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    sábado, 26 de maio de 2012

    LEIAM ABAIXO


    Blogs e Colunistas
    Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)
    26/05/2012
    às 7:29

    LEIAM ABAIXO

    A CPI e o risco da pantomima autoritária da base aliada. Se for o caso, oposição tem de deixar comissão e denunciar o jogo fraudulento;
    A herança maldita de Haddad — Caindo aos pedaços, universidade gederal usa escola infantil para aulas;
    Em palestra, Haddad cai de boca no populismo e ataca empresários;
    Laranjal da Delta Construções também tem ramificações em SP;
    Rands, potencial beneficiário do golpe que PT nacional deu no PT de Recife, encontra-se com Lula;
    Inadimplência do consumidor voltou a subir em abril, revela BC;
    Egito: Candidato da Irmandade disputará com ex-aliado de Mubarak ;
    Ambientalistas, esses amantes da ditadura, criticam decisão do governo sobre Código Florestal;
    O salto triplo carpado hermenêutico-dialético para defender Mino Carta;
    BC atua de novo e dólar volta a fechar abaixo de R$ 2. Ué, como assim, Mantega?;
    Ultrarreacionários do ecologismo perderam. Vamos ver agora de quanto será a perda na produção. Ou: Dados errados do Incra prevalecem sobre os dados certos do IBGE;
    Dilma não faz o que querem os reacionários e aprova Código Florestal, mas com 12 vetos;
    Funcionário de Maria do Rosário resolve me agredir. Eu respondo. Ou: O caso do kit gay e dos travestis em sala de aula;
    Daqui a pouco…;
    O racha do PT de Pernambuco - Como sempre acontece no partido, para chegar às causas, siga o lixo!;
    Comissão da Verdade - Os arquivos demonstram o que Mino Carta fez em verões passados. Ou: O entusiasta da ditadura e da Oban;
    Lula, ora vejam, deixa claro ser ele o único líder do mundo mundial. E isso é pouco!!!;
    O Rio assiste ao renascimento da esquerda festiva e do miolo mole. O queridinho da vez é Marcelo Freixo, do mesmo partido que liderou o caos em São Paulo

    Por Reinaldo Azevedo
    26/05/2012
    às 7:15

    A CPI e o risco da pantomima autoritária da base aliada. Se for o caso, oposição tem de deixar comissão e denunciar o jogo fraudulento

    É grande o risco de a CPI do Cachoeira degenerar — ou voltar às suas origens no que concerne às intenções — numa pantomima autoritária. PT e PMDB se articulam para convocar o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), deixando de fora os governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). A justificativa vigarista, pilantra, para pegar trouxas mesmo, é que Cabral nem mesmo é citado nas gravações e que os indícios contra Agnelo seriam menos graves do que os contra Perillo. Esse é só o argumento da força contra a força do argumento; é a desculpa da maioria para intimidar a minoria.
    Que fique claro: dado o que circula até agora, acho, sim, que Perillo tem de ser convocado. Mas livrar a cara de Agnelo e Cabral é um acinte, que desmoraliza a comissão. Do mesmo modo, a articulação de peemedebistas e petistas contra a quebra de sigilo da Delta nacional é uma ofensa à inteligência dos brasileiros. Reportagens do jornal O Globo já demonstraram que a empresa tem um verdadeiro laranjal no Rio e em São Paulo. O deputado Odair Cunha (PT-MG) já havia afirmado que a quebra seria inevitável, mas, diante das pressões, recuou. O relator emitiu outro péssimo sinal quando, no não depoimento de Wladimir Garcez, formulou 19 perguntas tentando implicar o governador tucano e apenas uma sobre o governador petista. Uma desnecessidade! A maioria governista na CPI já é acachapante. O relator até pode se dar ao luxo da isenção. Mas ele preferiu, nesse caso, ser um petsita típico: “Estou aqui para pegar adversários, não para o bem do país”.
    Picaretagem
    HÁ UMA PICARETAGEM ESSENCIAL NESSAS DESCULPAS QUE AINDA NÃO FOI DEVIDAMENTE EXPLICITADA. A CPI não está ali apenas para ler relatórios da Polícia Federal e ouvir grampos, ora essa! Que sentido faria investigar só o que já foi investigado? Uma comissão DE INQUÉRITO pode e deve, como diz o nome, avançar. Ou não tem razão de ser. Qualquer pessoa razoavelmente informada sobre o assunto já percebeu que Carlinhos Cachoeira é só um braço, uma parcela, de um corpo bem maior chamado “Delta”. E, minhas caras, meus caros, ninguém neste Brasil é tão íntimo de Fernando Cavendish, como as fotos deixaram pateticamente claro, quanto Cabral.
    Não houvesse entre os dois amigos contratos que ultrapassam R$ 1 bilhão, boa parte sem licitação, ninguém estaria tentando xeretar relações privadas. E, é evidente, a venda da empresa a toque de caixa a um grupo que recebeu uma fabulosa injeção de dinheiro do BNDES é um escândalo em si. Cumpre agora só apurar a sua extensão e conhecer detalhes.
    Quanto a Agnelo, dizer o quê? Um de seus braços direitos caiu logo na segunda semana do escândalo. O esforço para fazer do petista apenas uma pobre vítima de chantagistas perversos é história da carochinha. Não obstante, os petistas decidiram blindar Agnelo, os peemedebistas decidiram proteger Cabral, e ambos decidiram preservar a Delta. Juntos, formam a maioria da CPI. A rigor podem convocar e livrar a cara de quem bem entenderem.
    Comissões de inquérito no Poder Legislativo, em todo o mundo democrático, são um instrumento a mais de que dispõe a minoria para vigiar e conter o governo — e o governismo. CPI da maioria contra a minoria está mais para regimes autoritários. Caso petistas e peemedebistas se juntem para proteger a Delta e seus respectivos governadores, resolvendo convocar apenas Perillo, não restará às oposições outra saída que não melar o jogo. Têm, a meu ver, de abandonar a CPI, denunciar a manipulação e acusar o ato político fraudulento. O deputado Odair Cunha reflita com cuidado. A única personagem politicamente inimputável do Brasil é Lula. Nenhum outro petista tem a mesma licença.
    A sessão administrativa em que essas coisas serão decididas ocorrerá na terça. Vai dizer se essa CPI tem salvação ou se vai se perder na politicagem mais rasteira. Qualquer decisão que não passe pela convocação dos três governadores e pela quebra do sigilo nacional da Delta merece ser qualificada de vigarista e de tentativa das forças do governismo de usar uma comissão de inquérito, que é uma prerrogativa do Poder Legislativo, para fazer a política partidária da pior espécie. Que façam, mas sob o signo da ilegitimidade, sem que a oposição seja cúmplice da pantomima.
    Por Reinaldo Azevedo
    26/05/2012
    às 7:01

    A herança maldita de Haddad — Caindo aos pedaços, Universidade Federal usa escola infantil para aulas

    Por Vanessa Correa, na Folha
    O portal de entrada destruído da Unifesp de Guarulhos já antecipa o que há lá dentro. Salas de aula abafadas, refeitório improvisado num galpão de madeira e 30 mil livros encaixotados por não haver lugar onde colocá-los. A falta de infraestrutura é tanta que parte dos 3.070 alunos da universidade federal são obrigados a assistir às aulas numa escola municipal vizinha ao campus. Um edifício novo prometido desde 2007 nunca saiu do papel.

