HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
(107)-25º DOMINGO COMUM – B
AS NOSSAS AMBIÇÕES !
A nossa civilização estimula e cultiva a ambição.
Constantemente lança nos mercados os mais variados produtos e bens, com que nos acena para provocar o desejo de posse; e são tantos que, por vezes, dizemos que com o que ganhamos "não temos poder de compra".
Se o bem em questão é único, ou raro, a inveja e a cobiça que eles despertam, podem fazer deflagrar as greves, os desentendimentos e a própria guerra.
Em vez de evangelicamente nos congratularmos com o bem dos outros, e darmos graças a Deus por isso, como os discípulos de Jesus no Evangelho de hoje, vamos discutindo entre nós quem é o maior de todos, qual é o melhor, qual vai ser o primeiro.
Se fôssemos capazes de interiorizar o amor que o Pai nos dedica, encontraríamos nesse amor o maior dos bens e não teríamos outras ambições, que não fossem a de poder servir os outros com a nossa vida, precisamente naquilo em que ela é fruto do amor singular com que Deus quotidianamente nos vai gratificando.
Acontece, porém, que, por vezes, a desconfiança em relação a este amor se instala no nosso coração e então temos medo de não sermos suficientemente importantes aos olhos de Deus; procuramos garantias e provas de que temos valor, de que também podemos ser válidos e úteis e, consequentemente, ter notoriedade.
Afinal bastava apenas essa confiança básica num Deus solícito por cada um dos seus filhos, até por aqueles que abusam do poder, que julgam deter, para dominar os outros e colocá-los ao serviço das suas ambições e imporem a moral do mais forte.
É preciso multiplicar o número daqueles que são capazes de olhar para a humanidade com outros olhos e outro coração, porque acreditam, por experência própria, que o amor é a única alavanca capaz de mudar o mundo.
A cobiça e a ambição geram a morte.
Só fazer da própria história pessoal um serviço e uma dádiva aos outros pode gerar a vida.
Vivemos num mundo onde parece que todos estamos a disputar poder, promoções e honrarias, como se a vida fosse apenas um jogo...
Desde pequenos que nos habituamos a concorrer e a competir.
Até em muitas das nossas Igrejas se nota que algumas pessoas, por estarem constituídas em algum poder, já se julgam acima de todos os outros e até se julgam dispensadas de contrbuir para a colecta dominical..
Ser chefe, comandar, ser superior, não é certamente o que Jesus propõe como ideal de vida, mas sim uma situação de "servir", pois que Jesus nos diz :
- "Aquele que for o maior entre vós, será o vosso servo".
- "Quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado".
A única elevação legítima, para o cristão, não é a do pódio e da medalha de oiro, mas sim a da Cruz, que é o sinal máximo duma entrega feita por amor e na totalidade, em ordem à edificação duma fraternidade, em que todos se reconhecem ao mesmo nível de dignidade e onde não existem comparações.
A grande comparação de Jesus é a das crianças :
- "Quem acolhe em meu nome uma criança como esta, acolhe-me a Mim. E quem me acolher, não me acolhe a Mim, mas Àquele que Me enviou".
É esta a verdadeira ambição para quem quiser ser admitido no plano da História da Salvação.
Nascimento
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