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Cristãos com Piercing e Tatuagem: #QueimaElesJeová?
Por A Catequista em 24/09/201218 105
CNS foto / Paulo Haring
O irlandês Ferghan McGrath, de 33 anos (foto), mostra sua tatuagem de Deus Pai, durante o 50º Congresso Eucarístico Internacional, em Dublin. Ele disse que a tatuagem era a sua maneira de dizer obrigado a Jesus depois de passar por uma grande conversão. Curti milhões!!! Mas sei que, em vez de se comover com o testemunho, muita gente tá torcendo o nariz por causa dos piercings e da tatuagem do cara.Afinal, fazer tatuagem e usar piercing é mesmo pecado? Depende. Não há consenso entre os membros do clero sobre o assunto. Alguns dizem que não há problema, desde que não seja nada bizarro; outros orientam fortemente os fiéis a evitarem essas coisas. Porém, são recomendações baseadas na doutrina da Igreja sobre a MODÉSTIA, e não uma lei.
Esta é uma questão muito mais ligada ao BOM SENSO do que à obediência a uma regra. Então, temos que deixar um pouco de lado nossa a dependência de manuais com regrinhas comportamentais, e botar a cabeça pra pensar sobre o sentido que as coisas têm.
A doutrina da Igreja não fala nada sobre piercing e tatuagem, porém, ela nos ensina que a aparência de um cristão deve ser modesta, ou seja, é preciso ter simplicidade, moderação. Você pode ter vaidade e gostar de ficar bonito, mas com equilíbrio, temperança. Tudo o que é excêntrico, obviamente, não é modesto. Quem gosta de tirar onda de esquisitão, exibindo roupas, acessórios e corte de cabelo mais apropriados pra um habitante de Marte ou pra Lady Gaga, demonstra duas coisas:
intenção de CHOCAR as pessoas;
REVOLTA contra algum aspecto da vida (a família, os valores da sociedade ou da religião, ou tudo isso junto).
E aí? Isso combina com alguém que se diz cristão?
O "interior" é a única coisa que importa?
Diante do que foi dito acima, muitos podem pensar: "Ah, nada a ver… . Eu tenho aparência de punk e drogado, mas sou bom filho, bom aluno e católico praticante. Não fumo nem bebo. O importante é o interior". Tudo bem, amigo. Na minha próxima aula de catequese, ou numa entrevista de emprego, vou com um look piriguete. Chegando lá, direi: "Não me julguem pela aparência, isso é muito retrógrado! Basta de preconceito. Eu sou uma boa cristã/profissional, e isso é o que importa!". Sinceramente, você acha que essa é uma boa ideia?
- "A roupa de um homem, o seu modo de sorrir e o seu modo de andar revelam aquilo que ele é." (Eclo 19:27)
É verdade que não devemos julgar as pessoas pela aparência; por outro lado, também não podemos desconsiderar o fato de que a sociedade possui determinados códigos de conduta. E nos acharmos "acima disso", como se vivéssemos fora da realidade, é tolice e imaturidade.
O fato é que sinalizamos muita coisa com o nosso visual, por mais que nos façamos de inocentes e desentendidos. E, historicamente, a tatuagem e o piercing são mais ligados aos costumes de tribos pagãs ou de gente que acha bonito ser anárquico, liberal e rebelde. O piercing, especialmente, muitas vezes passa a ideia de masoquismo, de automutilação (francamente, não há como não sentir aflição ao ver um mamilo ou uma língua perfurados, ou uma arelha "arrombada" por um piercing com alargador). Então, ainda que não seja esta a intenção, é muito comum que a aparência de quem usa piercing ou tatuagem remeta a estas referências negativas.
Muita gente também utiliza a tatuagem como forma de destacar as regiões mais erógenas do corpo, como os seios, o cóccix e a região pubiana. Nestes casos, ainda que a imagem tatuada seja "singela" (fotos acima), a intenção da pessoa está clara: ela quer que os outros reparem muito nas partes do seu corpo que, por pudor e amor à castidade, deveria velar.
Porém, nem sempre o uso de piercing ou tatuagem resulta em um visual imodesto (ao menos essa é a minha opinião). Olhando a tatuagem da cantora Rihanna, por exemplo (foto ao lado), não vejo nada que faça alusão à violência, ao satanismo, à revolta, à luxúria ou a qualquer outro conceito anticristão. Então, nestes casos, se a pessoa é maior de idade e já pesou todas as consequências, não vejo problema.
A CAUTELA é fundamental. É preciso considerar alguns fatores:
- o que me motiva a fazer este piercing ou tatuagem? Esta intenção contraria os valores cristãos ou não?
- se eu colocar um piercing ou fizer uma tatuagem, vou ficar com um visual imodesto ou grotesco?
- isso poderá ser um obstáculo para que eu consiga determinados trabalhos ou objetivos profissionais?
- daqui a algum tempo, poderei enjoar desta tatuagem?
Reflita sobre estas questões, e considere honestamente se a sua consciência te acusa ou não.
Mas é importante notar: nem sempre conseguimos tomar a melhor decisão sozinhos. Então, se você está pensando em fazer uma tatuagem ou piercing – ou tem um piercing tem dúvidas se é adequado mantê-lo ou não – o mais seguro é bater um papo com um bom diretor espiritual, que conheça a sua vida e o contexto em que você está inserido. Na sua viagem apostólica ao Líbano, o Papa disse aos jovens:
- "Procurai bons mestres, guias espirituais que saibam indicar-vos o caminho para a maturidade, pondo de lado o que é ilusório, aparência e mentira."
- (Papa Bento XVI. Fonte: News.Va)
É isso. Tatuado ou não, com ou sem piercing, ore e se mantenha alerta, para que você tenha a graça de perseverar como um servo fiel e amoroso de Jesus Cristo.
*****
Aqui nO Catequista, nos já abordamos a importância da direção espiritual. Se ainda não leu, leia o post: "O dia em que Santo Inácio quase matou um mouro na base do uni-duni-tê".
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60 comments to Cristãos com Piercing e Tatuagem: #QueimaElesJeová?
BARBARA MUNIC
setembro 24, 2012 at 9:21 am · Reply
Eu tenho um singelo piercing no nariz. Coloquei aos 26 anos, e para mim é só mais um acessório (tpo um brinco). Parei por aí pq realmente não gosto muito de chamar atenção. Tatuagem, quando resolvo fazer, faço de henna que dura uns 10 dias. Geralmente faço quando estou viajando pelo nordeste, um peixinho ou uma tartaruga no ombro. E só rs.
