(12)-CRISTO O HOMEM NOVO !
22. – Na realidade, o mistério do homem, só no mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente..
Adão, o primeiro homem, era efectivamente figura do futuro, isto é, Cristo Senhor.
Cristo, novo Adão, na própria revelação do mistério do Pai, e do seu amor, revela o homem a si mesmo e descobre a sua vocação sublime.
Não é por isso de admirar que as verdades acima ditas tenham n'Ele a sua fonte e n'Ele atinjam a plenitude.
"Imagem de Deus invisível"(Col.1,15), Ele é o homem perfeito, que restitui aos filhos de Adão semelhança divina, deformada desde o primeiro pecado.
Já que, n'Ele, a natureza humana foi assumida, e não destruída, por isso mesmo também em nós foi ela elevada a sublime dignidade.
Porque, pela sua encarnação, Ele, o Filho de Deus, uniu-se de certo modo a cada homem.
Trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano.
Nascido da Virgem Maria, tornou-se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, excepto no pecado.
Cordeiro inocente, mereceu-nos a vida com a livre efusão do seu sangue; n'Ele nos reconciliou Deus consigo e uns com os outros e nos arrancou da escravidão do demónio e do pecado.
De maneia que cada um de nós pode dizer com o Apóstolo : o Filho de Deus "amou-me e entregou-se por mim".(Gal.2,20).
Sofrendo por nós, não só nos deu exemplo, para que sigamos os seus passos, mas também abriu um novo caminho, em que a vida e a morte são santificados e recebem um novo sentido.
O cristão, tornado conforme à imagem do Filho que é o primogénito entre a multidão dos irmãos, recebe "as primícias do Espírito"(Rom.8,23), que o tornam capaz de cumprir a lei nova do amor.
Por meio deste Espírito, "penhor da herança"(Ef,1,14), o homem todo é renovado interiormente, até à "redenção do corpo".(Rom.8,23) :
- "Se o Espírito d'Aquele que ressuscitou Jesus de entre os mortos, habita em vós, Aquele que ressuscitou Jesus de entre os mortos dará também a vida aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita".(Rom.8,11).
É verdade que para o cristão é uma necessidade e um dever lutar contra o mal através de muitas tribulações, e sofrer a morte; mas, associado ao mistério pascal, e configurado à morte de Cristo, vai ao encontro da ressurreição, fortalecido pela esperança.
E o que fica dito, vale não só dos cristãos, mas de todos os homens de boa vontade, em cujos corações a graça opera ocultamente.
Com efeito, já que por todos morreu Cristo e a vocação última de todos os homens é realmente uma só, a saber, a divina, devemos manter que o Espírito Santo a todos dá possibilidade de se associarem a este mistério pascal por um modo só de Deus conhecido.
Tal é, e tão grande, o mistério do homem, que a revelação cristã manifesta aos que crêem.
E assim, por Cristo e em Cristo, esclarece-se o enigma da dor e da morte, o qual, fora do seu Evangelho, nos esmaga.
Cristo ressuscitou, destruindo a morte com a própria morte, e deu-nos a vida, para que, tornados filhos no Filho, exclamemos no Espírito : Abba, Pai.
Nota. E depois destas reflexões sobre Cristo, o homem novo, o Concílio já se pode debruçar em profundidade sobre a Comunidade Humana e sobre a índole comunitária da vocação humana, pois que foi para ela que Cristo deu à Igreja todos os poderes quando enviou os seus Apóstolos a ensinar todos os povos, baptizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, com a condição de que quem acreditar salvar-se-á e quem não acreditar, condenar-se-á.
Temos pois que ouvir a voz da Igreja através do seu Magistério e, com toda a humildade, dar o nosso testemunho de vida para que, na verdade Cristo, o homem novo, seja o modelo e a força para os homens de todos os tempos.
Nascimento
catolicosacaminho-unsubscribe@yahoogroups.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário