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    segunda-feira, 10 de junho de 2013

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    Reinaldo Azevedo

    Análises políticas em um dos blogs mais acessados do Brasil

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    Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)


    10/06/2013 às 7:25

    LEIAM ABAIXO



    Alckmin seria reeleito no 1º turno, aponta Datafolha, e bate Lula em São Paulo por 42% a 26%; desta vez, a Madame Mim da Filosofia ateia fogo às vestes;
    Os autoritários de saia. Colégio Bandeirantes, vítima da difamação, é condenado pelo tribunal gay em que se transformou a imprensa;
    Passe Livre??? Vagabundos, sim! E criminosos também!;
    O Supercoxinha entre o óbvio e o juízo torto. Ou: Até quando manifestantes porão em risco a vida de terceiros na Paulista?;
    Governo destina 17% do total autorizado, e obras ficam no papel;
    “Dirceu — A Biografia” e relatos de tortura e morte. Ou: Quem conta a verdade possível é a sociedade, não comissões fajutas de estado;
    Para certa imprensa, 70 mil evangélicos valem menos do que mil maconheiros;
    Desmoralizado na questão indígena, o pré-candidato Cardozo ganha uma manchete para atacar… Alckmin e dizer que não é pré-candidato…;
    Popularidade de Dilma segue alta, mas cai 8 pontos; em algumas categorias, essa queda chega a 24 pontos;
    Justiça abre processo contra José Dirceu para devolução do dinheiro desviado no mensalão;
    Terra de índio? A política indigenista brasileira virou terra de ninguém;
    Petistas davam apoio aos delinquentes que estão nas ruas, depredando o patrimônio público. Cadê o Supercoxinha?;
    Jaques Wagner decide financiar um museu em homenagem a um homicida que defendia o terrorismo e execuções sumárias;
    Aliados involuntários – Nas redes sociais, bandoleiros que infernizam São Paulo comemoram a cobertura feita pela TV;
    Novo ministro do STF não só concede entrevista coletiva como especula sobre a revisão da Lei da Anistia;
    Passe Livre? Lugar de delinquente é na cadeia ou na Fundação Casa;
    O escândalo da refinaria de Pasadena – Ministério Público investigará Petrobras por evasão de divisas e peculato;
    Cai a presidente da Funai, mas problema continua. E o nome do problema é Gilberto Carvalho;
    A mentira grotesca no texto de uma “antropóloga” da UnB. Como ela vai encarar depois seus alunos? Ou: Deve ser triste depender de uma mentira para parecer inteligentePor Reinaldo Azevedo

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    10/06/2013 às 7:17
    Alckmin seria reeleito no 1º turno, aponta Datafolha, e bate Lula em São Paulo por 42% a 26%; desta vez, a Madame Mim da Filosofia ateia fogo às vestes



    Segurem a Marilena Chaui, que ela vai ter um troço. Corre o risco de atear fogo à próprias vestes. Ou, pior, vai se meter com aqueles bandoleiros do dito Movimento Passe Livre e sair por aí pondo fogo da cidade. Por quê? Segundo pesquisa Datafolha publicada nesta segunda-feira pela Folha, o governador Geraldo Alckmin (SP) seria reeleito governador de São Paulo e bateria o próprio Luz Inácio Lula da Silva por larga margem: 42% a 26%. Quando aparecem outros nomes do petismo, Alckmin se elege no primeiro turno, oscilando de 50% a 52%. Depois do Babalorixá, o petista mais bem colocado é Aloizio Mercadante (11%), atual ministro da Educação, que já disse que não disputará. José Eduardo Cardozo, titular da Justiça, o preferido da presidente na disputa estadual (deve querer se livrar dele), mas rechaçado pelo Apedeuta, aparece com 5%; Alexandre Padilha, ministro da Saúde, tem apenhas 3%.

    É claro que ainda falta muito tempo para a eleição, mas o resultado em São Paulo não é nada animador para os petistas. Quem aparece em segundo lugar na disputa é o neopeemedebista e ex-socilista (!?) Paulo Skaf, presidente da Fiesp. Seus percentuais variam de 13% a 16%, reflexo certamente do evidente uso que ele faz da máquina da entidade para se promover. Nunca se viu nada igual em matéria de personalismo e de uso da federação para o marketing pessoal. Quem também aparece à frente dos petistas é o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), que não esconde a disposição de se candidatar: ele teria, se a eleição fosse hoje, entre 6% e 9%.

    Aprovam a administração Alckmin 52% dos paulistas; consideram-na ruim ou péssima apenas 15%; 31% dizem que é regular. São números bastante apreciáveis. A aprovação no interior (60%) é bem maior do que na capital (42%). A campanha está longe, mas o resultado vai provocar desconforto no PT. Afinal, o esforço do partido para tentar desconstituir a imagem de Alckmin tem sido gigantesco. E, como vimos na entrevista de José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, vale tudo.

    É hoje que Dona Doida sai pelas ruas gritando contra as “elites reacionárias” de São Paulo…Por Reinaldo Azevedo

    Tags: Eleições 2014

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    86 COMENTÁRIOS


    10/06/2013 às 7:15
    Os autoritários de saia. Colégio Bandeirantes, vítima da difamação, é condenado pelo tribunal gay em que se transformou a imprensa


    Um aluno do Colégio Bandeirantes, em São Paulo, apareceu em sala trajando roupa de mulher. Não é gay, diz ele, mas parece que aproveitou para tirar uma onda por causa de uma festa junina. Desentendeu-se com um professor. Um colega, em solidariedade, foi à escola de saia no dia seguinte. A direção do estabelecimento o teria convidado a voltar para a casa. Que importância tem isso em si? Inferior a zero! O que isso tem a ver com educação? Nada! O que tem a ver com cidadania? Nada também! Não para a imprensa, que se transformou numa espécie de tribunal gay. Aí, consta, outros rapazes marcaram para esta segunda um “saiaço”. E o caso ganha ampla repercussão na imprensa — certamente vai parar nas rádios e tomará as redes sociais.

    O tom persecutório das reportagens impressiona. Diretores da escola são constrangidos a se explicar, acusados, acreditem!, de “discriminação de gênero”. Os que se negam a falar são tratados como fujões, como pulhas. Considera-se um absurdo, uma verdadeira violação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que a instituição não veja com bons olhos rapazes que se vestem de mulher. Nomes de professores e diretores são lançados ao vento, expostos à demonização.

    O Bandeirantes é um dos mais tradicionais colégios de São Paulo, conhecido pela excelência naquela que é sua tarefa principal: educar. Não há, é certo, na Constituição nada que impeça um rapaz de usar uma saia. Mas as instituições têm uma história, uma tradição, que se transformam em regras de convivência, que se tornam, em suma, um decoro. Quando pais escolhem uma escola para seus filhos, escolhem também um conjunto de valores que, acreditam, aquela instituição encarna. Há certamente estabelecimentos em que a ausência de qualquer padrão se afigura um bom padrão. Até onde sei, não é o caso do Bandeirantes. Noto, pelas reportagens, que os diretores estão um tanto surpresos e acuados. Deixam claro que não houve nenhuma punição aos alunos. Aos repórteres, não basta! Exigem um mea-culpa.

    “Especialistas” são convidados a fazer digressões sobre essa bobagem que é haver distinção entre vestimenta masculina e feminina. No Estadão, opina sobre o fato ocorrido no Bandeirantes até uma um rapaz que é apontado como especializado em “saias para homem”. Qualquer pessoa razoável — e, infelizmente, jornalistas são a cada diz menos razoáveis — sabe que a base da educação eficiente é a norma. As transgressões e ultrapassagens virtuosas têm de ser motivadas. Um bom caminho da desordem e da anomia é ignorar os fundamentos, digamos, consuetudinários da convivência. Imaginemo-nos cada um de nós com uma coleção de códigos legais debaixo do braço até para dizer “Bom dia!”.

    Essa história do Bandeirantes é espantosa. O pior é que os militantes — não estou me referindo aos alunos, que nem sabem direito o que estão fazendo; embarcam na onda em tempos de redes sociais — certamente se querem os libertários. Não são, não! Os diretores do Bandeirantes e ao menos um professor estão sendo vítimas de uma patrulha fascistoide.

    E olhem que o tal PLC 122 não foi aprovado. Consta que um professor teria dito ao primeiro aluno que aquela roupa não era coisa de festa junina, mas de parada gay. O diretor-geral teria convidado o outro a voltar para casa por causa da saia… O texto de Marta Suplicy estabelece no Artigo 5º:

    Art. 5º Recusar ou impedir o acesso de alguém a estabelecimento comercial de qualquer natureza ou negar-lhe atendimento, motivado por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero:
    Pena — reclusão, de um a três anos.

    Que tal? Parece que os alunos em questão não são gays, mas, sabem como é, naquele dia, eles resolveram assumir outra “identidade de gênero”…

    A direção do Bandeirantes, surpreendida por essa patuscada infeliz, parece estar meio intimidada, na defensiva, desacostumada a lidar com esse tipo de coisa. Espero que retome o pulso e lembre aos pais e aos estudantes quais são os fundamentos da escola, destacando, ademais, que os descontentes são livres para escolher o caminho que os faz felizes. Tempos sombrios.Por Reinaldo Azevedo

    Tags: Colégio Bandeirantes, PLC 122

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    10/06/2013 às 7:05
    Passe Livre??? Vagabundos, sim! E criminosos também!


    Classifiquei aqui de “vagabundos” aqueles trogloditas que saíram pela cidade de São Paulo (e de algumas outras capitais) botando o terror nas ruas: depredaram uma estação de metrô e estabelecimentos comerciais, ameaçaram pessoas, provocaram pequenos incêndios… Um grupo de não mais do que 500 pessoas, reduzidas depois a um quinto disso, infernizou a vida de milhões de trabalhadores que tentavam voltar para suas respectivas casas, depois de um longo dia de trabalho. Vagabundos, sim! Se a Polícia tivesse decidido deter a canalha, iria verificar o óbvio: a maioria só estuda, não trabalha e, ATENÇÃO!, nem mesmo é usuária de transporte público. Mas atenção! Ainda que todos fossem, essa gente não tem o direito de recorrer a esses métodos para reivindicar o que quer que seja. Assim, ao adjetivo “vagabundos”, acrescento outro: “criminosos”. Aquelas manifestações incidiram em vários artigos do Código Penal. Criminosos e, infelizmente, impunes. Alguns, já disse, mereciam cadeia; outro, em razão da idade, a Fundação Casa.