    Alunos colocam faixas durante ocupação na Unifesp de Guarulhos; situação é precária (Foto: Joel Silva/Folhapress)
    Alunos colocam faixas durante ocupação na Unifesp de Guarulhos; situação é precária (Foto: Joel Silva/Folhapress)


    Por causa desse cenário, foram os alunos — e não os professores, como na maior parte das federais que estão sem aula no país — que decidiram entrar em greve. Eles estão parados desde 23 de março. Ontem, após mais de dois meses de greve, decidiram ocupar a Diretoria Acadêmica, como fizeram em 2007, na primeira greve. A situação na federal da cidade da Grande São Paulo expõe a falta de estrutura da rede nacional, uma das principais reclamações dos professores grevistas pelo país. “Estamos discutindo Hegel [filósofo alemão] e a molecada tá no recreio, fazendo correria do lado da sala. A aula fica insuportável”, diz o estudante Michael de Santana, 27.
    Quatorze salas do CEU (Centro de Ensino Unificado) do bairro de Pimentas são usadas todos os dias, à tarde e à noite, por 500 estudantes da Unifesp de Guarulhos. No local, além de biblioteca, telecentro e piscinas, funciona uma escola de ensino infantil que atende 700 crianças.
    A situação não melhora quando a aula ocorre no próprio campus, uma antiga escola técnica cedida pela prefeitura. “No verão é insuportável de quente, não tem ventilação e o prédio pega sol o dia inteiro”, afirma Michael. Outros alunos que preferiram não se identificar por medo de represálias reclamam dos mesmos problemas, além do refeitório “pequeno demais” e filas de até 40 minutos para tirar uma fotocópia. A falta de uma sala climatizada impede que a ilha de edição de vídeo obtida por um professor com a Fapesp (agência estadual de fomento à pesquisa) seja usada, reclama a estudante de Ciências Sociais Juliana Barros, 18.
    (…)
    Por Reinaldo Azevedo
    26/05/2012
    às 6:55

    Em palestra, Haddad cai de boca no populismo e ataca empresários

    Leia o que informa Bernardo Mello Franco, na Folha. O título do blog.
    Em palestra ontem a moradores da Vila Madalena (zona oeste), o pré-candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, atacou o setor da construção civil e disse que o empresariado brasileiro não acredita no país. “O empresário brasileiro é o primeiro a recuar diante de qualquer nuvem mais carregada. Ele é costumeiramente arredio a investir e acreditar no país”, afirmou.
    O petista disse que o governo será obrigado a elevar os gastos públicos para manter o crescimento na crise. “Como em 2008, o Estado vai ser convocado a realizar investimentos para manter o aquecimento da economia.” Haddad fez mais críticas ao comentar uma visita ao Secovi, o sindicato das empresas do setor imobiliário.
    Sem dar nome, ele disse que um dirigente da entidade preferiu silenciar a dar respostas sobre problemas em obras públicas na cidade. “Chegou um determinado momento em que eu fazia tanta pergunta que ele quase evocou a Constituição para garantir o direito ao silêncio. Ele não conseguia mais justificar”, relatou o petista.”Ele não queria mais falar do assunto, tamanho o constrangimento de me dar resposta.”
    Depois de ouvir queixas de donos de bares da Vila Madalena, reduto boêmio da capital paulista, Haddad chamou de de autoritário o prefeito Gilberto Kassab (PSD). “Não há discussão. É truculência, é autoritarismo”, afirmou. “Só tem um aspecto em que a gestão Kassab é democrática: é autoritarismo para todo mundo.” Uma das principais reclamações do setor é contra as regras do “Psiu”, que limitou os horários de funcionamento dos bares na cidade.
    (…)
    Por Reinaldo Azevedo
    26/05/2012
    às 6:51

    Laranjal da Delta Construções também tem ramificações em SP

    Por Maiá Menezes e Sérgio Roxo, no Globo:
    Além do Rio e Goiás, a rede de laranjas que recebia dinheiro da Delta, por meio do esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira, também tem ramificações em São Paulo. A empresa RCI Software e Hardware Ltda, que se favoreceu de um saque de R$ 196 mil, segundo investigação da Operação Monte Carlo da Polícia Federal, tem como sócio um desempregado que mora em uma casa simples da periferia da Zona Norte da capital paulista. Outras duas empresas da cidade aparecem como beneficiárias e o valor total dos saques chega a R$ 586 mil.
     Eufranio Ferreira Alves, de 65 anos, ficou surpreso ao ser informado que a RCI tinha ligação com o esquema de Cachoeira. “Eu não vi um centavo desse dinheiro. Estou passando por dificuldades”. A investigação da Operação Monte Carlo mostra que a RCI sacou R$ 196 mil da Alberto & Pantoja Construções e Transportes, capitalizada, segundo a Polícia Federal, com 99,9% de recursos da Delta Construções.
    Eufranio afirma não ter um emprego fixo desde 1995. Conta que vive de alguns bicos na área de contabilidade. De acordo com registro na Junta Comercial de São Paulo, ele é responsável por R$ 940.500 dos R$ 950 mil do capital social da empresa. Ele entrou na sociedade em março do ano passado. “Entrei para atender ao pedido de um amigo. Ele disse que o sócio estava saindo da sociedade e aceitei entrar para ajudar. O combinado era ficar só por três meses.”
    O amigo se chama Waldomiro Oliveira. Eufranio informou o telefone do amigo, mas as ligações para o número não completam. Perguntado se acabou virando laranja no episódio, o desempregado respondeu: “Com certeza”. Pelo registro na Junta Comercial, a RCI deveria funcionar em uma sala comercial na região da Avenida Paulista. Mas no endereço, há apenas um escritório de advocacia e uma associação que representa passageiros de companhias aéreas. Uma funcionária diz que sempre chegam cartas para a RCI, que são devolvidas para o correio.
    Por Reinaldo Azevedo
    26/05/2012
    às 6:49

    Rands, potencial beneficiário do golpe que PT nacional deu no PT de Recife, encontra-se com Lula

    Na Folha Online:
    Um dia após a Direção Nacional do PT anular as prévias que definiriam quem será o candidato do partido à Prefeitura de Recife, o pré-candidato Maurício Rands buscou ontem apoio do maior líder da sigla, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O partido decidiu fazer nova votação no dia 3 de junho, após divergência sobre o número de filiados aptos a votar. Rands disputa a indicação com o atual prefeito, João da Costa.
    O encontro, pedido por Rands, ocorreu em São Paulo, no Instituto Lula, ONG mantida pelo ex-presidente. Rands não revelou o teor da conversa, mas disse ter saído satisfeito. “Ele [Lula] está achando que tem solução [para a situação em Recife].” O deputado federal licenciado e secretário de Governo de Pernambuco conta com apoio de líderes do PT, como o senador Humberto Costa (PT-PE). Ele tem ainda a bênção do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), cuja legenda é cortejada pelo PT para apoiar a candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo.
    (…)
    Por Reinaldo Azevedo
    26/05/2012
    às 6:47

    Inadimplência do consumidor voltou a subir em abril, revela BC

    Por Maeli Prado, na Folha:
    A inadimplência aumentou em três das quatro categorias de financiamento ao consumidor monitoradas pelo Banco Central no mês passado, com destaque para os calotes nos empréstimos para a compra de veículos. O cenário reflete, na avaliação de especialistas, o elevado comprometimento dos salários — em março, 22,3% da renda das famílias era direcionada todos os meses para o pagamento de dívidas.
    O pico do indicador ocorreu em outubro de 2011, quando esse percentual foi de 22,4% (era de 15,5% em janeiro de 2005). Os dados mostram que quase 6% do total financiado para carros não foi quitado no mês de abril. No crédito pessoal a inadimplência subiu de 5,3% em março para 5,5% em abril. Em aquisições de outros bens, o aumento do calote foi de 12,9% para 13,4%. “Houve alta quase generalizada da inadimplência”, observou Mariana Oliveira, da consultoria Tendências. “É preocupante. Já esperávamos um alívio do calote, pois renda e emprego estão bem.”
    Para o economista Wermeson França, da LCA, a situação é consequência do alto montante de financiamentos já tomados pelo consumidor: “Os estímulos só devem ter reflexo mais para a frente, quando o efeito desse comprometimento se dissipar”. Na opinião de Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC, a tendência é de desaceleração da inadimplência: “No caso de veículos, a inadimplência reflete o boom do crédito em 2010. A postura mais conservadora dos bancos é importante para melhorar a qualidade do crédito”, disse o economista. Os dados mostraram também que as novas concessões de crédito cresceram 6% por dia em abril ante março (8,1% no caso de consumidores, e 4,6% no caso de empresas).
    (…)
    Por Reinaldo Azevedo
    26/05/2012
    às 6:43