Rafael Felipe
setembro 24, 2012 at 9:53 am · Reply
Oi gente, parabéns pelo post, já discutimos isso em uma formação entre os nossos catequistas e chegamos a esta mesma conclusão. Obrigado pelo post !!! Paz e Bem !!!
Paulo Ricardo
setembro 24, 2012 at 10:46 am · Reply
Eu tenho três tatuagens, duas delas tiveram como motivador o mesmo que o Fergham: minha conversão. Por isso, tenho meus exemplos de cristãos tatuados. São Domingos, no meu antebraço esquerdo, na parte interna. Na parte anterior da perna direita, na chamada "batata da perna" tatuei uma imagem de São Francisco. É isso aí povo, um dos membros dessa equipe é tatuado. A terceira tatuagem é a mais antiga e foi feita antes da minha conversão: o bom e velho rabugento tatuado no braço direito (quem foi criança nos anos 80 e lembra de "Corrida Maluca" e "Máquinas Voadoras" lembra de Dick Vigarista e Mutley – o rabugento). Mas o motivo dessa também é pessoal: o nome do personagem diz tudo.
Marcelo Fadul
setembro 24, 2012 at 11:19 am · Reply
Parece bastante sensato o texto, porém discordo do que motiva uma pessoa a determinada ação.. não vivemos de forma relativa às outras pessoas, muitos vivem, porém seria interessante que cada um conhecesse a si mesmo e seus próprios motivos. Veja bem, vivemos numa sociedade que estimula o consumo, violência, sexo pelo sexo, exclusão de pessoas, valores anti-cristãos, etc.. É importante que tenhamos senso crítico e saibamos conviver com essa realidade sem que isso modifique nossa essência de cristãos. Nossa "modéstia" não deve ser para agradar ninguém senão à Deus. Senão estaremos sendo levados pelos lobos ao matadouro e não ao Céu. É de verdadeira importância a Direção Espiritual e a vivência da Castidade e nossas atitudes refletem apenas à nossa relação com Deus. Cada pessoa tem seus próprios motivos, e até muitos seguem um modismo sem saber porque estão vivendo isso, justamente por não questionarem aquilo que é difundido na moda, e o mais interessante é que possam conversar sempre com Deus seus questionamentos. E a Igreja continua universal para que possamos levar o Evangelho a TODA criatura, de forma que se sintam amados por Jesus Cristo e o aceitem de todo o coração, alma e razão.
(ps. não tenho tatuagem, piercing, roupa da moda…)
Lucas Moura
setembro 24, 2012 at 11:38 am · Reply
Olá,
Concordo com todos os pontos abordados pelo post de hoje.
Mas acrescentaria um aos fatores a serem considerados ao fazer uma tatuagem: Doação de Sangue.
É o motivo pelo qual não faço e não pretendo fazer tatuagem. Quando se é tatuado, as dificuldades para doar sangue aumentam consideravelmente. É difícil algum banco de sangue aceitar tatuados.
Por isso não farei tatuagem, mas já tive vontade de fazer uma medalha de São Bento em algum local que a roupa esconda.
Abraços e parabéns pelo post.
Bruno Linhares
setembro 24, 2012 at 1:46 pm · Reply
Boa tarde a todos.
Lucas Moura, atualmente isso não é mais empecilho. Passado 1 ano desde a conclusão da tatuagem já é possível doar. Aqui no RJ, pelo menos, eu consegui doar, no início do ano.
Daniel Pires
setembro 24, 2012 at 12:12 pm · Reply
Já quis fazer uma cruz da Ordem de Santiago, a medalha de São Bento nas costas, mas desisti. Na dúvida, preferi não arriscar, mas uso um brinco discreto na orelha pra disfarçar o quanto minha cabeça é redonda kkkkkkk – mulher que diz que homem não deveria usar brinco não deveria usar calça.
Paulo Ricardo
setembro 24, 2012 at 12:33 pm · Reply
É verdade, esqueci que o post trata também de piercings e brincos, tenho a orelha furada, uso um crucifixo ali.
Resumindo: pareço um headbanger de Cristo.
Deiber
setembro 24, 2012 at 12:53 pm · Reply
Antes de emitir uma opinião sobre o assunto, acho que poderíamos ver o que a Igreja diz a respeito. Neste link, o Pe. Paulo Ricardo fala sobre tatuagens e piercings.
http://www.youtube.com/watch?v=qSnBsqPdpvA
A Catequista
setembro 24, 2012 at 1:14 pm · Reply
Deiber,
O Pe. Paulo Ricardo, apesar de ser um grande sacerdote, digno de crédito e respeito, não está falando em nome da Igreja neste vídeo, você está equivocado.
Assim como eu me permiti, à luz da doutrina da Igreja, dar a minha opinião sobre o assunto (repare que me preocupei em enfatizar que se tratava de uma opinião, tão somente), ele também o fez. Ele tem a opinião dele, eu tenho a minha. Que bom! Assim vocês podem ter mais elementos para refletir.
Como dissemos, Deiber Nunes Martins, não há consenso de interpretação entre o clero. Mas o Pe. Paulo Ricardo, certamente, é sempre uma ótima referência (ainda que, enste ponto, a nossa abordagem tenha sido um tanto diversa de dele). Porém, o que estamos propondo é uma justamente a reflexão de que CADA CASO É UM CASO. Não podemos cair no moralismo. Se você visse, diante de você o Ferghan McGrath, de quem demos o exemplo no início don post, você realmente se sentiria animado a dizer que a tatuagem dele é "inconveniente a um cristão católico?".
Gente, repito: temos que deixar um pouco de lado nossa a dependência de manuais com regrinhas comportamentais, e botar a cabeça pra pensar sobre o sentido que as coisas têm. O cristianimo não é um manual de normas rígidas, e sim o encontro com Cristo, que se faz presente por meio da Sua Igreja. E a Igreja nos ajuda PENSAR a nossa realidade de acordo com os seus ensinamentos, com base na sua doutrina. Pensa, gente, pensa!
