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    quarta-feira, 13 de junho de 2012

    O Positivismo de Augusto Comte



    O Positivismo de Augusto Comte


    Tenho notado que uma das maiores dificuldades que alguns sujeitos parecem ter com relação à aceitação da realidade de Deus e de tudo aquilo que se refere a uma dimensão superior à dos sentidos é a adesão crédula e cega ao método positivista que os estreita a visão e os faz reduzir toda a realidade ao modesto campo daquilo que pode ser percebido pelos seus cinco sentidos e submetido a experimentação. Isto ficou particularmente evidente no recente debate que ocorreu entre três católicos e três ateus, na rádio vlogs.

    Pois bem. Tendo identificado qual seja a dificuldade, exponhamos o que seja o positivismo e qual a sua origem. Abaixo, transcrevo as palavras do grande Pe. Leonel Franca a respeito desta corrente de pensamento, fundada por Augusto Comte. Boa leitura.
    ***
    • O positivismo em geral
    O dogma fundamental do positivismo é este: só o sensível é objeto do conhecimento, só o sensível é real. De sua natureza, o homem está condenado a ignorar tudo o que ultrapassa a ordem empírica. Qualquer investigação que pretenda elevar-se acima dos fatos, indagando-lhes a origem, o fim e as causas está de antemão condenada à irremediável esterilidade. O homem só tem um modo de conhecer: o positivo, isto é, o sensível. No estudo dos fenômenos e no descobrimento das relações invariáveis de semelhança e sucessão, que os ligam, deve cifrar-se toda a nossa atividade intelectual. A metafísica é impossível. Possível é só a ciência positiva.
    • Lei sociológica dos três estados
    A lei dos três estados, "a generalização mais fundamental das doutrinas de Comte, a espinha dorsal de sua filosofia"1 resume, na opinião do fundador do positivismo, as fases porque passou a humanidade na sua evolução intelectual. Segundo A. Comte estas fases ou estados reduzem-se a três: teológico, metafísico e positivo. O estado teológico ou fictício precede todos os outros. A inteligência explica então os fenômenos da natureza atribuindo-os à intervenção de divindades e seres misteriosos e sobrenaturais. O fetichismo, o politeísmo, o monoteísmo são os seus três graus em ordem ascendente. O estado metafísico ou abstrato é caracterizado pela substituição de entidades abstratas às divindades primitivas. As formas substanciais, as faculdades da alma, as afinidades químicas, a força vital, as qualidades ocultas, explicam então todos os fatos. No terceiro estado, o positivo, reconhece finalmente o homem a futilidade de todas estas abstrações e substitui a investigação das causas pela observação dos fenômenos e de suas leis, o estudo do absoluto pelo do relativo. O primeiro estado é provisório, o segundo transitório, o terceiro definitivo.
    O estado teológico dominou na antiguidade; o metafísico na idade média; o positivo nos tempos modernos. Augusto Comte, com sua lei sociológica, consagrou-o definitivamente em 1822.
    A lei dos três estados preside não só à evolução da humanidade em geral senão ainda à formação de cada ciência e ao desenvolvimento individual de cada homem.

