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2 de setembro de 2013
VATICANO, 02 Set. 13 (ACI/EWTN Noticias) .- Onde está Deus não há ódio, inveja e ciúmes, e não existem aquelas fofocas que matam os irmãos, disse o Papa Francisco nesta manhã na Santa Marta, onde voltou a celebrar a Missa com diversos grupos após a pausa para o período de descanso no verão europeu.
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MANCHETES DO DIA
VATICANO
Jamais matar o próximo com a nossa língua, exorta o Papa
AMÉRICA
Novo Secretário de Estado do Vaticano: Nomeação é surpresa de Deus na minha vida
MUNDO
Cáritas: Guerra na Síria só será resolvida com negociações de paz
Foto do Papa Francisco com jovens é a sensação nas redes sociais
Filipinas: Agostinianos honram a Santo Agostinho ajudando as vítimas do tufão
Cardeal Sandri: A paz deve prevalecer na Síria antes de qualquer interesse
VIDA E FAMÍLIA
Médico nos EUA recebe a cada um dos recém-nascidos de uma forma muito especial
PERFIS
Surpreendente relato do martírio na Argélia de duas religiosas missionárias em processo de beatificação
Católico em Dia
Evangelho:
Santo ou Festa:
Um pensamento:
Amai e colocai em prtica a simplicidade e a humildade.
São Pio de Pietrelcina
VATICANO
VATICANO, 02 Set. 13 (ACI/EWTN Noticias) .- Onde está Deus não há ódio, inveja e ciúmes, e não existem aquelas fofocas que matam os irmãos, disse o Papa Francisco nesta manhã na Santa Marta, onde voltou a celebrar a Missa com diversos grupos após a pausa para o período de descanso no verão europeu.
O encontro de Jesus com seus conterrâneos, os habitantes de Nazaré, como conta o Evangelho de São Lucas proposto pela liturgia do dia, esteve no centro da homilia do Papa.
Os nazarenos admiram Jesus, observou o Pontífice, mas esperam dele algo assombroso: "queriam um milagre, queriam o espetacular" para acreditar nele. Desta maneira Jesus destacou que eles não tinham fé e "eles ficaram furiosos, levantaram-se e o expulsaram da cidade.?Levaram-no até o alto do monte?sobre o qual a cidade estava construída,?com a intenção de lançá-lo no precipício".
"Mas vejam como a coisa mudou: começaram com beleza, com admiração e terminaram com um crime: querendo matar Jesus. Isto por ciúme, inveja, todas essas coisas… Esta não é uma coisa que aconteceu há dois mil anos: isto acontece a cada dia no nosso coração, nas nossas comunidades. Quando em uma comunidade se diz: ‘Ah, que bom que veio esta pessoa!’. Se fala bem no primeiro dia; nem tanto no segundo, e no terceiro se começa a fofocar e terminam machucando-o".
Assim os nazarenos "queriam matar Jesus". "Mas aqueles que em uma comunidade falam mal dos irmãos, dos membros da comunidade, também querem matar: é a mesma coisa! O Apóstolo João, na primeira Carta, capítulo III, versículo 15, diz-nos: ‘Quem odeia seu irmão é assassino’. Nós estamos acostumados aos mexericos, às fofocas. Quantas vezes nossas comunidades, também nossa família, são um inferno onde se gera esta criminalidade de matar o irmão e a irmã com a língua!".
"Uma comunidade, uma família -continuou o Papa- é destruída por esta inveja, que o diabo semeia no coração e que faz que um fale mal do outro, e assim se destrua".
"Nestes dias -sublinhou- estamos falando tanto da paz", vemos as vítimas das armas, mas é necessário pensar também nas nossas armas cotidianas: "a língua, as fofocas, os mexericos". Cada comunidade, concluiu o Papa, deve viver com o Senhor e ser "como o Céu".