    Não! Eu não chamo de “vagabundo” qualquer indivíduo que decida se mobilizar por uma causa. Ao contrário: considero que a mobilização é uma das fontes de oxigênio do regime democrático. Mas a democracia também nos faculta avaliar as causas em trânsito e saber, afinal de contas, quem está na praça. Os organizadores desse protesto se dizem membros de um tal “Movimento Passe Livre”, que trabalhava em parceria com o PT até outro dia. A turma se quer de esquerda, com um pé no anarquismo, e diz que pretende usar a “luta” do transporte público para “superar o capitalismo”. A essa gente se juntam militantes do PCO, do PSTU e do PSOL. Até o ano passado, os petistas também engrossavam suas fileiras.

    No Estadão de ontem, Bruno Paes Manso fez uma reportagem mais do que simpática à “causa”. Sim, leitor, estes são os tempos em que o Estadão (!!!) publica um texto que flerta abertamente com depredadores do patrimônio público. Um dos líderes da bagunça é entrevistado. Ele se identifica como “Marcelo”, tem 19 anos e supostamente estuda Filosofia da USP. Diz o pensador:

    “A gente tem bons contatos na Prefeitura. O PT Jovem nos apoiava nos protestos em 2011, assim como vereadores que eram de oposição e hoje viraram governo. Mas não queremos sentar para negociar. A campanha do prefeito (Fernando Haddad) foi financiada por empresas de transportes. Foi assim (nas ruas) que conseguimos diminuir tarifas em Porto Alegre, Florianópolis e Teresina”

    É isto mesmo: ele participa de um movimento que sai por aí botando pra quebrar, que paralisa a cidade, mas vai avisando: nada de sentar para negociar! Notem bem: não haveria mesmo o que negociar com ele, que não representa ninguém. Ainda que houvesse, o radical da catraca não quer conversa. Na sociedade que ele tem em mente, os que reivindicam se impõem na base da violência. E ponto. A reportagem do Estadão informa, em tom ameno, que o modelo de mobilização da turma é… Carlos Marighella! Sim, o terrorista.

    Emprestando ao banditismo explícito a condição de categoria de pensamento, Manso decidiu ouvir uma “especialista”. Monika Dowbor, identificada como “cientista política” do Centro de Análise e Planejamento (Cebrap), compara a estratégia adotada pela turma do Passe Livre — ATENÇÃO!!! — com a dos movimentos em favor dos direitos civis nos EUA, nos anos 1960. E a mulher delira: “Na época, as lideranças escolheram as cidades mais violentas e racistas para protestar para que houvesse reação e seus militantes saíssem como heróis”.

    Protesto contra o reajuste de 20 centavos na passagem de ônibus se compara a movimentos em favor dos direitos civis? Então estamos diante de uma causa tão abrangente quanto o racismo, o feminismo e a guerra? Deus nos acuda! Chegará o dia em que ainda teremos de dar graças a Deus por existir o PMDB, uma das forças que impedem o Brasil de cair nas garras de alguns de seus… intelectuais!

    Direitos civis??? A passagem de ônibus em São Paulo já é uma das mais subsidiadas do mundo — o setor como um todo, como se sabe, é altamente dependente do dinheiro público. A tarifa social de transporte, é bom que fique claro, já existe. É evidente que o conjunto dos brasileiros paga a conta, inclusive da indecorosa, indecente e injustificada meia-passagem para estudante. Isso tudo sai dos impostos, que, por sua vez, saem do bolso dos trabalhadores. SÓ NESTE ANO, O SUBSÍDIO ÀS PASSAGENS CUSTARÁ R$ 1,2 bilhão!!!

    Essa gente que se dá o direito de parar a cidade tem de mostrar a cara. Que venha a público demonstrar que sua penúria é tal que não pode arcar com o custo adicional de R$ 4,40 ao mês. Trata-se de um bando de vigaristas, brincado de promover a anarquia porque sabem que o cretinismo que toma conta do debate público lhes é favorável. Não custa lembrar que, em 2011, o tal Movimento Passe Livre virou o queridinho da imprensa paulistana — até porque tinha o apoio do PT. Neste ano, a adesão é um pouco menor, mas a simpatia pelos delinquentes ainda é evidente.Por Reinaldo Azevedo

    Tags: Movimento Passe Livre, ônibus

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    10/06/2013 às 6:59
    O Supercoxinha entre o óbvio e o juízo torto. Ou: Até quando manifestantes porão em risco a vida de terceiros na Paulista?


    O Supercoxinha estava mudo desde que elevou a tarifa de ônibus. Anteontem à noite, deu uma declaração à Folha, que está no jornal de hoje. Leiam:

    “A Polícia Militar tem que seguir protocolos e um deles é manter vias expressas desimpedidas. [Do contrário] isso coloca pessoas que estão circulando em risco”, afirmou à Folha anteontem, antes de embarcar para Paris, onde defenderá a candidatura da cidade à Expo 2020. A [região da] Paulista tem hospitais que atendem boa parte da população. Se estiver obstruída, haverá risco. Se amanhã alguém morre numa ambulância, vão dizer que a PM não agiu conforme o protocolo”.

    Fernando Haddad, prefeito de São Paulo, defende, assim, a ação da Polícia Militar para desobstruir as vias públicas. Ah, bom! Atenção para uma resposta dada pelo prefeito, a revelar também um padrão moral. Indagado sobre o apoio que seu partido emprestou no passado ao movimento, o preclaro negou a existência de qualquer contradição e afirmou: “No passado, o estopim do protesto foram reajustes acima da inflação”.

    Ah, bom! Entendi! Se um determinado reajuste se dá acima da inflação, então é lícito sair por aí ocupando vias públicas e botando pra quebrar; se o reajuste fica abaixo, aí não! Tentar entender a moral de um petista não é nem fácil nem difícil; é apenas inútil em razão da ausência de objeto.

    Treze hospitais
    O prefeito toca numa questão que já abordei aqui dezenas de vezes — e ele poderia tomar providências, em vez de se comportar como mero cronista da cidade. A região da Paulista concentra TREZE HOSPITAIS, nada menos. Se está tomada por ciclistas, passe-livristas, gays, pela Associação dos Pacientes da Espinhela Caída ou pela Federação das Pessoas Contra a Unha Encravada, é o que basta para que se impeça o acesso dos pacientes a essas instituições.

    É preciso votar com urgência na Câmara — e Haddad tem maioria para isso — uma lei que proíba manifestações na Paulista e região. Que se faça o mapa dos hospitais, estabeleçam-se as respectivas áreas de influência de cada um e se as excluam dos locais passíveis de protesto e mesmo de celebração. É só uma questão de responsabilidade. A propósito: o que disse o prefeito vale também para a Parada Gay, suponho.

    Vejam como são as coisas. Os evangélicos, como sabem, faziam a sua Marcha para Jesus na Paulista. Foram convidados a realizá-la em outro lugar. Aceitaram. Afinal, seu objetivo era celebrar a sua própria religião e suas convicções, não infernizar a vida alheia. Então ficamos assim: cristãos não podem tomar a Paulista porque, afinal, vociferavam alguns, o Brasil é um país laico. Certo! Mas pode receber baderneiros do Passe Livre e maconheiros? Por quê? Que lógica explica?Por Reinaldo Azevedo

    Tags: Fernando Haddad, ônibus, Prefeitura de SP

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    10/06/2013 às 6:57
    Governo destina 17% do total autorizado, e obras ficam no papel


    Por Cristiane Bonfanti, no Globo;

    Os investimentos do governo federal não avançaram nos primeiros quatro meses do ano, na contramão do discurso da equipe econômica, que prega o crescimento sustentável do país. Relatório do Tesouro Nacional mostra que, de janeiro a abril deste ano, o governo gastou R$ 22,9 bilhões ou 17,6% do total de R$ 130,4 bilhões autorizados no Orçamento da União. Proporcionalmente, o valor pago foi menor que o despendido no mesmo período do ano passado: R$ 21,1 bilhões ou 22,58% de um total autorizado de R$ 93,4 bilhões. No cenário atual, de um lento avanço no PIB e inflação em alta, a situação é preocupante. E o problema da credibilidade do país, agravado semana passada, depois que a agência de classificação de riscos S&P colocou a nota brasileira em perspectiva negativa, pode piorar a situação, afastando os investimentos privados.

    Em proporção do PIB, os investimentos do governo federal ficaram estagnados nos quatro primeiros meses. Eles se mantiveram em 1,51% sobre o total de riquezas produzidas no país no período — mesmo índice dos quatro primeiros meses de 2012. Nos três órgãos responsáveis pelas obras de infraestrutura, que permitem à economia crescer sem pressionar os preços de bens e serviços, os investimentos também não deslancham, de acordo com os dados oficiais.

    No Ministério dos Transportes, carro-chefe das obras de infraestrutura, caíram de 13,28% para 12,85% da dotação autorizada e ficaram praticamente estáveis em relação ao PIB, passando de 0,17% para 0,18%. Na Integração Nacional, recuaram de 14,03% para 9,69% do valor aprovado pelo Congresso e permaneceram em 0,06% do PIB. No Ministério das Cidades, mesmo com a manobra do governo — que passou a computar, em 2011, os subsídios ao programa Minha Casa, Minha Vida como investimento —, o valor pago caiu de 49,17% para 29,53% do autorizado e de 0,61% para 0,49% do PIB.

    Nas contas do economista Felipe Salto, da Tendências Consultoria, no acumulado em 12 meses até abril, os investimentos do governo federal estão estagnados em 1,35% do PIB. “O governo conseguiu conter os gastos no primeiro ano e postergou os reajustes de pessoal para este ano, com impacto de R$ 9 bilhões. Só que toda esta postergação, este espaço fiscal criado, não se transformou em investimento”, destacou o especialista.

