ZENIT
O mundo visto de Roma
Serviço semanal - 09 de Junho de 2013
Doc. Papa Francisco
Ecologia humana e ecologia ambiental caminham juntas
Catequese do Papa Francisco durante a Audiência Geral de hoje
Papa Francisco
"O Senhor nos olha com misericórdia
Palavras do Papa Francisco durante o Angelus
É preciso deixar-se amar por Deus
Meditação do papa na festa do Sagrado Coração de Jesus
Que o nosso falar seja evangélico como o das crianças e não hipócrita como o dos corruptos
Homilia do Papa Francisco na missa diária celebrada na capela da Casa Marta
Oremos pelas vítimas da loucura da guerra!
Papa Francisco condena a guerra: "suicídio da humanidade, porque mata o coração e mata o amor"
Quem se esquece do amor de Deus e se torna adorador de si mesmo é corrupto
Homilia na Casa Santa Marta: papa Francisco pede "a graça de nos sentirmos todos os pecadores"
Santa Sé
Papa Francisco renuncia às férias em Castel Gandolfo
Não haverá audiências gerais no mês de julho
Papa Francisco permanecerá na Casa Santa Marta no período de verão europeu
Em 8 de julho se concluirão as missas da manhã celebradas na capela da Casa Santa Marta
Sabemos que onde alguém sofre, Cristo está presente
Discurso do Papa Francisco aos participantes no Encontro dos Organismos Caritativos católicos
Finanças do Vaticano: um modo de servir a Igreja
Esclarecimentos de Ernst von Freyberg, Presidente do Instituto para as Obras de Religião
Pregação Sagrada
Pregação dos exercícios espirituais inacianos (3)
Como melhorar a pregação sagrada: coluna do Pe. Antonio Rivero, L.C., Doutor e professor de Teologia e Oratória no seminário Mater Ecclesiae de São Paulo
Pequeninos do Senhor
Maria, a primeira evangelizadora
Coluna de orientação catequética aos cuidados de Rachel Lemos Abdalla
Homens e Mulheres de Fé
"Se um vendedor de seguros pode ser santo, qualquer um o pode..."
Entrevista com Francisco Manicardi, neto de Odoardo Focherini, que será beatificado no dia 15 de Junho
Observatório Jurídico
A palavra de Deus
A sagrada tradição é a alma da bíblia
Familia e Vida
França: de novo, mais de um milhão de pessoas protestam contra o 'matrimônio' gay
Monsenhor Anatrella: é preferível um contrato de bens aberto do que brincar de ser papai e mamãe
A batalha em favor da vida em Portugal (Parte II)
Entrevista com o Vice-presidente da Federação Portuguesa pela Vida, Antonio Maria Pinheiro Torres
Estatuto do Nascituro é aprovado no Brasil pela Comissão de Finanças e Tributação
Entrevista com Paulo Fernando Vice-Presidente do movimento Pro vida família
"Todas as pessoas que estão a favor do aborto, por coincidência já nasceram"
6ª Marcha Nacional pela Vida organizada pelo movimento Brasil sem aborto na capital do Brasil, Brasília
A batalha em favor da vida em Portugal (Parte I)
Entrevista com o Vice-presidente da Federação Portuguesa pela Vida, Antonio Maria Pinheiro Torres
Espiritualidade
As doze promessas do Sagrado Coração de Jesus
Se o Coração de Jesus é manso e humilde, o nosso também deve ser
Junho, o mês do Sagrado Coração de Jesus
O mês de junho é dedicado a este Sagrado Coração porque neste mês se celebra a festa do Coração de Jesus
Análise
Uma armadilha por trás de um sorriso
A prática do espiritismo pode levar ao caminho da escravidão e da dependência
Doc. Papa Francisco
Ecologia humana e ecologia ambiental caminham juntas
Catequese do Papa Francisco durante a Audiência Geral de hoje
CIDADE DO VATICANO, 05 de Junho de 2013 (Zenit.org) - A Audiência Geral desta manhã começou às 10h30 na praça de São Pedro, onde o Santo Padre Francisco encontrou-se com grupos de peregrinos e fieis provenientes da Itália e de outros países. No seu discurso, o Papa centrou a sua meditação no tema "Cultivar e cuidar da Criação", devido à presente Jornada Mundial do Meio Ambiente. A seguir o discurso do Papa:
***
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje gostaria de concentrar-me sobre a questão do ambiente, como já tive oportunidade de fazer em diversas ocasiões. Também sugerido pelo Dia Mundial do Ambiente, promovido pelas Nações Unidas, que lança um forte apelo à necessidade de eliminar os desperdícios e a destruição de alimentos.
