É de aconselhar que se leia primeiro toda a Liturgia da Palavra.
16º DOMINGO COMUM - ANO B !
A Liturgia da Palavra deste 16º Domingo Comum – B, quer hoje alertar-nos no sentido de que ensinar ou pastorear, é a principal missão do Magistério da Igreja, a qual requer uma profunda reflexão, um tempo de pausa para reciclagem e actualização de conhecimentos e ainda um exame de consciência de modo a não se perverter o ensino com os sempre possíveis maus exemplos, para o cumprimento da missão de santificar da Igreja.
A época em que vivemos desenrola-se sob o signo das velocidades e das pressas.
Estabelecermos uma paragem para reflexão sobre os nossos juízos de valor e critérios de apreciação é, não apenas útil, mas necessário.
Muitas vezes se pode perverter uma boa iniciativa, por falta da preparação necessária, por falta de reflexão.
Na 1ª Leitura o profeta Jeremias lembra-nos a Palavra do Senhor que diz :
- "Ai dos pastores que arruínam e dispersam as ovelhas da Minha pastagem". (1ª Leitura).
Os reis e sacerdotes judeus, frequentemente nos aparecem na Bíblia, sob a designação de pastores.
Os pastores são guias e, como tais, são responsáveis pela condução dos seus rebanhos.
Com bons pastores nada falta aos rebanhos, como canta o Salmo Responsorial :
- "O Senhor me conduz; nada me faltará".
Na 2ª Leitura, S. Paulo lembra aos Efésios, e hoje também a toda a Igreja docente, que é preciso estabelecer a paz e a harmonia entre os povos, porque no seu tempo, havia uma grande oposição entre os judeus e os pagãos e a mensagem de Cristo, aperfeiçoando a lei de Moisés, estabelecia a paz entre os povos e as nações.
- "Cristo veio anunciar a boa Boa-Nova da paz, paz para vós que estáveis longe e paz para aqueles que estavam perto".(2ª Leitura).
Inúmeras barreiras separam ainda hoje o Oriente do Ocidente, os crentes dos descrentes, os ricos dos pobres..
O anúncio do Evangelho recomenda o amor de Deus entre os homens, o perdão, a reconciliação e a paz.
Para isso requere-se um momento de reflexão, de estudo e de remodelação de processos de vida e de actividade.
O Evangelho é de S. Marcos e é bem claro, e diz-nos que os Apóstolos, de regresso da sua pregação, relatam os sucessos alcançados na missão apostólica que lhe fora confiada.
Entretanto, Jesus convida-os à reflexão :
- "Vinde em particular para um lugar isolado e descansai um pouco". (Evangelho).
Um tempo de paragem é absolutamente indispensável, para recuperar as forças, para o estabelecimento de uma mais íntima união com Deus e para recuperar a disposição necessária para ouvir e ajudar os outros nos seus problemas.
O Papa é o sucessor de Pedro e a Igreja de Roma é a mesma Igreja que foi fundada sobre a mesma Pedra.
A missão de ensinar da Igreja.
A responsabilidade de ensinar a doutrina e de julgar da sua ortodoxia, pertence à autoridade oficial de ensinar da Igreja.
Esta autoridade está personalizada no Papa, o sucessor de Pedro, como cabeça da Igreja, e nos Bispos em conjunto com o Papa, tal como foi inicialmente confiado a Pedro e ao colégio dos Apóstolos sob a sua chefia.
Estes são oficialmente os Mestres do ensino da Igreja.
Outros têm relações auxiliares com o Magistério :
* Os Teólogos, no estudo e clarificação das doutrinas.
* Os Mestres e Professores - Sacerdotes, Religiosos ou Leigos - que cooperam com o Papa e com os Bispos na difusão dos conhecimentos da verdade religiosa.
* Os Fiéis que, pelo seu sentido de fé e pelo seu testemunho pessoal contribuem para o desenvolvimento da doutrina e para o seu estabelecimento e importância na vida da Igreja e do Mundo.
Para salvaguardar a verdadeira substância da fé em Jesus Cristo, e evitar que cada um se deixe perder, foi estabelecido por Cristo o Magistério da Igreja.
Assim o define o Catecismo da Igreja Católica :
85. - "O encargo de interpretar autenticamente a Palavra de Deus, escrita ou contida na Tradição, foi confiada ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade é exercida em nome de Jesus Cristo (DV 10), isto é, aos bispos em comunhão com o sucessor de Pedro, o bispo de Roma.
O Magistério captura o íntimo coração e essência da Igreja, que consiste em proclamar a Boa Nova de Jesus em toda a sua profundidade.
A Igreja usa os ensinamentos de Cristo e as doutrinas ensinadas pelos Apóstolos, para os comunicar aos fiéis com a assistência do Espírito Santo e abrange todos os campos de acção em que deve agir.
