ORAÇÕES E MILAGRES MEDIEVAIS |
São Guilherme, bispo de Bourges, e a sensibilidade das almas à Igreja Posted: 15 Sep 2012 11:30 PM PDT
São Guilherme, bispo de Bourges encontrou em uma legislação tremenda contra os hereges. Entre outras coisas, os bens dos hereges deveriam ser confiscados. Eram penas tremendas quando alguém estava declarado em crime de heresia. Ele não revogou nenhuma lei, não desprestigiou nenhum costume antigo, mas começou a chamar os hereges, sobretudo os piores e mais obstinados, para conversar com eles. Tal foi sua capacidade de persuasão, e tal foi a força de contágio do que ele dizia, que os hereges mais endurecidos, sem nenhuma exceção, se comoviam e mudavam de vida. Então, não era necessário aplicar daquelas penas, porque a Igreja é mãe. Quando ela vê que um herege é tocável pelas palavras de afeto e misericórdia, Ela não vai com a chibata.
Mas a pena de confisco de bens ficava colocada numa suspensão. Eles não tinham seus bens confiscados, mas, se voltassem para a heresia, seus bens seriam confiscados. De maneira que eles ficavam presos ao bem pela doce força da persuasão e pela força dura da ameaça de sanções econômicas. Compreende-se toda a razão da doçura desse bispo.
O bispo se levantou como uma fera! Declarou que pegaria até em armas para defender os direitos da Igreja. Felipe Augusto e os nobres recuaram... Eles ficaram compreendendo de que força era essa mansidão. Não se pode dizer que na Idade Média as almas fossem menos infensas ao mal ou que elas fossem naturalmente postas no bem. O homem, concebido no pecado original, tem uma grande propensão para o mal, e, naturalmente, também é susceptível de querer o bem quando é fiel à graça de Deus. Mas as almas eram capazes de serem arrastadas, de serem modificadas.
E hoje as almas são graníticas. Não se movem. São de uma rigidez cadavérica. Isto explica nossa tese de que chegamos a um fim de que só uma extrema severidade pode alguma coisa em relação ao coração endurecido. Alguém aqui me levantou um problema: por que o homem contemporâneo não se comove? É porque não tem quem o comova, ou por que ele realmente é incomovível? O que acontece é que aos olhos de Deus, povo e comovedores constitui um todo só. Nós vemos que, certas vezes, todo um povo se perde porque um príncipe é ruim. Outras vezes é Deus que dá ao povo um príncipe ruim, porque o povo é perdido. GLÓRIA CRUZADAS CASTELOS CATEDRAIS HEROIS CONTOS CIDADE SIMBOLOS |
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