"Para que haja paz em uma comunidade, em uma família, em um país, no mundo, é necessário estar com o Senhor. E onde está o Senhor não há inveja, não há criminalidade, não há ódio, nem ciúmes. Existe fraternidade. Peçamos ao Senhor para não matarmos jamais o próximo com nossa língua e estar com Ele, assim como estaremos todos com ele no Céu. Assim seja".
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AMÉRICA
CARACAS, 02 Set. 13 (ACI/EWTN Noticias) .- Logo depois de inteirar-se de sua nomeação como novo Secretário de Estado do Vaticano, neste sábado, por decisão do Papa Francisco, Dom Pietro Parolin, que até o momento era o Núncio Apostólico na Venezuela, expressou que esta designação "constitui uma surpresa de Deus na minha vida".
Em declarações da Venezuela, Dom Parolin disse que sente "viva a graça deste chamado", assim como "sobretudo, sinto a inteira responsabilidade, porque ela me confia uma missão comprometida e exigente, frente à qual as minhas forças são débeis e pobres as minhas capacidades".
"Por isso me encomendo ao amor misericordioso do Senhor, de quem nada nem ninguém poderão separar-me, e à oração de todos".
Dom Parolin expressou sua "profunda e afetuosa gratidão ao Santo Padre Francisco, pela imerecida confiança que me demonstrou, e manifesto a minha renovada vontade e total disponibilidade para colaborar com ele e sob a sua guia para a maior gloria de Deus, o bem da Santa Igreja e o progresso e a paz da humanidade, para que ela encontre razões para viver e esperar".
"Agradeço a todos, a partir de agora, pela compreensão e pela ajuda que, de qualquer maneira, quererão prestar-me no desenvolvimento de meu novo encargo".
Dom Parolin também manifestou sua lembrança pelo Papa emérito Bento XVI, que me ordenou Bispo, na Secretaria de Estado, que já foi a minha casa durante muitos anos, ao Excelentíssimo Cardeal Tarcisio Bertone, aos outros Superiores, aos colegas e aos colaboradores e à inteira Cúria romana, aos Representantes Pontifícios. A todos sou imensamente devedor".
"Coloco-me com ansiedade, mas também com fé e serenidade, neste novo serviço ao Evangelho, à Igreja e ao Papa Francisco, disposto, como ele nos pediu desde o início - a caminhar, edificar, construir e confessar".
"Que a Virgem, que eu gosto de invocar com os títulos de Monte Berico, Guadalupe e Coromoto, nos dê a coragem de caminhar em presença do Senhor, com a Cruz do Senhor; de edificar a Igreja sobre o sangue do Senhor vertido na Cruz; e de confessar a única glória, Jesus Cristo crucificado. E assim a Igreja irá adiante".
"E, como se diz na Venezuela: ‘Que Deus lhes abençoe!’", concluiu.
Na manhã do sábado, 31 de agosto, o Papa Francisco aceitou a renúncia do atual Secretário Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, pedindo-lhe que se mantenha no cargo até o dia 15 de outubro deste ano.
Nessa data, Dom Pietro Parolin tomará posse do cargo.
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MUNDO
ROMA, 02 Set. 13 (ACI/EWTN Noticias) .- A guerra civil na Síria só pode ser resolvida através de negociações de paz, afirma um comunicado emitido pela Cáritas Internationalis. O Secretário Geral da Cáritas Internationalis, o francês Michel Roy, explicou: "O povo sírio não necessita mais derramamento de sangue, mas um rápido fim do conflito. Necessita deter imediatamente o fogo. Uma intervenção militar de potências estrangeiras simplesmente faria incrementar a guerra e aumentar o sofrimento".
A nota recorda "as trágicas consequências das operações militares no Iraque, Afeganistão e Líbia".
A nota assinala que "Cáritas acredita que a única solução humanitária é a negociação. O diálogo pode pôr fim à guerra na Síria, proteger a vida das pessoas e construir um futuro sustentável para todos. A prioridade deve ser a de relançar as conversações de Genebra como primeiro passo para cessar o fogo e para um acordo de paz".