    • Clarificação e hierarquia das ciências
    Para Augusto Comte, a filosofia reduz-se à sistematização geral dos conhecimentos positivos. Daí a importância por ele ligada à classificação das ciências. Segundo o critério da generalidade decrescente e complexidade crescente dos fenômenos estudados, enumera seis ciências fundamentais dispostas do seguinte modo: matemática, astronomia, física, química, biologia, sociologia. Esta série, sobre indicar a subordinação e a dependência dos diferentes ramos do conhecimento científico, encerra a vantagem de precisar a ordem de sua formação histórica e transição para o estado positivo. A sociologia é a única ciência que não entrou ainda nesta fase definitiva. Comte tomou sobre si a tarefa de incorporá-la às outras ciências positivas. Com este fito, partindo do postulado gratuito que os fenômenos sociais se acham subordinados a leis naturais como os fenômenos de ordem físico-química, divide a sociologia ou física social em estática e dinâmica. A estática tem por objeto o estudo do equilíbrio social e das condições que asseguram a permanência da sociedade. A dinâmica investiga, com o método positivo, as leis do progresso. Quanto à psicologia, Comte redu-la a um capítulo da biologia: a fisiologia do cérebro. Como ciência particular não tem razão de existir. O método de observação interna e introspectivo, imprescindível no estudo dos fenômenos conscientes, parece-lhe simplesmente absurdo.
    • Misticismo
    Na segunda fase da sua vida, relegando em plano subalterno as doutrinas especulativas, entregou-se Comte com toda a alma à fundação de uma nova religião - a religião positiva, sem Deus. A humanidade abstrata sob o título de grande ser - Grand Etre - é o objetivo do novo culto. Ao lado do "Grande Ser" são também objeto de veneração o Grande Meio (o espaço) e o Grande Fetiche (a terra). Juntos constituem o "triunvirato religioso" ou a "trindade positiva". Nem faltam à nova religião calendário próprio, sacerdotes, pontífices, altares e sacramentos. Tudo, caricatura grotesca, paródia imoral da majestade severamente divina do culto e da liturgia católica.
    • Juízo sobre Augusto Comte
    O positivismo como qualquer forma de empirismo é a destruição não só da filosofia como também de toda a ciência. Sem princípios absolutos necessários e universais não há dedução nem indução possíveis, não há conhecimento certo de natureza alguma. A contradição positivista, pois, neste ponto fundamental, é flagrante: se o princípio de causalidade não tem valor, não há ciência possível; se é verdadeiro, não há limitá-lo arbitrariamente; ele nos leva fatalmente ao suprassensível, à alma, a Deus.
    Todas as afirmações positivistas em contrário repousam sobre a ignorância da distinção tão rudimentar em psicologia entre a imagem e a ideia, entre a sensibilidade e a inteligência.
    As invectivas contra a metafísica são de uma injustiça flagrante. Comte desconhece inteiramente a verdadeira noção de metafísica, da qual fez um vasto receptáculo de idéias condenadas, para onde desdenhosamente atirou quanto não entrava no plano sistemático das suas teorias preconcebidas. "Aug. Comte, combatendo a metafísica, criou um fantasma para ter em seguida o prazer de trucidá-lo"2
    A lei dos três estados, fundamento do edifício positivista, é destituída de todo o valor histórico. Para não citarmos senão um ou outro fato: a evolução da filosofia grega, do positivismo de Demócrito à teurgia dos neoplatônicos, passando pela metafísica ática, segue uma marcha inteiramente oposta à exigida pela lei. O idealismo alemão do século XIX, precedido pelo empirismo inglês e seguido pelo positivismo francês é outro fato rebelde ao que devera ser o princípio regulador do desenvolvimento histórico do pensamento humano. A teologia, a verdadeira teologia de que Comte mostra não conhecer as noções mais rudimentares, conviveu na idade média em boa harmonia com a mais profunda metafísica e na idade moderna perdura cheia de seiva e de vida combatendo vitoriosamente todos os sistemas positivistas que se vão sucedendo e esfacelando ao seu lado.
    Aplicada aos indivíduos não é mais verdadeira a imaginária lei. Porventura não aliou Aristóteles, na mais robusta síntese, o gênio do metafísico à exatidão do observador? Alberto Magno, Newton, Leibniz, Descartes, Pascal, Ampère, Cauchy, não foram, a uma, crentes fervorosos, metafísicos conceituados e cientistas exímios? Kant, Helmholtz e Wundt, contrariamente ao que quisera Comte, não começaram pela ciência para acabarem pela metafísica? Mas, o mais formal desmentido à lei dos estados, no-lo dá a transformação intelectual por que passou o próprio fundador do positivismo. Comte, que começou tão fervoroso no estado "positivo", daí evolveu mais tarde para terminar no mais grosseiro fetichismo, atribuindo sentimento e vontade aos corpos brutos e prestando culto de veneração ao espaço e à terra, condecorados com os pomposos nomes de Grande Meio e Grande Fetiche   - Ironia do destino? Não; lições da Providência.
    O positivismo, finalmente, sob as vestes do agnosticismo e protestando aparentemente a mais completa abstenção de juízo sobre a essência das coisas, resolve-se na realidade, num mal disfarçado materialismo. Nas questões acerca da origem, da natureza e dos destinos do homem, é impossível a neutralidade. Não a manteve o próprio Comte, para o qual a alma não passa do conjunto das funções do cérebro e a moral de uma combinação de instintos altruístas e egoístas, resultantes da nossa constituição psicológica. Alguns dos seus discípulos menos reservados chegaram francamente ao materialismo e ao ateísmo, corolários fatais de uma filosofia sem princípios, de uma psicologia sem alma, de uma religião sem Deus.
    A falência do positivismo, como sistema de filosofia, era, portanto, inevitável. Hoje, é um fato.
    Que resta, pois, da obra de Comte? Em alguns sábios a tendência positivista, que se traduz geralmente, por um menosprezo, às vezes por declarada aversão a qualquer especulação metempírica: e este é um mal. Em outros, na maioria, uma fidelidade mais escrupulosa ao método positivo, um estudo mais exato dos fatos, um rigor maior na observação, um cuidado de fundar mais solidamente na experiência as teorias científicas: e este é um bem, cujo merecimento é parcialmente de Comte. Este, e só este.
    1- Stuart Mill. Auguste Comte et le positivisme.
    2- Farias Brito, A base física do espírito, p. 35.

    Pe Leonel Franca. Noções de História da Filosofia. 5ª Ed.

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