    Egito: Candidato da Irmandade disputará com ex-aliado de Mubarak

    Por Marcelo Ninio, na Folha:
    A fase decisiva da primeira eleição livre da história do Egito deverá ser um confronto entre duas forças extremas que polarizaram o país nas últimas décadas: o islã político e a elite secular alinhada com o Exército. Segundo a apuração dos votos divulgada pela imprensa egípcia, os finalistas são Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, e o ex-comandante da Aeronáutica Ahmed Shafiq, último premiê do ditador Hosni Mubarak. O resultado oficial sai apenas na terça-feira.
    Candidato do partido Liberdade e Justiça, braço político da Irmandade Muçulmana, Mursi ficou em primeiro, com 25% dos votos, desmentindo as pesquisas. Shafiq, ainda segundo apuração da mídia egípcia, teve 24%, e irá ao segundo turno em 16 e 17 de junho. Em terceiro, com desempenho surpreendente sobretudo no Cairo, ficou o socialista Hamdin Sabahi (22%), o preferido de grande parte dos ativistas que se reuniram no ano passado na praça Tahrir, levando à queda de Mubarak. Tiveram desempenho decepcionante o dissidente da Irmandade Abdel Fotouh (18%) e o ex-secretário-geral da Liga Árabe Amr Moussa (11%), que era apontado como favorito.
    DUELO
    O duelo que definirá o sucessor de Mubarak, hoje preso e aguardando julgamento, será disputado entre duas forças distantes do ideal que deflagrou a revolta contra o ex-ditador e promete polarizar ainda mais o Egito. “É o pior cenário possível”, disse Ahmed Khairy, porta-voz dos Egípcios Livres, partido liberal criado após a queda de Mubarak, há 15 meses. Em entrevista ao jornal estatal “Al Ahram”, Khairy descreveu Mursi como um “fascista islâmico” e Shafiq como um “fascista militar”. Na largada para a campanha para o segundo turno, porém, os dois finalistas tentaram afastar as acusações, reivindicando o papel de defensores da revolução.
    (…)
    Por Reinaldo Azevedo
    25/05/2012
    às 21:03

    Ambientalistas, esses amantes da ditadura, criticam decisão do governo sobre Código Florestal

    É impressionante! Ainda preciso me ocupar mais detidamente do assunto. Mas eu não tenho dúvida de que os ditos ecologistas são os totalitários da nova era. Afinal, eles dizem, a causa é boa. E quando é que os ditadores assumiam que sua causa era ruim? Prometo voltar ao tema. Alguns coronéis de causas ambientais reclamaram da decisão de Dilma. Leiam o que vai abaixo. Volto em seguida.
    Na Folha Online:
    Organizações ambientalistas criticaram a decisão do governo sobre o Código Florestal de vetar apenas parte do projeto. Nesta sexta-feira (25), o governo anunciou que foram vetados 12 pontos do projeto aprovado pelo Congresso.
    Para a WWF Brasil, o país corre o risco de sofrer um retrocesso legislativo pelo fato da presidente Dilma Rousseff não ter vetado o texto integralmente. “O projeto aprovado no Congresso é fruto de um processo legislativo tortuoso, feito para atender apenas a uma parcela da sociedade que quer ampliar as possibilidades de desmatamento e anistiar quem desmatou ilegalmente”, afirma a secretária-geral da organização, Maria Cecília Wey de Brito. Segundo ela, o Brasil pode chegar ao encontro Rio+20 com um discurso e uma prática incompatíveis. A reunião para a questão ambiental acontece em junho no Rio de Janeiro. “Fora os impactos à credibilidade e à liderança do Brasil no cenário global, poderemos sofrer barreiras comerciais por seguir crescendo de forma insustentável.”
    Já o coordenador de campanhas do Greenpeace, Márcio Astrini, criticou a falta de detalhamento dos vetos e modificações do Código Florestal. As alterações serão editadas através de Medida Provisória, que deverá ser publicada e detalhada com os vetos no “Diário Oficial” de segunda-feira (28). “O Brasil dorme hoje sem saber qual é o seu Código Florestal, qual o texto que vai ser alterado pela caneta da Dilma”, afirmou. Segundo ele, as mudanças feitas pelo governo não são satisfatórias para a recuperação das matas ciliares. “Não houve nenhum anúncio que possa garantir que essa recuperação seja eficiente e vá assegurar a recuperação do meio ambiente”, disse.
    (…)
    Voltei
    Desafio a dona Maria Cecília Wey de Britto, da inglesa WWF, a demonstrar o que houve de errado com o processo legislativo. Quanto à liderança na “Rio+20″, o Reino Unido não topa esse papel, não? Ou, então, a Holanda, do Greenpeace?
    Você notaram uma coisa comum no discurso das duas expressões nativas dessas entidades estrangeiras? A moça parece achar que o Poder Legislativo não tem legitimidade para votar um código, e o rapaz entende que a presidente não a tem para aplicar vetos e mudanças. Então quem tem? Ora, a resposta é simples: a WWF e o Greenpeace. Eles substituem os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
    No caso do Greenpeace, eles também partem para a ação direta, como se sabe, com ações que beiram o terrorismo.
    Por Reinaldo Azevedo
    25/05/2012
    às 19:33

    O salto triplo carpado hermenêutico-dialético para defender Mino Carta

    Eu fico sinceramente comovido com a bondade de muitas pessoas (sem cinismo!) ou com o salto triplo carpado hermenêutico-dialético de outros tantos (aí com algum cinismo) que me pedem para considerar a hipótese de que o servilismo de Mino Carta ao governo militar, naqueles tempos em que ele era o ditador da VEJA, era uma forma oblíqua, disfarçada e inteligente de denunciar o regime… Talvez ele próprio acredite nisso porque não se é Mino Carta sem uma dose cavalar de autoengano. Mas é falso! Era mesmo gosto de servir, conforme demonstrarei em outros posts. Há coisas ainda mais eloquentes. É que dá algum trabalho selecionar a imagem e coisa e tal. Aguardem.
    Eu não ligo que recuperem as coisas que escrevi, mesmo quando estive errado. Reitero: a censura impunha severas restrições às críticas, mas não prendia ninguém por não elogiar, entenderam? E não! Ele não é o único que tentou apagar a biografia de colaboracionista com a adesão a teses de esquerda quando isso rende patrocínio estatal. Ele é apenas a menor distância entre o pensamento independente e o seu oposto.
    Por Reinaldo Azevedo
    25/05/2012
    às 18:28

    BC atua de novo e dólar volta a fechar abaixo de R$ 2. Ué, como assim, Mantega?

    No Estadão Online. Volto em seguida.
    O dólar voltou a fechar abaixo do patamar de R$ 2 nesta sexta-feira, após cinco sessões sendo negociado acima deste nível. A moeda encerrou em queda de 1,87%, cotada a R$ 1,9980, após uma nova atuação do Banco Central (BC). Com a queda de hoje, a divisa norte-americana reduziu as altas acumuladas em maio e em 2012 para 4,83% e 6,90%, respectivamente. Na semana, o moeda perdeu 1,089%.
    Com a retomada da aversão ao risco e alta do dólar ante o euro no exterior, o BC nem esperou o mercado à vista de câmbio abrir e realizou nesta manhã, das 10h às 10h15, uma oferta de US$ 2 bilhões em contratos de swap cambial - que equivale à venda da moeda no mercado futuro. Com o aumento das incertezas na Europa, os investidores têm procurado segurança na moeda americana, o que provoca a sua valorização ante as outras divisas.
    Para o Brasil, o agravemento da crise e a alta do dólar significam fuga de investimentos estrangeiros no País. Dados preliminares de maio mostram queda na entrada de investimento produtivo, saída de estrangeiros da Bolsa e a redução da oferta de crédito para as empresas no exterior.O Banco Central afirma que são movimentos pontuais e não há motivos para preocupação. Analistas, porém, dizem que é preciso ter cuidado.
    Projeção do BC aponta para entrada de US$ 3 bilhões em maio, redução de 36% ante abril e valor 24% menor que em maio do ano passado. Confirmado, será o menor valor desde janeiro de 2011.
    Comento
    Como assim, ministro Guido Mantega? Faz uma semana, e Vossa Excelência parecia exultante com a disparada do dólar, que considerou positiva para a indústria nacional e as exportações. Até o censurei aqui, afirmando que a fala era um tantinho irresponsável, já que uma coisa é ter uma política evite a sobrevalorização do real; outra, muito distinta, é aplaudir esses solavancos, como fez o ministro.
    Pelo visto eu estava certo, não é? Ou o BC deixaria o dólar ir para as alturas, já que isso seria bom “para a indústria e para as exportações”, certo?
    Por Reinaldo Azevedo
    25/05/2012
    às 18:10

