É de aconselhar que se leia primeiro toda a Liturgia da Palavra.
27º DOMINGO COMUM - ANO B !
A Liturgia da Palavra deste 27º Domingo Comum – B, é uma chamada muito oportuna à Santidade do Matrimónio, como base da Família e, consequentemente, esteio da Sociedade.
A vida humana, sendo de índole social e comunitária, é regulada por acordos e alianças, continuamente renovados, ao longo do tempo.
Deus tomou a iniciativa de estabelecer uma aliança de amor com o homem, de que é garantia máxima – Cristo – fazendo-Se um de nós.
Desse modo, convida o cristão a manter-se fiel ao pacto celebrado com Deus, aos acordos celebrados com qualquer homem, e particularmente à aliança realizada entre marido e mulher, no amor.
A 1ª leitura, do Livro do Génesis, diz-nos que, em linguagem bíblica, dar o nome às coisas é exercer domínio sobre elas.
Deste modo, o homem criado por Deus, exerce o seu poder sobre todas as coisas.
- "O Senhor Deus formou, com terra, todas as aves do céu. Depois levou-as ao homem, para ver como ele lhes chamaria : o nome que o homem desse a cada um dos seres viventes seria o nome próprio de cada qual".(1ª Leitura).
Um ser da criação, diferente de todos os outros, é posto ao lado do homem, não para o dominar ou ser dominado por ele, mas para ambos se amarem.
- "Não convém que o homem esteja só. Vou fazer-lhe uma ajudante que se pareça com ele». (1ª Leitura).
Este ser é a mulher, complemento do homem.
E, em virtude do amor que os une, um e outro deixarão todas as amizades, ainda as mais profundas, para se darem em união total, formando um só, sob as bênçãos de Deus, como pede o Salmo responsorial :
- "O Senhor nos bendiga em toda a nossa vida".
Na 2ª Leitura, S. Paulo diz aos Hebreus, e hoje também a cada um de nós, que Deus tudo fez por nós, para nos conduzir à Sua glória.
- "Deus, origem e fim de todas as coisas, queria conduzir muitos filhos para a Sua glória".(2 ª leitura).
Foi por isso que Cristo se fez um de nós, aparentemente abaixo dos anjos, mas coroado de glória pela morte que sofreu.
E esse amor de Cristo por nós deve ser o modelo do amor entre o homem e a mulher, santificado pelo sacramento do Matrimónio, e fecundado pela fidelidade à aliança perpétua entre o homem e a mulher.
O Evangelho é de S. Marcos e diz-nos que a Lei de Moisés permitia o repúdio da mulher em certas circunstâncias.
Como em tantas outras ocasiões, vai ser posta a Jesus, pelos fariseus, uma pergunta de segunda intenção, evocando o problema da separação do homem e da mulher.
- "Aproximaram-se de Jesus uns fariseus, que lhe perguntaram : «Pode um homem despedir sua mulher?»(...) Moisés permitiu que se passasse um certificado de divórcio(...)«Foi por causa da dureza do vosso coração».(Evangelho).
Longe estavam os fariseus de imaginar que o Casamento é a plenitude do amor entre duas pessoas e, consequentemente, perpétuo e incondicional.
Esta é a vontade de Deus : que o homem e a mulher sejam um só e para sempre.
- «Assim, já não são dois, mas um só. Portanto, o que Deus uniu, não o separe o homem».(Evangelho).
Assim como para a constituição da família através do Matrimónio, há regras a observar e compromissos a cumprir, assim para a hipótese de uma separação há também cláusulas que se devem evocar para a evitar.
Para o Matrimónio católico, rato e consumado, não há qualquer hipótese de separação legal, isto é, com a dissolução do vínculo matrimonial, mas podem ter havido motivos que levassem a um Matrimónio inválido, que podem permitir uma separação legal.
Duas pessoas baptizadas unem-se pelo Sacramento do Matrimónio, levando consigo a garantia de uma longa vida de amor e fidelidade.
Elas não vão meramente mudar direitos e deveres, mas sim entregar-se uma à outra de uma maneira especial.
Cada uma dessas pessoas assume uma nova identidade para com a outra.