    Ministérios divergem dos dados
    A professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Margarida Gutierrez, especialista no assunto, observa que há uma paralisia no Estado, no que diz respeito à aplicação de recursos em infraestrutura. A seu ver, o governo precisa de mecanismos de controle eficientes para fazer as obras saírem do papel, com profissionais capacitados. Para ela, na iniciativa privada, os programas de concessão devem começar a se refletir nas obras a partir do ano que vem. “Não espero muito para este ano. Tudo leva tempo. Fazer licitação leva tempo, fazer obra leva tempo — considerou Margarida, que aposta em um crescimento do PIB entre 2,5% e 3% em 2013.”
    (…)Por Reinaldo Azevedo

    Tags: investimentos

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    09/06/2013 às 7:45
    LEIAM ABAIXO


    “Dirceu — A Biografia” e relatos de tortura e morte. Ou: Quem conta a verdade possível é a sociedade, não comissões fajutas de estado;
    Para certa imprensa, 70 mil evangélicos valem menos do que mil maconheiros;
    Desmoralizado na questão indígena, o pré-candidato Cardozo ganha uma manchete para atacar… Alckmin e dizer que não é pré-candidato…;
    Popularidade de Dilma segue alta, mas cai 8 pontos; em algumas categorias, essa queda chega a 24 pontos;
    Justiça abre processo contra José Dirceu para devolução do dinheiro desviado no mensalão;
    Terra de índio? A política indigenista brasileira virou terra de ninguém;
    Petistas davam apoio aos delinquentes que estão nas ruas, depredando o patrimônio público. Cadê o Supercoxinha?;
    Jaques Wagner decide financiar um museu em homenagem a um homicida que defendia o terrorismo e execuções sumárias;
    Aliados involuntários – Nas redes sociais, bandoleiros que infernizam São Paulo comemoram a cobertura feita pela TV;
    Novo ministro do STF não só concede entrevista coletiva como especula sobre a revisão da Lei da Anistia;
    Passe Livre? Lugar de delinquente é na cadeia ou na Fundação Casa;
    O escândalo da refinaria de Pasadena – Ministério Público investigará Petrobras por evasão de divisas e peculato;
    Cai a presidente da Funai, mas problema continua. E o nome do problema é Gilberto Carvalho;
    A mentira grotesca no texto de uma “antropóloga” da UnB. Como ela vai encarar depois seus alunos? Ou: Deve ser triste depender de uma mentira para parecer inteligentePor Reinaldo Azevedo

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    09/06/2013 às 7:41
    “Dirceu — A Biografia” e relatos de tortura e morte. Ou: Quem conta a verdade possível é a sociedade, não comissões fajutas de estado


    Quem conta a verdade possível, em matéria de história, é a sociedade: seus pesquisadores, historiadores, jornalistas, comentadores. Por mais honestos que sejam os narradores sobre os fatos, as narrativas serão necessariamente distintas. E não apenas em razão do estilo de cada um. Haverá aquele a enxergar relação de causa e efeito onde outro vê ou mera correlação ou não mais do que um acidente. Ao ordenar os eventos, reconstruímos a realidade segundo o nosso entendimento. Onde, então, está a verdade — sempre partido do princípio de que todos são fiéis aos fatos, de que não existe mentira deliberada? Está nesse conjunto diverso de vozes e de entendimentos da realidade.

    Assim se fazem as coisas nas sociedades livres. Instituir, pois, uma comissão estatal da verdade para definir a “versão oficial” dos fatos é mero exercício de truculência política, de vigarice intelectual e de pilantragem filosófica. A razão é simples: os elementos meramente fáticos, destituídos do contexto que lhes dá sentido, em vez de esclarecer o mundo, servem para obscurecê-lo ainda mais. Quando essa dita “comissão da verdade” pretende instituir uma “moral da história”, aí já estamos no terreno do mais asqueroso oportunismo. Por que essas considerações? O editor de VEJA Otávio Cabral acaba de lançar pela Editora Record o livro “Dirceu — A Biografia” (364 págs; R$ 39,90). Ali se narram verdades que, para escândalo do bom senso, não são do interesse daquela comissão instituída por Dilma Rousseff, embora essa também seja uma história de tortura de morte.

    O fio condutor do livro é a vida de José Dirceu, personagem central do maior escândalo político da história brasileira, articulador do que foi muito bem definido por ministros do Supremo como uma tentativa de golpe nas instituições democráticas e republicanas. Ora, uma personagem com esse vulto, com todas as características evidentes do anti-herói, que força a própria estereotipia para entrar na galeria dos vilões, merece ter a vida esmiuçada. E Cabral se dedicou, então, a uma pesquisa detalhada para reconstruir a trajetória do chefão do PT. Como informa Thaís Oyama em reportagem na VEJA desta semana sobre o livro, o autor analisou 15 mil páginas de documentos, distribuídas em nove arquivos, e entrevistou 63 pessoas. É… O Dirceu do mensalão, chamado pela Procuradoria-Geral da República de “chefe de quadrilha”, não se fez por acaso. Cabral decidiu investigar o pântano em que nasceu tal flor e escreveu um livro que, acreditem, traz revelações surpreendentes. Eu diria que Dirceu é ainda mais Dirceu do que se supunha…

    Se já conhecíamos, por exemplo, aspectos de sua biografia pessoal que pareciam pouco recomendáveis para consumo humano, o livro se encarrega de evidenciar que Dirceu não enganava pessoas apenas por necessidade; ele também o fazia por gosto. Volto a esse ponto mais tarde. Dentre as muitas revelações do livro, dou destaque a duas porque dizem muito sobre a personagem e também nos remetem à tal “Comissão da Verdade”.

    José Dirceu, o homem condenado a 10 anos e 10 meses por corrupção ativa e formação de quadrilha, segundo o depoimento de uma das testemunhas da história, participou do assassinato de um sargento da Polícia Militar de São Paulo, em 1972. A morte ocorreu em uma das ocasiões em que ele voltou do exílio em Cuba — era um protegido de Fidel Castro —, em companhia de outros membros do grupo Molipo (Movimento de Libertação Popular), uma tentativa de movimento armado criado por exilados brasileiros em Cuba, financiado por Fidel. Lembro que o destino do Molipo ainda hoje gera especulações à boca miúda. Todos os dirigentes foram mortos pelas forças de segurança. Só Dirceu escapou.

    Há uma outra revelação chocante: Dirceu comandou, segundo relato da época, o sequestro e sessões de maus-tratos de um jovem chamado João Parisi. Leiam trecho do livro:

    O soldado da Força Pública Paulo Ribeiro Nunes e o estudante do Mackenzie João Parisi Filho, membro do CCC [Comando de Caça aos Comunistas], descobertos enquanto se passavam por militantes do movimento estudantil, foram levados vendados ao Conjunto Residencial da USP, o Crusp, onde os apartamentos 109, 110 e 111 do bloco G eram utilizados como uma “delegacia informal” da turma de Dirceu. Lá, foram interrogados e mantidos em cárcere privado (…) A Parisi, porém, foi dado tratamento de inimigo de guerra, segundo relato do delegado do DOPS Alcides Cintra Bueno Filho, em documento de 18 de agosto de 1970:

    “Por determinação do ex-líder estudantil Jose Dirceu de Oliveira e Silva, concretizou-se o sequestro do então universitário João Parisi Filho, da Universidade Mackenzie. João Parisi Filho foi levado para o Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo, onde permaneceu em cárcere privado por vários dias, submetido a sevicias. Nesse conjunto residencial, Parisi foi conduzido vendado e algemado, onde foi submetido a interrogatório, sob ameaça de morte. A vítima permaneceu presa durante dias, em condições desumanas. Após ter passado por esses atos de atrocidade, o estudante Parisi foi conduzido de olhos vendados para a copa do quinto andar do pavilhão G, onde foi trancafiado por uma noite e dois dias, permanecendo nesse local todo esse tempo deitado, com as mãos algemadas e presas ao cano da pia daquela dependência. Nessa situação, foi encontrado por duas empregadas que fazem a limpeza”.

    Voltei
    Pois é… São apenas duas de muitas histórias um tanto estarrecedoras sobre o Zé. Mais uma vez, temos uma medida do Paraíso na Terra que teria sido o Brasil se “eles” tivessem vencido a batalha. Não por acaso, Dirceu foi tomar lições sobre o que fazer em Cuba — e continua a defender até hoje com unhas e dentes a ditadura que o abrigou. Eis aí algumas contribuições importantes para a verdade sem crachá, para a verdade que não depende de comissão oficial.

    Aqui e ali já se contou a história do Dirceu que viveu clandestinamente no Paraná, com o nome de Carlos Henrique Gouveia de Mello, casado com Clara Becker — que é a mãe do hoje político Zeca Dirceu. Muito bem! Veio a Anistia, e o homem não teve dúvida: revelou à mulher que, bem…, ele não era ele e se mandou. Ela ainda tentou salvar o casamento, mas foi inútil. Muitos já tentaram livrar a cara de Dirceu nessa história: “Ele só estava se protegendo e protegendo a sua família…”. É mesmo? Pediu, por acaso, licença à mulher, à mãe do seu filho, para usá-la como disfarce? Não, é claro! A biografia revela agora que Dirceu não enganava apenas por necessidade, mas também por gosto. Tinha uma outra mulher em São Paulo, chamada Miriam Botassi. Clara, assim, era enganada duas vezes: pelo militante político José Dirceu e pelo marido que julgava ter, Carlos Gouveia. Dirceu, como se vê, mudava de nome, mas não de caráter.

    Que vida venturosa, não?

    No livro, Cabral demonstra que, a partir de um determinado ponto, as trajetórias de Lula e Dirceu se imbricam. As relações nem sempre foram as mais pacíficas, e houve um momento em que o Zé encostou a faca do pescoço de Lula. Em troca do silêncio sobre a forma como o partido captava recursos para campanha, exigiu a presidência do PT e plenos poderes. Levou o que quis.

    Eis aí: “Dirceu — A Biografia” ilumina a trajetória de uma figura central na construção e realização do projeto de poder petista. É a verdade sem crachá. É a verdade escrachada.Por Reinaldo Azevedo

    Tags: José Dirceu, Lula, PT

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    09/06/2013 às 7:35
    Para certa imprensa, 70 mil evangélicos valem menos do que mil maconheiros


    Na quarta-feira, como vimos, 70 mil evangélicos, segundo números da PM do Distrito Federal, se reuniram em Brasília. Em coro, disseram “não ao controle” da mídia, pediram cadeia para os mensaleiros, rechaçaram a tentativa de manietar o Supremo e o Ministério Público, defenderam a liberdade de expressão e, claro!, como não?, defenderam os valores da “família tradicional” — isto é, opuseram-se ao casamento gay — e repudiaram a legalização do aborto. Esses dois últimos itens da pauta, no entanto, bastaram para que o evento fosse cassado do noticiário. Jornalistas — profissionais de imprensa pagos para revelar o que sabem, veem e apuram — decidiram que lhes cabia atuar como censores. Melhor para os mensaleiros. Melhor para os que querem um STF de joelhos. Melhor para os que quer defendem um MP inerme. Melhor para os que lutam pela volta da censura de estado. Na cabeça oca da militância, se alguém é contra o aborto ou casamento gay, deve ser banido do mundo dos vivos. Já a Marcha da Maconha em São Paulo… Quanta diferença!

    Ao longo do dia de ontem, portais deram ampla cobertura ao evento, que foi parar nos jornais. Atenção! Com muita boa vontade, mas muita mesmo, pode-se dizer que mil pessoas participaram de algum modo do acontecimento. Com um pouco de rigor, constata-se que não mais do que 200 marcharam. Não obstante, tiveram direito à interdição de parte da pista da Paulista. O que eles querem? A legalização da maconha. “Ah, essa pauta e boa!” E então aqueles 200 conseguem o destaque que 70 mil evangélicos não tiveram. Não custa notar: em Brasília, em coro, aqueles muitos milhares disseram “não” à legalização das drogas.