Cáritas afirma também que "o suposto emprego de armas químicas em Damasco mostrou que a situação humanitária se converteu em uma catástrofe para milhões de pessoas na Síria. O uso de armas químicas é um crime horrível".
Cáritas condena todos os ataques contra civis: "segundo o direito internacional, os combatentes têm o dever de proteger a vida dos civis". A comunidade internacional -acrescenta Cáritas- "tem a obrigação de encontrar a forma de pôr fim ao sofrimento do povo sírio, e isto só pode obter-se através de um diálogo amplo".
Enquanto isso, Cáritas Síria e outras instituições de caridade da Igreja continuam prestando assistência humanitária a milhares de refugiados e cidadãos sírios, sem discriminação por crenças étnicas, religiosas ou políticas.
Dom Antoine Audo, Arcebispo caldeu de Aleppo e presidente da Cáritas Síria, manifestou que "esperamos que o chamado do papa Francisco para que se realize um verdadeiro diálogo entre as partes em conflito possa ser um primeiro passo para deter os combates".
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ROMA, 02 Set. 13 (ACI/EWTN Noticias) .- Uma foto tirada de um celular onde aparecem o Papa Francisco e três jovens na Basílica de São Pedro é um êxito nas redes sociais. Na ocasião em que a foto foi tirada, o Santo Padre confessou aos jovens que fica contente de compartilhar seu tempo com eles, já que são "portadores de esperança" e "construtores do futuro".
A foto instantânea foi tirada no dia 28 de agosto, durante a peregrinação de aproximadamente 500 jovens da diocese italiana de Piacenza-Bobbiom junto com seu Bispo, Dom Gianni Ambrosio, a Roma, orientados pelo tema "Sobre esta pedra".
A foto foi publicada por Fabio Ragona, através da conta na rede social Twitter, @FabioMRagona.
Na reunião com os jovens, o Papa Francisco agradeceu-lhes a visita e lhes disse que "o Bispo disse que eu fiz um grande gesto, ao vir aqui. Mas... fiz isso por egoísmo, sabem por que? Porque eu gosto de estar com vocês né! E isso é um egoísmo".
"Por que eu gosto de estar com os jovens? Porque vocês têm em seu coração a promessa de esperança. Vocês são portadores de esperança. Vocês, é verdade, vivem no presente, mas estão olhando para o futuro, vocês são artesãos do futuro, construtores do futuro".
Francisco expressou aos jovens que "quando me dizem: ‘Mas, Padre, vivemos tempos ruins e não podemos fazer nada… Como não se pode fazer nada? E explicou que se pode fazer muita coisa! E que quando um jovem me diz isso, lhe mando ao psiquiatra".
"Não se compreende um jovem, um rapaz, uma moça que não queiram fazer coisas grandes, apostar por ideais grandes, grandes para o futuro, não?".
O Santo Padre disse aos jovens que eles são buscadores de beleza, profetas de bondade e têm sede de verdade.
O Papa pediu aos jovens que não sejam preguiçosos nem tristes e que façam barulho, que possam ir contracorrente e ser corajosos ante uma civilização que faz tanto mal com o álcool e as drogas.
Ao finalizar, Francisco convidou os jovens a rezarem à Virgem Maria, Mãe da beleza, da bondade e da Verdade, para lhe pedir a graça da coragem.
"Tinha coragem, esta mulher!, exclamou o Papa fazendo referência a Maria.
Depois de lhes dar a bênção, o Papa pediu "que rezem por mim".
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ROMA, 02 Set. 13 (ACI/EWTN Noticias) .- Os agostinianos recoletos presentes nas Filipinas organizaram em 28 de agosto -Festa de Santo Agostinho-, a campanha "Um só coração", para ajudar ao quase milhão de pessoas afetadas pelas inundações causadas pelo tufão Maring em várias áreas do entorno metropolitano da capital Manila e em várias províncias da Ilha de Luzón.
A campanha está solicitando às oito comunidades de agostinianos recoletos presentes nas Filipinas que compartilhem seus recursos com as vítimas. Em um primeiro momento, promoveu a campanha "Piso em ng Puso" (Um peso no fundo do coração), que consistia em distribuir garrafas recicladas para usá-las como cofrinhos. A contribuição será revertida em comida para as vítimas.
