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    quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

    [Catolicos a Caminho] IGREJA NO MUNDO ACTUAL (05) DESEQUILÍBRIOS PESSOAIS, FAMI LIARES E SOCIAIS Som !

     

     

                           

     

                                                                                        (05)-DESEQUILÍBRIOS PESSOAIS, FAMILIARES E SOCIAIS !

     

    8. – Uma tão rápida evolução, muitas vezes processada desordenadamente e, sobretudo, a consciência mais aguda das desigualdades existentes no mundo, geram ou aumentam contradições e desequilíbrios.

    Ao nível da própria pessoa, origina-se com frequência um desequilíbrio entre o saber próprio moderno e o pensar teórico, que não consegue dominar o conjunto dos seus conhecimentos nem ordená-los em sínteses  satisfatórias.

    Surge também desequilíbrio entre a preocupação da eficiência prática e as exigências da consciência moral; outras vezes, as condições colectivas da existência e as exigências do pensamento pessoal e até da contemplação.

    Gera-se, finalmente, o desequilíbrio entre a especialização da actividade humana e a visão global da realidade.

    No seio da família, originam-se tensões, quer devido à pressão das condições demográficas, económicas e sociais, quer pelas dificuldades que surgem entre as diferentes gerações, quer pelo novo tipo de relações sociais entre os homens e mulheres.

    Grandes discrepâncias surgem entre as raças e os diversos grupos sociais; entre as nações ricas, as menos prósperas e as pobres;  finalmente, entre as instituições internacionais, nascidas do desejo de paz que os povos têm, e a ambição de propagar a própria ideologia ou os egoísmos colectivos existentes nas nações e em outros grupos.

    Daqui nascem desconfianças e inimizades mútuas, conflitos e desgraças, das quais o homem é simultaneamente causa e vítima.

    9. – Entretanto, vai crescendo a convicção de que o género humano não só pode e deve aumentar cada vez mais o seu domínio sobre as coisas criadas, mas também lhe compete estabelecer uma ordem política, social e económica, que o sirva cada vez melhor e ajude indivíduos e grupos a afirmarem e desenvolverem a própria dignidade.

    Daqui vem a insistência com que muitos reivindicam aqueles bens de que, com uma consciência muito viva, se julgam privados por injustiça ou por desigual distribuição.

    As nações em vias de desenvolvimento, e as de recente independência desejam participar dos bens da civilização, não só no campo político mas também no económico, e aspiram a desempenhar livremente o seu papel no plano mundial; e, no entanto,  aumenta cada dia mais a sua distância, e muitas vezes, simultaneamente, a sua dependência mesmo económica com relação às outras nações mais ricas e de mais rápido progresso.

    Os povos oprimidos pela fome interpelam os povos mais ricos.

    As mulheres reivindicam, onde ainda a não alcançaram, a paridade de direito e de facto com os homens.

    Os operários e os camponeses querem não apenas ganhar o necessário para viver, mas desenvolver, graças ao trabalho, as próprias qualidades; mais ainda, querem participar na organização da vida económica, social, política e cultural.

    Pela primeira vez na história dos homens, todos os povos têm já a convicção de que os bens da cultura podem e devem estender-se efectivamente a todos.

    Subjacentes a todas estas exigências, esconde-se, porém, uma aspiração mais profunda e universal : as pessoas e os grupos anelam por uma vida plena e livre, digna do homem, pondo ao próprio serviço tudo quanto o mundo de hoje lhes pode proporcionar em tanta abundância.

    E as nações fazem esforços cada dia maiores por chegar a uma certa comunidade universal.

    O mundo actual apresenta-se, assim, simultaneamente poderoso e débil, capaz do melhor e do pior, tendo patente diante de si o caminho da liberdade ou da servidão, do progresso ou do regresso, da fraternidade ou do ódio.

    E o homem torna-se consciente de que a ele compete dirigir as forças que o suscitou, e que tanto o podem esmagar como servir.

    Por isso se interroga a si mesmo.

     

    Nota. A Igreja, através do Concílio Vaticano II, nesta Constituição Pasroral, procurou ir ao encontro dos problemas mais actuais do homem do presente, tendo em conta, não só as transformações psicológicas, morais e sociais, como também, e de modo especial, os desequilíbrios pessoais, familiares e sociais com que eles se debatem, e considerando de maneira especial as aspirações mais universais do género humano, procurando chamar a atenção de toda a comunidade humana, especialmente religiosa, para a grande verdade  de que só Jesus Cristo pode dar uma resposta e uma solução à problemática humana, o que significa que é preciso fazer uma chamada à fé com uma correspondência nas atitudes humanas, contra a corrente avassaladora das heresias, e das práticas que ofendem a doutrina e a moral da Igreja.

    E desde o tempo em que se realizou o Concílio Vaticano II até agora, muitos dos desequilíbrios humanos se agravaram, pelo que já há quem proclame que se torna necessário, a breve praso, um novo Concílio, que vá ao encontro dos desequilíbrios das nossa sociedade.

     

                                                                            John  

                                                                            Nascimento

     

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    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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