Sob a influência da Escritura nós somos levados a ver a garantia do amor como um selo de uma Aliança na presença de Deus.
Assim como o Senhor escolheu Israel entre outras nações para viver numa relação de Aliança com esse povo, também os esposos se escolheram mutuamente para o resto das suas vidas, esquecendo e excluindo outras pessoas.
Como uma Aliança, o Matrimónio tem Deus como autor e como Testemunha.
Como o marido e a esposa são membros de um povo de sacerdotes, Deus é a garantia da sua união.
Os contratos, podem ser dissolvidos por comum acordo, por conveniência mútua ou por uma intervenção civil.
Mas o Matrimónio, como Sacramento-Aliança, ninguém o pode dissolver, ainda mesmo perante a quebra de uma fidelidade que tinha sido prometida..
A Escritura insiste em que a fidelidade de Deus para com Israel, permanece, mesmo quando o seu povo se volta para outros deuses.
Tal fidelidade pertence à garantia da Aliança com a qual os esposos se uniram pelo Matrimónio.
Verdadeiramente nem todos são capazes de viver em amor e dedicação por toda a vida.
Não é requerida nenhuma maturidade para tal compromisso e Aliança senão na fé e no testemunho de Deus.
O mero facto do Baptismo não a assegura, pois que muitos baptizados, se unem no Sacramento do Matrimónio, praticamente como descrentes, ameaçando assim a sua Aliança mútua e para com Deus.
O Matrimónio Cristão distingue-se pelo conhecimento de que Cristo está presente com o Seu amor redentor, como nos diz o Catecismo da Igreja Católica :
1642. - "Assim como outrora Deus veio ao encontro do seu povo com uma aliança de amor e fidelidade, assim agora o Salvador dos homens e Esposo da Igreja vem ao encontro dos esposos cristãos com o sacramento do Matrimónio" (GS 48, § 2). Fica com eles, dá-lhes a coragem de O seguirem tomando sobre si a sua cruz, de se levantarem depois das quedas, de se perdoarem mutuamente, de levarem o fardo um do outro, de serem "submissos um ao outro no temor de Cristo". (Ef. 5/22), e de se amarem com um amor sobrenatural, delicado e fecundo. Nas alegrias do seu amor e da sua vida familiar, Ele dá-lhes, já neste mundo, um antegosto do festim das núpcias do Cordeiro.
Este conhecimento da presença de Cristo no Matrimónio Cristão, encoraja a oração participada, que se faz em conjunto para procurar a vontade de Deus : Como Lhe agradar, como Lhe agradecer por toda uma vida, vivida em comum.
A principal finalidade do Matrimónio Cristão é a de se ajudarem mutuamente a conhecer e a amar a Deus mais vivamente, a amar toda a gente nesta grande escola do amor e a transmitir a vida e educar os filhos para a maturidade, para o discernimento, para a prática do bem comum e para o conhecimento da presença de Deus.
Pelo Matrimónio Cristão único e indissolúvel se caminha rectamente no cumprimento do plano da História da Salvação.
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Diz o Catecismo da Igreja Católica :
2207. – A família é a célula primária da vida social. É ela a sociedade natural em que o homem e a mulher são chamados ao dom de si mesmos no amor e no dom da vida. A autoridade, a estabilidade e a vida de relações no seio da família constituem os fundamentos da liberdade, da segurança, da fraternidade no seio da sociedade. A família é a comunidade em que, desde a infância, se podem aprender os valores morais, começar a honrar a Deus e a fazer bom uso da liberdade. A vida da família é a iniciação da vida da sociedade.
1650. – Hoje em dia e em muitos países, são numerosos os católicos que recorrem ao divórcio, em conformidade com as leis civis, contraindo civilmente uma nova união. A Igreja sustenta, por fidelidade à palavra de Jesus Cristo («quem repudia sua mulher e casa com outra comete adultério em relação à primeira ; e se uma mulher repudia seu marido e casa com outro, comete adultério». Mc.10,11-12), que não pode reconhecer como válida uma nova união, se o primeiro Matrimónio foi válido. Se os divorciados se casam civilmente, ficam numa situação objectivamente contrária à lei de Deus.
Fê-los Deus homem e mulher !... E o homem deu nome a todos os animais.
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