhum de seus favores! -R
2. Pois ele te perdoa toda culpa, e cura toda a tua enfermidade; da sepultura ele salva a tua vida e te cerca de carinho e compaixão. -R.
3. O Senhor realiza obras de justiça e garante o direito aos oprimidos; revelou os seus caminhos a Moisés, e aos filhos de Israel, seus grandes feitos. -R.
EVANGELHO: MATEUS 11, 25-27
PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO, SEGUNDO MATEUS - Naquele tempo, 25Por aquele tempo, Jesus pronunciou estas palavras: Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequenos. 26Sim, Pai, eu te bendigo, porque assim foi do teu agrado. 27Todas as coisas me foram dadas por meu Pai; ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo - Palavra da salvação
MENSAGEM DE NOSSA SENHORA EM MEDJUGORJE – "Hoje estou com vocês de uma forma especial, segurando em meus braços o Menino Jesus. Filhinhos, convido-os a abrirem-se ao Seu convite. Ele convida-os a alegria. Filhinhos, vivam alegremente as mensagens do Evangelho, que estou repetindo desde o tempo em que estou com vocês. Filhinhos, Eu sou a Mãe de vocês e desejo revelar-lhes o Deus do amor e o Deus da paz. Não desejo que a vida de vocês esteja na tristeza, mas transcorra na alegria, para a vida eterna, de acordo com o Evangelho. Somente assim a vida de vocês tera sentido" – MENSAGEM DO DIA 25.12.96
A televisão é o câncer da família
Posted: 16 Jul 2013 03:22 PM PDT
O câncer é uma formação de células anormais que passam despercebidas pelo organismo. Essas células vão crescendo e multiplicando-se descontroladamente e podem levar à morte, por isso, o câncer é considerado uma doença silenciosa e traiçoeira.
Assim como o câncer, a televisão joga pra dentro de nossas casas "células anormais" (cenas de violência, morte, sexo, prostituição, droga, traição...) que silenciosamente vão nos manipulando e nos moldando conforme seus interesses. Sua única exigência é que sejamos submissos e dependentes e aceitemos sem crítica tudo o que nos é servido. Já dizia os Titãs: "a televisão me deixou burro, muito burro demais. E agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais", tamanho é o poder manipulador e a capacidade de hipnotizar que esse meio de comunicação exerce sobre nós.
O principal papel da televisão é de deturpar os valores cristãos, especialmente a família. Sabendo que a realidade das crianças é diferente da dos adultos, a televisão apresenta um tipo de programação que, por um lado, visa mudar o comportamento do adulto, e por outro, moldar o comportamento das crianças desde cedo. Por exemplo, hoje as crianças e os adolescentes acompanham novelas e seriados que mostram uma realidade distorcida de família e relacionamentos, aos poucos essas crianças passam a aceitar essa nova realidade, imposta pela mídia, como atitudes normais. É uma ideologia de "desvalores". As crianças expostas a esses valores não cristãos provavelmente, se tornarão jovens e adultos influenciados. Segundo a psicopedagoga Rosilene Maia: "É natural que as crianças tenham curiosidade de assistir programas adultos proibidos pelos pais. (...) As crianças acabam tendo aquilo como referência e tendem a repetir o que veem na televisão. Por isso tem que haver uma supervisão".
Cabe a nós, pais, selecionar os programas aos quais nossos filhos assistem, mostrando o que vai de encontro ou não com os valores que acreditamos fazerem parte da nossa educação. Afinal, crianças e jovens que crescem participando desse mundo de promiscuidade e agressividade tendem a seguir tais caminhos, por achar que são atitudes comuns.
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