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    sexta-feira, 27 de abril de 2012

    A Palavra do Sacerdote





    Setembro de 2004
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    A Palavra do Sacerdote

    Pergunta — Acabei de ler sua coluna e fiquei realmente encantado. Por isso mesmo, recorro ao senhor para esclarecer uma dúvida em relação à intercessão dos santos junto a Jesus. Acredito piamente nisso, tanto pelas provas dos milagres quanto pela santa Tradição, mas constantemente sofro embates com protestantes que, com argumentos bíblicos, declaram que não devemos recorrer aos santos, pois isso é uma afronta a Deus, uma vez que somente Jesus Cristo pode interceder por nós. Gostaria então que o senhor me esclarecesse, também através de passagens bíblicas, sobre a intercessão dos santos junto a Jesus. Se o senhor puder me ajudar, tenho a certeza de que não somente eu, mas muitos e muitos católicos que estão na mesma situação que eu lhe ficariam muito gratos.
    Jesus Cristo instituiu o Magistério infalível da Igreja, que, assistido diretamente pelo Espírito Santo, interpreta de modo autêntico, os dados bíblicos
    Resposta — Mais um leitor que se manifesta embaraçado com a crítica protestante, pedindo uma demonstração bíblica para uma verdade da doutrina católica. Já temos mostrado, em sucessivas respostas nesta coluna, como essa posição protestante é manca, pois nega os outros dois pés do tripé em que se assentam as verdades católicas: a Tradição (fonte da Revelação divina, como a Bíblia) e o Magistério infalível da Cátedra de Pedro.
    Ou seja, como fonte da Revelação feita por Deus aos homens, além da Bíblia Sagrada, que é a Revelação Escrita, sem dúvida temos também a sagrada Tradição, que é a Revelação Oral, ou transmitida oralmente, o que o leitor, aliás, reconhece em sua carta.
    Ora, as verdades reveladas através dessas duas fontes nem sempre se apresentam inteiramente claras ao comum dos fiéis. Há, ademais, fraquezas na inteligência humana, ou mesmo desvios, que podem levar a entender mal algo que é ensinado. Isso é a experiência de todos os dias. De onde vem a expressão corrente “cada cabeça, uma sentença”. Se Nosso Senhor não nos tivesse deixado um decisivo amparo contra essas fraquezas e desvios, a própria Verdade Revelada, que nos foi dada para nossa salvação, ficaria sujeita a ser corrompida e desnaturada, transformando-se em fermento de confusão e perdição, como tem acontecido em tantas heresias ao longo da História. Por isso, Jesus Cristo instituiu o Magistério infalível da Igreja, que, assistido diretamente pelo Espírito Santo, interpreta de modo autêntico os dados bíblicos; e assegura a objetividade das numerosas verdades que vieram pela Tradição, ou seja, ensinadas por Nosso Senhor Jesus Cristo e transmitidas pela pregação apostólica, e que entretanto não foram registradas — ao menos direta ou explicitamente — nos textos bíblicos.
    Isso não quer dizer, evidentemente, que o Papa é infalível em tudo quanto diz. Ninguém defende isso. As condições da infalibilidade foram definidas no Concílio Vaticano I. Mas, postas essas condições, a infalibilidade é um dom de Deus para os Papas, a fim de mantê-los no reto caminho, quando “ex cathedra” definem matéria de Fé ou de Moral, evitando desvios perigosos e por vezes tortuosos para a autêntica compreensão.
    O leitor encontrará abundantes explicações sobre tal questão na matéria desta coluna dos dois meses anteriores.
    De modo que a primeira réplica a dar à argumentação protestante é exatamente essa, isto é, que a crítica deles é fundamentalmente manca, por negar os outros dois pés do tripé a que acabamos de nos referir. Numa boa discussão, que vise realmente esclarecer os problemas discutidos, é sempre bom começar por mostrar as lacunas fundamentais do adversário. No caso dos protestantes, uma delas é precisamente essa de pensar que tudo está na Bíblia, negando assim a Tradição (fonte de Revelação, como a Bíblia) e o Magistério da Igreja (guarda e intérprete das verdades reveladas).
    Mas, para não deixar o leitor sem uma resposta pessoal (e não apenas doutrinária), lembro aqui apenas um ponto da Sagrada Escritura do qual se deduz claramente que a intercessão dos fiéis, uns pelos outros, é válida e eficiente para nos obter de Deus as graças de que precisamos. Assim, o grande Apóstolo São Paulo, dirigindo-se aos coríntios, não se peja de pedir a eles que rezem por ele, para que seja livre dos perigos: “Adjuvantibus et vobis in oratione pro nobis” (II Cor 1, 11). Sendo de notar que entre os fiéis de Corinto nem todos eram ou seriam santos, mas simples cristãos, cuja oração São Paulo considerava valiosa, e que ele humildemente suplica para si. Assim, embora seja certo que Jesus Cristo é o único Mediador necessário entre Deus e os homens, isso não significa que a mediação de outros, junto a Jesus Cristo, seja destituída de valor. Pelo contrário, tem o seu valor próprio, que São Paulo se preza em solicitar, como aliás fazemos todos os católicos ao pedir a parentes e amigos que orem por nossas necessidades.