Quando falamos de ambiente, da criação, o meu pensamento vai às primeiras páginas da Bíblia, ao Livro de Gênesis, onde se afirma que Deus colocou o homem e a mulher na terra para que a cultivassem e a protegessem (cfr 2, 15). E me surgem as questões: O que quer dizer cultivar e cuidar da terra? Nós estamos realmente cultivando e cuidando da criação? Ou será que estamos explorando-a e negligenciando-a? O verbo "cultivar" me traz à mente o cuidado que o agricultor tem com a sua terra para que dê fruto e esse seja partilhado: quanta atenção, paixão e dedicação! Cultivar e cuidar da criação é uma indicação de Deus dada não somente no início da história, mas a cada um de nós; é parte do seu projeto; quer dizer fazer o mundo crescer com responsabilidade, transformá-lo para que seja um jardim, um lugar habitável para todos. Bento XVI recordou tantas vezes que esta tarefa confiada a nós por Deus Criador requer captar o ritmo e a lógica da criação. Nós, em vez disso, somos muitas vezes guiados pela soberba do dominar, do possuir, do manipular, do explorar; não a "protegemos", não a respeitamos, não a consideramos como um dom gratuito com o qual ter cuidado. Estamos perdendo a atitude de admiração, de contemplação, de escuta da criação; e assim não conseguimos mais ler aquilo que Bento XVI chama de "o ritmo da história de amor de Deus com o homem". Porque isto acontece? Porque pensamos e vivemos de modo horizontal, estamos nos afastando de Deus, não lemos os seus sinais.
Mas o "cultivar e cuidar" não compreende somente a relação entre nós e o ambiente, entre o homem e a criação, diz respeito também às relações humanas. Os Papas falaram de ecologia humana, estritamente ligada à ecologia ambiental. Nós estamos vivendo um momento de crises; vemos isso no ambiente, mas, sobretudo, no homem. A pessoa humana está em perigo: isto é certo, a pessoa humana hoje está em perigo, eis a urgência da ecologia humana! E o perigo é grave porque a causa do problema não é superficial, mas profunda: não é somente uma questão de economia, mas de ética e de antropologia. A Igreja destacou isso muitas vezes; e muitos dizem: sim, é certo, é verdade… mas o sistema continua como antes, porque aquilo que domina são as dinâmicas de uma economia e de uma finança carentes de ética. Aquilo que comanda hoje não é o homem, é o dinheiro, o dinheiro, o dinheiro comanda. E Deus nosso Pai deu a tarefa de cuidar da terra não ao dinheiro, mas a nós: aos homens e mulheres, nós temos esta tarefa! Em vez disso, homens e mulheres sacrificam-se aos ídolos do lucro e do consumo: é a "cultura do descartável". Se um computador quebra é uma tragédia, mas a pobreza, as necessidades, os dramas de tantas pessoas acabam por entrar na normalidade. Se em uma noite de inverno, aqui próximo na rua Ottaviano, por exemplo, morre uma pessoa, isto não é notícia. Se em tantas partes do mundo há crianças que não têm o que comer, isto não é notícia, parece normal. Não pode ser assim! No entanto essas coisas entram na normalidade: que algumas pessoas sem teto morram de frio pelas ruas não é notícia. Ao contrário, a queda de dez pontos na bolsa de valores de uma cidade constitui uma tragédia. Um que morre não é uma notícia, mas se caem dez pontos na bolsa é uma tragédia! Assim as pessoas são descartadas, como se fossem resíduos.
Esta "cultura do descartável" tende a se transformar mentalidade comum, que contagia todos. A vida humana, a pessoa não são mais consideradas como valor primário a respeitar e cuidar, especialmente se é pobre ou deficiente, se não serve ainda – como o nascituro – ou não serve mais – como o idoso. Esta cultura do descartável nos tornou insensíveis também com relação ao lixo e ao desperdício de alimento, o que é ainda mais deplorável quando em cada parte do mundo, infelizmente, muitas pessoas e famílias sofrem fome e desnutrição. Um dia os nossos avós estiveram muito atentos para não jogar nada de comida fora. O consumismo nos induziu a acostumar-nos ao supérfluo e ao desperdício cotidiano de comida, ao qual às vezes não somos mais capazes de dar o justo valor, que vai muito além de meros parâmetros econômicos. Recordemos bem, porém, que a comida que se joga fora é como se estivesse sendo roubada da mesa de quem é pobre, de quem tem fome! Convido todos a refletir sobre o problema da perda e do desperdício de alimento para identificar vias que, abordando seriamente tal problemática, sejam veículo de solidariedade e de partilha com os mais necessitados.
