HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
(137)-SER CAMINHO PARA OS OUTROS
(2º Domingo do Advento – C)
"Preparai o caminho do Senhor, endireitai-Lhe as veredas...".
- " Preparai o caminho do Senhor", é a mensagem profética que hoje nos chega, neste Advento de Deus ao nosso mundo que estamos a celebrar.
Não se trata, com certeza, de invadir as nossas "Auto-estradas da comunicação" entrando em concorrência com aquilo a que alguns já chamaram o "segundo poder".
A nossa tarefa é mais humilde nos seus meios, porque não deseja invadir nem conquistar, mas propor e oferecer o testemunho duma Presença que é capaz de mudar tudo à sua volta.
Nos nossos dias, "preparar o caminho do Senhor" é dispor os corações para voltar a receber Jesus, neste mundo que Ele regenerou e que O ignora.
Falando da falta de esperança que caracteriza os nossos contemporâneos, a Igreja disse pela voz do Papa :
- «Na raiz da crise da esperança, está a tentativa de fazer prevalecer uma antropologia sem Deus e sem Cristo. Esta forma de pensar levou a considerar o homem como o "centro absoluto da realidade" fazendo-o ocupar astuciosamente o lugar de Deus e esquecendo que não é o homem que cria Deus, mas que foi Deus que criou o homem e, o ter ele esquecido Deus levou-o a abandonar o homem.
É a este homem e a esta sociedade esquecida de Deus, que somos enviados, para lhes dizer que "não tenham medo" de abrir as portas a Cristo; "não tenham medo" de abrir caminhos, mesmo que humildes, por onde Jesus Cristo possa passar».
Jesus Cristo prefere os caminhos do recolhimento e da intimidade, para aí se poder revelar como nosso amigo e confidente, nossa esperança e futuro da humanidade.
João aparece de novo na Liturgia da Palavra do Advento como alguém que vem, como só ele o fez, preparar a todos os níveis mais uma viagem histórica.
Afinal, uma vocação igual à nossa, que também fomos colocados no mundo do nosso tempo, com uma aliciante missão e a enorme responsabilidade de abrirmos caminhos...
Caminhos de evangelização, que devem apontar os erros como fez João Baptista, para não sentirmos como Isabel o peso duma esterilidade, ou a inutilidade das nossas vidas.
Todos nós fomos escolhidos para o meio do nosso tempo, como João o foi também para o seu, com uma missão igual, de denunciar os erros e apontar os melhores caminhos.
Talvez paradoxalmente somos convidados a aceitar o nosso apagamento pessoal para dar lugar a Jesus que se vai deixar esvaziar para que o Espírito enviado pelo Pai nos devolva a fecundidade perdida.
E só desta maneira generosa, abrindo caminho para Deus num espaço do nosso coração, poderemos ser para os outros, em qualquer lugar um verdadeiro caminho.
Há na vida muitos caminhos que se abrem aos nossos pés, uns largos e outros estreitos, uns escuros e outros cheios de luz, duvidosos ou apaixonantes, todos eles são apenas caminhos.
Enquanto formos dominados pelos nossos cuidados pessoais, pelas nossas preocupações, medos e ambições, não haverá lugar para Deus e não seremos caminho para ninguém, nem estaremos incluídos no plano da História da Salvação.
John 
Nascimento
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