Guilherme Nahan
setembro 24, 2012 at 1:01 pm · Reply
E aí pessoal. Tenho 16 anos e a tempos venho me perguntando sobre tal situação. De fato, tenho visto a tatuagem como de certa forma uma simples vaidade, então cheguei a conclusão que machucar-se por vaidade, de certa forma, seria incorreto, principalmente no caso da tatuagem. Confesso que gostaria muito de professar minha fé tatuada no corpo, mas não sei se seria uma vaidade, um sacrifício ou uma simples demonstração de amor a Deus. Então, pelo jeito, vou continuar sem opinião em relação a isso .-. sahushaushaiush Paz de Cristo queridos.
A Catequista
setembro 24, 2012 at 1:29 pm · Reply
Guilherme, vou meter o meu bedelho no seu caso… rsrs.
Mesmo com a autorização dos pais, creio que você não deve pensar em fazer uma tatuagem antes dos 18 anos. Então, você ainda tem um tempo aí pela frente para refletir.
Outra coisa: a vaidade não é má, não mesmo. Se assim fosse, até o fato de uma mulher colocar um brinco na orelha, pintar a unha ou passar um batom seria pecado. A vaidade exagerada é que é pecaminosa. Colocar a vaidade acima de outros valores mais importantes é que leva as pessoas a ofender a Deus. Então, fazer tatuagem porque acha que vai ficar bonito, ou seja, por vaidade, não é pecado, a princípio.
Bem, mas fique tranquilo, porque esse não é nenhum dilema essencial, não é mesmo? Na dúvida, é melhor mesmo não fazer. E, como já dissemos, seria muito bom que você pudesse contar com o auxílio de um bom diretor espiritual, não só para este caso, mas para muitas outras questões da vida. A Paz!
Cadu Sindona
setembro 24, 2012 at 6:01 pm · Reply
Vivi, por vaidade entenda-se querer se embelzar para os outros, ou seja, se preocupar com a opinião alheia; não é atoa que as consagradas usam o véu, renunciando a toda vaidade.
O "cuidar-se" é totalmente diferente de vaidade. Cuidar da saúde, do como apresentar-se, é querer o bem a si próprio, ou seja, o bem ao Templo do Espírito Santo.
A vaidade é pecado sim, principalmente se vira soberba. Fugi um pouquinho do tema, mas vale a pena deixar essa nota de rodapé.
Pax et ignis!
O Catequista
setembro 24, 2012 at 6:16 pm · Reply
Calma Caduuuuuu!!!! Vaidade não é pecado não! Essa confusão vai valer um post sobre os famosos "Pecados capitais", que na realidade não são pecados, mas vícios que podem levar ao pecado.
Embelezar-se para os outros, para si mesmo ou para Cristo, nada tem de ruim se não assumir o centro da sua vida (lugar reservado somente para Cristo). Se temos dentro do nosso coração um desejo infinito de beleza, porque nós mesmos iríamos querer ser feios? A vaidade vivida com temperança é absolutamente normal e faz parte da nossa humanidade.
As consagradas renunciam a toda vaidade, assim como renunciam a toda a vida, apenas para manifestar que o Senhor é a única coisa que realmente vale a pena. Portanto, Cadu, elas não podem ser exemplo, senão você vai chegar a conclusão de que ter filhos também é pecado.
Cuidar da beleza, sem perder a centralidade da fé, pode até ser testemunho! Católicos não devem ser mulambentos!
Abs!
Cadu Sindona
setembro 24, 2012 at 7:03 pm
Alê, que bom te rever por aqui!
Bom vamos lá. Como eu disse, querer se embelezar para si mesmo é se cuidar, logo não é pecado nenhum, ou seja, eu ir cortar o cabelo a cada 15 dias não é pecado nenhum pois estou me cuidando. Isso nãoé vaidade, é cuidado.
Vaidade é em si pecaminosa quando o único alvo é o que os outros pensam. Ou seja, quando eu faço algo não pra eu me sentir bonito mas quando eu quero APENAS CHAMAR A ATENÇÃO isso sim é pecado, é falta de amor a si mesmo e amor demais as coisas do mundo.
Lembro muito bem de Pe. Léo comentar isso e concordo com ele.
Abraço irmão!
A Catequista
setembro 24, 2012 at 6:22 pm · Reply
Cadu, você acaba de falar uma grande besteira.
"não é atoa que as consagradas usam o véu, renunciando a toda vaidade"
E desde quando todo cristão é consagrado? Desde quando todo cristão faz voto de castidade, pobreza e obediência?
Renunciar a toda e qualquer vaidade por amor a Cristo é um grande mérito, mas não necessariamente deve ser o caminho a ser percorrido por todos os cristãos.
Repito: se o seu conceito de vaidade estivesse correto – que é errado querer se embelezar para os outros – passar batom e usar esmaltes seria pecado. Fazer chapinha seria pecado. E eu teria que andar por aí com as pernas e axilas cabeludas!
Definitivamente, os católicos tão virando catolicrentes! Quanto puritanismo! Socorro!
Cadu Sindona
setembro 24, 2012 at 7:08 pm
Calma Vivi, vamos devagar.
Como eu disse acima ao Alê uma coisa é eu me cuidar, querer me sentir bem comigo mesmo; e outro bem diferente é eu querer apenas me bonequetar para fazer com que os outros pensem algo sobre mim.
Quando eu ajo de pura vaidade, falta caridade, e onde falta caridade, falta uma aitude cristã. De forma alguma censuro o uso de batom , ou o uso de uma roupa bonita, ou algo que me faça me sentir bem comigo mesmo; mas quando eu faço essas coisas com a única intensão de chamar atenção, aí eu peco, pois estou não agindo conforme o amor, mas conforme o interese e com as aparências.
Fica tranquila querida, não estou sendo fariseu, estou apenas citando que temos que ter cuidado quando fizermos cujo objetivo único e o interrese alheio.
Abraço!!
Bruno Linhares
setembro 24, 2012 at 2:06 pm · Reply
Guilherme,
As tatuagens, quando feitas SEM o objetivo de provocar negativamente alguém (causar raiva, desconforto, pavor, nojo, etc), ficam praticamente no mesmo nível das maquiagens, ou mesmo das roupas. São efeito estético.
Com relação à dor, eu te adianto: não *dói* na maioria dos casos. Palavra de quem tem um par de asas de anjo de cima à baixo nas costas. Já teve coceira nas costas e resolveu coçar esfregando-se na quina de uma parede de cimento liso, sem pintura? É a mesma sensação (exceto pelo fato de que não "alivia" nem "dá barato", hehe).