Há poucos dias, na festa de Corpus Christi, lemos a passagem do milagre dos pães: Jesus dá de comer à multidão com cinco pães e dois peixes. E a conclusão do trecho é importante: "E todos os que comeram ficaram fartos. Do que sobrou recolheram ainda doze cestos de pedaços" (Lc 9, 17). Jesus pede aos discípulos que nada seja perdido: nada desperdiçado! E tem este fato das doze cestas: por que doze? O que significa? Doze é o número das tribos de Israel, representa simbolicamente todo o povo. E isto nos diz que quando a comida vem partilhada de modo igualitário, com solidariedade, ninguém é privado do necessário, cada comunidade pode satisfazer as necessidades dos mais pobres. Ecologia humana e ecologia ambiental caminham juntas.
Gostaria então que levássemos todos a sério o compromisso de respeitar e cuidar da criação, de estar atento a cada pessoa, de combater a cultura do lixo e do descartável, para promover uma cultura da solidariedade e do encontro. Obrigado.
Tradução: Jéssica Marçal/ Canção Nova
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Papa Francisco
"O Senhor nos olha com misericórdia
Palavras do Papa Francisco durante o Angelus
CIDADE DO VATICANO, 09 de Junho de 2013 (Zenit.org) - Publicamos aqui as palavras que o Santo Padre pronunciou às 12h de hoje aos fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro antes da habitual oração do Angelus.
***
[Antes do Angelus]
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
O mês de junho é tradicionalmente dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, a mais alta expressão humana do amor divino. Precisamente sexta-feira passada, de fato, celebramos a Solenidade do Sagrado Coração de Cristo, e esta festa dá o tom para todo o mês. A piedade popular valoriza muito os símbolos, e o Coração de Jesus é o símbolo por excelência da misericórdia de Deus; mas não é um símbolo imaginário, é um símbolo real, que representa o centro, a fonte de onde jorrou a salvação para toda a humanidade.
Nos Evangelhos encontramos várias referências ao Coração de Jesus, por exemplo, na passagem onde Cristo mesmo diz: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração "(Mt 11, 28-29). Chave, então, é a narração da morte de Cristo segundo João. Este evangelista de fato testemunha o que viu no Calvário, ou seja, que um soldado, quando Jesus já estava morto, perfurou o seu lado com a lança e daquela ferida saiu sangue e água (cf. Jo 19, 33-34). João reconheceu naquele sinal, aparentemente aleatório, o cumprimento das profecias: do coração de Jesus, Cordeiro imolado na cruz, jorra para todos os homens o perdão e a vida.
Mas a misericórdia de Jesus não é apenas um sentimento, é uma força que dá vida, que ressuscita o homem! É o que nos diz também o Evangelho de hoje, no episódio da viúva de Naim (Lucas 7, 11-17). Jesus, com seus discípulos, está chegando em Naim, uma aldeia da Galiléia, no exato momento em que acontece um funeral: é o enterro de uma menino, filho único de uma mulher viúva. Jesus fixa o olhar na mãe que chora. O evangelista Lucas diz: "Vendo-a, o Senhor foi movido de grande compaixão por ela" (v. 13). Esta "compaixão" é o amor de Deus pelo homem, é a misericórdia, ou seja a atitude de Deus em contato com a miséria humana, com a nossa indigência, o nosso sofrimento, a nossa angústia. O termo bíblico "compaixão" lembra o útero da mãe: a mãe, de fato, experimenta uma reação toda particular diante da dor dos filhos. Assim nos ama Deus, diz a Escrituta.