    Já escrevi isso aqui e reitero: ao jornalismo informativo, em casos assim, não cabe gostar ou não gostar de quem está na praça — desde que seja uma manifestação pacífica, dentro das regras acordadas do estado democrático e de direito. E foi o que se viu no encontro dos evangélicos. Não houve um só incidente, nada, zero! Mais: o evento em Brasília aconteceu num dia útil. Milhares de pessoas certamente deixaram de ir ao trabalho, terão desconto em seu salário, para dizer o que pensam. Não estavam lá pedindo benesses ao estado, não! Ao contrário: faziam um sacrifício pessoal para expressar um ponto de vista.

    Mas a imprensa é contra algumas daquelas proposições. E já não lhe basta, se for o caso, escrever contra. É preciso também fazer de conta que nada existiu — ou coisa pior: uma reportagem do Estadão Online pôs na boca do pastor Silas Malafaia o que ele não falou, a saber: que a união gay é crime. Não disse isso; não disse nada nem perto disso. Repudiou que sua opinião, contrária à união, seja criminalizada.

    Dos maconheiros, não se cobra nem mesmo um mínimo de coerência, na hipótese, claro!, de que a erva e a coerência sejam compatíveis. Os que marcham dizem querer a legalização da maconha e argumentam, de forma estúpida, que isso contribuiria para diminuir a violência do tráfico. Ora, se só essa substância for legalizada, é evidente que a violência continuará por conta das outras drogas. Logo, uma manifestação em favor da legalização da maconha, com esse argumento, será sempre uma manifestação em favor da legalização de todas as drogas, sem exceção. Que país do mundo fez essa escolha? Nenhum!

    “Bloco do Atraso”
    Neste ano, a marcha teve um tal “Bloco do Atraso”. Algumas pessoas desfilaram com máscaras de políticos que atuaram contra a militância dos maconheiros, com destaque para o deputado Osmar Terra (PMDB-RS) e para a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil). Pois é… Eu e o PT não somos exatamente substâncias compatíveis, não é?, mas me resta dar os parabéns à ministra Gleisi por estar sendo hostilizada por maconheiros. Acho que honra a biografia da política e, sem dúvida, da mãe de duas crianças. A ministra entrou no radar da turma da Esquadrilha da Fumaça por ter se manifestado contra a descriminação e por ter negociado no Congresso o apoio à proposta de Osmar Terra, que criou novos marcos para a política de combate às drogas.

    Volto ao ponto
    Os evangélicos são muitos milhões no Brasil. No que concerne aos valores, compõem com os católicos a esmagadora maioria da população. Talvez essas maiorias devam se fazer ouvir de um modo mais específico. Se alguns veículos de comunicação insistem em ignorá-los ou hostiliza-los, talvez devam reagir, então, também como consumidores dos produtos que esses veículos oferecem.

    Setores da imprensa perderam completamente a noção do que seja interesse público. A exemplo do que faziam antigos jornais de esquerda, sua tarefa passou a ser “conscientizar” o leitor, segundo uma cartilha ideológica. Essa moderna cartilha, é evidente, não traz a linguagem militante dos tempos idos: socialismo, luta de classes, burguesia, povo… Não! Hoje, é preciso aceitar a pauta das ditas “minorais oprimidas” e se submeter a seus caprichos. Só assim, dizem, é possível ser… livre. Ou por outra: o preço da liberdade passou a ser a ser a submissão a uma agenda.

    Até alguns vagabundos que decidem parar a cidade para protestar contra um aumento de R$ 0,20 (0,10 para estudantes) na passagem de ônibus são tratados como pensadores de um novo tempo. A maioria que se dane!Por Reinaldo Azevedo

    Tags: evangélicos, marcha da maconha

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    09/06/2013 às 7:33
    Desmoralizado na questão indígena, o pré-candidato Cardozo ganha uma manchete para atacar… Alckmin e dizer que não é pré-candidato…


    Ai, ai…

    A Funai é subordinada ao Ministério da Justiça. O titular do Ministério da Justiça é José Eduardo Cardozo, o “Garboso”. Jamais a incompetência teve uma aparência tão compenetrada. O ministro tomou, como Gilberto Carvalho deixou claro, uma carraspana de Dilma por conta dos conflitos no Mato Grosso do Sul. Pois bem…

    Eis que Cardozo está hoje no Estadão criticando o… governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, em entrevista concedida a Vera Rosa. Vale dizer: tenta sair da posição vexaminosa em que se encontra atacando gratuitamente adversários políticos. É espantoso! Mas foi bem-sucedido no seu esforço: ganhou a manchete do jornal. É aquele ministro que chegou a sugerir que uma conspiração havia gerado os boatos que levaram milhares de beneficiários do Bolsa Família à CEF. Mal começou a investigação, a bomba caiu no colo da própria Caixa, e Cardozo ficou com cara de tacho.

    E, então, para sair da defensiva, resolveu atacar. A conversa começa com a Funai e coisa e tal até que o Estadão resolve pôr Alckmin na conversa — e o assunto virou título da entrevista e manchete. A sequência chega a ser espantosa. Leiam. Volto em seguida.

    O governador Geraldo Alckmin disse que a violência em São Paulo é agravada pela falta de controle do governo federal sobre as fronteiras. Como resolver isso?
    É da tradição política as pessoas tentarem se isentar de responder certas questões, colocando a culpa em outros. Eu não farei isso. Vamos deixar a disputa eleitoral para o palanque. Em junho de 2011, lançamos o Plano Estratégico de Fronteiras e temos obtido resultados muito positivos. Querer atribuir a subida da violência em São Paulo a algo que está melhorando é querer se isentar de um problema sobre o qual poderíamos pensar em conjunto, sem politizar nem jogar responsabilidade para o outro.

    Então o sr. acha que o governador está politizando a questão da segurança?
    Infelizmente eu acho que é isso, que ele está politizando, porque se o programa de fronteiras tem números melhores do que tinha anteriormente e São Paulo tem números de violência piores do que tinha antes, eu não posso estabelecer um nexo de causa e efeito. Muitas vezes, a cabeça de organizações criminosas que fazem o tráfico não está no local onde se planta a coca; está no grande centro onde é o consumo. Então, para combater o tráfico temos de combater a ação criminosa em todos os seus aspectos. Se ela está em presídios, tenho de ter coragem para enfrentá-la nos presídios. Segurança pública exige coragem política. Se eu tenho um grande centro de consumo, tenho de fiscalizar bem essa fronteira, além da fronteira nacional, para evitar que a droga chegue ou que o dinheiro saia.

    Existe um jogo de empurra sobre falta de segurança. De quem é, afinal, a responsabilidade?
    A responsabilidade é do Estado brasileiro. Acho que todos nós temos de estar juntos e parar com essa mania de querer empurrar a coisa com a barriga, culpando uns aos outros. Isso chega a ser pueril. Em momentos de crise, precisamos deixar de lado nossas divergências políticas e buscar convergências. Duvido que a população aceite esse jogo de empurra.

    As críticas do governador ao programa federal seriam uma vacina para ele se proteger na campanha da reeleição, já que, segundo pesquisas, sua popularidade começou a cair?
    Se eu respondesse a essa pergunta e desse as minhas impressões estaria seguindo o caminho inverso do que estou querendo. Quero resolver o problema de São Paulo e não dizer, eleitoralmente, que o culpado é esse ou aquele. A população de São Paulo precisa de pessoas que estejam à altura de seus desafios, para enfrentá-los em conjunto. Nós não podemos ter vergonha ou medo de pedir auxílio quando temos um problema. Pouco me interessa aí o resultado eleitoral. Já passou o tempo do “quanto pior, melhor”.

    E o que fazer, então?
    Vou dar um exemplo: Alagoas está dentro do Brasil e também se submete ao mesmo programa de fronteiras. É o Estado mais violento do Brasil. O governador de Alagoas, Teotônio Vilela, que é do PSDB, pediu apoio e, em um ano de programa de fronteiras, o Estado reduziu em 15% os homicídios. Santa Catarina também estava com um problema gravíssimo com uma organização criminosa. O governador Raimundo Colombo (PSD) veio até nós e propusemos uma parceria. Qual foi o resultado? Em um único dia transferimos 60 presos. Ao mesmo tempo, fizemos um cercamento das fronteiras do Estado de comum acordo e uma ação nos presídios. Aquela situação calamitosa se resolveu. Será que não é possível a gente pensar um pouco maior nessas coisas? Eu acho que é possível.

    A redução da maioridade penal melhoraria o problema?
    A redução da maioridade penal é inconstitucional porque fere cláusula pétrea. A Constituição diz que a maioridade penal é conseguida aos 18 anos. Isso, portanto, gera um direito individual indiscutível a todas as pessoas que não têm 18 anos de não serem imputadas pela prática de delitos penais. Temos de focar a discussão nos marcos do Estado de Direito. A partir daí podemos discutir, por exemplo, as condições e o tempo de internação, associados a políticas de ressocialização do menor transgressor.

    Ministro, o sr. quer concorrer ao governo de São Paulo?
    Não. Eu não sou candidato. Não tenho projeto pessoal de disputar eleição e falo isso com muita sinceridade. Só se houvesse uma Assembleia Constituinte exclusiva para votar a reforma política eu me candidataria a uma vaga (risos). O PT tem ótimos nomes, como o dos ministros Aloizio Mercadante (Educação), Marta Suplicy (Cultura), Alexandre Padilha (Saúde), Guido Mantega (Fazenda)…

    No PT é comum o comentário de que o ex-presidente Lula veta seu nome porque não perdoa sua atuação na sindicância de 1997 que culpou Roberto Teixeira, compadre dele, por tráfico de influência em prefeituras petistas. Ele também não teria gostado da ação da PF, que investiga Rosemary Noronha, ex-chefe do escritório da Presidência em São Paulo.
    Minha relação com o presidente Lula é excelente. Em nenhum momento recebi qualquer consideração, mesmo levemente crítica, da parte dele em relação ao comportamento da Polícia Federal no caso Rosemary Noronha. Ele sempre foi um grande incentivador da atuação independente e republicana da PF. Em relação a situações passadas, foram totalmente superadas.

    Embora o sr. diga que não vai disputar a eleição, o seu discurso sobre segurança pública é de candidato. Segurança pode ser o mote da campanha do PT em São Paulo?
    Se meu discurso fosse de candidato eu estaria nesse momento de dedo em riste contra o governador Alckmin, apontando falhas da segurança e tentando colocar culpas nele, o que eu não estou fazendo.

    Não?
    Não. O discurso de candidato é o daquele que tenta empurrar para outro a responsabilidade que lhe incumbe.
    (…)

    Voltei
    Vamos pôr ordem nas coisas:
    1: São Paulo ainda tem a mais baixa taxa de homicídios por 100 mil pessoas do Brasil.