Mas mesmo considerando uma dorzinha ou algum desconforto, pensemos: rezar ajoelhado é confortável? Depois de uns 30min seguidos, será "agradável"? Bem, seguindo esta linha de pensamento, vejo que este pequeno desconforto é quase um símbolo de resistência. Mas isso é porque eu sou adepto de disciplina, ou seja, de educar a própria vontade. Para um cristão é muito importante ter o controle dos limites corporais, seja para enfrentar as tentações de pecados carnais, seja para superar qualquer desânimo ou preguiça (sobretudo para a prática da obra de Deus). Conforme eu brinquei com uma amiga minha: a tatuagem do cristão é o novo cilício!
Pra concluir: as tatuagens podem jamais funcionarem como uma oferta que agrade a Deus, mas elas podem também ser instrumentos de evangelização, por que não? Meu par de asas, por exemplo, tem significado para mim: os anjos são as criaturas mais perfeitas e mais próximas de Deus criadas por Ele. Acho que todo cristão deveria buscar ser um "anjo terrestre". Ela me serve para lembrar-me desse compromisso, e avisar para os outros.
Agatha
setembro 24, 2012 at 1:08 pm · Reply
Li uma reportagem que tem aumentado a procura de tratamentos dermatológicos a base de laser por pessoas arrependidas de terem feito tatuagens. Geralmente você gasta até 10X mais para retirar a tatuagem.
Eu acho que dependendo da sua profissão é pertinente avaliar o impacto de uma tatuagem, usar piercing, etc.
Se eu tivesse coragem faria algo discreto (estrelinha, joaninha), mas morro de medo de agulhas..rss !!
Carlos
setembro 24, 2012 at 1:15 pm · Reply
São Paulo tem algumas palavras para refletir, está lá na carta aos Corintios, a Catequista: "Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém" e "Não sabei vós que sois templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós é santo."
Sendo assim, por qual motivo seja, se foi por conversão, esta parece que ainda não chegou na profundidade que Deus nos pede.
Qualquer cuidado com estas permissividades é muito pouco.
A Catequista
setembro 24, 2012 at 1:20 pm · Reply
Carlos,
Se você me provar que um piercing na orelha (sem alargadores, um discreto) ou no nariz, ou uma tatuagem SEMPRE, em qualquer caso detroem o corpo, eu desdigo aqui tudo o que eu disse. Se você também me provar que EM QUALQUER CASO E HIPÓTESE, A TUATUAGEM e o piercing são sempre inconvenientes para um cristão, também volto atrás.
Eu não acho que seja assim, e estou certa de que não devemos, tal como os crentes, pegar passagens da Bíblia e torcer até o ponto que elas se encaixem nas ideias que queremos defender.
Qualquer cuidado com o moralismo e o farisaímos é MUITO, muito pouco!
Bruno Linhares
setembro 24, 2012 at 2:09 pm · Reply
Um contra-argumento para o que o Carlos disse é simples de se pensar: se o Espírito Santo de Deus não fosse maior que o corpo (de carne), como poderia um transviado se converter e se salvar SEM remover a marca (tatuagem ou piercing)?
Se eu tiver que remover a "minhatuagem" (Viviane, não deu pra evitar, hehe) tô falido!
Matheus Silva
setembro 24, 2012 at 1:18 pm · Reply
Ainda bem que pegaram aquela tatuagem da Rihanna… quase que a única modesta dela!
Ótimo artigo! Deus os abençôe!
Deiber
setembro 24, 2012 at 1:41 pm · Reply
Bom, a partir do momento em que um Sacerdote fala como Sacerdote, ele está falando em nome da Igreja sim. Se você escutar todo o comentário dele, verá que ele não tece nenhum rosário de opiniões pessoais. De fato, você tem razão em dois aspectos, o primeiro em face da postura crítica que devemos ter, visto que a fé católica não é um manual de regras comportamentais mas um encontro verdadeiro com Cristo. E o segundo, quando nos exorta a pensar.
Pensamos. Logo, emitimos nossas opiniões e nos permitimos ter direito a tal. Talvez não haja mesmo consenso na Igreja acerca do assunto. Mas a retórica do Pe. Paulo Ricardo, a meu ver, é a mais consistente sobre o assunto.
A Catequista
setembro 24, 2012 at 1:46 pm · Reply
"a retórica do Pe. Paulo Ricardo, a meu ver, é a mais consistente sobre o assunto".
Maravilha! Se você pensa assim, ótimo. Quem segue o Pe. Paulo, certamente, está no bom caminho. Porém, repito: a posição dele NÃO É A POSIÇÃO OFICIAL DA IGREJA. E não interessa se ele é sacerdote ou não. Se assim fosse, não tinha tanto padre pregando heresias em livros, em sites e no púlpito.
Obviamente, heresia é coisa que passa longe do querido Pe. Paulo Ricardo, mas eu, neste caso dos piercings e tatuagens, fico muito à vontade para ter uma opinião um tanto mais flexível do que a dele. Coloquei aqui os argumentos. Quem tiver cérebro e não fica só correndo atrás de respostas prontas, pense, e fique tranquilo para concluir o que considerar mais razoável.
Bruno Linhares
setembro 24, 2012 at 2:18 pm · Reply
Deiber,
sou também um admirador do pe. Paulo Ricardo. Homem abençoado!
Vale lembrar que ele, enquanto pastor, precisa ter uma opinião conservadora e sobretudo que não dê margem à queda de seu rebanho. Por isso ele certamente não deixará brechas para um estímulo a coisas que, sabidamente, são mal-utilizadas.
Um exemplo prático: sou roqueiro (já tive até banda). Não tenho nada contra sertanejo ou grande parte do que se chama MPB. Ah! Sou também afeito à liberdade de escolha e opinião (mas se fizer escolhas erradas, vai se ver comigo…). Quando tiver filhos, certamente irei doutriná-los na apreciação do rock 'n' roll, em especial do heavy metal bem feito (sim, há rock/metal mal feito). Procurarei ao máximo evitar que eles escutem pagode, que leva ao funk e outras tranqueiras. Dar atenção a outros estilos que não o rock obriga a pessoa a ter gosto ruim? Não.
É mais ou menos por aí que pode-se avaliar a palavra do pe. Paulo.
