Deus lo vult!: “Para que os sinos voltem a badalar: «A Guerra dos Cristeros»” e mais 1 novidades
Posted: 05 Sep 2013 12:13 PM PDT
A fim de que os sinos voltem a tocar: este nobre propósito foi responsável por uma das mais gloriosas páginas da história da Igreja do século passado, infelizmente muito pouco conhecida pelos nossos contemporâneos, ao menos os de língua portuguesa. Com alegria, nós achamos que já se pode dizer: até agora.
Foi lançado pelas Edições Cristo Rei o livro do Enrique Mendoza Delgado, «A Guerra dos Cristeros» (Belo Horizonte, 2013), que é uma excelente introdução ao estudo do que aconteceu aqui ao lado, no vizinho México, há menos de um século atrás. Quando um governo maçônico e anti-clerical resolveu pôr em prática a perseguição oficial à Igreja Católica, tão louvada pelos livre-pensadores de então (e, por que não dizer?, também pelos dos nossos dias). Quando católicos simples pegaram em armas para defender os direitos de Deus e da Santa Madre Igreja. Quando o sangue dos mártires tingiu de rubro o solo mexicano. Quando os que lutavam sob os estandartes de Cristo Rei e da Santíssima Virgem tornaram-se invencíveis contra um inimigo mil vezes mais poderoso, e foram vendidos em acordos espúrios firmados em salões acarpetados antes de serem vencidos a sol aberto nos campos de batalha.
O livro de Delgado conta toda a história daqueles trágicos e heróicos acontecimentos, desde os antecedentes da Revolução até depois dos “acordos” que derrotaram os cristeros. Por se preocupar mais com a narração geral dos acontecimentos do que com os detalhes biográficos dos personagens, a leitura consegue ser leve e sucinta: as 134 páginas constituem uma agradável leitura para uma tarde. Enganar-se-ia, no entanto, quem julgasse que a obra é superficial. Muito pelo contrário: o colorido daquela história salta aos olhos do leitor a cada página, envolvendo-o com a narrativa e inflamando-o de amor à Igreja e àqueles tantos cristãos que, naqueles dias difíceis, levaram ao extremo aquela máxima neo-testamentária segundo a qual «importa obedecer antes a Deus do que aos homens» (Atos dos Apóstolos 5, 29).
O governo maçônico de Plutarco Elías Calles, a partir de 1925, «decidiu aplicar à risca a Constituição revolucionária de 1917» (op. cit., p. 16), com toda a perseguição à Igreja Católica que isso significava. Leigos, padres e bispos foram presos. Sacerdotes estrangeiros foram expulsos. Seminários e conventos foram fechados, bem como escolas católicas. Houve até uma tentativa de cisma com a fundação de uma Igreja Católica Apostólica Mexicana, graças a Deus fracassada. Mas foi em julho de 1926, com a “Lei Calles” que reformava o Código Penal e estabelecia sanções para cultos religiosos, que se deu a gota d’água. No dia 25 de julho de 1926, o episcopado mexicano publicava uma carta pastoral onde se lia que (op. cit., p.44)
(…) na impossibilidade de continuarmos exercendo o nosso ministério sagrado, depois de ter consultado nosso Santíssimo Padre Pio XI, ordenamos que, a partir do dia 31 de julho, se suspenda nos templos o culto público que exija participação do sacerdote.
Os sinos estavam mudos. O povo católico estava privado dos sacramentos.
O resultado foi desastroso. Calles não retrocedeu um milímetro e ainda ordenou que, após a suspensão dos cultos, as prefeituras tomassem os templos. Ainda se tentou uma resistência pacífica; no entanto, o anti-clericalismo do governo era demais para o povo católico simples. Sobre isso, fala Delgado:
Adiantando-se às decisões de seus chefes, e finalmente forçando-os a segui-los, seriam os católicos comuns que empreenderiam a resistência armada contra o perseguidor. Para eles, tudo estava claro; não entendiam nada de alta política, nem de diplomacia, nem de estratégias ou táticas. O assunto era bem simples: Deus estava sendo perseguido e sua Igreja era proscrita por um César tirânico e cruel; todos os homens tinham o dever de defender aquilo que os constituía, no mais profundo de seu ser, e que era a base de todas as outras liberdades: a liberdade de crer e de servir a Deus [op. cit., pp. 45-46].