    2: Se alguém tem de aprender alguma coisa, é o governo federal, que tem de aprender com São Paulo, não contrário — ainda que as taxas sejam elevadas também neste estado para padrões civilizados de convivência.

    3: Cardozo quer ser candidato ao governo de São Paulo — e essa é também a vontade de Dilma, que, assim, se livra dele, mas Lula não o suporta. Os motivos vão expostos acima.

    4: Essa é uma entrevista de candidato. Cardozo sabe que o episódio da Funai o arranhou. Está tentando botar a cabeça fora da água.

    5: Ainda que quisesse, Cardozo não poria “o dedo em riste” contra o governador por alguns motivos:
    a: não tem autoridade legal para isso;
    b: não tem autoridade política para isso;
    c: não tem autoridade moral para isso (sua pasta é uma bagunça).

    6: Afirmar que maioridade penal ao 18 anos é cláusula pétrea da Constituição é uma tolice formidável. De todo modo, a proposta de Alckmin não altera a maioridade, apenas eleva o tempo de internação. Aliás, vejam o que diz Cardozo:“podemos discutir, por exemplo, as condições e o tempo de internação, associados a políticas de ressocialização do menor transgressor.” É a proposta do governador de São Paulo.

    Aviso aos navegantes
    Há certos procedimentos que, como direi?, foram se tornando muito manjados com o tempo. Em meio a uma grave crise envolvendo um órgão da sua pasta, Cardozo dá uma entrevista em que ataca o governador de São Paulo, com a ousadia adicional de recorrer ao tom professoral (como se o governo federal fosse exemplar no combate ao crime), mas nega que seja pré-candidato do PT ao governo do estado. Ou seja: é pré-candidato, e a entrevista serve para dizer que Lula não veta mais seu nome.

    Em síntese, o pré-candidato Cardozo ganhou uma entrevista e uma manchete para dizer que não é candidato…Por Reinaldo Azevedo

    Tags: Alckmin, José Eduardo Cardozo, Ministério da Justiça

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    09/06/2013 às 7:31
    Popularidade de Dilma segue alta, mas cai 8 pontos; em algumas categorias, essa queda chega a 24 pontos


    Leiam o que informa a Folha. Ainda voltarei ao tema.

    A popularidade da presidente Dilma Rousseff caiu pela primeira vez desde o início de seu mandato, há dois anos. Pesquisa Datafolha realizada quinta e sexta-feira mostra que 57% da população avalia seu governo como bom ou ótimo. São 8 pontos a menos que no levantamento anterior, feito em março. A presidente perdeu popularidade entre homens e mulheres, em todas as regiões do país, em todas as faixas de renda, idade e escolaridade, segundo o Datafolha. As maiores oscilações foram verificadas entre brasileiros que ganham mais de dez salários mínimos (queda de 24 pontos), entre os que têm ensino superior (16 pontos), moradores da região Sul (13 pontos) e pessoas que têm entre 25 e 34 anos (13 pontos).

    Os números do Datafolha indicam que a deterioração da imagem de Dilma é um reflexo do aumento do pessimismo dos brasileiros com a situação econômica do país e mostram que a população está mais preocupada com a inflação e o desemprego. Ainda que apenas 11% avaliem a atuação de Dilma como ruim ou péssima na economia, todos os indicadores de expectativa pioraram. Para 51%, a inflação vai subir. Em março, esse índice era de 45%. A mesma tendência pode ser observada nas questões sobre desemprego, poder de compra do salário, situação econômica do país e do próprio entrevistado.

    Mais eloquentes são os dados sobre o passado recente: 80% dizem que notaram alta de preço dos alimentos nos últimos 30 dias. Só 3% dizem que notaram redução. O mesmo ocorre com material de higiene pessoal e de limpeza. O noticiário dos últimos dias também pode ter influenciado. Dois problemas tiveram grande repercussão: o tumulto no pagamento do Bolsa Família, não esclarecido, e a tensão com indígenas do Norte e do Mato Grosso do Sul. O período coincide ainda com a propaganda eleitoral de rádio e televisão dos dois principais partidos de oposição ao governo: PSDB e DEM. Antes dessa queda, a popularidade de Dilma havia oscilado para baixo, dentro da margem de erro, apenas em agosto de 2011 e de 2012.
    (…)Por Reinaldo Azevedo

    Tags: Datafolha, Eleições 2014, Governo Dilma

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    08/06/2013 às 15:45
    Justiça abre processo contra José Dirceu para devolução do dinheiro desviado no mensalão


    Na VEJA.com:
    A Justiça Federal de Brasília abriu um processo de improbidade administrativa contra o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu para que sejam devolvidos os valores desviados no mensalão. O dinheiro foi distribuído a parlamentares do PMDB, PT, PR, PTB e PP para que o Congresso apoiasse o governo de Lula. Segundo informações divulgadas neste sábado pelo jornal Folha de S. Paulo, também responderão ao processo outras 20 pessoas, incluindo o deputado federal José Genoino e Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT. O processo não fixa um valor a ser devolvido. Porém, acusa integrantes do PP de terem recebido 4,1 milhões de reais no mensalão. A lei da improbidade prevê, além da devolução do dinheiro desviado, uma multa de três vezes esse valor.

    O Ministério Público deu início a essa ação em 2007. Porém, a Justiça somente a aceitou no início do mês passado, alguns dias depois de o Supremo Tribunal Federaç (STF) publicar a sentença do julgamento do esquema do mensalão que condenou Dirceu a dez anos e dez meses de prisão. Há ainda outras quatro ações de improbidade administrativas contra condenados pelo mensalão que ainda não foram aceitas pela Justiça.Por Reinaldo Azevedo

    Tags: José Dirceu, Mensalão

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    08/06/2013 às 15:39
    Terra de índio? A política indigenista brasileira virou terra de ninguém


    Por Jean-Philip Struck, na VEJA.com:
    Os conflitos das últimas semanas envolvendo índios em Mato Grosso do Sul e os protestos de grupos contra a construção da usina de Belo Monte expõem um governo que lida de maneira dúbia com a questão indígena. De um lado, a gestão Dilma Rousseff tenta barrar o descontrole das demarcações promovidas pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e afagar os produtores rurais. Do outro, permite o funcionamento de um núcleo de apoio à causa indígena dentro do próprio Palácio do Planalto, que tem como expoente o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. A consequência: capitula diante da primeira pressão de indígenas e de grupos que dizem representá-los, permitindo episódios como o custeio da viagem de cerca de 150 índios para protestar em Brasília contra o próprio governo.

    Na última sexta-feira, depois de meses sem conseguir controlar a situação, o governo finalmente demonstrou que pretende promover alguma mudança na Funai. A presidente – e miltante – Marta Azevedo – deixou o cargo alegando motivos de saúde. Em seu lugar, assumiu interinamente o cargo a diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável do órgão, Maria Augusta Assirati. Até então, as tentativas de colocar ordem nas demarcações e nos conflitos eram externas. Entre elas estava a recente suspensão de demarcações no Paraná e no Rio Grande do Sul a pedido da Casa Civil, comanda pela ministra Gleisi Hoffmann.

    Mas essa foi apenas a terceira queda de braço em pouco menos de um ano entre índios e aqueles que querem maior controle externo nas demarcações. No início de maio, a ministra chegou a criticar publicamente a forma como o processo era conduzido. “Delegamos única e exclusivamente à Funai a responsabilidade por estudos e demarcação de terras. Nem sempre estabelecemos procedimentos claros e objetivos nesse processo”, disse.

    Tentativas anteriores de mudar esse quadro de exageros da Funai já haviam resultado em uma série de protestos por parte dos índios e dessas entidades. Sempre que o governo tenta colocar um pouco de ordem na questão das demarcações, grupos de índios promovem novas invasões, ocupam prédios de órgãos federais e bloqueiam rodovias. E tudo com o apoio de entidades de apoio a indígenas e ONGs. Diante de tudo isso, o governo recua rapidamente.

    Portaria
    Entre os recentes casos de intimidação está o que ocorreu com publicação da chamada Portaria 303, da Advocacia-Geral da União, em julho de 2012. A medida visava, entre outras coisas, estender para outros processos de demarcação as mesmas condicionantes estabelecidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na criação da Reserva Raposa do Sol, em Roraima. Ou seja, vedava a ampliação de reservas já demarcadas, impedia a cobrança de pedágio pelos índios nas reservas e pretendia incluir na discussão da demarcação de terras os estados afetados.

    A gritaria foi imediata. A Funai divulgou nota repudiando a medida e passou a fazer pressão contra ela. O Conselho Indigenista Missionário (Cimi), uma das maiores organizações de articulação de índios no país, disse que o governo estava “rezando a cartilha do capital ditada pelo agronegócio”. Índios invadiram a sede da AGU em Brasília e em outros estados e bloquearam rodovias. Temerosa, a AGU suspendeu temporariamente a medida menos de dez dias depois. Em setembro houve nova tentativa de aprovar a portaria, mas diante de nova gritaria, ela voltou a ser adiada até o STF publicar o acórdão do caso Raposa Serra do Sol.

    Em abril, houve novo choque. Desta vez, o alvo foi o Congresso, que tinha acabado de aprovar a criação de uma comissão especial para analisar uma proposta de emenda constitucional que pretende transferir para o Congresso a competência de aprovar a demarcação de terras indígenas. O protesto dos índios entrou para a história da Câmara dos Deputados. Com os rostos pintados, um grupo formado por centenas de índios invadiu, pela primeira vez, o plenário e espantou a maioria dos deputados presentes.

    Paraná
    O total de reservas indígenas no Brasil já passa de um milhão de quilômetros quadrados, ou 12,5% da superfície do país, mas a Funai parece disposta a levar a aplicar uma fórmula de demarcações descontroladas para todo o país. No início de maio, um estudo sobre quinze áreas escolhidas para demarcação pela Funai no oeste do Paraná demonstrou com clareza o exagero e o ativismo com que fundação e outras entidades têm tratado o assunto.

    No ano passado, diante das reclamações de produtores rurais paranaenses, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, encomendou à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) uma avaliação de áreas apontadas pela Funai para demarcação. O relatório mostrou resultados estarrecedores. Entre essas quinze áreas, a Embrapa demonstrou, por meio de fotos de satélites e outros mecanismos, que dez começaram a contar com a presença de indígenas somente a partir de 2007 – o que desmente os argumentos de “ocupação tradicional” usados pela Funai para justificar as demarcações.

    Outras nem contavam com a presença de índios. Só numa delas foi detectada a presença de uma aldeia mais antiga, datando do ano não muito distante de 1990 e formada por índios de Mato Grosso do Sul. Está encravada em uma área urbana do município de Guaíra, na divisa com o Paraguai.