    Ultrarreacionários do ecologismo perderam. Vamos ver agora de quanto será a perda na produção. Ou: Dados errados do Incra prevalecem sobre os dados certos do IBGE

    Bem, vamos lá. Não sei ainda — e ninguém sabe — qual seria o Código Florestal ideal para o Palácio do Planalto. Para tanto, seria preciso ter todos os detalhes do veto e o texto da MP. Ainda não há. A questão principal, parece, diz respeito à recuperação de áreas às margens dos rios. Uma coisa, no entanto, é certa: Dilma não atendeu aos reclamos dos pilotos de pterodáctilos, que cobravam que o código fosse para o lixo. A presidente fez 12 vetos e introduziu 32 alterações de texto. As lacunas legais que se abrem serão preenchidas com a Medida Provisória. Tudo isso terá de ser negociado no Congresso, que conserva o poder de veto, é bom que fique claro — embora eu ache que não será usado.
    De saída, uma questão relevante. O governo, por ingenuidade ou truque — alguém ali tem o direito de ser ingênuo? —, trabalhou com uma área de produção falsa, que é aquela endossada pelo Incra. Segundo o instituto, haveria 599 milhões de hectares no Brasil dedicados à produção. Quem dera! Não teríamos mais onde estocar alimentos! É um número estupidamente falso. O próprio IBGE — o governo reconhece o IBGE, não? — trabalha com outro número. A agropecuária ocupa, no Brasil, 329.941.393 de hectares; desse total, 98.479.628 são áreas de preservação dentro das propriedades. Sim, vocês entenderam direito: os proprietários rurais brasileiros preservam 29,84% das terras que constam, oficialmente, como destinadas à agropecuária. Como o Brasil tem 851 milhões de hectares, isso significa que agricultura e pecuária ocupam apenas 27,2% do território brasileiro (231.431.765 milhões de hectares). Estudos mais recentes falam em 27,7%. Essa é a verdade.
    Assim, há um erro essencial nessa história. Por que falsear a realidade, eu me pergunto? Porque tomar determinadas decisões fica parecendo coisa menos absurda. Adiante.
    Que Dilma vetaria trechos do texto, isso era certo como a luz do dia. Tem de piscar para a turma do “Rio+20″ que vem por aí. Sim, haverá — e isto é o fim da picada — redução da área de produção no país. Será inferior àquela que haveria se o texto tivesse saído conforme pediam os ecologistas reacionários, que dizem gostar do planeta e que, inequivocamente, detestam gente. Mas haverá, por exemplo, uma escala para a recomposição das margens de rios, conforme se lê no post anterior. A decisão, em relação ao que queriam os aloprados, protege os pequenos proprietários.
    É preciso conhecer o conteúdo da MP para ter clareza sobre a medida. Os ultrarreacionários da ecologismo perderam. O texto não foi vetado. Vamos ver agora de quanto será a perda da produção.
    Por Reinaldo Azevedo
    25/05/2012
    às 18:04

    Dilma não faz o que querem os reacionários e aprova Código Florestal, mas com 12 vetos

    Por Fabiano Costa e Priscilla Mendes, do Portal G1. Comento no próximo post.
    A presidente Dilma Rousseff fez 12 vetos e 32 modificações ao novo Código Florestal, informaram nesta sexta-feira (25) os ministros da Advocacia Geral da União (AGU), do Meio Ambiente, da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário.
    O objetivo dos cortes e mudanças no texto aprovado no Congresso, de acordo com o governo, é inviabilizar anistia a desmatadores, beneficiar o pequeno produtor e favorecer a preservação ambiental. Os vetos ainda serão analisados pelo Congresso, que tem a prerrogativa de derrubá-los.
    O veto é parcial em respeito ao Congresso Nacional, à democracia e ao diálogo com a sociedade. Foi motivado, em alguns casos, pela segurança jurídica. Em outros, pela inconstitucionalidade” Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente
    O prazo para sanção do texto, que trata sobre a preservação ambiental em propriedades rurais, vencia nesta sexta. Para suprir os vácuos jurídicos deixados com os vetos, a presidente Dilma Rousseff vai assinar uma medida provisória que será publicada na segunda-feira (28) no “Diário Oficial da União” juntamente com o Código Florestal, informou o ministro da AGU, Luís Inácio Adams.
    “São 12 vetos, são 32 modificações, das quais 14 recuperam o texto do Senado Federal, cinco respondem a dispositivos novos incluídos e 13 são adequações ao conteúdo do projeto de lei. Uma medida provisória deverá ser publicada em conjunto com a publicação dos vetos na segunda-feira”, afirmou Adams.
    No Congresso, ministros de Dilma participaram das discussões para o texto aprovado no Senado. No entanto, o projeto foi modificado na Câmara em uma derrota imposta ao governo pela bancada ruralista.
    Artigo vetado
    Entre os artigos vetados está o que aborda a recuperação de matas em Áreas de Preservação Permanente (APPs), que são os locais vulneráveis, como beira de rios, topo de morros e encostas. O tema foi um dos mais polêmicos durante a discussão no Congresso.
    O primeiro texto aprovado na Câmara previa redução dos atuais 30 metros para 15 metros de recuperação de mata para propriedades com rios de largura de até 10 metros, mas deixava a cargo dos estados a possibilidade do que poderia ser plantado em APPs. Depois, o Senado voltou a alterar para obrigar a recomposição em pequenas propriedades em até 20% da propriedade e estabeleceu recuperação de 30 metros e no máximo de 100 metros para propriedades maiores do que quatro módulos fiscais - o módulo varia entre estados de 20 a 440 hectares.
    Quando o texto voltou à Câmara, o relator do projeto de reforma do Código Florestal, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), retirou os percentuais mínimos de recuperação das APPs e deixou a cargo dos estados a faixa de recomposição. Isso era interpretado como uma possível anistia a desmatadores, porque poderia liberar quem suprimiu vegetação de recuperar as matas. Em razão disso, o artigo foi vetado pela presidente Dilma.
    Pela proposta nova do governo, voltam as faixas de recuperação, sendo que cada tamanho de propriedade terá uma faixa diferente. Para propriedades de até 1 módulo, serão 5 metros de recomposição, não ultrapassando 10% da propriedade. Para propriedades de um a dois módulos, a recomposição é de 8 metros, até 10% da propriedade. Os imóveis de dois a quatro módulos terão de recompor 15 metros, não ultrapassando 20% da propriedade. Acima de quatro módulos, a recuperação deve ser entre 30 metros e 100 metros.
    “Os grandes têm grande extensão de propriedade e têm condição de recuperar todas as áreas de preservação permanente”, destacou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
    Segundo a ministra do Meio Ambiente, 65% do total de imóveis rurais no Brasil têm até 1 módulo fiscal e ocupam apenas 9% da área agrícola do país. As propriedades com mais de 10 módulos rurais, por sua vez, representam 4% do total de imóveis do país, e ocupam 63% do área produtiva agrícola.
    O Código não é dos ruralistas nem dos ambientalistas, é o código dos que têm bom senso” Mendes Ribeiro, ministro da Agricultura
    Motivos dos vetos
    Izabella Teixeira destacou que a insegurança jurídica e a inconstitucionalidade levaram aos 12 vetos. Ela falou que o objetivo foi também “não anistiar o desmatador, preservar os pequenos e responsabilizar todos pela recuperação ambiental”.
    “O veto é parcial em respeito ao Congresso Nacional, à democracia e ao diálogo com a sociedade. Foi motivado, em alguns casos, pela segurança jurídica, em outros pela inconstitucionalidade.”
    “O Código não é dos ruralistas nem dos ambientalistas, é o código dos que têm bom senso”, completou o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro.
    Para o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, “não vai haver anistia” com o novo Código Florestal.
    “Estamos dizendo que não vai haver anistia para ninguém, todos terão que contribuir para a recomposição de áreas de preservação permanente que foram utilizadas ao longo dos anos, mas estamos dizendo que essa recomposição vai levar em consideração proporcionalmente o tamanho da propriedade. Estamos estabelecendo um princípio de justiça.”
    (…)
    Por Reinaldo Azevedo
    25/05/2012
    às 16:59