As revoltas armadas começaram espontaneamente, nos povoados. Das associações de católicos que já há muito protestavam contra a injustiça das leis persecutórias – como a “Liga Nacional de Defesa da Liberdade Religiosa”, o Comitê de Defesa da Religião, posteriormente “União Popular”, a “Associação Católica da Juventude Mexicana”, dentre outras – vieram muitos soldados cristeros; outros tantos vinham dos campos, dos vilarejos, dos lugares onde a perseguição caíra sem que se apresentassem formas pacíficas de se lhe resistir. Um estudo de Jean Meyer, citado por Delgado, permite concluir que da Cristiada «participaram desde homens da costa até os que viviam nas montanhas, desde corajosos mestiços até pacíficos indígenas, desde filhos das famílias aristocráticas até os filhos do último peão da fazenda» (op. cit., p. 56). Na Guarda Nacional, no ejército cristero, os mexicanos estavam unidos em torno deste mesmo santo ideal: fazer com que os sinos das igrejas voltassem a badalar, conseguir que o culto a Deus voltasse a ser praticado livremente nas terras mexicanas, conquistar ao Governo o sagrado e inalienável direito de praticar a Religião Verdadeira. São impressionantes as vitórias que estes homens alcançaram, contra um exército em treinamento, número e armas muito mais poderoso do que eles:
Em Coalcomán, no dia 27 de julho de 1928, foram sitiados três regimentos do Exército, deixando sobre o campo mais de 1.500 cadáveres. Lançou-se uma contra-ofensiva com três regimentos, dois batalhões e artilharia, e os cristeros triunfaram novamente, provocando cerca de 1.000 mortes em seis meses. A proporção de baixas era surpreendente, e se devia, sobretudo, à tática dos cristeros, mas eles próprios atribuíam-nas, também, à Providência. Assim, Ramón Aguilar provocou cem baixas no 11º Regimento, contra duas no seu Regimento; Luis Navarro teve cinco baixas no combate de El Fresal, contra 189 baixas no Exército; Dionisio Ochoa, em Colina, perdeu quatro homens, contra a morte de 375 soldados do governo; Pedro Quintanar, em Arandas, perdeu 7 contra 145; Luis Navarro, em Ahijillo, matou 125 soldados sem perder um só homem, e em Coalcomán, perdeu dois contra 133 do inimigo; Ezequiel Mendoza teve em Tehuantepec somente uma baixa contra duzentas no Exército, etc. [op. cit., pp. 65-66]
Foram ao final vendidos, em acordos ingênuos firmados entre autoridades eclesiásticas e governantes perversos; e, após deporem as armas, foram massacrados pelo governo. Mas sempre tiveram a consciência de que lutaram ao lado do bem e da justiça, e o general da Guarda Nacional pôde escrever aos seus homens, ao dissolver o exército cristero, que «a Guarda Nacional não desaparece vencida por nossos inimigos, porém, na realidade, abandonada por aqueles que haveriam de receber, em primeiro lugar, o fruto valioso de seus sacrifícios e suas abnegações». E terminava: «Salve Cristo! Os que por Vós encontraremos a humilhação, o desterro e, talvez, a morte ignominiosa, vítimas de nossos inimigos; a Vós vos saudamos com nosso amor mais fervoroso e, uma vez mais, vos aclamamos Rei de nossa Pátria! Viva Cristo Rei!» [op. cit., pp 77-78].
Cerca de 30.000 mártires depois, assim terminava a grande Cristiada. As perseguições ainda se arrastaram por alguns anos, até que, em 1940, o México pôde encontrar «uma época de tolerância plena, que, com seus altos e baixos, tem mantido a liberdade “de fato” do povo católico para professar a fé» (op. cit., p. 85). Graças à luta e ao sangue daqueles que largaram o conforto de suas vidas para lutar pelos direitos da Igreja. Graças aos bravos cristeros que um dia se levantaram aos gritos de «¡Viva Cristo Rey!» contra um governo tirânico e perseguidor do Cristianismo.
Este livro das Edições Cristo Rei é uma obra para se ter em casa e para presentear os amigos. A edição traz ainda dois belos anexos, um com alguns artigos do Beato Anacleto González Flores e outro com fotografias da época. Isso, somado à beleza da história que Enrique Mendoza Delgado conta de modo tão envolvente, fazem dele uma preciosidade digna de ser conhecida e divulgada.
Pode ser adquirido a R$ 22,00 + frete no site da Editora.
