HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
(108)-26º DOMINGO COMUM – B
Deus busca o homem com fé e esperança; a vocação é a expressão da fé que Deus põe em nós.
O querer associar-nos à sua obra criadora, e introduzir-nos no convívio da sua bem-aventurança, é um sinal da esperança que Deus põe em nós.
Ao escolher-nos para sermos os instrumentos privilegiados da intervenção que Ele quer ter na nossa história, Ele age para salvar a nossa vida, em todas as suas formas.
O apelo de Deus é universal !
Todos os homens são chamados à experiência transcendente de serem filhos de Deus e a Igreja está no mundo como o espaço dinâmico e acolhedor, onde se pode saborear esta vivência arrebatadora.
Nem sempre é isso que buscam aqueles que a procuram e aqueles que já a integram, mas é isso que ela deve proporcionar a cada um que chega, porque quem não é contra nós é a nosso favor.
Dar prioridade ao nosso Baptismo tem esta experiência como uma verdadeira iniciação.
Mas todo o apelo comporta uma missão.
Contagiados pela paixão que Deus tem pela Vida, cada homem participa nessa missão de servir e defender a vida, construindo humanidade e humanismo à sua volta, sem ser para os outros, especialmente os mais pequenos, uma ocasião de pecado.
Esta é uma missão pessoal e comunitária, porque ninguém a assumirá sozinho.
Devemos assumi-la como testemunhas de Deus, como membros do seu povo, e em solidariedade com todos os homens de boa vontade e, não o fazer podemos incorrer num autêntico escândalo, contra o qual "seria melhor atar ao pescoço a mó do moinho com que se faz a farinha, e deitá-la ao mar".
Ignorar isto é subverter os desígnios de Deus e arrogar-se o direito de, só por si, decidir conservar ou eliminar os direitos dos outros.
Como é que olhamos os outros ?
Uma cultura dominante, individualista e dialéctica, pode levar-nos a olhar os outros como uma ameaça, como rivais ou concorrentes.
O espírito de competição pode levar-nos ao extremo de pensar e proclamar que "o inferno é só para os outros".
Deus, porém, convida-nos a olharmos os outros, a partir dele próprio, a partir da nossa condição de filhos de Deus.
A filiação divina eleva-nos à condição de pessoas tocadas pelo mistério de Deus, participantes da condição divina.
Se soubermos reagir a partir dessa condição de filhos de Deus, seremos pessoas calorosas, iluminadas por dentro, positivas e confiantes, capazes de contagiar os outros com esse outro espírito que nos habita.
Se soubermos reagir a partir dessa condição de filhos de Deus, o modo como nós olhamos os outros despertará neles as potencialidades divinas do seu coração e torná-los-á também pessoas generosas, positivas e felizes.
Jesus mudou o coração dos seus discípulos porque os olhou com os mesmos olhos com que o Pai o olhava a Ele e fez com que homens tão diferentes, como, Pedro o pescador, Paulo o fariseu, Mateus o cobrador de impostos e Lucas o médico, se transformassem em aptóstolos e evangelizadores tão apaixonados, que acabaram por dar a vida pelo seu Mestre e pela sua mensagem.
- "Quem não é contra nós é a nosso favor. Se alguém de vós der um copo de água a beber porque sois de Cristo – em verdade vos digo - não ficará sem recompensa".
São estes os verdadeiros caminhos que nos podem garantir e preparar para a nossa participação no plano da História da Salvação.
Nascimento
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