E qual é o fruto deste amor, desta misericórdia? É a vida! Jesus disse à viúva de Naim: "Não chores", e, em seguida, chamou o menino morto e o despertou como de um sono (cf. vv 13-15.). Achamos que isso é bonito: a misericórdia de Deus dá vida ao homem, o ressuscita da morte. O Senhor nos olha sempre com misericórdia; não esqueçamos, nos olha sempre com misericórdia, nos espera com misericórdia. Não tenhamos medo de aproximar-nos Dele! Tem um coração misericordioso! Se nós lhe mostramos as nossas feridas interiores, os nossos pecados, Ele sempre nos perdoa. É pura misericórdia! Vamos a Jesus!
Voltemo-nos à Virgem Maria: o seu coração imaculado, coração de mãe, vivenciou ao máximo a "compaixão" de Deus, especialmente na hora da paixão e da morte de Jesus. Que Maria nos ajude a ser mansos, humildes e misericordiosos com os nossos irmãos.
[Depois do Angelus]
Queridos irmãos e irmãs,
hoje em Cracóvia são proclamados Beatos duas religiosas da Polônia: Sofia Czeska Maciejowska que na primeira metade do século 17 fundou a Congregação das Virgens da Apresentação da Santíssima Virgem Maria; e Margarida Lucia Szewczyk, que no século 19, fundou a Congregação das Filhas da Beata Nossa Senhora das Dores. Com a Igreja em Cracóvia, demos graças ao Senhor!
Saúdo com afecto todos os peregrinos presentes hoje, grupos de igrejas, famílias, escolas, associações, movimentos. Saudações a todos!
Saúdo os fiéis de Mombai, na Índia.
Saúdo o Movimento do Amor Familiar de Roma; as confrarias e os voluntários do Santuário de Mongiovino, na Perugia; a Juventude Franciscana da Umbria; a "Casa da Caridade" em Lecce; os fiéis da província de Modena, que incentivo a reconstrução; e aqueles de Ceprano. Saúdo os peregrinos de Ortona, onde se veneram as relíquias do apóstolo Tomé, que percorreram o caminho "de Tomé a Pedro": obrigado!
Hoje não nos esqueçamos do amor de Deus, o amor de Jesus: Ele nos olha, nos ama e nos espera. É todo coração e todo misericórdia. Vamos com confiança em direção a Jesus, Ele nos perdoa sempre.
Bom domingo e um bom almoço!
Tradução Thácio Siqueira
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É preciso deixar-se amar por Deus
Meditação do papa na festa do Sagrado Coração de Jesus
CIDADE DO VATICANO, 07 de Junho de 2013 (Zenit.org) - Deixar-se amar por Deus com ternura é difícil, mas é a graça que temos que pedir dele. Este foi o convite do papa Francisco na missa desta manhã na Casa Santa Marta.
Concelebrou com ele o bibliotecário da Santa Igreja Romana, dom Jean-Louis Bruguès, e o pe. Sergio Pagano. Assistiu à missa parte do pessoal do Arquivo Secreto Vaticano.
"Jesus nos amou muito, não com palavras, mas com fatos e com a vida", repetiu várias vezes o papa na homilia de hoje, solenidade do Sagrado Coração de Jesus, que ele chama de "festa do amor", de um "coração que amou muito". Um amor que, como repetia Santo Inácio, "se manifesta mais nas obras do que nas palavras" e que é especialmente "mais um dar-se do que um receber".
Bases do amor de Deus
"Estes dois critérios", destacou o papa, "são os pilares do amor verdadeiro", e é o Bom Pastor quem representa todo o amor de Deus. Ele conhece as suas ovelhas uma por uma, "porque o amor não é abstrato nem geral: é o amor por cada um".
"Um Deus que se torna próximo por amor, que caminha com o seu povo, e esse caminhar chega a um ponto inimaginável. Nunca podemos imaginar que o próprio Deus se torna um de nós e caminha conosco, fica conosco, permanece na sua Igreja, continua presente na Eucaristia, continua na sua Palavra, permanece nos pobres, fica conosco para caminhar! E isto é estar perto: é o pastor perto do seu rebanho, das suas ovelhas, que ele conhece uma por uma".
Explicando uma passagem do livro do profeta Ezequiel, Francisco ressalta outro aspecto do amor de Deus: o cuidado da ovelha perdida e da ovelha ferida e doente:
"A ternura! Deus nos ama ternamente! Nosso Senhor conhece aquela linda ciência das carícias, aquela ternura de Deus. Não se ama com as palavras. Ele se aproxima, chega perto, e nos dá aquele amor com ternura. Proximidade e ternura! Esses dois estilos de Deus que se torna próximo e que dá todo o seu amor inclusive nas menores coisas: com a ternura. E é um amor forte, porque a proximidade e a ternura nos fazem ver a fortaleza do amor de Deus".
