O MISTÉRIO DA RESSURREIÇÃO
Mais do que anulação da morte, a ressurreição é metamorphose – "passagem" – ou seja Páscoa – a uma outra forma de vida.
Pela mão de Jesus, somos conduzidos e elevados a outro modo de vida, em que o mais importante deixa de ser a singularidade individual, para se tornar a relação sem limites nem reticências.
S. Paulo fala-nos deu "corpo espiritual", isto é dum corpo todo ele ao serviço duma relação interpessoal aberta e acolhedora, onde cada um partilha com o outro de todo o seu "ego" e da sua circunstância.
Relacionamo-nos em rede e, na nossa vivência como ressuscitados tudo entra em comunhão, porque ninguém ressuscita sozinho, a começar pelo próprio Jesus que, uma vez ressuscitado, deixa de ser simplesmente o cidadão de Nazaré, nascido em Belém para ser o Cristo cidadão de novos céus e de nova terra, Primogénito duma nova humanidade, Cabeça do Corpo Místico onde todos somos regenerados e divinizados.
Coração duma comunidade ecclesial unida a Ele por vínculos do Espírito Santo.
Na ressurreição :
- * É todo o universo que é refundido,
- * É é toda a humanidade que é recriada,
- * É toda a história que é relançada pelo sopro do Espírito de libertação e vida que nos envia como testemunhas vivas e contagiantes de ressurreição.
- * É o Corpo de Luz em que Jesus Cristo ressuscitado continua a ser para nós um mistério a que temos acesso apenas pela fé; e não é sem muita perseverança que Jesus, a começar pelas aparições às primeiras testemunhas os vai educando para viveram o realismo duma fé desconcertante : "tocai-me e vede", diz Jesus aos doze, ainda não refeitos dessa surpresa.
Jesus aparece na sua plena identidade humano-divina e, ao mesmo tempo transfigurado pela luz que o habita, e capaz de se tornar omnipresente.
Um corpo transfigurado é um corpo iluminado interiormente e, por isso mesmo, capaz de um novo relacionamento.
Cada um dos sentidos, que são as antennas da alma, torna-se capaz dum descernimento e duma compreensão imediata e ilimitada, que também a nós nos permitirá, uma nova vivência de comunhão, porque até as trevas e as distroções dum olhar pecador, serão vencidas nesse encontro de luz, que vai sendo o nosso encontro com o Ressuscitado, nos caminhos de Emaús do nosso quotidiano.
Um corpo transfigurado será também cada vez mais o nosso; à imagem de Jesus, essa iluminação dá lugar a um fogo interior que já não é apenas reflexo duma luz divina exterior, mas resultado duma criação do espírito que assim nos vai divinizando.
Nascimento
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