86. - "Todavia, este Magistério não está acima da Palavra de Deus, mas sim ao seu serviço, ensinando apenas o que foi transmitido, enquanto, por mandato divino e com a assistência do Espírito Santo, a ouve piamente, a guarda religiosamente e a expõe fielmente, haurindo deste depósito único da fé tudo quanto propõe à fé como divinamente revelado."(DV 10) .
O Novo Testamento dá testemunho disto ao formar o colégio apostólico.
A Comunidade dos Apóstolos, enquanto ensina como um corpo unificado sob a direcção de Pedro, atesta a verdade de Cristo e fala com toda a autoridade d'Ele.
Foi aos Apóstolos que a autoridade do ensino do Reino foi confiada em plenitude, e eles foram as mais próximas testemunhas do que Jesus fez e ensinou.
No fim da era apostólica foi criado o episcopado monárquico sob a autoridade dos Apóstolos, como seus sucessores, como os árbitros finais da fé e da doutrina.
Os limites do Magistério da Igreja acentuaram-se positiva e gradualmente nos Concílios de Trento (1545-1563) e Vaticano I (1869-1870), e nas controvérsias com os Galicanos, Episcopalianos e Conciliaristas.
O Magistério da Igreja existe para proteger o ensinamento autêntico de Cristo até ao fim dos tempos.
O Magistério da Igreja proclama os autênticos ensinamentos de Cristo, infalivelmente, irrefutavelmente, e sem erro :
* Quando ensina universalmente e sem contradição.
* Quando a falta de ensinamento destas doutrinas se poderia considerar como uma negligência.
* Quando o ensino diz respeito a qualquer assunto de fé ou moral.
* Quando este ensino é feito com toda a autoridade.
Num Magistério Extraordinário o Romano Pontífice e os Concílios Ecuménicos, cujas decisões são confirmadas pelo Papa, têm poder para proclamar certas matérias de fé e moral necessárias para a salvação, como verdades infalíveis.
Tais ensinamentos devem ser proclamados com toda a autoridade e solenidade tanto pelo Concílio Ecuménico como pelo Romano Pontífice, e devem ser aceites consistente e universalmente por toda a Igreja.
Devem ser ensinamentos que nunca admitiram dúvidas.
A doutrina da Infalibilidade do Magistério não significa que tudo quanto a Igreja ensina seja proclamado infalivelmente, mas que a sua proclamação é a de Jesus Cristo e para aqueles a quem Ele quer ensinar.
Pela sua autoridade de ensinar, o Magistério conduz verdadeiramente a Cristo, à santidade e à salvação, uma vez que a plenitude da santidade e os dons do Espírito Santo se encontram na Igreja Católica em virtude da assistência que o Espírito Santo dá ao Magistério.
Portanto o Magistério da Igreja tem o dever de ensinar.
O Catecismo da Igreja Católica, seguindo a Escritura, o Concílio e o Direito Canónico, diz :
2032. - A Igreja "coluna e fundamento da verdade"(l Tim.3,15), "recebeu dos Apóstolos o solene mandamento de Cristo de anunciar a verdade da salvação"(LG 17). "À Igreja compete anunciar sempre e em toda a parte os princípios morais, mesmo de ordem social, bem como emitir juízo acerca de quaisquer realidades humanas, na medida em que exigem os direitos fundamentais da pessoa humana ou a salvação das almas".(DC,cân.747/2).
O Magistério da Igreja assenta, portanto, na verdade e autenticidade da Sucessão Apostólica, para o cumprimento do plano da História da Salvação.
Todos os fiéis devem aceitar com humildade, confiança e reverência, todo o ensinamento do Magistério da Igreja, como garantia de veracidade da doutrina e caminho que leva ao Reino de Deus.
E é na reflexão e na resolução dos nossos problemas, que nos preparamos para o cumprimento do plano da História da Salvação.
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Sobre a missão de ensinar do Magistério da Igreja, diz-nos o Catecismo da Igreja Católica :
888. – Os bispos, com os sacerdotes seus cooperadores, «têm como dever primário anunciar o Evangelho de Deus a todos os homens» (PO 4), conforme a ordem do Senhor. Eles são «os arautos da fé» que trazem a Cristo novos discípulos; os «doutores autênticos» da fé apostólica «munidos da autoridade de Cristo».
889. – Para manter a Igreja na pureza da fé transmitida pelos Apóstolos, Cristo quis conferir à sua Igreja uma participação na sua própria infalibilidade, Ele que é a verdade. Pelo «sentido sobrenatural da fé», o povo de Deus «adere de modo indefectível à fé», sob a conduta do Magistério vivo da Igreja.
890. – A missão do Magistério está ligada ao carácter definitivo da aliança instaurada por Deus em Cristo com o seu povo. Deve protegê-lo dos desvios e falhas, e garantir-lhe a possibilidade objectiva de professar sem erro a fé autêntica. O dever pastoral do Magistério está, assim, ordenado a velar por que o povo de Deus permaneça na verdade libertadora. Para cumprir este serviço, Cristo dotou os pastores do carisma da infalibilidade em matéria de fé e de costumes...
Nascimento
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