Chamados a amar
"Mas vocês amam como eu os amei?", foi a pergunta que o papa destacou, reforçando que o amor deve "ser próximo", deve ser "como o do bom samaritano" e, em particular, ter "o sinal da proximidade e da ternura". Mas como devolver todo esse amor a Deus? Este foi o outro ponto em que Francisco se concentrou: "amando-o", ficando "perto dele", sendo "ternos com Ele". Mas isto não é suficiente:
"Pode parecer uma heresia, mas é a maior das verdades! Mais difícil do que amar a Deus é deixar-se amar por Ele! A maneira de devolver tanto amor é abrir o coração e deixar-se amar. Deixar que Ele venha até nós e senti-lo perto. Permitir que ele seja terno, que ele nos acaricie. Isso é muito difícil: deixar-se amar por Ele. E é isto o que talvez devamos pedir hoje na missa: Senhor, eu quero te amar, mas me ensina essa difícil ciência, esse difícil hábito de me deixar amar por ti, de te sentir por perto e de sentir a tua ternura! Que o Senhor nos dê esta graça".
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Que o nosso falar seja evangélico como o das crianças e não hipócrita como o dos corruptos
Homilia do Papa Francisco na missa diária celebrada na capela da Casa Marta
ROMA, 04 de Junho de 2013 (Zenit.org) - A missa desta manhã estava particularmente cheia. Concelebraram o Patriarca dos Católicos Arménios, Nerses Bedros XIX Tarmouni, o Mons. Fernando Vianney, bispo de Kandy no Sri Lanka e ainda o Mons. Jean Luis Brugues da Biblioteca Apostolica Vaticana, acompanhado de um grupo de colaboradores. Também estiveram presentes a Presidente e o Director-Geral da Rai Anna Maria Tarantola e Luigi Gubitosi, respectivamente.
Conforme divulgado pela Radio Vaticana oPapa Francisco se deteve na cena evangélica proposta na liturgia diária do tributo a Cesar e da traiçoeira pergunta dos fariseus a Cristo sobre a legitimidade daquele tributo. "Quando perguntam, com palavras macias, açucaradas, se é lícito ou não pagar impostos a César, eles tentam demonstrar-se amigos, mas é tudo falso!". "Eles não amam a verdade, mas somente a si mesmos e assim, tentam enganar, envolver os outros na mentira. Têm o coração mentiroso, não podem dizer a verdade" - explicou o Papa. "Esta a linguagem da corrupção, da hipocrisia".
A hipocrisia – insistiu o Santo Padre - não é uma linguagem de verdade, porque a verdade nunca vai sozinha. Nunca! Vai sempre com o amor! Não existe verdade sem amor. O amor é a primeira verdade. Os protagonistas de hoje "querem uma verdade escrava dos seus próprios interesses",utilizando uma "linguagem persuasiva" que os fazem parecer "tão amáveis", mas ao final -afirmou o Papa- foram os mesmos que na quinta-feira à noite o pegaram no Jardim das Oliveiras e o levaram sexta-feira a Pilatos".
Existe um amor - acrescentou - mas é o amor de si mesmo, amar a si mesmo. Aquela idolatria narcisista que os leva a trair os outros, leva-os ao abuso de confiança".Em contrapartida, a docilidade que Jesus espera de nós, "não tem nada a ver com esta adulação, com este modo 'açucarado' de ir avante. A docilidade é simples; é como a de uma criança, e as crianças não são hipócritas, porque não são corruptas".
O Santo Padre convida a um exame de consciência: "Nós falamos a verdade, com amor, ou falamos aquela 'língua social' de sermos educados, de dizer coisas bonitas, mas que não sentimos?
"Que o nosso falar seja evangélico, irmãos! - Exortou o Papa-. Pois os hipócritas que começam com a adulação acabam procurando falsas testemunhas para acusar quem haviam adulado. Peçamos ao Senhor que o nosso modo de falar seja simples, como o de filhos de Deus, que falam com a verdade do amor".
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Oremos pelas vítimas da loucura da guerra!