André
setembro 24, 2012 at 8:24 pm · Reply
"a partir do momento em que um Sacerdote fala como Sacerdote, ele está falando em nome da Igreja sim" Frei Betto disse essa semana que deveria ser feito um filme retratando Obama sendo sodomizado por Bin Laden pra compensar aquele filmeco americano contra Maomé! Bom saber que ele falou em nome da Igreja! Amém, Deiber ¬¬
Deiber
setembro 24, 2012 at 2:41 pm · Reply
Concordo com você, Bruno. Não partilhamos do mesmo gosto musical mas é interessante a diversidade de opiniões e de preferências. Em momento algum, condenei ou simplesmente julguei a opinião de quem é adepto às tatuagens e piercings mas expus meu sentimento acerca do assunto. Assim como não estou julgando quem é a favor ou contra, não estou afirmando ser acéfalo quem baseia sua opinião em A ou B. Às vezes é preciso ser contundente sim na defesa de nossas opiniões mas ser contundente não quer dizer ser desrespeitoso.
E é por isso que manifesto concordância com o que você diz.
Marcos
setembro 24, 2012 at 2:48 pm · Reply
Olá POVO, Salve Maria.
Posso estar muito enganado, mas pra mim tanto o texto daqui quanto o vídeo do Pe. Paulo dizem o mesmo mas com uma linguagem diferente. Em abos os conteúdos fica claro que não se trata de um mal em si mesmo, e que devemos ter cuidado. E no fim do vídeo ele recomenda a cautela, assim como aqui.
Rafael Rosa
setembro 24, 2012 at 3:00 pm · Reply
Olha eu fico ainda com uma pulga atrás da orelha.
Uma amiga minha da RCC me disse que numa formação para cura e libertação na CN, disseram que piercing e tatuagem podem gerar prejuízo para a vida espiritual!
Não sei até onde isso é verdade, ou doutrina da Igreja, pois sei que há mtas poeirinhas de protestantismo presentes na RCC, daí acho bom discernir… Qual a opinião dos catequistas?
Cadu Sindona
setembro 24, 2012 at 6:16 pm · Reply
Eu Rafael compartilho a opinião das Comunidades Novas. Eu sinceramtne não creio que uma multilação, seja uma alargador ou uma tatuagem, possa ser boa coisa para nós: templos do Espírito Santo.
O argumento central em que me baseio para tal é que se Deus habita em nós e fez a nossa alma e nosso corpo, é porque é assim que Ele deseja que fique. A criação do Pai é perfeita, não necessita de vaidades nenhumas para ser maravilhosa.
Essa é minha opinião. Respeit quem tem outra, mas nunca ensinarei algo diferente. Nosso corpo é dádiva de Deus e devemos guardá-lo e cuidá-lo da melhor maneira possível.
Bruno Linhares
setembro 24, 2012 at 6:42 pm · Reply
Cadu,
não me parece correto designar tatuagem como mutilação, já que no processo de gravação não se perde um parte do corpo. A tatuagem consiste em pintar-se uma das camadas inferiores da pele (o que aliás, muita gente não sabe. Pensa-se que a tatuagem pinta a carne) e como os desenhos ficam íntegros, não há deformação, propriamente dita.
Isso posto, tomo emprestado o teu argumento de que Deus habita em nós e proponho: na eventualidade de uma mutilação acidental, o Espírito que habita em nós fica prejudicado em sua integridade? Certamente que não, nem o nosso e muito menos o Espírito de Deus
Aliás, basta considerarmos o cordão umbilical, as unhas e os próprios cabelos para reconhecermos que podemos exercer uma certa customização de nossos corpos.
Cadu Sindona
setembro 24, 2012 at 6:57 pm · Reply
Bruno irmão, a paz!
Uma coisa é uma multilação acidental (uma aputação de um membro por exemplo), outra bem diferente é propositalmente usar um instrumento para, como você mesmo disse "pintar-se uma das camadas inferiores da pele", portanto de fere a superior tabém correto? Como passar uma agulha debaixo de algo sem primeiro passá-la por cima?
Creio que uma tatuagem é sim uma multilação porque fere a integridade física, tal qual Deus fez, e fazer isso voluntáriamente não é algo que eu faria. É lógico que esta é minha opinião, mas não flexibilizaria a quem quer que fosse.
Pax et ignis!
J. Everton
setembro 24, 2012 at 7:10 pm
Quanto a "mutilação" corporal, intencional, ela em si também não parece ser mal ou errada.
Veja que Deus ordenou a cincuncisão e também a perfuração da orelha de um escravo como sinal de compromisso com seu senhor, conforme citei em outro comentário.
Paulo Ricardo
setembro 24, 2012 at 7:20 pm
Por essa lógica, Cadu, o mesmo se aplica a quem usar um cilício?
É uma pergunta real, pois desconheço o assunto, como eu disse e já deve ter ficado um pouco claro aqui, sou um tipo de Sr. Spock católico.
Preciso ver qual o sistema lógico. Já que não existe uma lógica propriamente dita, mas sistemas lógicos. E vou parando por aqui antes que eu der um nó na cabeça.
A Catequista
setembro 24, 2012 at 7:37 pm · Reply
Cadu, assim como você, não creio que uma mutilação ou qualquer coisa que deforme o corpo (como os piercings com alargadores ou a prática do "body modification") possa ser algo bom para nós. Porém, os piercings sem alargadores, em geral, não causam deformidades nem mutilações. Se assim fosse, teríamos que dizer que uma mulher com um brinco na orelha está se mutilando ou deformando seu corpo.
Quanto à tatuagem, se não for nada bizarro, como pontuamos no post, dizer que se trata de uma mutilação é, no mínimo, histeria.
Victor
setembro 24, 2012 at 3:12 pm · Reply
Amigos, recomendo esse texto do Prof. Carlos Ramalhete sobre o tema: http://www.tradicaoemfococomroma.com/2011/06/tatuagens-moral-e-biblia.html
E penso que o entendimento do blog e do pe. Paulo Ricardo podem ser harmonizados sim. Isso porque, para avaliar se um ato é ou não pecaminoso, há que se averiguar a intenção, ou finalidade do ato.
Se o desejo, ao fazer a tatuagem, é louvar a Deus, dificilmente haverá pecado (aliás, vocês notaram a tatuagem gigante que o lutador de MMA Jon Jones traz no peito? "Philippians 4:13″).
Agora, se uma pessoa resolve tatuar algo que tem notadamente um sentido anti-cristão, obviamente cairá em pecado.