O prior provincial de Filipinas, frei Louro Lárlar, exortou a fazer "nossos os sofrimentos e as angústias das vítimas das inundações".
"Impressionados pela crescente pobreza material de nossa gente e envergonhados pela descarada corrupção existente em muitos setores do Governo, nos questionamos sobre a repercussão de nossos votos no povo que sofre. Como religiosos e como comunidade, somos testemunho vivo de rejeição da corrupção (pobreza), de serviço abnegado (obediência) e de caridade sem limites (castidade)? Nossa vida consagrada faz de nós servidores com as mesmas atitudes de Jesus pobre, casto e obediente?", questionou.
Finalmente convocou os agostinianos recoletos a um ato comunitário de solidariedade, concretizando a sua convocação em "reunir toda nossa comunidade com o objetivo de rezar por e em nome das vítimas; e envolver nossas instituições, religiosos, colaboradores, estudantes, jovens, organizações paroquiais e pessoais em geral, para realizar atividades significativas que proporcionem ajuda às vítimas do tufão".
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ROMA, 02 Set. 13 (ACI/EWTN Noticias) .- O Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Cardeal Leonardo Sandri, pediu que a paz na Síria seja o que prevaleça sobre qualquer interesse ou ressentimento, em momentos em que a comunidade internacional debate um possível ataque contra o regime de Bashar al Assad por ter usado supostamente armas químicas contra civis.
"A superior instância da paz e da vida deve prevalecer sobre qualquer outro interesse ou ressentimento de parte", pediu o Cardeal em uma entrevista publicada pelo jornal L`Osservatore Romano. "Sobre qualquer outra razão, para a comunidade internacional devem ser prioritários a reconciliação, a justiça e o respeito solidário dos direitos pessoais e sociais, inclusive religiosos, de todos e indistintamente os elementos da população do Oriente Médio", acrescentou.
O Cardeal Sandri disse que "neste momento de temor se intensifica a oração pela situação na Síria", que se agrava pelo contexto sensível do Oriente Médio, com feridas abertas no Egito, Iraque e outras regiões''.
A autoridade vaticana afirmou que "a apelação ardente do Papa Francisco no Ângelus do domingo 25 de agosto levou consolo a toda a população síria", tal como asseguraram ao dicastério "os pastores e fiéis que continuam invocando o dom da paz". Disse que a estas orações se unem "muitos orientais espalhados pelo mundo (...) para que a reconciliação seja mais forte que o clamor das armas", adicionou.
Por outro lado, o secretário geral da ONU, Ban Ki-Moon, disse que a equipe de investigadores internacionais que analisa o suposto ataque com armas químicas na Síria investigará até sexta-feira e sairá do país no sábado. "Irão informar-me logo que saiam da Síria", indicou.
A agência de notícias Interfax informou que a Rússia enviará dois navios a esta parte do Mediterrâneo para reforçar sua presença naval. Posteriormente, fontes da Armada russa negaram que esta ação tenha relação com a situação na Síria, e indicaram que se trata de uma rotação planejada de suas naves.
Por sua parte, um porta-voz do ministério de Defesa do Reino Unido informou que se enviaram seis aviões de caça ao Chipre como medida "de precaução" para "proteger os interesses britânicos" ante a "forte tensão na região"; enquanto uma fonte do Departamento de Defesa dos Estados Unidos disse que a Marinha colocou o seu quinto destruidor no leste do Mediterrâneo.
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VIDA E FAMÍLIA
PITTSBURGH, 02 Set. 13 (ACI/EWTN Noticias) .- O Dr. Carey Andrew-Jaja, médico gineco-obstetra do Hospital Magee de Mulheres da University of Pittsburgh Medical Center (UPMC), nos Estados Unidos, canta para os bebês dos partos que atende, desde "Happy Birthday" a "What a Wonderful World".