Papa Francisco condena a guerra: "suicídio da humanidade, porque mata o coração e mata o amor"
Por Antonio Gaspari
ROMA, 03 de Junho de 2013 (Zenit.org) - "Vamos rezar hoje pelos nossos mortos, pelos nossos feridos, pelas vítimas da loucura que é a guerra! É o suicídio da humanidade, porque ela mata o coração, ela nos mata bem lá onde está a mensagem do Senhor; ela mata o amor! Porque a guerra vem do ódio, da inveja, da vontade de poder, daquele afã de mais poder".
O papa Francisco fez estas afirmações durante a homilia da missa celebrada na capela de Santa Marta, no Vaticano, em presença de cerca de 80 pessoas. O ordinário militar italiano, dom Vincenzo Pelvi, concelebrou a cerimônia. Participavam da missa os familiares, especialmente os pais, de soldados italianos mortos em missões de paz ao longo dos últimos cinco anos, particularmente no Afeganistão. Também estavam presentes alguns soldados que saíram feridos das mesmas missões, acompanhados de parentes, bem como alguns capelães e duas pessoas que coordenam os encontros com os feridos e com as famílias dos soldados mortos. Os encontros são promovidos pelo ordinariato militar para prestar ajuda, em espírito cristão, a fim de aliviar o sofrimento dessas famílias e sobreviventes.
Em total, participaram 55 familiares de 24 soldados que morreram. Os soldados feridos presentes na celebração eram treze. Os participantes provinham de várias regiões italianas. A oração do papa se voltou naturalmente a todos os mortos e feridos pela causa da paz.
De acordo com a Rádio Vaticano, a breve saudação inicial de dom Pelvi explicou que a Itália celebra em 2 de junho o seu Dia Nacional com o objetivo de expressar "uma dívida de amor com a família militar".
Baseando-se no episódio do centurião que pede a cura do seu servo (Lucas 7,1-10), o papa explicou que "o nosso Deus ouve as orações de todos, não como se fossem anônimos, mas as orações de todos e de cada um. Nosso Deus é o Deus do grande e o Deus do pequeno. O nosso Deus é pessoal, escuta a todos com o coração e ama de coração".
A respeito dos conflitos e das guerras, o papa Francisco afirmou que "já vimos muitas vezes que os problemas locais, os problemas econômicos, as crises econômicas, os grandes da terra querem resolver com a guerra. Por quê? Porque o dinheiro é mais importante do que as pessoas para eles! E a guerra é precisamente isto: é um ato de fé no dinheiro, nos ídolos, nos ídolos do ódio, no ídolo que leva a matar o irmão, que leva a matar o amor".
O bispo de Roma recordou as palavras de Deus, que pergunta: "Caim, onde está o teu irmão?". E acrescentou: "Hoje, nós podemos ouvir esta voz: é o nosso Pai Deus que está chorando, chorando por causa desta nossa loucura; que pergunta a todos nós: 'Onde está o teu irmão?'; que pergunta a todos os poderosos da terra: 'Onde é que está o vosso irmão? O que foi que fizestes?'".
Neste contexto, Francisco fez um apelo a rezar para Deus pedindo que ele "nos afaste de todo o mal (...), mesmo com lágrimas, com as lágrimas do coração". E sugeriu uma prece: "Volta-te para nós, Senhor, tem piedade de nós, porque estamos tristes, estamos angustiados. Olha para a nossa miséria e para a nossa dor e perdoa-nos todos os nossos pecados". "Porque por trás de uma guerra estão sempre os pecados: o pecado da idolatria, o pecado da exploração dos homens no altar do poder, o sacrifício das pessoas. Volta-te para nós, Senhor, e tem compaixão, porque estamos tristes e angustiados. Olha para a nossa miséria e para a nossa dor. Estamos certos de que nosso Senhor nos ouvirá e fará tudo para nos dar o espírito de consolação. Que assim seja".
No final da missa, foi recitada a "Oração pela Itália", composta pelo beato João Paulo II em 15 de março de 1994.Depois,como de costume, Francisco cumprimentou uma por uma todas as pessoas presentes na missa, com grande cordialidade e afeto. Todo o encontro durou menos de uma hora e meia. A celebração foi acompanhada pelos cantos do coro da Capela Giulia.
A comunidade eclesial do Ordinariato Militar ofereceu como presente ao papa uma bela peça de artesanato napolitano em terracota, feita pelos artistas Raffaele, Salvatore e Emanuele Scuoto. A imagem, de 50x40 cm, representa São José Operário mostrando as ferramentas de carpinteiro para o Menino Jesus, que segura numa cesta os objetos-símbolo da crucificação: pregos, martelo e alicates.