Autor: Enrique Mendonza Delgado
Páginas: 134
Formato: 12cm x 18cm
Acabamento: Brochura
Capa: laminação fosca
Miolo: papel pólen de 80gr
Posted: 05 Sep 2013 09:54 AM PDT
A respeito de certa cena pró-aborto que a Globo recentemente transmitiu em uma sua novela, está primoroso este artigo da Dra. Elizabeth Kipman publicado na Gazeta do Povo. Antes de aparecerem por aí com comentários disparatados, melhor fariam as pessoas em se inteirarem devidamente a respeito do que é verdadeiro e do que é falso no que aparece “na telinha”. Para que não juntem à sua imoralidade já suficientemente repugnante a mais abjeta desonestidade intelectual.
Porém, consideremos: uma pessoa que quiser amputar sua própria mão sem ser por motivo de saúde não pode ser auxiliada pelo médico, que sofrerá severa punição se o fizer – apesar do risco que esta pessoa corre se insistir em fazer o ato de forma insegura. Mas, quando existe a ameaça da realização de um aborto provocado, o médico seria obrigado a fazê-lo?
Não existe um único médico católico no mundo que se recuse a fornecer cuidados básicos para uma mulher que tenha sofrido complicações por conta de um aborto provocado. Como não existe nenhum médico católico no mundo que se recuse, por exemplo, a ministrar os primeiros socorros a um ladrão que tenha sido ferido num tiroteio com a polícia. Isto não está sequer em discussão, e é verdadeiramente calhorda a empulhação que foi ao ar numa novela da Globo. Inventando uma história totalmente sem pé nem cabeça, a emissora apresenta as coisas como se a culpa das mulheres que morrem em conseqüência de abortos provocados fosse não delas próprias, que tentaram mutilar o próprio corpo a fim de matar o filho inocente que carregavam no ventre, mas sim da ficção totalmente inexistente de médicos religiosos se recusando a lhes prestar socorro uma vez que elas chegam nas emergências dos hospitais!
É uma lástima que mulheres morram na prática de abortos clandestinos? Sim, é, sem dúvidas. Mas se o governo se importasse realmente com estas mulheres, deveria fornecer-lhes todo o suporte possível (psicológico e financeiro) para que elas não precisassem matar os próprios filhos. No entanto, as pobres mulheres em situação de vulnerabilidade que – num momento de desespero – desejam recorrer ou recorrem ao aborto são utilizadas pelo Governo brasileiro como bucha de canhão para o avanço da agenda abortista no país. Depois disso, são descartadas.
Se a mesma quantidade de recursos e energia gastos para empurrar o aborto no Brasil fosse aplicada no auxílio verdadeiro a mulheres grávidas que não têm condições de ter os seus filhos, o (aliás já baixo) número de mulheres mortas por conta de abortos provocados no nosso país ia cair para zero. Para que se veja o quão hipócrita é a política governamental de “apoio” às mulheres grávidas, veja-se este artigo (com um vídeo) que o pe. Lodi publicou há algumas semanas no seu site. O testemunho é impressionante. Regiane foi estuprada e ficou grávida. Procurou fazer um aborto, e foi tratada a pão-de-ló pelos órgãos oficiais e oficiosos de “defesa da mulher”. Antes de fazê-lo, contudo, desistiu; e, por conta disso, o Governo rapidamente perdeu o interesse nela. Para ajudá-la a criar o seu filho, não apareceu ninguém que movesse uma palha em seu favor. Ouçamos o que ela diz:
Vim pra falar que Secretaria de Política para Mulheres não defende as mulheres, procurei o CEDIM no Rio de Janeiro [e] escutei delas que, por não optar pelo aborto, que eu tinha problemas porque eu queria. Porque meus problemas poderiam ter sido resolvidos. Como eu optei pela gravidez, eu estava com problemas por livre e espontânea vontade.
Isso, sim, é a realidade das mulheres brasileiras, isso deveria estar em horário nobre na televisão, para que os brasileiros de bem se indignassem com a patifaria que o Governo realiza com o dinheiro dos nossos impostos, empregando-o para assassinar crianças e deixando mães passarem necessidades. Isso é o que precisa ser mostrado. Não a ficção mentirosa que a Globo coloca nas suas novelas para, mentindo e enganando, minar a sã aversão que o povo brasileiro tem ao crime horrendo do aborto.
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