    Funcionário de Maria do Rosário resolve me agredir. Eu respondo. Ou: O caso do kit gay e dos travestis em sala de aula

    Alexandre Vidal Porto é um diplomata atualmente lotado, é assim que se diz?, na Secretaria Nacional de Direitos Humanos. É aquela pasta de Maria do Rosário. Maria do Rosário é aquela ministra que considera descabido debater direitos humanos em Cuba. A sua frase, que entra para o lixo da história, é esta:
    “A marca de Cuba não é a violação de direitos humanos, e sim ter sofrido uma violação histórica, o embargo americano”.
    Vidal Porto é, portanto, um funcionário público, que exerce um cargo de governo — o que, entendo, lhe impõe algumas restrições ditadas pelo decoro quando participa do debate público. Também é militante gay — mas contra “a caricatura”. Sei. E isso, claro!, é um direito seu. Pois bem. Esse senhor me envia o seguinte comentário:
    “Quanto mais leio o que você escreve, mais apelativo e oportunista o acho. Seus raciocínios são distorcidos e simplórios. Como não quero crer que você seja burro, acho que se trata mesmo de má-fé, que você utiliza para manipular a cambada de — estes sim — ignorantes que elogiam em comentário as tolices virulentas que você escreve.”
    Volto
    Alexandre, Alexandre, quae te dementia cepit?, para repetir aquele pastor que resolveu se engraçar com um efebo… Comigo, não, violão!
    Nesse tipo de coisa, rapaz, é preciso ter a vara mais longa na hora de cutucar. Pois eu acho que você, apesar da pose de pensador alternativo, é burro e de má-fé. Logo, o meu juízo a seu respeito é pior do que o seu a meu. Entendeu?
    Vamos ver por que ele está bravo comigo. Reproduzi no clipping, anteontem, trecho de reportagem da Folha que trata do encontro do petista Fernando Haddad, candidato à Prefeitura de São Paulo, com a militância gay do PT.  A reportagem informa:
    “o grupo propõe uma campanha de incentivo a professores transgêneros nas salas de aula, além da adoção do kit gay (…)”
    Dei o seguinte título para o post:
    “Haddad se encontra hoje com militância gay do PT: ela quer ‘kit gay’ nas escolas e travestis dando aula”
    Vidal Porto resolveu saltar das tamancas. Ele poderia dizer o que há de errado com o título, mas não diz. O texto, por óbvio e como se informa, não é meu. Mas, suponho, ele acha que eu deveria aderir à mesma linguagem militante a que ele aderiu e chamar “travesti” de “transgênero”. Não vou! A palavra não foi incluída na mais recente edição do “Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa”.
    Ele ficou irritado porque puxei para o título o que é a essência da notícia. Desde que Haddad se fez candidato, tenta driblar esse tema. Autorizou o kit gay quando ministro, começou a distribuí-lo e agora nega a responsabilidade. A dita “comunidade gay”, da qual Vidal faz parte, nunca se conformou com isso. O que este senhor não suporta é a clareza.
    Mas volto a seu comentário malcriado. “Quanto mais leio o que você escreve…” Então me lê? É uma obsessão? Fá-lo por algum prazer mórbido? Procure o texto de um outro já que a obra deste escriba não o satisfaz, ora essa! Como naquele bolero de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, cantarolo pra você, Vidal:
    Que queres tu de mim
    Que fazes junto a mim
    Se tudo está perdido amor
    Que mais me podes dar
    Se nada tens a dar
    Que a marca de uma nova dor

    Eu nunca o li, por exemplo. A gente pode manter uma relação que, no Itamaraty, chamariam de “reciprocidade”. Que tal, hein? Você faz comigo o que eu faço com você. Huuummm? Eu não o leio, você não me lê?
    Meus raciocínios são “distorcidos e simplórios”? É mesmo? E os seus são os de um militante, que acredita que os que não comungam de suas teses ou não pensaram o suficiente ou são movidos a má-fé — o que é um juízo tipicamente totalitário.
    Quanto a chamar os leitores deste blog de “cambada”… Eles terão com você a elegância que você não teve com eles.
    Deixe que lhe diga algumas coisas, rapaz: eu e meus leitores, pouco importa o que pensemos (e cada um pensa por si mesmo), não o fazemos patrocinados pelo dinheiro público. Faltam-lhe, para ser um servidor do estado, moderação, isenção, equilíbrio e vergonha na cara. Eu sou um dos milhões de brasileiros que pagam o seu salário, seu bobalhão! Dobre a sua língua! Na sua função, é uma obrigação respeitar o ponto de vista de todos os brasileiros, guardados os parâmetros da legalidade. Numa república verdadeiramente democrática, esse seu comentário deveria lhe render demissão sumária. Mas não na Repúbica dos Companheiros, que abriga a boçalidade militante, a sua inclusive.
    De fato, não sou burro. Mas você é. Por que não usa a sua fúria contra a sua chefe, essa grande defensora de Cuba, aquele país que perseguiu e persegue os homossexuais, como você? Esqueça este Reinaldo e vá ler outro, o Arenas.
    Eu vou lhe dizer por que você não o faz: porque é covarde; porque não tem coragem de ir à luta; porque prefere ser um militante de uma causa abrigado no conforto que lhe confere o estado.
    Sei bem qual é a sua. Você tem uma agenda. E prefere que ela vá sendo aplicada à socapa, na base de eufemismos. O fato é que um grupo do partido ao qual você presta vassalagem quer o kit gay nas escolas — com todos os seus absurdos, dos morais aos pedagógicos, passando pelos matemáticos — e travestis (sim!) dando aula. É a palavra que está disponível no “Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa”. Ou, em breve, assistiremos a uma edição extra, revisada por Vidal Porto?
    Não posso obrigá-lo a não me ler, é claro! Mas fica aqui o convite, com sugestão de trilha sonora. E convido-o também a ler o Código de Conduta dos servidores públicos. Aprenda a ser mais decoroso com o dinheiro público, rapaz! E melhor fará se me tirar do seu radar. Até porque nem me assusto nem me intimido com militância organizada. Na verdade, isso até me anima.
    Comentários — Atenção, minha querida “cambada”. Nada de chutar os países baixos de Vidal Porto. Vamos incentivá-lo a procurar páginas na Internet que satisfaçam seus anseios.
    Por Reinaldo Azevedo
    25/05/2012
    às 15:37

    Daqui a pouco…

    … resposta a um funcionário público, militante de uma causa, que se acha no direito de ofender cidadãos que pagam seu salário. Ele está lotado lá na Secretaria Nacional de Direitos Humanos.
    Por Reinaldo Azevedo
    25/05/2012
    às 13:01

    O racha do PT de Pernambuco – Como sempre acontece no partido, para chegar às causas, siga o lixo!