    Xetá
    Diante do quadro, Gleisi pediu a suspensão das demarcações no estado. A iniciativa ajudou a frear, entre outras, a demarcação da Reserva Xetá, que pretende entregar 120 km² de uma área na região de Umuarama, também no oeste do estado, para apenas cerca de cem índios da etnia xetá. Nesse pequeno grupo, apenas sete são considerados membros puros do povo, de acordo com estudos antropológicos. A maior parte do grupo original, de pouco mais de 200 pessoas, foi dizimada nos anos 50 quando entrou em contato com os brancos. Desses cem autointitulados xetás, mais de 90 membros têm apenas ascendência parcial, contanto também com ancestrais brancos ou de índios de outras tribos.

    Mas o número reduzido não havia intimidado a Funai e os apoiadoras dos índios, que acharam aceitável promover no início dos anos 2000 o renascimento da etnia com uma área equivalente a do município de Niterói, no Rio de Janeiro, onde vivem quase 500.000 pessoas. Para piorar, a área reservada para os xetás é ocupada por dezenas de fazendas, a maioria de propriedade de pequenos produtores, e uma vila rural.

    O deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR), relator da PEC que pretende transferir para o Congresso a decisão sobre demarcação, diz que o clima no campo “está pesado”. “Não existe regra contra indígena. É como se fosse um efeito da natureza, ninguém pode reagir. A Funai, na verdade, faz o papel dela, é defensora dos indígenas, mas nós precisamos de alguém que faça o (papel de)advogado e ministério público, que faça o contrapeso, senão é uma unilateralidade exagerada”, diz Serraglio, que tem como base eleitoral a região de Umuarama.

    Suspensão
    A exemplo do Paraná, as demarcações também foram suspensas no Rio Grande do Sul, onde estudos paralelos também devem ser realizados pela Embrapa e por outros órgãos, retirando aos poucos a exclusividade da Funai nas demarcações. Pode ser o começo do fim de uma exclusividade que dura décadas – e de um atribuição que, como mostra o atual cenário, só ajudou a alimentar o conflito. A Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Sul (Fetraf-Sul) estima que pelo menos 30.000 produtores gaúchos podem perder suas propriedades caso as demarcações sejam feitas pelos critérios da Funai no estado. A ministra já demonstrou que a intenção é levar essa modelo conjunto para outras regiões, incluindo Mato Grosso do Sul.

    Em resposta às medidas, os índios passaram a mirar exclusivamente a figura da ministra Gleisi. No início da semana, um grupo de 30 indígenas invadiu a sede do diretório estadual do PT no Paraná, e estendeu faixas contra ela. Entidades como a Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul acusaram Gleisi de sucumbir a interesses eleitorais – ela é provável candidata ao governo do Paraná em 2014 e recebeu doações de produtores na sua campanha para o Senado em 2010.

    Mas a gritaria é dirigida, sobretudo, a essa nova divisão de tarefas da Funai, que por essas medidas na Região Sul deverá dividir a atribuição de demarcar terras com órgão mais isentos. Em reação, o secretário-geral do Cimi, Cleber Buzatto, escreveu em um artigo agressivo, conclamando os índios a “fazerem a defesa dos seus direitos”. “Os povos indígenas precisarão de disposição para enfrentamentos mais contundentes, urgentes e permanentes em todos os níveis, desde a aldeia até o ‘centro’ do poder, em Brasília”, escreveu.

    Belo Monte
    Só que as demarcações não são o único terreno que o governo enfrenta problemas com os índios. Brasília foi nessa semana palco de uma manifestação de índios mundurukus, que se opõem à usina de Belo Monte, no Pará. Os índios, que habitam em áreas distantes 800 quilômetros do canteiro, em Tapajós, conseguiram arrancar uma reunião na capital após interromperem as obras por cinco dias. Aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) tiveram que deixar operações de vigilância na fronteira para transportar quase 150 índios.

    No início de maio, o ministro ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, chegou a acusar os mundurukus de se oporem à usina porque uma parte deles estava envolvida com garimpo ilegal. A nota causou repúdio, e a pressão continuou, até o governo capitular e concordar com a reunião. Foi um episódio raro para Carvalho, entusiasta da causa indígena e foi patrocinador da escolha de Marta Azevedo para a presidência da Funai. Ele também é o chefe de Paulo Maldos, o secretário nacional de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, conhecido por ser um dos maiores promotores da causa indígena no governo.

    Mas mesmo Carvalho não está imune à pressão. Na última sexta-feira, as lideranças indígenas anunciaram que protocolaram uma interpelação criminal contra Carvalho por calúnia e difamação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por causa de seus comentários sobre os mundurukus.

    Profissão
    Ainda tímida, a iniciativa de dividir as tarefas da Funai pode ajudar a deter o crescimento uma modalidade, que em alguns casos, transforma a condição de índio em “profissão”, onde demandas irreais são alimentadas e fraudes encontram um terreno fértil para se desenvolver.

    Nesta semana, o jornal Folha de S. Paulo publicou o caso do “índio” Paulo José Ribeiro da Silva, chamado Paulo Apurinã, um amazonense de 39 anos que, segundo um inquérito da Polícia Federal, reinventou sua identidade como índio apurinã há seis anos. Ao lado da mãe, ele falsificou duas carteiras do Registro Administrativo de Nascimento Indígena (Rani) – uma espécie de RG indígena, que abre caminho para o recebimento de benefícios como o Bolsa Família e o acesso a cotas em universidades.

    Com o registro em mãos, o falso índio foi além do mero recebimento dos magros benefícios a que os indígenas têm direito: começou a liderar um movimento de “índios sem teto”, reuniu-se com a direção da Caixa Econômica Federal e chegou a entregar cocares para a presidente Dilma Rousseff e para o ex-presidente Lula.

    A fraude só começou a ser revelada no ano passado, quando ele foi indiciado. Entre as provas contra ele constava o nome de batismo do registro falso: Caiquara, uma palavra da língua guarani – que não é falada na região do Amazonas onde ele nasceu.

    Embora a responsabilidade da farsa seja de Paulo, da sua mãe e, segundo o inquérito, de uma servidora da Funai, o dublê de índio conseguiu se safar por anos graças ao ambiente de descontrole que caracteriza a condução da política indígena brasileira, onde qualquer objeção é logo caracterizada como ataque e os opositores são taxados de defensores de latifundiários – sem surpresa, Paulo chamou a imprensa de “racista”. O índio fajuto não chegou a provocar muitos estragos, mas a política descontrolada que favoreceu seu aparecimento tem potencial.
    (Com reportagem de Felipe Frazão)Por Reinaldo Azevedo

    Tags: Funai, índios

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    08/06/2013 às 6:59
    LEIAM ABAIXO


    Petistas davam apoio aos delinquentes que estão nas ruas, depredando o patrimônio público. Cadê o Supercoxinha?;
    Jaques Wagner decide financiar um museu em homenagem a um homicida que defendia o terrorismo e execuções sumárias;
    Aliados involuntários – Nas redes sociais, bandoleiros que infernizam São Paulo comemoram a cobertura feita pela TV;
    Novo ministro do STF não só concede entrevista coletiva como especula sobre a revisão da Lei da Anistia;
    Passe Livre? Lugar de delinquente é na cadeia ou na Fundação Casa;
    O escândalo da refinaria de Pasadena – Ministério Público investigará Petrobras por evasão de divisas e peculato;
    Cai a presidente da Funai, mas problema continua. E o nome do problema é Gilberto Carvalho;
    A mentira grotesca no texto de uma “antropóloga” da UnB. Como ela vai encarar depois seus alunos? Ou: Deve ser triste depender de uma mentira para parecer inteligente;
    Em Brasília, 70 mil pessoas pediram em coro cadeia para os mensaleiros e disseram “não” ao controle da mídia. Mas, controlada pela ideologia, certa mídia procurou esconder os fatos. ENTÃO VEJAM VOCÊS MESMOS!;
    A gritaria mentirosa e potencialmente homicida contra o Estatuto do Nascituro. Ou: Texto aprovado é explícito ao preservar artigo do Código Penal que permite aborto em caso de estupro e risco de morte da gestante;
    Os cabelos brancos, os olhos encovados e as bochechas caídas salvarão Obama?;
    Amplos setores da imprensa tentaram cassar dos evangélicos o direito de dizer “não”. Agrediram os fatos, a democracia e os seus leitores;
    Os tarados pela morte inventaram que “Estatuto do Nascituro” é “Bolsa Estupro”. É uma mentira asquerosa criada pelos exterminadores de fetos;
    Turquia é a prova dos noves de que não é possível haver um regime a um só tempo democrático e islâmico;
    Obama é muito pior do que Bush. Ou: Republicano recorreu a medidas autoritárias; o democrata, ao estado policial;
    Standard & Poor’s rebaixa perspectiva de rating do Brasil;
    E o petista André Vargas, vejam só, deu mesmo um golpezinho e promulgou PEC inconstitucionalPor Reinaldo Azevedo

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    08/06/2013 às 6:48
    Petistas davam apoio aos delinquentes que estão nas ruas, depredando o patrimônio público. Cadê o Supercoxinha?



    Vocês, por acaso, viram a cara do Supercoxinha por aí? Como sempre, ele sumiu, deu no pé, desapareceu, escondeu-se embaixo da cama. É o que sempre faz quando surge um problema. Lembrem-se do que ocorreu durante as enchentes. Era impossível ver a cara de Fernando Haddad (PT), prefeito de São Paulo. Na malsucedida Virada Cultural, a mesma coisa. E o padrão agora se repete, com o vandalismo promovido por delinquentes disfarçados de militantes de uma causa. Eles dizem protestar contra o reajuste da tarifa de ônibus, que passou de R$ 3,00 para R$ 3,20. O prefeito não disse um “a”, uma vírgula, nada. Já dei início à contagem regressiva. Vamos ver quanto tempo demora até que algum petista acuse a truculência da Polícia… Como a segurança pública é da alçada do estado, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) acabou falando sobre o assunto, condenando a violência.

    O Movimento Passe Livre (MPL), como já deixei claro aqui há mais de dois anos, de “livre” não tem nada! Muito menos de espontâneo. Isso é uma ficção criada em tempos de redes sociais. No tal MPL se aboletam, por exemplo, militantes do PCO, do PSOL e do PSTU — além, claro!, de petistas. É essa composição que levou a turma escrever este trecho de seu “manifesto”

    O MPL deve ter como perspectiva a mobilização dos jovens e trabalhadores pela expropriação do transporte coletivo, retirando-o da iniciativa privada, sem indenização, colocando-o sob o controle dos trabalhadores e da população. Assim, deve-se construir o MPL com reivindicações que ultrapassem os limites do capitalismo, vindo a se somar a movimentos revolucionários que contestam a ordem vigente

    Isso lá é linguagem de gente? Não! É conversa de pterodáctilo esquerdista. Esses bacanas são os mesmos que organizaram o Churrasco da gente diferenciada, em Higienópolis, com amplíssimo apoio da imprensa paulistana. E sempre atuaram em parceria com os petistas.