O que o pe. Paulo destaca é que o ato de tatuar-se em geral é ligado a essa ideia de 'rebeldia', que é anti-cristã. Contudo, ficando claro que não há essa finalidade, não há que se falar em pecado.
Tudo deve ser analisado conforme seu contexto. Em geral, as coisas não são intrinsecamente pecaminosas, mas adquirem esse status conforme o uso que damos a elas.
Paulo Ricardo
setembro 24, 2012 at 3:13 pm · Reply
Só posso falar de meu exemplo pessoal. quando fiz minhas tatuagens fiz, em primeiro lugar, para MIM MESMO, elas representam coisas que são importantes para mim, que lembram-me o que sou e da forja que saí. Eu as fiz com essa intenção. Mesmo minha tatuagem do rabugento. Tirante a imagem de São Domingos, as demais nem preciso esforçar-me para esconder. Mas mesmo a imagem de São Domingos me basta uma camisa de mangas compridas para escondê-la. Tudo vai pela intenção. Não achei ainda na sã doutrina nada que me levasse ao arrependimento, se encontrar pedirei sincero perdão a Deus meu Pai e Senhor.
Agora, tatuar um demônio japonês zoiudo qualquer porque achou "maneiro, aê" é coisa de completo idiota. Tatuagem é uma coisa difícil de definir, um monte de boçal faz isso e quando fica mais velho se arrepende. CLARO! O que eu já vi de cretinos mergulhando nessa lama não tá no gibi.
Deiber
setembro 24, 2012 at 3:13 pm · Reply
Pois é, Marcos. Por mais controverso que possa parecer o assunto, as opiniões se assemelham. Infelizmente, faltou-nos a caridade de ir além e perceber isso.
J. Everton
setembro 24, 2012 at 4:17 pm · Reply
Esta semana que passou mesmo eu estava pensando em pedir aqui no blog para tratarem sobre o tema deste post. Não sou Católico (ainda), então gostaria de saber a "opinião" da Igreja.
Mas o certo, então, é que a Igreja não tem dogma quanto a isso.
Deixo uma opinião básica quanto ao tema. Principalmente devido as alegações dos que são contra o uso de tatuagens e piercing.
Alguns alegam que ferir o corpo propositadamente é desagradável a Deus. Mas não é bem assim, pois Deus deu a circuncisão, que é uma prática onde o ferimento é proposital (e em uma parte bastante sensível do corpo), e também ordenou a perfuração da orelha de um escravo como forma de compromisso com o seu senhor (Êxodo 21:6), por exemplo.
Então, o ferimento proposital não é o problema, propriamente, mas sim as motivações.
Portanto, antes de um Cristão fazer qualquer coisa, deve pesar na "balança da consciência" (além das Escrituras, claro) se suas motivações são puras e justas e se suas ações, práticas, são nobres e de boa fama:
"Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento." Filipenses 4:8
"Quanto ao mais, ninguém me moleste; porque eu trago no corpo as marcas de Jesus." Gálatas 6:17
O Catequista
setembro 24, 2012 at 4:49 pm · Reply
Oi Everton,
A Igreja não tem nenhum POSICIONAMENTO sobre o assunto. Cuidado com o uso da palavra DOGMA. Muitos, em geral a imprensa, acabam usando essa palavra com uma conotação pejorativa, significando "regra", e não é nada disso.
Para entender bem o que é dogma, leia um post (velhiiiinhoooo) que fizemos sobre o assunto: http://ocatequista.com.br/?p=1737.
Abraços!
J. Everton
setembro 24, 2012 at 5:07 pm · Reply
Ah, valeu. Eu já tinha lido, mas reli.
Mas foi nesse sentido mesmo que usei o termo, de posicionamento.
Bruno Linhares
setembro 24, 2012 at 6:50 pm · Reply
J. Everton, gostei do "não sou católico (ainda)". Que Deus conclua essa obra!
Vale lembrar que a circuncisão foi revogada pelos primeiros cristãos, cf. 1Cor 7, 18-19. Também a proibição de comer carne de porco, a propósito, em Atos.
De resto, é bem por aí como estamos comentando.
J. Everton
setembro 24, 2012 at 7:16 pm · Reply
Ok. Pode ser. Mas a questão que quis colocar é que o próprio Deus ordenou "mutilações" corporais.
Então, a alegação que é desagradável a Deus ferir o "corpo original" que Ele criou, não procede, pois Deus mesmo ordenou mutilações em determinadas circunstâncias.
Este foi o ponto que quis frisar.
O Catequista
setembro 24, 2012 at 4:35 pm · Reply
Deiber,
Sobre a frase "a partir do momento em que um Sacerdote fala como Sacerdote, ele está falando em nome da Igreja sim".
É bom esclarecer essa questão, que muitas vezes provoca mesmo confusão no nosso Povo Católico.
Um padre, ou qualquer outro, só fala em nome da Igreja quando o faz "in persona Christi" ou quando tem a devida autorização da Igreja para isso (o que é muito raro e pontual).
Fora os casos acima, mesmo sendo um padre muito respeitado, não fala em nome da Igreja DE JEITO NENHUM!
Se fosse como você falou, todas as atrocidades que, volta e meia vemos alguns sacerdotes dizerem nas homilias, teriam que ser verdade de fé.
Quer um exemplo? Nosso amigo Padre Pinto, enquanto ainda era pároco da Lapinha (na Bahia) disse: "Vou continuar transgredindo. Vou dizer que tem que usar camisinha e condenar o celibato." E aí? Falou em nome da Igreja????
Tome cuidado!
Abraços!
André
setembro 24, 2012 at 8:32 pm · Reply
Só corrigindo, Alê, nosso amigo pintinho pai de santo foi afastado, mas voltou; continua celebrando legitimamente na Bahia, esquise no google usando o filtro de textos mais recentes ;]
Jeansley de Sousa
setembro 24, 2012 at 5:22 pm · Reply
Olá, catequistas! Acompanho, sempre que posso, as postagens de vocês. Via de regra, mui edificantes! Mas venho aqui manifestar discordância em relação à forma como foi abordada o tema do presente artigo. E meu raciocínio é o seguinte: 1. A origem dos piercings e das tatuagens é má (pagã); 2. As "tribos" que se valem desses apetrechos para se adornar são, até hoje, compostas, em sua maioria, por pagãos, ateus, satânicos e similares (se existem santos, beatos ou gente conservadora, tradicional e de piedosa fé que tenham aderido a modismos como esses por mera vaidade, sinceramente, desconheço); 3. Do ponto de vista da saúde, os médicos, majoritariamente, contra-indicam tais práticas, pelos malefícios que podem trazer ao organismo. Resumindo: piercings e tatuagens são maus na origem, costumam não se enquadrar na fé simples e piedosa dos conservadores que nos levaram à fé, e fazem mal (ainda que desconsiderável, não sou médico ou cientista para aferir o quantitativo desse mal) à saúde. Ou seja, na hipótese excepcionalmente melhor, essas práticas constituiriam uma "vaidade neutra".