    A direção nacional do PT anulou as prévias do partido feitas para decidir quem será o candidato à Prefeitura de Recife. O atual prefeito, João da Costa, venceu Maurício Rands, que acusa irregularidades na composição do colégio eleitoral (ler posts abaixo). O comando do PT nega que tenha havido fraude, mas cancelou o processo mesmo assim, o que é fabuloso.
    Quem encostar o peito no coração do PT de Recife vai entender direitinho o PT nacional. De cabo a rabo. O ex-prefeito por dois mandatos João Paulo fez o seu sucessor em 2008, João da Costa, contra a vontade de lideranças graúdas do estado — o atual senador Humberto Costa entre eles. Poucos meses depois, criador e criatura estavam rompidos. Na origem, como é frequente no PT desde os primórdios, estava uma empresa de coleta de lixo. É incrível como petismo e lixo costumam se estreitar num abraço insano.
    Quando Costa assumiu, o contrato com a empresa Qualix, que fazia o serviço desde 1985, estava vencendo. Ele prorrogou emergencialmente o contrato para ter tempo de fazer nova licitação. O problema, e aí a convivência com o ex começou a desandar, é que resolveu dar uma xeretada nos valores. O que circulou nos meios políticos da cidade é que não gostou muito do que viu. Havia o que poderia se chamar, como direi?, sobrepreço… Depois de um barafunda legal,  a coleta terminou com a Queiroz Galvão. A partir daí, a cúpula do PT — João Paulo, o antecessor; Humberto Costa e Maurício Rands — começa o trabalho sistemático de desestabilização do “companheiro”.
    De fato, a popularidade de João da Costa não anda lá essas coisas. Não é exatamente o preferido do governador Eduardo Campos (PSB) e enfrenta a oposição interna aberta dos petistas graúdos, embora todos eles tenham aliados e cupinchas pendurados na Prefeitura. Há até rancores que nascem de assuntos mais subalternos, como a negativa do prefeito de demitir uma certa funcionária que havia sido contratada em razão de talentos extracurriculares de que desfrutava um figurão do partido. Quando o casal rompeu, o gajo pediu a cabeça da moça. O prefeito não entregou. Por que não dou nomes? Porque sei que é verdade, mas não posso provar. Por que conto mesmo assim? Porque envolve dinheiro público. Sigamos.
    É evidente que João da Costa tinha o direito natural de disputar a reeleição, a exemplo do que acontece com todos os que estão em primeiro mandato. A justificativa oficial para haver a troca é a sua impopularidade, que não é maior do que era a de João Paulo ao fim do primeiro mandato, e ninguém tentou defenestrá-lo por isso. A briga, que começou no lixo, se estendeu a outros interesses envolvendo os grupos petistas na cidade.
    Rands ganhou uma pasta no governo de Eduardo Campos, que não esconde a simpatia por seu nome e dá a entender que a frente que mantém com o PT pode se desfazer na cidade caso o candidato seja mesmo João da Costa. Rands tentou impugnar alguns delegados na votação das prévias, que obtiveram na Justiça o direito de votar. Ele acusa, então, o adversário interno de ter “judicializado” a disputa, atropelando a instância partidária. Vocês sabem, né? Para o PT, o partido está acima do Poder Judiciário…
    Então se chegou a esta situação esdrúxula: queimado desde sempre muito cedo com os caciques do partido em razão do… lixo!, João da Costa passou a ser hostilizado. Tentaram convencê-lo a desistir da disputa e entregar de mão beijada da vaga a Rands, candidato da cúpula do PT de Pernambuco, do PT Nacional e de Campos. Ele se negou a ir para o sacrifício e decidiu disputar as prévias. Venceu. A direção do PT nega que tenha havido fraude, mas cancelou o processo mesmo assim. Se for legal, cancelou por quê?
    Desde as primeiras administrações municipais petistas, uma pista continua válida para chegar ao coração do partido: siga o lixo!
    PS: No debate das prévias, sobrou baixaria para todo lado. A única coisa que os petistas deixaram de debater foram os problemas de Recife.
    Por Reinaldo Azevedo
    25/05/2012
    às 6:19

    LEIAM ABAIXO

    Comissão da Verdade — Os arquivos demonstram o que Mino Carta fez em verões passados. Ou: O entusiasta da ditadura e da Oban;
    Lula, ora vejam, deixa claro ser ele o único líder do mundo mundial. E isso é pouco!!!;
    O Rio assiste ao renascimento da esquerda festiva e do miolo mole. O queridinho da vez é Marcelo Freixo, do mesmo partido que liderou o caos em São Paulo;
    Dilma deve frustrar os pilotos de pterodáctilos e vetar apenas pontos do Código Florestal; vamos ver quais. Ou: “Veta, Dilma” é sinônimo de “Fome, Dilma!” Ou: Os pobres que se danem! Vamos salvar o planeta!;
    PT e PMDB fazem pressão, e relator revê quebra de sigilo da Delta nacional;
    Rede de laranjas da Delta atuava também no Rio de Janeiro;
    Receita do PT com empresas em 2011 soma R$ 51 milhões;
    STF nega pedido para impedir que Barbosa julgue mensalão;
    Direção Nacional do PT manda democracia interna às favas e cancela prévias em Recife; afinal, candidato preferido da cúpula perdeu a disputa…;
    Greve no Metrô — A direção do Sindicato dos Metroviários e quem pertence a qual partido. Ou: O PT dançando na boquinha do caos;
    De volta;
    A imprensa e a qualidade dos heróis de ontem e de hoje;
    O silêncio dos arapongas — “Foi a primeira vez que vi um silêncio absoluto dado pela voz de comando da quadrilha”, afirma Kátia Abreu;
    Delegado da PF que investigou o mensalão em mensagem a este blog: “Reinaldo, a PF é um órgão do Estado, não do governo; pode confiar”;
    Eis as universidades federais criadas pelo ApeDELTA, que ganha títulos de “Doutor Honoris Causa” a baciadas. Chegou a hora de fazer um raio-x do grande milagre. Ou: Acorda para a realidade, oposição!;
    Greve no metrô — Esquerdas não têm a menor vergonha de levar a cidade ao caos e de punir os trabalhadores. Enquanto milhões sofriam nas ruas, elas comemoravam;
    Haddad se encontra com militância gay do PT: ela quer “kit gay” nas escolas e travestis dando aula;
    Ameaça põe em alerta Consulado de Israel em SP; Hezbollah teria planejado um atentado com apoio do Irã

    Por Reinaldo Azevedo
    25/05/2012
    às 5:05

    Comissão da Verdade — Os arquivos demonstram o que Mino Carta fez em verões passados. Ou: O entusiasta da ditadura e da Oban

    Paulo Henrique Amorim, o notório, de braços dados com Mino Carta, da mesma estatura, escreveu ao menos uma verdade na vida para exaltar o seu amigo, a saber:
    “Como é de conhecimento do mundo mineral, quem fez a VEJA, quando podia ser lida, foi o Mino Carta. O Robert(o) lia a Veja na segunda feira, depois de impressa, porque o Mino não deixava ele dar palpite ANTES de a revista rodar.”
    De fato, nunca houve dúvidas de que era Mino quem mandava. Era Mino quem decidia. A função de patrão, para ele, era pagar as contas de seu brilho incomparável.
    Hoje Mino é um “progressista”, um verdadeiro guia a orientar o jornalismo de esquerda. E odeia VEJA, como é sabido. Cumpre, então, deixar claro quais eram as escolhas do chefe inconteste enquanto esteve no comando da revista — aquela na qual ele não deixava Roberto Civita dar palpite. Enquanto escrevo, assobio mentalmente: “Esses moços, pobres moços, ah, se soubessem o que eu sei…”.
    Na edição de 4 de fevereiro de 1970, a revista publicava uma reportagem, exaltada pelo diretor de Redação na Carta ao Leitor, devidamente assinada, sobre o famoso “roubo do cofre do Adhemar”. Na mesma edição, sob o pulso firme de Mino Carta, um outro texto detalhava os bastidores do desmantelamento dos grupos de esquerda.
    Com o seu conhecido porte imperial e a notória intolerância com os que pensam de modo diferente — tanto é assim que não deixava nem mesmo o patrão dar pitaco na revista —, Mino cantou as glórias da Operação Bandeirantes, conhecida por torturar prisioneiros. Seguem alguns trechos verdadeiramente encantadores da obra deste que é hoje um oráculo do jornalismo que se quer “progressista” e de esquerda — desde que devidamente recompensado pelo estado, é claro.
    Peço que vocês leiam atentamente estes dois trechos, um sequência do outro, em que Mino Carta exalta a eficiência da Oban. Volto em seguida:
    mino-1-exaltando-a-oban
    mino-2-exaltando-a-oban
    Voltei
    Como este mundo pode ser pateticamente engraçado! Duas das organizações que estão no radar deste Colosso de Rhodes do jornalismo no texto acima são  o Colina e a VAR-Palmares, justamente os grupos a que pertenceu Dilma Rousseff, que havia sido presa 20 dias antes da publicação da reportagem — 16 de janeiro. Em 1970, com Dilma na cadeia, Mino vestia uniforme e batia continência para “tranquilizar a nação”. Quarenta e dois anos depois, com Dilma na cadeira presidencial, Mino põe no peito a estrela do PT e…, bem, continua a bater continência para o poder. Que talento inigualável para servir!
    Grave
    Não deve lhes escapar um detalhe: Mino elogia a decisão da Oban, conhecida por torturar prisioneiros, de esperar algum tempo para anunciar as detenções. Será que ele não se perguntava por quê? Enquanto as prisões eram mantidas na surdina, o que será que ofereciam aos detidos? Sorvete Chicabon? Vocês merecem ler mais algumas coisas, tudo absolutamente disponível no arquivo digital de VEJA. Era o tempo em que Mino mandava!
    Mino ironiza os presos
    Leiam estes dois fragmentos na sequência. Na legenda da segunda imagem, explico as circunstâncias.
    mino-3-sole-mio-ironia-com-presos

