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    quinta-feira, 3 de maio de 2012

    A Rússia da era pós-soviética




    Maio de 2010
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    Entrevista
    • A Rússia da era pós-soviética
     Revelações de um arguto viajante, que analisou a situação reinante na ex-União Soviética. O país é assolado por impressionante processo de decadência e desagregação moral, social e econômica, fruto do comunismo.
     
    Sr. Slawomir “Na Rússia, de cada 100 casamentos, 70 se desfazem. A instabilidade do matrimônio é causada pela falta de princípios religiosos e morais”
              O Sr. Slawomir Olejniczak, 42 anos, presidente da Associação pela Cultura Cristã Padre Piotr Skarga e da Fundação com o mesmo nome, visitou recentemente o Brasil, tomando contato com o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira. Sediadas em Cracóvia, segunda cidade da Polônia, as entidades que ele preside defendem os três princípios básicos da civilização cristã — a tradição, a família e a propriedade — e exercem em seu país importante atuação para libertá-lo das seqüelas nele deixadas pelo tirânico regime comunista, que jugulou a Polônia durante décadas. Desenvolvem também ação contra a nova tirania, representada pelas imposições da União Européia às nações-membros no sentido de que aceitem os erros modernos, como as uniões homossexuais, contrários à doutrina e tradição católicas.
             O Sr. Slawomir acedeu amavelmente ao convite para conceder uma entrevista sobre sua recente visita à Rússia, e descreveu a trágica situação em que se encontra aquele país, visão pouco difundida no Brasil.
             Profundo conhecedor da situação pós-comunista na Polônia, o entrevistado graduou-se em Filosofia pela Universidade Jagiellon de Cracóvia. Para a entrevista, recebeu a reportagem de nossa revista na sede do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, na capital paulista.
    *       *       *
     