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Quem se esquece do amor de Deus e se torna adorador de si mesmo é corrupto
Homilia na Casa Santa Marta: papa Francisco pede "a graça de nos sentirmos todos os pecadores"
Por Luca Marcolivio
CIDADE DO VATICANO, 03 de Junho de 2013 (Zenit.org) - A corrupção como oposição à santidade foi o tema da homilia do papa Francisco na missa desta manhã na Casa Santa Marta. O papa concelebrou com o cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. Participaram da celebração alguns colaboradores da mesma congregação.
Partindo do evangelho do dia (Mc 12,1-12), o Santo Padre explicou que existem "três modelos de cristãos na Igreja: os pecadores, os corruptos e os santos". Quanto aos pecadores, "não é necessário falar muito, porque todos nós somos" e, "caso algum de nós não se sinta pecador, que vá fazer uma visita ao médico espiritual", acrescentou, com seu estilo bem humorado.
O papa se concentrou especialmente na categoria dos "corruptos" ou "corrompidos", exemplificada no evangelho do dia pelos vinhateiros perversos que queriam "apossar-se da vinha e que tinham perdido o relacionamento com o Senhor da vinha".
O Senhor da vinha é uma metáfora para Deus, que "nos chamou com amor e nos protege, mas também nos deu a liberdade", observou Francisco. Os vinhateiros da parábola são pessoas que "se sentiram fortes, autônomas sem Deus": esta atitude, explicou o pontífice, é sinônimo de corrupção.
Os corrompidos são aqueles que "eram pecadores como todos nós", mas "deram um passo a mais" e "se consolidaram no pecado", como se não tivessem mais "necessidade de Deus". Não sendo capazes de realmente negar a Deus, eles "fazem um deus especial: eles próprios são o seu deus".
Nas comunidades cristãs, a corrupção também existe e se manifesta, por exemplo, nas atitudes sectárias daqueles que parecem acolher os outros, mas na verdade pensam somente nos interesses do seu pequeno grupo.
Judas é o fundador "da raça dos cristãos degenerados: de pecador miserável, ele terminou como corrompido". Os corruptos, acrescentou o papa, são "grande desmemoriados": eles se esqueceram do amor de Deus, tornando-se "adoradores de si mesmos".
"Quanto mal fazem os corruptos nas comunidades cristãs! Que o Senhor nos livre de deslizar para essa estrada de corrupção".
Lembrando o cinquentenário da morte do beato João XXIII, "modelo de santidade", o papa Francisco aproveitou para lembrar quem são os santos: aqueles que "vão buscar o aluguel" da vinha, que "sabem o que os aguarda, mas cumprem o seu dever".
Os santos, também, são "aqueles que obedecem ao Senhor, que adoram o Senhor, que não perderam a memória do amor com que o Senhor fez a vinha". Assim como os corrompidos prejudicam a Igreja, os santos a beneficiam. E ao passo que os corruptos são descritos pelo apóstolo João como "o anticristo", como aqueles que "estão no meio de nós, mas não são dos nossos", os santos são, por outro lado, como uma luz na presença de Deus e curvam-se diante dele em adoração.
A exortação final do Santo Padre foi um pedido a Deus: "a graça de nos sentirmos pecadores", não em abstrato, mas pelos nossos pecados concretos e específicos, juntamente com a "graça de não nos tornarmos corruptos: pecadores, mas corruptos não".
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Santa Sé
Papa Francisco renuncia às férias em Castel Gandolfo
Não haverá audiências gerais no mês de julho
Por Redacao
CIDADE DO VATICANO, 07 de Junho de 2013 (Zenit.org) - O papa Francisco continuará residindo na Casa Santa Marta durante o período de verão e não passará férias na residência de Castel Gandolfo, como era tradição entre os seus predecessores. O anúncio foi feito ontem pelo pe. Federico Lombardi, diretor da assessoria de imprensa vaticana, que acrescentou que a decisão responde a um desejo do santo padre.
"O santo padre prefere manter a sua base na Casa Santa Marta e não prevê passar períodos prolongados em outros lugares, conforme já era seu costume em Buenos Aires", informou o sacerdote jesuíta a um grupo de jornalistas.
O porta-voz vaticano comunicou também que, a partir de 8 de julho, as missas matutinas na Capela da Casa Santa Marta deixam de ser abertas para os diversos grupos. O santo padre continuará celebrando a eucaristia todos os dias, mas em particular.