Em um vídeo publicado no YouTube pela UPMC, o Dr. Andrew-Jaja assinalou que gosta de cantar, mas que a tradição de receber assim os bebês que nascem a recebeu de um de seus professores durante sua residência.
"Havia um gentil e experiente gineco-obstetra no staff. Ele amava cantar. E mais adiante, quando já estava para se retirar me disse Carey, cante a seus bebês'", recorda o médico.
Andrew-Jaja, eleito como um dos "Melhores Doutores" de 2013 pela Pittsburgh Magazine, assegura que cada bebê que recebe "é especial, cada um deles é único".
O médico, que lembra ter atendido o nascimento de milhares de bebês, diz que quando lhes canta "penso que estou cantando a uma pessoa que será alguém importante no futuro".
"É um presente que dou a cada um deles" diz o Dr. Andrew-Jaja, assinalando também que ao cantar para os bebês "esquece toda a crise que há, quando olha por um momento o milagre da vida que tem à frente".
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PERFIS
MADRI, 02 Set. 13 (ACI/EWTN Noticias) .- As irmãs Caridade Álvarez e Esther Paniagua são duas agostinianas missionárias que poderiam ser elevadas aos altares por terem sido assassinadas por ódio à fé durante as revoltas de 1994 na Argélia, tal como relataram duas das religiosas que foram testemunhas de sua fidelidade ao Evangelho à custa de suas vidas.
Irmã María Jesus Rodríguez Muñoz e Irmã María Paz Martín são duas agostinianas missionárias que viveram em primeira pessoa a morte das irmãs Caridade Álvarez e Esther Paniagua, duas missionárias assassinadas por ódio à fé durante as revoltas da Argélia em 1994 e que atualmente estão em processo de canonização.
Em meados dos anos 90, a Argélia se viu envolvida em uma onda de violência. As revoltas afetaram especialmente aos estrangeiros que viviam no país e de maneira muito particular aos religiosos missionários que realizavam seu trabalho lá, já que era uma comunidade minoritária.
A situação no país se tornou especialmente violenta durante o verão de 1994. Nesses meses, por causa do recrudescimento da violência, a embaixada da Espanha em Argel aconselhou os espanhóis a saírem o mais rápido possível do país. O mesmo fez o Arcebispo de Argel, Dom Henri Teissier, que pediu às comunidades religiosas estabelecidas em sua cidade que fizessem um discernimento para que cada um dos missionários escolhesse livremente sua estadia ou sua partida do país, já que a situação era extremamente perigosa.
Frente a esta situação, a irmã María Jesus Rodríguez, como superiora provincial das Agostinianas Missionárias, decidiu visitar as três comunidades que tinham em Argel e acompanha-las nesse discernimento que depois resultou decisivo para suas vidas.
"Nos dias 6 e 7 de outubro de 1994 fizemos esse discernimento. Foi um momento muito forte de experiência de fé. Acompanhou-nos o Arcebispo de Argel e rezamos em um ambiente sereno. Todas elas eram muito conscientes do perigo que corriam, mas todas livremente e a nível individual decidiram ficar na Argélia. Uma a uma foram dizendo as razões: por fidelidade ao Evangelho, por amor ao povo argelino que lhes tinha acolhido, porque elas estavam compartilhando fé e vida com esse povo e não queriam fugir, queriam correr a sua mesma sorte... Em nenhum momento queriam morrer, eram amantes da vida, mas também amantes de seu povo e decidiram permanecer lá", explica a irmã em declarações ao Grupo ACI.
A então superiora permaneceu com as comunidades das Agostinianas Missionárias durante algumas semanas. Em 23 de outubro, dia dedicado na Igreja às missões, também conhecido como 'Dia do DOMUND', a Irmã Rodríguez se encontrava com as irmãs da comunidade de Argel.
"Precisamente no dia do Domund animei Cari a voltar para a Espanha porque estávamos muito preocupadas com elas, mas ela me disse: 'É a minha fidelidade à missão. Disse-lhes em casa que se acontece alguma coisa comigo, quero que me enterrem na Argélia'. Disse-me isso uma hora e meia antes de morrer", explica a Irmã María Jesus visivelmente emocionada.