    Mais da metade das mortes na Rússia, de pessoas entre 14 e 54 anos, é causada pelo alcoolismo.
    • CatolicismoA atual situação da Rússia é pouco conhecida no Brasil, pois a imprensa costuma silenciar o assunto. Mas o pouco que chega ao nosso conhecimento parece indicar que, em conseqüência dos 70 anos de regime comunista, a Rússia está sofrendo um processo de desagregação. Sob o aspecto moral, a situação seria catastrófica: número assustador de divórcios, promiscuidade sexual, taxas muito acentuadas de alcoolismo e uso de drogas, virtual desaparecimento da instituição da família, aumento impressionante da pandemia da AIDS, do número de abortos, etc. O Sr. confirma a objetividade dessa visão?
    Sr. Slawomir— A situação na Rússia, após 20 anos da queda do Muro de Berlim, mostra que a experiência comunista de 70 anos foi um fiasco. Não só isso, mas também ocasionou enorme devastação no país, conduzindo-o a uma fase de pré-agonia. O comunismo é associado com freqüência ao ateísmo ideológico, ao sistema político totalitário e à miséria econômica. Mas é preciso ainda lembrar que esse sistema leva a família à degradação, minando o seu papel social e de educadora. Combate a religião e a família, o que dá origem a deploráveis conseqüências morais, psicológicas e sociais.
    Permito-me alguns exemplos. A facilidade na concessão do divórcio pelas autoridades administrativas, a pedido do casal (o tribunal decide só em caso de falta de acordo entre os cônjuges, e quando não se sabe o que fazer com os filhos), conduziu à situação atual em que, de cada 100 casamentos, 70 se desfazem. A instabilidade do matrimônio é causada pela falta de princípios religiosos e morais, e em particular pelo alcoolismo e a devassidão sexual. Vale a pena chamar a atenção para o fato de que, pelas estatísticas, cada russo toma anualmente 18 litros de álcool puro, o que ultrapassa duas vezes o limite reconhecido pela Organização Mundial da Saúde como perigoso para a saúde e a vida. O desregramento moral e os narcóticos conduzem à expansão do vírus HIV, que contamina cerca de 2% da população.
    •   Catolicismo— O Sr. conhece os dados sobre a média anual de abortos por mulher russa?
    Sr. Slawomir— A Rússia foi o primeiro país do mundo a legalizar o aborto. Aprovado em 1920 pelo governo comunista, esse método de controle de nascimentos expandiu-se tanto, que 80% das mulheres russas realizam de dois a 20 abortos. Assim, a média é de seis abortos por mulher.
    •  Catolicismo— Outro tema preocupante é o envelhecimento da população. Qual o número de russos que falecem por ano? E quantos nascem?
    Sr. Slawomir— A desmoralização da sociedade, a destruição da instituição da família e o aborto causaram deploráveis conseqüências demográficas. Em 1990 a população russa era de 148 milhões. Atualmente é de 140 milhões, e cálculos demográficos indicam que esse número vai cair para 100 milhões no ano 2050. A tendência atual mostra que, a cada ano, morrem 700 mil russos a mais do que os nascimentos. Por exemplo, em 2006: para 1.479.000 nascimentos, ocorreram 2.167.000 mortes. Uma conseqüência desse desequilíbrio é o envelhecimento da população, ou seja, um aumento percentual de pessoas idosas, o que causa diminuição do dinamismo social e definhamento do desejo de desenvolvimento econômico. Além disso, o baixo nível de higiene e o alcoolismo provocam redução da perspectiva de vida. A média de vida na Rússia é de 65 anos, igual à da Índia; e a dos homens é de 58 anos, como a do Paquistão. Segundo um relatório da revista médica “Lancet”, de 1991, mais da metade das mortes na Rússia, de pessoas entre 14 e 54 anos, era causada pelo alcoolismo. 
    • Catolicismo— Depois de décadas de regime oficialmente ateu, qual a porcentagem dos russos que aderem à igreja conhecida como greco-cismática, majoritária no país? Quais as confissões religiosas reconhecidas oficialmente pelo atual governo?
    Sr. Slawomir— Qualquer declaração sobre renovação espiritual e religiosa na Rússia precisa ser considerada como mera suposição, pois apenas 2% dos russos são praticantes da religião dita ortodoxa. Além do mais, apesar da abolição oficial do ateísmo, a religião continua a ser controlada pelo Estado. O direito russo só reconhece quatro confissões: a chamada “ortodoxa”, a judaica, a muçulmana e a budista. Todas as outras, inclusive o catolicismo, são tratadas como seitas, e encontram para sua atuação numerosos obstáculos por parte das autoridades. Como exemplo, pode-se indicar a escandalosa expulsão do bispo católico Jerzy Mazur, que o impossibilitou de continuar seu trabalho pastoral na diocese da Sibéria Oriental.
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    Maio de 2010
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    Entrevista
     
    “Houve uma metamorfose do monolítico bloco dos aparatchiks comunistas em muitos organismos políticos. A nomenklatura transformou-se em nova oligarquia”
    • Catolicismo— Há algum desnível considerável entre a situação da população de Moscou e a do restante do país? Membros da antiga nomenklatura comunista continuam usufruindo os antigos privilégios e controlando o poder político, social e econômico?
    Sr. Slawomir— Após a queda da União Soviética ocorreu a mudança do regime, ou seja, a transformação do regime comunista numa “democracia” no campo político, e em “mercado livre” no âmbito da economia. Na realidade, foi uma metamorfose do monolítico bloco dos aparatchiks [funcionários ou agentes] comunistas em muitos organismos políticos e econômicos. A nomenklatura transformou-se em nova oligarquia, cujos representantes são membros de diversos partidos políticos e dirigem várias empresas privadas ou estatais. Graças a isso, os antigos comunistas não perderam o poder e a influência, ao mesmo tempo que causam no Ocidente a impressão de que vigora no país uma liberdade econômica e pluralismo político. Sobretudo em Moscou e São Petersburgo aglomeram-se esses grupos privilegiados, cujo nível de vida contrasta drasticamente com a miséria que se expande nas províncias russas. Sabe-se, por exemplo, que Moscou é a cidade no mundo onde mais se vendem automóveis de luxo, como Bentley, Rolls Royce, etc. 
    • Catolicismo— Com a morte (ao menos aparente) do regime comunista, há alguma regulamentação legal a respeito da vida rural e urbana? Algo do princípio da livre iniciativa foi restabelecido no país?
    Sr. Slawomir— Foram introduzidas mudanças legais quanto à possibilidade de adquirir terras e imóveis como sendo propriedades privadas, mas com numerosas limitações. Em primeiro lugar, são restrições legais que, por exemplo, concedem aos governos locais o direito de preferência para compra de terras. Só quando não se encontra um comprador coletivo é que essas terras entram para o mercado livre. Além disso, os estrangeiros não têm direito à compra de terras, o que freia significativamente os investimentos do exterior. Há ainda limitações econômicas, porque a única camada social rica em condições de comprar imóveis e terras do Estado russo é justamente a antiga nomenklatura.
             Foram também privatizadas grande parte das empresas estatais, mas seus proprietários são sobretudo representantes do regime antigo. Graças a tais regulamentações, parece que o princípio da livre empresa foi de alguma maneira restabelecido, mas ao mesmo tempo ficou ele reservado para benefício da oligarquia pós-comunista. Quanto à vida do russo médio, a situação mudou pouco. Ele continua a cultivar uma extensão agrícola ou ocupar um apartamento, dos quais não é proprietário. A aquisição desses bens não passa de um sonho.
     