Paulo Ricardo
setembro 24, 2012 at 5:42 pm · Reply
Olá Jeansley,
Gostaria de colocar alguns argumentos contrários ao que você colocou, utilizarei a mesma sequência que você usou:
1 – Muitos hábitos e costumes daquilo que chamamos civilização ocidental tem a mesma origem e nem por isso são considerados maus, por exemplo, parte de nosso sistema jurídico. Temos também muitos aspectos legados da cultura greco-romana, fazendo uma analogia com o que você disse, devemos desprezar 2500 anos de filosofia.
2 – O que você colocou é correto, mas voltamos a discussão inicial: tudo tem a ver com a intenção. Realmente a intenção das mencionadas tribos é medonha. E daí? A questão aqui é o porquê. Não podemos ser responsabilizado pela ignorância alheia.
3 – Só confie em médicos com mais de 25 anos de prática profissional, médicos novos são tão modistas, ateus e satânicos quanto os manés que fazem tatuagem por fazer. Para esses trouxas as pessoas viveriam de sol e rúcula.
Então, leve em conta o que está fazendo, ore a Deus caso queira tatuar-se para saber se está fazendo a coisa certa.
E procure um estúdio onde o material esteja em conformidade com as normas de higiene.
Ah! Outra coisa! Preparem-se para morrer numa grana porque uma boa tatuagem sai muito, muito caro!
Jeansley de Sousa
setembro 24, 2012 at 6:07 pm · Reply
Caro Paulo Ricardo, suas menções a respeito dos hábitos e costumes da civilização ocidental procedem, sim, entretanto, se estamos diante de uma questão, que em boa medida, traz relação com a moral, resta-nos saber se houve ou não a chancela eclesial para tais práticas. Se a Igreja acatou algumas práticas, não significa que tenha acatado todas, certo? E não me consta que tenha havido essa legitimação no que tange às tatuagens e/ou aos piercings, para que possam ser consideradas boas ou certas (como você sugeriu em sua resposta). Ou seja, rezar para saber se está fazendo a coisa certa me parece algo que não necessita resposta divina para sabermos que, podemos até não estar fazendo nada de errado, mas a coisa certa, definitivamente NÃO ESTARÍAMOS! Basta olhar o exemplo, como mencionei, de santos, beatos e demais pessoas de fé piedosa para nos darmos conta de que nenhum deles, jamais, nos orientaria a uma dessas práticas (se você conhecer algum indique-me, ok?! Não vale a Rihana!).
Ademais, penso que postagens como essa só são capazes de produzir dois tipos de fruto: 1. acalmar a consciencia atribulada de católicos que não sabem se servem ao mundo ou a Cristo; e, 2. Incentivar aqueles que ainda se seguravam para não fazer uma tatuagem para não escandalizar suas vovozinhas que rezam o rosário diariamente. Ou seja, na contramão de São Paulo que, apesar de considerar não ser mal algum comer carne oferecida aos ídolos (e nem bem, diga-se…), aconselhava que não o fizesse para não causar escândalos aos pequeninos… vocês, nessa postagem, incentivaram um escândalo desnecessário. A troco de quê? Da justiça? Do bem? Da verdade?! Não! Somente da vaidade! A não ser que você me prove que ha alguma necessidade ou bem espiritual anexos a essas práticas…
O Catequista
setembro 24, 2012 at 6:27 pm · Reply
Jeansley. Você só faz coisas em que haja necessidade espiritual? Fantástico. Imagino que você não tenha nem TV em casa. Aliás… o que está fazendo na internet???
Não há porque se demonizar a vaidade. Já disse, ela em si, não é pecado. O problema é quando ela assume a centralidade da vida (como vemos acontecer muitas vezes). Um simples desenho na pele não manda ninguém pro caldeirão e nem faz de ninguém menos santo.
Falando em santos, aliás… difícil que algum santo recomendasse piercings ou tatuagens. Primeiro porque não há porque se recomendar. O que estamos fazendo é dizer que isso não é condenável, como todos gostam de dizer. Em segundo, todos os santos contemporâneos eram muito velhos ou já tinham morrido quando a tatuagem surgiu da maneira como é entendida hoje. Piercings nem se fala. Cuidado ao tentar adivinhar o que um santo lhe recomendaria. Precisamos levar em conta muitos contextos. Eu tenho certeza de que Pe. Pio jamais deixaria você ficar na Internet…
Viver a fé tem a ver com temperança e liberdade. Não faça como os protestantes que proíbem tudo por não confiar na liberdade e no julgamento das pessoas. Faça como Deus, que provoca continuamente a nossa liberdade.
Abs!
Jeansley de Sousa
setembro 24, 2012 at 6:17 pm · Reply
Quanto aos médicos… você tem razão, contudo, não sei o que dizem os médicos mais experientes a respeito do assunto… Desconfio, inclusive, que eles tem maior tendência a se opor do que os moderninhos… mas isso é só uma suspeita.