A irmã Esther Paniagua trabalhava em um hospital na zona de Bab el Oued e morava na mesma comunidade que Caridade. Em 23 de outubro, Irmã Esther tinha recebido uma visita do embaixador da Espanha na Argélia no hospital onde trabalhava. O embaixador lhes pedia que deixassem o país.
"Contou-nos que o embaixador queria leva-la no carro blindado e ela disse que não, que voltaria para casa a pé, como sempre. Nesse dia Esther quando retornou a casa trazia um livro titulado 'Tua entrega por amor'", conta a religiosa.
Periodicamente as superioras da congregação que estavam em Madri (Espanha) telefonavam para as comunidades de Argel para lhes perguntar se tinham mudado de opinião depois do discernimento, ao que -conforme conta María Jesus- sempre respondiam da mesma maneira: "'Não se preocupem. Estamos nas mãos de Deus'. 'Mas, e se acontece alguma coisa com vocês?', insistiam de Madri. 'Pois se nos acontece algo, continuamos estando nas mãos de Deus', respondiam", lembra a ex-superiora provincial com lágrimas nos olhos.
"Em uma das comunidades de Argel moravam Caridade, Esther e Lourdes e elas costumavam ir a Missa juntas pela tarde, depois de voltar de seus respectivos trabalhos. Como eu ainda estava com elas nesta cidade depois do retiro de discernimento, nessa tarde da terça-feira 23 de outubro marcamos de ir a Missa juntas, na capela que as Irmãzinhas de Foucauld tinham a poucos metros de nossa casa", conta María Jesus. E continua explicando: "Para ir à capela decidimos fazê-lo segundo as normas de segurança que a embaixada nos havia dito: 'Sair sempre de dois em dois'. Por isso primeiro foram Caridade e Esther e cinco minutos depois saímos Lourdes e eu. Íamos a 100 metros de distância", conta María Jesus.
"Caridade e Esther viraram a rua e as perdemos de vista. Nesse momento se escutaram dois disparos. Instantes depois as pessoas começaram a correr e uma senhora nos meteu em sua casa. Ouvimos um choro e soubemos que um cristão tinha morrido. Subimos ao telhado da casa, de onde se via a capela das Irmãs de Foucauld e vimos os corpos do Cari e Esther jogados no chão", explica a irmã María Jesus com voz entrecortada e lágrimas nos olhos.
Ambas morreram. Irmã Caridade estava tocando a campainha da casa das Irmãs de Foucauld no momento do disparo, por isso seu corpo caiu sobre a porta. Ainda hoje se encontra o buraco da bala na entrada.
As irmãs Esther e Caridade são dois dos 19 missionários que perderam a vida entre 1994 e 1996 na Argélia, por isso sua causa de canonização está aberta conjuntamente. Em 1996 também foram assassinados o Bispo de Orán (Argélia), Dom Pierre Claverie e o seu motorista, devido à explosão de uma bomba que colocaram em sua casa.
Também morreram nessa onda de violência os monges trapenses, história em que se baseou o filme "De deuses e homens".
Irmã María Paz Martín, que durante os anos 90 ocupava cargos de responsabilidade dentro das Agostinianas Missionárias, contou as suas lembranças do Jubileu das Testemunhas de Fé do século XX, em 7 de maio do ano 2000 que o Papa João Paulo II convocou. "Impactou-me a homilia que explicava por que era necessário falar dos mártires. E explicava que eles são os maiores expoentes do ecumenismo e que os jovens têm que saber quanto a fé custou aos que nos precederam, é preciso fazer memória deles e documentada, explicava o Papa".
A irmã María Paz explica que o amor ao país e a seu povo que tiveram as religiosas Caridade e Esther e outros missionários que morreram em Argel "não se explica com a Sociologia ou a antropologia. Só é possível quando se faz um buraco no coração para o amor de Deus".
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