    “A desmoralização da sociedade causou deploráveis conseqüências demográficas. Em 1990 a população era de 148 milhões. Atualmente é de 140 milhões”
    • Catolicismo— Com o colapso demográfico, verifica-se alguma imigração de outros povos para habitar territórios imensos, como o da Sibéria?
    Sr. Slawomir— O aumento da crise demográfica e a desmoralização social acarretam uma conseqüência: a Rússia encontra dificuldades cada vez maiores para controlar seu imenso território. Já neste ano e no próximo, o país não terá número suficiente de recrutas (necessita de 1 milhão) para manter o exército. Igualmente diminui em aproximadamente 1 milhão o número de pessoas aptas para o trabalho. Isso causa migração interna da Sibéria para a parte européia da Rússia. E o fraco controle existente no Extremo Oriente russo transforma-o em alvo apetecível para imigrantes ilegais vindos da China, os quais revelam muito mais iniciativa do que os habitantes daquelas regiões. Alcançou grande repercussão o plano das autoridades de Wladiwostok, de arrendar metade dessa cidade aos chineses. Naturalmente o Kremlin não concordou, mas tal fato mostra que, em conseqüência de sua situação demográfica, a Sibéria vai entrando cada vez mais na órbita de influência chinesa. Tal processo pode, no fim, ameaçar a integridade territorial da Rússia e resultar na conquista desses territórios pela China. 
    • Catolicismo— Sendo a economia russa baseada em recursos naturais, como petróleo e gás, está sendo incrementada a importação de gêneros alimentícios e produtos industriais?
    Sr. Slawomir— Após 70 anos de comunismo, a economia do país encontra-se em estado catastrófico. Apesar das medidas que supostamente deveriam favorecer a iniciativa do livre mercado, a situação não mudou para melhor. A indústria russa, criada na época da União Soviética, é totalmente ineficaz. E a agricultura, em sua maior parte baseada ainda no sistema dos kolkhozes, não produz quantidade suficiente de alimentos para o país. Donde o fato de a Rússia ser obrigada a importar produtos industriais e agrícolas de outros países em troca da venda de matéria prima, em especial de gás e petróleo. Incluir o país no grupo chamado BRIC (que indica as novas potências econômicas emergentes: Brasil, Rússia, Índia e China) parece exagero grosseiro. Pois não é sensato falar de potência econômica quando a economia é baseada unicamente na exportação de matéria prima, enquanto os índices de crescimento econômico alternam-se com violentas quedas, que atingem até 10%. Além disso, os fatores demográficos de que falei privam a Rússia do dinamismo econômico que os demais países do BRIC revelam.
             Resumindo os últimos 100 anos da Rússia, podemos concluir: a tentativa de introduzir a utopia comunista não trouxe o prometido e luminoso futuro para a população; bem ao contrário, impeliu o país na senda do declínio, cuja chance de reverter já se perdeu. 

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    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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