    Como vocês leram, trata-se do relato de prisão por engano de um tenor. Teve de cantar para provar que falava a verdade. Mino achou a situação espirituosa e a usou como metáfora: afirmou que os presos pela Oban tiveram de “cantar música completamente diferente”. Como ele se acha dono de um humor sutilíssimo, deve ter achado um chiste engraçado. Está na edição de 17 de abril de 1969
    Como vocês leram, trata-se do relato de prisão por engano de um tenor. Teve de cantar para provar que falava a verdade. Mino achou a situação espirituosa e a usou como metáfora: afirmou que os presos pela Oban tiveram de “cantar música completamente diferente”. Como ele se acha dono de um humor sutilíssimo, deve ter achado um chiste engraçado. Está na edição de 17 de abril de 1969

    Mino faz o elogio da Junta Militar
    Sempre sem consultar ninguém, na mesma edição de abril de 1969, o hoje principal representante do “progressismo” elogia a Junta Militar e suas graves responsabilidades, inclusive a adoção da pena de morte.
    Sempre sem consultar ninguém, na mesma edição de abril de 1969, o hoje principal representante do “progressismo” elogia a Junta Militar e suas graves responsabilidades, inclusive a adoção da pena de morte.
    Mino faz a apologia da democradura
    Leiam os três textos em sequência. Na legenda do terceiro, explico as circunstâncias. Volto em seguida para encerrar.
    mino-6-a-democradura-1mino-7-democradura-2

    Notem que todo o encadeamento dado pelo maior gigante do jornalismo de todos os tempos flerta abertamente com a ideia de que a democracia, nos moldes tradicionais, não é muito adequada à realidade brasileira. Até porque o país tinha outra urgência: combater a subversão. Mino nunca foi partidário da ditamole. Ele gostava mesmo era de uma democradura.
    Notem que todo o encadeamento dado pelo maior gigante do jornalismo de todos os tempos flerta abertamente com a ideia de que a democracia, nos moldes tradicionais, não é muito adequada à realidade brasileira. Até porque o país tinha outra urgência: combater a subversão. Mino nunca foi partidário da ditamole. Ele gostava mesmo era de uma democradura.
    Voltei
    A alguns desses trechos, o jornalista Fábio Pannunzio já deu destaque em seu blogue. A ditadura de Mino Carta em VEJA, felizmente, chegou ao fim nos primórdios de 1976, quando a revista, apesar da censura ainda vigente, inicia seu esforço para exercer a sua vocação original, penosamente distorcida pelo cesarismo cartiano. Refiro-me à defesa dos valores que a transformaram na maior revista do país e numa das maiores do mundo: a defesa da democracia e do estado democrático e de direito.
    Algumas pantomimas só prosperam hoje em dia porque o passado de certos gigantes morais fica debaixo do tapete. O arquivo digital de VEJA já está há tempos no ar. O Estadão acaba de lançar o seu. É chegada a hora de revermos o passado de certos “progressistas” que andam por aí. Vocês nem imaginam quantas são as supostas “referências morais do jornalismo” que serviram de escribas entusiasmados do golpe militar de 1964. Alguns deles, ora, ora, pediriam mais tarde indenização ao estado porque supostamente “perseguidos”. E hoje, curiosamente, tentam esconder esse passado defendedo a revisão da Lei da Anistia. Eu, por exemplo, sou diferente: levei borrachada, fui fichado e sou contra a revisão. Mundo engraçado, né?
    E para que não reste a menor dúvida: a censura impedia, sim, a publicação de muita coisa, mas não obrigava a publicar elogios. Os feitos por Mino Carta eram coisa de coração, de vocação, de gosto, de adesão a uma causa. E, como ele sempre fez questão de deixar claro, nunca deixou ninguém “dar palpite”. Foi obra de autor, como não cansa de se autoelogiar.
    Acho que vou tomar gosto por esse negócio de “Comissão da Verdade”…
    PS:  Como sou um homem justo, noto que Mino tinha uma qualidade naquele tempo: chamava terroristas de “terroristas” e terrorismo de “terrorismo”.
     
     

    Por Reinaldo Azevedo
    25/05/2012
    às 4:45

    Lula, ora vejam, deixa claro ser ele o único líder do mundo mundial. E isso é pouco!!!

    As palavras fazem sentido, certo? Mesmo quando, na boca de Lula, não fazem o mínimo sentido — em outro sentido, se é que me entendem. Não? Leiam o que informa o Estadão Online.  Explico em seguida:
    Por Elizabeth Lopes:
    Em meio ao acirramento da crise econômica europeia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva revela preocupação com a ausência de liderança hoje no mundo. “(Barack) Obama (presidente dos EUA) pensa nos americanos, (Angela) Merkel (chanceler alemã) nos alemães, cada um no seu mandato. O mundo não está pensando de forma globalizada”, advertiu o petista, em entrevista exclusiva, concedida nesta semana, à documentarista portuguesa Graça Castanheira e reproduzida nesta quinta-feira, 24, no site do jornal português O Público.
    Na entrevista, Lula diz que “o pobre do povo grego” está pagando para bancos franceses e alemães e que a Europa não pode destruir a União Europeia. E destacou o fato de os países europeus terem ficado muito na dependência da Alemanha, que teve importância nessa unificação, “mas também foi a grande ganhadora desse mercado porque 70% de suas exportações são para a Europa”. Na sua avaliação, a crise da Grécia poderia ter sido resolvida há um ano “com poucos bilhões”. E frisou: “Eu gosto de fazer política. Temos de trabalhar para interferir na política mundial.”
    Lula falou da China, que tem um papel importante, mas não pode viver uma crise, e dos Estados Unidos, que têm um papel igualmente importante, “só não podem é achar que fazem com o dólar o que querem”. E alfinetou: “O mundo fica à disposição do tesouro americano. Não é justo que a gente dependa do dólar.” Não faltou crítica também ao FMI: “O FMI é muito bom quando a crise é na Bolívia, mas quando a crise é nos EUA, o FMI não vale nada.”
    Apesar de estar se recuperando do tratamento de combate a um câncer na laringe, Lula diz que não consegue descansar mais do que três dias seguidos: “Faz parte da minha genética, sempre fui habituado a trabalhar.” E falou do seu compromisso moral com o continente africano. “Não é possível que o século XXI não seja o século do continente africano e da América Latina.”
    (…)
    Voltei
    Se tiverem paciência, leiam o resto. Eu disse que as palavras fazem sentido, certo? Lula estabelece um silogismo muito cultivado num país chamado Lulolândia, de que Lula é monarca, que tem como religião o culto ao deus Lula e como herói nacional um vulto histórico chamado Lula. E que silogismo é esse?
    Um líder mundial precisa pensar em todo o mundo.
    Obama só pensa nos Estados Unidos.
    Logo, Obama não é líder mundial.
    Dá para variar.
    Um líder mundial precisa pensar em todo o mundo.
    Merkel só pensa na Alemanha.
    Logo, Merkel não é líder mundial.
    Há a variação que está na raiz de todas as outras possibilidades:
    Um líder mundial precisa pensar em todo o mundo.
    Lula pensa em todo o mundo.
    Logo, Lula é um líder mundial.
    Mas ainda não é perfeito porque outros também poderiam se dedicar a esse exercício modesto. Então falta complementar a constatação aí com uma sentença: Lula é o único líder que pensa no mundo inteiro, o que faz dele o único líder verdadeiramente mundial.
    Começou como diretor de sindicato. Era pouco.
    Atropelou companheiros para presidir o sindicato. Era pouco.
    Criou um partido. Era pouco.
    Foi eleito presidente da República. Era pouco.
    Quer-se agora o único líder mundial. E isso é pouco.
    Lula ainda vai depor o Altíssimo.
    Na entrevista, ele diz que trabalhar faz parte da sua genética.
    Lula não tem culpa se nem todo mundo tem o seu senso de humor.
    Texto publicado originalmente às 22h49 desta quinta
    Por Reinaldo Azevedo
    25/05/2012
    às 4:43