    Leiam trecho de reportagem publicada na Folha deste sábado:
    (…)
    [os vereadores petistas] José Américo e Antônio Donato, então na oposição a Gilberto Kassab (PSD), defenderam o Movimento Passe Livre na Câmara e chegaram a participar de protestos em 2011, após a tarifa de ônibus subir de R$ 2,70 para R$ 3. “A bandeira do movimento [transporte gratuito] é absolutamente correta”, disse Donato em discurso na Câmara em fevereiro daquele ano. Na ocasião, ele defendeu um debate sobre o fim da tarifa. “Tratar o transporte como um direito das pessoas. É isso que o movimento pautou, tem lutado e tem feito da melhor forma possível, que é ir às ruas dialogar com a população e mostrar a insatisfação do povo”, disse o atual secretário de Governo.

    Américo, hoje presidente da Câmara, chegou a ter um dedo quebrado durante protesto que terminou em confronto com a polícia. Ontem, em nota, a presidência da Câmara informou que o apoio da bancada do PT ao Passe Livre no passado foi devido “ao aumento exorbitante da passagem de ônibus ocorrido na gestão Gilberto Kassab”. Acrescentou que o PT nunca defendeu a tarifa zero para o transporte público.
    (…)

    Voltei
    Petistas, como é sabido, perdem a vergonha com muito mais facilidade do que perdem a pose. Em 2011, os vândalos já recorriam aos métodos de agora, mas lá estavam os companheiros a endossar o movimento.

    Fernando Haddad reajustou a tarifa de ônibus. Os que estão nas ruas, quebrando tudo, são seus aliados políticos. O prefeito deveria ter a hombridade de vir a público fazer duas coisas: a) desculpar-se por seu partido ter incentivado a baderna em 2011; b) pedir a seus aliados de véspera que parem de infernizar a vida dos pobres da cidade.

    O Supercoxinha, no entanto, está escondido.Por Reinaldo Azevedo

    Tags: Fernando Haddad, Movimento Passe Livre, Prefeitura de SP, PT

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    08/06/2013 às 5:16
    Jaques Wagner decide financiar um museu em homenagem a um homicida que defendia o terrorismo e execuções sumárias


    O governador Jaques Wagner é mesmo um homem generoso… com o dinheiro alheio! Repassou R$ 120 mil para Daniela Mercury — a antropófaga — participar da Parada Gay de São Paulo. Aquela senhora decidiu sair do armário, e Wagner achou que era o caso de estatizá-la. O Bahia tem, assim, salvo desinformação da minha parte, a primeira lésbica estatal do mundo. Wagner é um homem bom. Em 2011, cerca de três mil sem-terra invadiram a Secretaria de Agricultura da Bahia. O estado mandou instalar banheiros químicos no local, e o governo comprava 600 quilos de carne para alimentar a tigrada. Agora, ficamos sabendo de mais uma bondade. O estado decidiu bancar um museu em homenagem ao terrorista Carlos Marighella.

    O nome do troço é “Museu da Resistência”. O chefão da ALN (Ação Libertadora Nacional), um dos grupos terroristas mais violentos que tentaram promover a luta armada no Brasil, torna-se, assim, um herói oficial. Já foram gastos R$ 200 mil no projeto. Leio na Folha:

    “O governo da Bahia cedeu dois sobrados no Pelourinho para o projeto, mas o desejo da família do ex-militante do Partido Comunista Brasileiro é que a casa onde ele viveu até os 23 anos, também no centro histórico da cidade, seja integrada ao espaço.”

    Então… Que coisa bonita!

    Para estar completo, o museu tem de ser a foto e a história dessas pessoas:
    – José de Carvalho
    – Guido Boné
    – Natalino Amaro Teixeira
    – José Getúlio Borba
    – Newton de Oliveira Nascimento
    – José Armando Rodrigues
    – Bertolino Ferreira da Silva
    – Sylas Bispo Feche
    – Iris do Amaral
    – Walter César Galleti
    – Mário Domingos Panzarielo
    – Sílvio Nunes Alves
    – Manoel Henrique de Oliveira

    Quem são esses? Indivíduos que foram assassinadas nos covardes atos terroristas da ALN. Suas respectivas famílias não recebem pensão nenhuma, e ninguém vai se lembrar de erguer um museu para eles. Museu, na Banânia contemporânea, é só para algozes.

    Espero que a casa em homenagem ao terrorista também traga trechos de seu “Minimanual da Guerrilha Urbana”. O herói que agora ganha museu recomendava a seus militantes que armassem emboscadas. Leiam:

    Emboscada
    As emboscadas são ataques tipificados por surpresa quando o inimigo é apanhado em uma estrada ou quando faz que uma rede de policiais rodeie uma casa ou propriedade. Uma mensagem falsa pode trazer o inimigo a um lugar onde caia em uma armadilha. O objeto principal da tática de emboscada é de capturar as armas e castigá-los com a morte.

    As emboscadas para deter trens de passageiros são para propósitos de propaganda, e quando são trens de tropas, o objetivo é de eliminar o inimigo e tomar suas armas. O franco-atirador guerrilheiro é o tipo de lutador ideal especialmente para as emboscada porque pode se esconder facilmente nas irregularidade do terreno, nos trechos dos edifícios e dos apartamentos sob construção. Desde janelas e lugares escuros pode mirar cuidadosamente a seu alvo escolhido. As emboscadas tem efeitos devastadores no inimigo, deixando o nervoso, inseguro e cheio de temor.

    Mas isso, para ele, era pouco. Defendia a ação terrorista, que, segundo dizia, enobrece e honra. Mais um trecho:
    A acusação de “violência” ou “terrorismo” sem demora tem um significado negativo. Ele tem adquirido uma nova roupagem, uma nova cor. Ele não divide, ele não desacredita, pelo contrário, ele representa o centro da atração. Hoje, ser “violento” ou um “terrorista” é uma qualidade que enobrece qualquer pessoa honrada, porque é um ato digno de um revolucionário engajado na luta armada contra a vergonhosa ditadura militar e suas atrocidades.

    Com Marighella, não tinha esse papo de anistia, não! Ele defendia execuções sumárias mesmo. Mais um pouco:
    Execuções
    Execução é matar um espião norte-americano, um agente da ditadura, um torturador da policia ou uma personalidade fascista no governo que está envolvido em crimes e perseguições contra os patriotas, ou de um “dedo-duro”, informante, agente policial, um provocador da policia.
    Aqueles que vão à polícia por sua própria vontade fazer denúncias e acusações, aqueles que suprem a polícia com pistas e informações e apontam a gente, também devem ser executados quando são pegos pela guerrilha.

    A execução é uma ação secreta na qual um número pequeno de pessoas da guerrilha se encontram envolvidos. Em muitos casos, a execução pode ser realizada por um franco atirador, paciente, sozinho e desconhecido, e operando absolutamente secreto e a sangue frio.

    Encerro
    Acima, vai a têmpera do herói…

    Por Reinaldo Azevedo

    Tags: Jaques Wagner, Marighella

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    07/06/2013 às 21:41
    Aliados involuntários – Nas redes sociais, bandoleiros que infernizam São Paulo comemoram a cobertura feita pela TV


    Os delinquentes que infernizam São Paulo sob o pretexto de protestar contra o reajuste das tarifas de ônibus se parabenizam mutuamente nas redes sociais por causa do destaque que ganham no noticiário de TV. É uma medida do seu sucesso. “Só dá nóis”, diz um. “Enquanto houver um helicóptero aqui encima (sic), vâmu ficando.” E novas delinquências já estão sendo planejadas.

    Por Reinaldo Azevedo

    Tags: Movimento Passe Livre, vandalismo

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    07/06/2013 às 21:22
    Novo ministro do STF não só concede entrevista coletiva como especula sobre a revisão da Lei da Anistia


    Ai, ai, ai… Luís Roberto Barroso, ministro já nomeado para a Supremo Tribunal Federal, concedeu aos jornalistas uma entrevista coletiva em que falou livremente sobre temas a respeito dos quais, como juiz, terá de se posicionar. Impressionante!

    Jogou água no moinho daqueles que são favoráveis à revisão da Lei da Anistia, como vocês verão abaixo. Voltarei ao tema depois. Impressionante: um dos principais responsáveis pela permanência do terrorista Cesare Battisti no Brasil está especulando sobre a revisão da Lei da Anistia. Leiam o que informa Mariana Oliveira, do Portal G1. De madrugada, volto ao tema.
    *
    O ministro recém-nomeado para o Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta sexta-feira (7) que, com uma nova composição, “em tese” há possibilidade de o tribunal rever a Lei de Anistia . Em 2010, por sete votos a dois, o STF confirmou a validade da lei que estabeleceu a abrangência da anistia para casos de tortura e crimes comuns cometidos por agentes do Estado e por civis durante a ditadura militar (1964-1985). Depois disso, entraram no tribunal quatro novos ministros (Luiz Fux, Rosa Weber, Teori Zavascki e agora Luís Roberto Barroso). No total, o Supremo tem 11 ministros.

    Perguntado se o entendimento do tribunal em 2010 poderia ser revisto agora, ele respondeu: “Em tese, sim. Tenho conforto de falar sobre isso porque o [Cesare] Battisti [ex-ativista italiano acusado em seu país] não foi anistiado. A Itália não teve mesmo opção. Na vida, você pode ter lições de justiça ou lições de paz. Essa é uma questão política. Quem tem posição deve tomar”, disse o novo ministro, para quem caberia ao Congresso essa decisão.

    Para o ministro, o tema anistia, caso volte ao Supremo, não será uma “questão simples”. Na ocasião, votaram pela manutenção da lei Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Eros Grau, esses três últimos já aposentados. Ricardo Lewandowski e Carlos Ayres Britto (atualmente aposentado) foram a favor da revisão da lei. Para eles, a lei não se aplicaria a casos de tortura. Dias Toffoli se declarou impedido por ter atuado como advogado-geral da União no caso.

    O ministro recém-nomeado lembrou também que o tribunal também pode vir a ser provocado para decidir se o Supremo deve se submeter ao entendimento da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que rejeita a tese da anistia irrestrita. “A Corte Interamericana decidiu pela ilegitimidade de anistia em hipótese de determinados crimes. É questão de saber como se relacionam essas duas decisões [a do Supremo e a da Corte Interamericana]“, afirmou.

    Ainda estão pendentes no STF julgamentos de embargos de declaração (recursos contra a decisão do plenário) em relação à decisão sobre a Lei da Anistia. Um recurso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) argumenta que a decisão do Supremo descumpre tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário sobre violação de direitos humanos.