    Negando isso, os protestantes não fazem mais que trovejar uma tempestade num copo d’água!
    Pergunta — Sou leitor da revista Catolicismo. Nesta, o senhor responde às perguntas dos fiéis, e no final da página consta o seu endereço eletrônico. Por isso, resolvi enviar esta mensagem que contém uma dúvida que tenho dentro da doutrina católica: o que viria a ser a Graça? A Graça divina é algo que ainda não consegui compreender bem, apesar de ter uma noção do que ela seja. Acredito que corresponder com um sacerdote seria de grande ajuda. Portanto, se o senhor pudesse me esclarecer esta dúvida, eu lhe seria muito grato.
    Pela graça santificante, a Santíssima Trindade habita em nossa alma, que passa a ser templo do Espírito Santo
    Resposta — Em vez de me ater a uma resposta esquematicamente teológica, que talvez não fosse compreensível por boa parte dos leitores, procurarei, sem abandonar o rigor doutrinário, ressaltar em palavras o quanto possível simples o seu conceito, de modo a fazer sentir ao leitor o conteúdo altíssimo e a necessidade que temos da Graça divina (que muito justamente o leitor grafa com maiúscula).
    A Graça é uma intervenção sobrenatural de Deus em nossa vida, que supera a natureza criada do homem. Segundo a definição clássica, o homem é um animal racional, isto é, composto de um corpo e de uma alma espiritual, e por isso mesmo imortal, a saber, não se desfaz com a morte, como sucede com os animais irracionais (estes não têm uma alma espiritual, mas apenas um “princípio de vida”, que poderia também chamar-se “alma”, mas que é meramente corpórea e material, e portanto perecível).
    A essa obra-prima da Criação, que é o homem — feito à imagem e semelhança do Criador —, Deus quis elevar a um estado sobrenatural, concedendo-lhe algo a mais do que a sua natureza criada estritamente exigia. Esse algo a mais é a Graça divina, que está acima da natureza criada e torna o homem participante da própria natureza divina, filho de Deus (por adoção) e herdeiro do Céu. Como se vê, é algo inteiramente gratuito da parte de Deus, e exatamente por isso se chama Graça. A esta Graça os teólogos denominam graça santificante, ou graça habitual.
    Em outras palavras, em seu estado de natureza pura, o homem justo que observasse a Lei natural — a lei inscrita por Deus na natureza do homem (não matar, etc.) —, ao término de sua vida terrena mereceria apenas uma vida feliz num Paraíso meramente terrestre. Deus, porém, na sua misericórdia infinita, quis elevá-lo a participante de sua própria natureza divina, e portanto fazê-lo partícipe de uma vida beatífica no Céu, em que o homem viverá na contemplação eterna e gozosa da própria essência divina. Tal é a graça santificante que recebemos no Batismo, e aumenta com a recepção dos Sacramentos. E que só se perde pelo pecado mortal, podendo ser readquirida pela confissão bem feita.
    Por essa graça, a Santíssima Trindade habita em nossa alma, que passa a ser templo do Espírito Santo. E à vida natural da criatura humana acrescenta-se pela graça uma vida sobrenatural, na qual o homem torna-se apto a praticar atos meritórios para a vida eterna no Céu.
    Em um texto inédito, intitulado Reflexões para a Sagrada Comunhão, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira faz este magnífico comentário: “O fiel católico deve habituar-se a essas perspectivas maravilhosas da doutrina de Jesus Cristo: a esse fato grandioso e sublime de que o sobrenatural o cerca de todos os lados, de que ele é filho de Deus, e de que o termo normal de todas as suas perspectivas é imenso. Em conseqüência, ele não pode viver absorvido na consideração das coisinhas miúdas da vida cotidiana, mas, pelo contrário, deve ter sempre em vista o grande horizonte que se descortina na ponta de todas essas realidades”.
    Tal é o panorama profundo e imenso que a Graça descortina para o homem.
    Porém, para viver imerso nesse panorama o homem precisa da ajuda de um outro tipo de graça que os teólogos denominam graça atual. Esta é um auxílio sobrenatural com que Deus ilumina a nossa inteligência levando-a dar adesão à Verdade, e movendo a nossa vontade a fazer o bem e evitar o mal –– princípio primeiro e supremo de toda a ordem moral. Sem esta graça sobrenatural, não conseguimos praticar estavelmente a lei moral e assim salvar a nossa alma.
    Por fim, o homem enfrenta nesta vida dificuldades de toda ordem, para o que ele precisa constantemente do auxílio de Deus, relativo a bens terrenos e materiais. Esses auxílios são também chamados graças na linguagem corrente: saúde, emprego, dinheiro, aprovação em exames, harmonia familiar, etc. Podemos e devemos pedir essas graças a Deus, desde que nada tenham contra a Moral católica e nos sejam úteis, ou convenientes para o nosso proveito espiritual e maior glória de Deus.
    Para alcançar tais graças, devemos recorrer à oração e aos Sacramentos, e principalmente à intercessão de Nossa Senhora e dos Santos. Mas isto já seria matéria para várias outras colunas mensais.

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