    O Rio assiste ao renascimento da esquerda festiva e do miolo mole. O queridinho da vez é Marcelo Freixo, do mesmo partido que liderou o caos em São Paulo

    Lá vou eu parafrasear o ex-presidente mexicano Porfirio Díaz, que afirmou sobre seu país: “Pobre México! Tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos”. Na reta das eleições municipais, digo cá com os meus botões: “Pobre Rio, tão perto do Cristo Redentor e tão longe de uma solução!”. Por que isso?
    Prêmio Jabuti do Miolo Mole: candidato do PSOL é o novo queridinho dos descolados
    Prêmio Jabuti do Miolo Mole: candidato do PSOL é o novo queridinho dos descolados
    Os descolados, descoletes, intelectuais alternativos, celebridades e “pessoas boas no geral” — incluindo cineastas, claro!, que sempre têm na ponta da língua um “projeto” para o Brasil — têm um novo queridinho: o deputado Marcelo Freixo, do PSOL, caracterizado como herói no filme “Tropa de Elite 2″. Sim, claro!, Freixo travou uma batalha meritória contra as chamadas milícias. “Meritória”, diria eu, na ponta, mas não nos fundamentos. As suas considerações sobre as razões do crime organizado no Rio não fogem à triste ladainha das esquerdas que acabaram contribuindo para que o Rio fosse sitiado pela marginalidade. Ainda voltarei a esse tema, estejam certos.
    Muito bem! Chico Buarque — desta vez em companhia de Caetano Veloso — acaba de adotar a candidatura de Freixo à Prefeitura do Rio. Principal propagandista do PT — e, obviamente, de seus métodos —, o sambista agora adota um outro bibelô da esquerda. No Rio, continuar no petismo significa se jogar na cachoeira da Delta, de Sérgio Cabral. Não pega bem em certos endereços de Leblon, Copacabana e Ipanema. Nesses locais, geralmente de um por andar, há que se endurecer, ser socialista, mas sem perder jamais a ternura pela propriedade privada — ainda que com dor no coração.
    Leiam o que informa Marcelo Gomes, no Estadão Online. Volto em seguida:
    Eleitor tradicional do PT, o cantor e compositor Chico Buarque declarou, na noite da última terça-feira, 22, apoio à candidatura do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) à Prefeitura do Rio. A confirmação foi feita na casa do artista, no Leblon, Zona Sul da cidade, durante um encontro, organizado pelo também cantor e compositor Caetano Veloso, que já havia aderido à candidatura do PSOL. O PT não terá candidato próprio nas eleições de outubro. Porém, terá a vaga de vice na chapa do atual prefeito Eduardo Paes (PMDB) à reeleição. O vice de Paes será o vereador Adilson Pires, ex-sindicalista e atual líder do governo na Câmara Municipal.
    Segundo Freixo, Chico entrou “de cabeça” na campanha e aparecerá no horário eleitoral na televisão. “É esse tipo de aliança, com pessoas comprometidas com o futuro do Rio e do País, que eu busco. É melhor que fazer alianças espúrias para aumentar meu tempo no horário eleitoral na TV em troca de cargos públicos. Vamos ter pouco tempo de TV, mas temos as redes sociais e, sobretudo, a militância”, disse Freixo.
    Além de Freixo e Paes, já lançaram suas pré-candidaturas à Prefeitura do Rio a deputada estadual Aspásia Camargo (PV), o deputado federal Otávio Leite (PSDB) e o deputado federal Rodrigo Maia (DEM). A vice de Maia, filho do ex-prefeito César Maia, será a deputada estadual Clarissa Garotinho (PR), filha dos ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho.
    (…)
    Voltei
    O PSOL, partido ao qual pertence Freixo — e do qual até Heloísa Helena teve de pular fora — é a legenda que comandou, ao lado do PSTU, a greve do Metrô em São Paulo. Atenção! O reajuste obtido pela categoria acabou sendo inferior àquele que a Justiça havia proposto. Mas a greve, que fez a cidade mergulhar no caos, era uma questão de honra para a legenda — embora seja um fato universalmente conhecido que o Metrô oferece uma das melhores estruturas de trabalho do país a seus funcionários. Ocorre que o PSOL é socialista, entendem?…
    O partido lidera ainda — também ao lado do PSTU — uma campanha bucéfala contra o reitor João Grandino Rodas, da USP, única universidade da América Latina a integrar o ranking das 100 melhores do mundo. Há dias, o senador Randolfe Rodrigues, do PSOL do Amapá — destacado membro da CPI do Cachoeira e insuspeito de desvio direitista — reclamava da patrulha que passou a sofrer na legenda porque resolveu integrar um grupo de personalidades que tentam levar investimentos para o Amapá. Os psolistas consideram que isso é desvio burguês.
    A luta de Freixo contra as milícias, sua cara de bom moço e aquele ar de coroinha que ele faz às vezes servem para disfarçar a natureza truculenta de seu partido quando envolvido nos tais movimentos sociais. Uma coisa é distinguir a sua atuação contra os trogloditas do crime organizado que se disfarçam de agentes da lei, outra, distinta, é ter respostas para a cidade.
    A adesão a Freixo é uma espécie de reedição da esquerda festiva e do miolo mole, que não tem a menor noção do que está fazendo. De pronto, tenho uma pergunta a Chico Buarque e a Caetano Veloso, que, mais falastrão, poderia responder: se Freixo for eleito prefeito, deve ser ele a liderar uma greve nos transportes do Rio, nos moldes daquela que seu partido liderou em São Paulo, com todas as suas dramáticas consequências para os pobres?
    E que ninguém me venha com a história de que o apoio ao indivíduo não implica apoio ao partido. Isso não existe na esquerda. Ele terá de governar com os seus. E o PSOL é justamente um pedaço que se descolou do PT porque acusou a nave-mãe de não aplicar, na prática, as palavras que tinha como princípio.
    Encerro
    “Ah, é assim, Reinaldo? E votar em quem?” Queridos, graças a Deus, não voto no Rio! E sei que a expressão do meu alívio não responde grande coisa. Os cariocas façam suas devidas ponderações. PSOL como resposta? No Rio ou em qualquer lugar, esse partido está mais para um problema, ainda que Freixo, pessoalmente, consiga lavar o caráter da legenda.
    “Como a gente faz, Reinaldo, quando nenhuma solução é exatamente boa?” Vou lhes dizer o que eu faria: escolher o mal menor. Sabendo o que sei do PSOL e vendo o que o partido fez ontem na cidade de São Paulo, digo sem medo de errar: não é o mal menor! O resto é com os cariocas.
    Texto publicado originalmente às 22h07 desta quinta
    Por Reinaldo Azevedo

    
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    “Se não fosse a Santa Comunhão, eu estaria caindo continuamente. A única coisa que me sustenta é a Santa Comunhão. Dela tiro forças, nela está o meu vigor. Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração.”



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