Jeansley de Sousa
setembro 24, 2012 at 6:41 pm · Reply
Pelo tibubeio e fuga do tema (não responderam nenhuma de minhas indagações) percebo que falam movidos por paixão. Isto é, uns ou pelo menos algum de vocês devem ter tatuagem e/ou piercing e tentam, apaixonadamente, justificar a tese. Percebam que em nenhuma de minhas postagens eu disse que a prática é condenável ou má em absoluto, apenas afirmei que na melhor das hipóteses, trata-se de "vaidade neutra" que, ainda assim, pode escandalizar os pequeninos, de fé devota e simples… questão aliás, tratada, em minha resposta, de forma analógica à carne oferecida aos ídolos, ensinada por São Paulo (da qual vocês se esquivaram também). Quanto à TV, tenho, sim. Se botar na balança: 40% Canção Nova, 10% Futebolzinho básico (descontração neutra) e 50% desligada. Ahhh e a internet tenho também! Para ver as postagens bacanas de vocês ou discutir as não tão bacanas como essa, além de manter meu próprio blog, no qual evangelizo. Meu último artigo, inclusive, foi sobre Padre Pio, de quem sou devoto há uma década. Pelo que conheço dele, ele me daria o bofetão para eu ficar esperto e tirar eventual piercing que tivesse posto (já que a tatuagem seria bem mais complicado), mas não se incomodaria que eu assistisse TV ou ficasse evangelizando na NET, da maneira como o faço. Será que estou ousando demais em minha devoção? "Adivinhando" o que Padre Pio faria… Bom… no Céu a gente tira essa dúvida. No mais, não quero atrito com vocês, mas sempre que eu julgar necessário vou criar alguns. Porém, tenham certeza que continuo em paz e espero que vocês também. Fiquem com Deus!
Bruno Linhares
setembro 24, 2012 at 7:05 pm · Reply
Jeansley, só as respostas dos donos do site valem?
Se você investigar as minhas e de outros leitores poderá encontrar argumentos mais próximos do que você desejava ler como resposta. Veja, por exemplo, quando comentamos (Deiber, A Catequista e eu) lá em cima acerca da opinião do pe. Paulo Ricardo.
Seja mais razoável e justo: algumas das suas perguntas já haviam sido respondidas nos comentários anteriores. Mais precisamente: o próprio texto do artigo, se lido sem um desejo de refutação da sua parte, já elimina um questionamento do tipo "vocês, nessa postagem, incentivaram um escândalo desnecessário. A troco de quê?"
A "troco da troca" de informações, ora!
Jeansley de Sousa
setembro 24, 2012 at 7:13 pm · Reply
Bruno, se li um artigo do qual discordei, evidentemente, aguardo posicionamento de quem escreveu o artigo e não de terceiros, se isso for possível, claro. Quanto aos comentários anteriores, percebi que queriam considerar a opinião do Pe. Paulo Ricardo como se fosse posição oficial da Igreja, equívoco devidamente corrigido pela Catequista. Apesar de eu considerar o Pe. Paulo Ricardo um ótimo guia para minha própria caminhada espiritual, sei que ele não fala em nome da Igreja, não está investido desse múnus que é próprio do Sagrado Magistério, portanto eu não poderia "pegar carona" nos comentários dos demais colegas que você citou, mesmo concordando em gênero, número e grau com o posicionamento do referido sacerdote.
Paulo Ricardo
setembro 24, 2012 at 7:11 pm · Reply
Você não leu meus comentários anteriores, eu disse que tenho três tatuagens e um brinco na orelha esquerda. Uma tatuagem de São Domingos, outra de São Francisco de Assis e uma do rabugento (Mutley para alguns), todas feitas antes da minha conversão, e todas com um significado especial para mim.
J. Everton
setembro 24, 2012 at 6:43 pm · Reply
Jeansley de Sousa,
Acredito que a grande maioria dos casos em que alguém faz tatuagem, por exemplo (o tema é sobre piercing também, mas nos detemos a tatuagem), é por mera vaidade mesmo. E isso vale mesmo quando a tatuagem é "religiosa", isto é, com algum verso bíblico, imagem da cruz de Cristo, de santos etc.
Então, a tatuagem, a imagem da tatuagem, pode até ser religiosa, mas a motivação é vaidade: usa-se a imagem religiosa para camuflar a motivação vaidosa, o culto ao corpo (idolatria) e exibicionismo.
Mas não podemos julgar que em todos os casos as motivações sejam essas, pois só Deus conhece os nossos corações de fato.
A tatuagem em si não parece ser um mal e um erro.
Não sou Católico (ainda), mas creio que se os santos não nos orientaram a essas práticas, também não nos desaconselharam, isto é, não falaram nada a favor mas também não falaram nada contra. Ou seja: nem passou pela cabeça deles essa questão.
Creio que se essa fosse uma questão simples de se julgar, a Igreja já teria, de modo oficial, dito um NÃO.
Observação: Não tenho tatuagem (nem piercing) e nem pretendo fazer, e nem sou simpático a essas práticas, mas creio que não há base para dizer um NÃO categoricamente.
Jeansley de Sousa
setembro 24, 2012 at 7:22 pm · Reply
J. Everton, foi exatamente por isso que jamais afirmei que a tatuagem é um mal e um erro por si só. Apenas identifiquei que seus frutos são maus ou, na melhor das hipóteses, uma vaidade neutra. Portanto, botando na balança, tenho motivos para desestimulá-lo (ainda que por causar escândalo aos pequeninos) ao passo que, nenhum motivo para estimulá-lo.
"Não sou Católico (ainda)?" Por que a demora em aderir ao que te salta aos olhos, meu irmão? Apressa-te! Você parece um bom combatente na fé! Aguardo convite para seu Batismo ou Crisma, se for o caso! hehehe Abraço e fique em paz.
J. Everton
setembro 24, 2012 at 7:53 pm · Reply
Pois é.
Fui batizado na Igreja Católica, quando bebê, mas só isso também.
Preciso estudar um pouco mais.
A Catequista
setembro 24, 2012 at 8:01 pm · Reply
Jeansley,
O que você não está conseguindo entender é que NÃO ESTAMOS ESTIMULANDO NADA.
Apenas estamos ajudando nossos irmãos a compreender as circustâncias em que a tatuagem e o piercing são inadequadas a um cristão, e justamente, apontar a possibilidade da tal "vaidade neutra", como você chama. Ajudamos as pessoas a refletir, com base na doutrina e na Tradição da Igreja e não queremos cercá-las com regrinhas fechadas, com moralismo. Não mesmo! Se você mesmo reconhece que existe a possibilidade de fazer tatuagem ou piercing sem pecar (ato neutro), porque teríamos que ocultar isso das pessoas, e falar só das possibilidades de pecado? A verdade é o que nos liberta, amigo, e não a LEI.
Vamos parar de filtrar mosquitos, como diz Jesus. Basta de farisaísmo!
A Catequista
setembro 24, 2012 at 8:04 pm · Reply
É exatamente isso. J. Everton. Você compreendeu e resumiu a questão muito bem, com grande clareza. Abraço!
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