    Mensalão
    O novo ministro afirmou que passará as férias de julho estudando direito penal, do qual não é especialista (ele é especialista em direito constitucional) e também analisando o processo do mensalão. Barroso disse que não poderia falar muito sobre o caso, uma vez que deve julgar os recursos dos condenados no processo. Ele destacou, também, que gostaria que o tribunal “virasse a página” sobre o STF.

    “Eu não estou indo para o Supremo Tribunal Federal para julgar mensalão. Se eu pudesse escolher, escolheria [ir] depois de ter acabado. O Supremo decide inúmeras questões mais importantes. Gostaria que o país virasse essa página.” Ele voltou a comentar o comentário que fez na sabatina à qual foi submetido no Senado de que o Supremo foi mais duro no julgamento do mensalão que em outros processo. Segundo o ministro, o comentário não foi uma crítica. “Não foi comentário crítico, foi descritivo de um fato que, ao meu ver, é observável a olho nu. E esta opinião é também de outros ministros”, disse Barroso. Barroso afirmou ainda que não conversou com a presidente Dilma Rousseff sobre o processo do mensalão antes de ser escolhido. “Nem remotamente falamos de ação penal 470″, declarou.

    Foro privilegiado
    O novo ministro falou ainda sobre o foro privilegiado, pelo qual algumas autoridades (entre as quais, presidente, ministros, deputados e senadores) só podem ser julgadas no Supremo Tribunal Federal.

    “Sou a favor de uma drástica redução [das autoridades com prerrogativa de foro]. Essa é competência do Congresso, a quem caberia mudar”, disse. Ele afirmou que considera ideal o foro privilegiado para “pouco mais” que presidente e ministros. Luís Roberto Barroso afirmou ainda que, a partir de agora, deve reduzir o contato com a imprensa, uma vez que não é mais advogado, e que não pretende ser um “opinador-geral da República”.Por Reinaldo Azevedo

    Tags: Lei da Anistia, Luís Roberto Barroso, STF

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    07/06/2013 às 20:47
    Passe Livre? Lugar de delinquente é na cadeia ou na Fundação Casa



    Um grupo de 500 vândalos fechou uma pista da Marginal Pinheiros, em São Paulo, contra o reajuste de, atenção, VINTE CENTAVOS na passagem de ônibus. O preço estava congelado desde janeiro de 2011. Vendo a cara e a roupa da tigrada, a esmagadora maioria tem carteirinha de estudante e paga, pois, a metade disso. Eles se querem representantes de um tal movimento Passe Livre. Acho que isso quer dizer condução de graça. Como alguém sempre paga e como muitos desses vagabundos não trabalham, os burguesotes, fingindo-se de comunas, querem que os trabalhadores arquem com o custo de sua boa vida.

    Leitores me mandam mensagens de Facebook impressionantes. Vejam esta, de alguém que se identifica como Rafaela Vianna Waisman. Será mesmo que seu protesto é contra o reajuste da passagem?


    Notem bem! Ainda que se considerasse o valor cheio, os 40 centavos a mais (estou levando em conta ida e volta) resultariam, ao fim de um mês, em desembolso extra de R$ 8,80. Como estudantes só pagam a metade, estamos falando de… R$ 4,40! Não dá para tomar uma cerveja na balada com esse valor. Seriam necessários quase 137 meses — MAIS DE ONZE ANOS — para que pudessem comprar os tênis de R$ 600 que muitos exibem. É piada! É brincadeira.

    No começo de 2011, escrevi bastante sobre esse tal “Movimento Passe Livre” — que contava, então, com ainda mais simpatia da imprensa do que agora. A razão era simples: em São Paulo, o prefeito era Gilberto Kassab (na sua fase ainda pré-PT). Como ele era considerado “de direita” e como amplos setores do jornalismo são “progressistas”, esses bandidinhos de classe média que saem por aí infernizando a vida dos trabalhadores granjeavam simpatias. Um dos posts estáaqui. Reproduzi, então, o credo do tal “Passe Livre”. Vale a pena reler.

    O MPL não tem fim em si mesmo, deve ser um meio para a construção de uma outra sociedade. Da mesma forma, a luta pelo passe-livre estudantil não tem um fim em si mesma. Ela é o instrumento inicial de debate sobre a transformação da atual concepção de transporte coletivo urbano, rechaçando a concepção mercadológica de transporte e abrindo a luta por um transporte público, gratuito e de qualidade, como direito para o conjunto da sociedade; por um transporte coletivo fora da iniciativa privada, sob controle público (dos trabalhadores e usuários).

    O MPL deve ter como perspectiva a mobilização dos jovens e trabalhadores pela expropriação do transporte coletivo, retirando-o da iniciativa privada, sem indenização, colocando-o sob o controle dos trabalhadores e da população. Assim, deve-se construir o MPL com reivindicações que ultrapassem os limites do capitalismo, vindo a se somar a movimentos revolucionários que contestam a ordem vigente. Portanto, deve-se participar de espaços que possibilitem a articulação com outros movimentos, sempre analisando o que é possível fazer de acordo com a conjuntura local.

    Voltei
    Como se pode ver acima, o Movimento Passe Livre quer usar a questão do transporte público para “superar os limites do capitalismo”. Uau! É evidente que alguns bobocas de extrema esquerda — sustentados, obviamente, por pais que trabalham — estão metidos em mobilizações dessa natureza. Basta ver algumas bandeiras. E há também os que não pensam nada nem querem nada. Buscam apenas “participar de alguma coisa”. Em São Paulo, e deve ser assim Brasil afora, o petismo sempre flertou com essa gente, sempre apelou à sua mão-de-obra em disputas eleitorais.

    Vejam estas intervenções, que vêm na sequência daquela enquete.


    Como notam, um deles percebe que a atitude não é muito inteligente. Outro não liga e ainda quer radicalizar. Um terceiro não se importa nem mesmo em depredar a língua portuguesa…

    Consequências
    Esses bandidinhos precisam pagar por aquilo que fazem. E é preciso deixar claro quem está protestando na rua. Evidentemente, não é o povo, não são os trabalhadores. Estes preferem a paz e querem chegar logo às suas casas para descansar e ficar em companhia de suas respectivas famílias.

    Lugar de bandido que depreda bens públicos e põe em risco a segurança de terceiros é, a depender da idade, a cadeia ou a Fundação Casa.Por Reinaldo Azevedo

    Tags: Movimento Passe Livre, violência

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    07/06/2013 às 19:01
    O escândalo da refinaria de Pasadena – Ministério Público investigará Petrobras por evasão de divisas e peculato


    Lembram-se da compra escandalosa de uma refinaria em Pasadena, nos EUA, realizada pela Petrobras? Tudo se deu na gestão de José Sérgio Grabrielli, petista graúdo, hoje secretário de Planejamento da Bahia e pré-candidato ao governo de Estado. Depois de tudo devidamente analisado, o Ministério Público Federal decidiu investigar a empresa por suspeita de… evasão de divisas. Leiam o que informa a VEJA.com:

    O Ministério Público Federal (MPF) no Estado do Rio de Janeiro instaurou um procedimento investigatório criminal para apurar infrações na compra da refinaria de Pasadena (Texas, EUA) pela Petrobras. A portaria fala em possível evasão de divisas e peculato, por indício de superfaturamento.

    A presidente da Petrobras, Graça Foster, foi intimada a depor. Também foram intimados dirigentes que estavam no comando da companhia na época em que o negócio foi feito: o ex-presidente José Sergio Gabrielli, o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e o ex-diretor de Internacional, Nestor Cerveró.

    A portaria é assinada pelo procurador da República Orlando Monteiro Espíndola da Cunha. O procurador também pede uma série de documentos à companhia, incluindo os contratos com a Odebrecht Engenharia Industrial, que contemplam serviços em Pasadena. Após uma auditoria interna, a Petrobras cortou 43% do valor do contrato de 840 milhões de dólares fechado com a Odebrecht na gestão de Gabrielli. Ele previa a prestação de serviços para a petroleira em dez países. Serão apurados tanto o acordo com a construtora quanto a aquisição de Pasadena por valor acima do de mercado.

    O MPF diz que o fato de a Petrobras ter desembolsado 1,18 bilhão de dólares para a compra de uma refinaria que, há oito anos, custou à sua ex-sócia 42,5 milhões de dólares “revela possível compra superfaturada de ações pela Petrobras”. E que o teor da representação oferecida ao MPF neste ano pelo Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União relata “ocorrência de fatos capazes de configurar (possível) delito de evasão de divisas”.

    “Se houve superfaturamento, tem de ficar esclarecido, assim como o motivo”, disse Espíndola. “Em tese, dirigentes que participaram podem ter se beneficiado”. A investigação pode acarretar uma denúncia à Justiça Federal. Peculato é o crime em que se enquadra desvio de recursos por funcionários públicos. Evasão de divisas é crime contra o sistema financeiro, passível de prisão.

    O episódio também é investigado, paralelamente, pela secretaria do Tribunal de Contas da União (TCU) no Rio – e está sob relatoria do ministro José Jorge, em Brasília. O caso chegou ao ministro do TCU e ao Ministério Público após investigação e representação feita pelo procurador Marinus Marsico.

    Depois de encerrado seu relatório, Marsico considera que a transação em torno da refinaria foi “um fracasso retumbante” e que o melhor seria a Petrobras assumir o prejuízo, em vez de investir ainda mais na refinaria. Graça decidiu tentar, com investimentos adicionais, de montante não revelado, recuperar o valor da planta antes de vendê-la.

    “Continuo acompanhando o caso. Se for surpreendido com novos indícios (que indiquem prejuízo ao patrimônio público), estudarei a viabilidade de interpor medida cautelar no TCU para que tal fato não ocorra, em defesa da União, principal acionista”, disse Marsico, procurador do MP junto ao TCU. Procurada, a Petrobras não se manifestou a respeito.Por Reinaldo Azevedo

    Tags: Petrobras

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    reinaldoazevedo Mov.Passe Livre: a maioria só estuda, não trabalha e nem mesmo usa transporte público! mas inferniza milhões!veja.abril.com.br/blog/reinaldo/…6 minutes ago · reply · retweet · favorite


    reinaldoazevedo Investimentos: Governo destina 17% do total autorizado e obras ficam no papelveja.abril.com.br/blog/reinaldo/…19 minutes ago · reply · retweet · favorite


    reinaldoazevedo Supercoxinha entre o óbvio e o juízo torto: até qdo manifestantes porão em risco a vida de pessoas na Av.Paulista?veja.abril.com.br/blog/reinaldo/…23 minutes ago · reply · retweet · favorite
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    'A Lógica da Criação'


    Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim




    “Se não fosse a Santa Comunhão, eu estaria caindo continuamente. A única coisa que me sustenta é a Santa Comunhão. Dela tiro forças, nela está o meu vigor. Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração.”



    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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