A Prefeitura da Casa Pontifícia divulgou nesta quinta-feira uma nota em que informa que as audiências gerais das quartas-feiras não ocorrerão durante todo o mês de julho. As audiências gerais serão retomadas no dia 7 de agosto.
Desta maneira, o pontífice poderá descansar antes de vir ao Brasil, de 22 a 29 de julho, para participar da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro.
No dia 14 de julho, domingo, o papa irá a Castel Gandolfo para rezar o ângelus com os moradores e peregrinos, no Palácio Pontifício.
"Pode ser que o papa decida dar alguma outra saída. Ele não ficará obrigatoriamente dentro do Vaticano o tempo todo", esclareceu Lombardi, não descartando alguma eventual visita particular do papa durante o período estivo.
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Papa Francisco permanecerá na Casa Santa Marta no período de verão europeu
Em 8 de julho se concluirão as missas da manhã celebradas na capela da Casa Santa Marta
CIDADE DO VATICANO, 06 de Junho de 2013 (Zenit.org) - O Papa Francisco pretende continuar residindo na Casa Santa Marta, no Vaticano, mesmo durante o período de verão europeu. Foi o que afirmou o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi.
O porta-voz informou que em 8 de julho se concluirão as missas da manhã celebradas na Casa Santa Marta com os vários grupos. A Prefeitura da Casa Pontifícia - informa o comunicado oficial - anunciou que durante o período de verão europeu permanecerão suspensas todas as audiências privadas e especiais" e que no mês de julho não se terá as audiências gerais das quartas-feiras 3, 10, 17 e 31. As mesmas serão retomadas na quarta-feira, de 7 de agosto, no Vaticano.
O Papa Francisco irá a Castel Gandolfo dia 14 de julho para a oração do Angelus dominical. Conforme anunciado anteriormente, de segunda-feira, 22, à segunda-feira seguinte, dia 29 de julho, o Pontífice estará no Brasil para a 28ª Jornada Mundial da Juventude.
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Sabemos que onde alguém sofre, Cristo está presente
Discurso do Papa Francisco aos participantes no Encontro dos Organismos Caritativos católicos
CIDADE DO VATICANO, 06 de Junho de 2013 (Zenit.org) - Apresentamos o discurso do Papa Francisco aos participantes no Encontro dos Organismos Caritativos católicos que atuam no contexto da crise da Síria e nos países vizinhos promovido pelo Pontifico Conselho "Cor Unum".
Queridos amigos!
Agradeço-vos pela participação neste encontro e por toda a actividade humanitária que realizais na Síria e nos países vizinhos em benefício das populações vítimas do actual conflito. Eu mesmo encorajei o ConselhoPontifício Cor Unum a promover esta reunião de coordenação da actividade desenvolvida pelos organismos caritativos católicos na região. Agradeço ao Cardeal Sarah as suas palavras de saudação e dou as boas-vindas de modo especial a quantos provêm do Médio Oriente, nomeadamente a quem representa a Igreja na Síria.
A preocupação da Santa Sé com a crise síria e, de forma mais específica, com a população frequentemente inerme que sofre as consequências do conflito, é bem conhecida. Bento XVI pediu reiteradamente que as armas se calassem e se encontrasse uma solução no diálogo para se chegar a uma reconciliação profunda entre as partes envolvidas. Que as armas se calem! Além disso, em Novembro passado, ele quis manifestar a sua proximidade pessoal enviando àquela região o Cardeal Sarah com o pedido de «não se pouparem esforços na busca da paz» e manifestando concretamente a sua solicitude paterna com um dom para o qual contribuíram também os Padres Sinodais no precedente mês de Outubro.
Quanto a mim, pessoalmente, tenho tido particularmente a peito a sorte da população síria. No dia de Páscoa, pedi paz «sobretudo para a amada Síria – disse –, para a sua população vítima do conflito e para os numerosos refugiados, que esperam ajuda e conforto. Já foi derramado tanto sangue… Quantos sofrimentos deverão ainda atravessar antes de se conseguir encontrar uma solução política para a crise?» (Mensagem «Urbi et Orbi», 31/III/2013).
Frente ao perdurar de violências e opressões, renovo vigorosamente o meu apelo à paz. Nas últimas semanas, a comunidade internacional reafirmou a intenção de promover iniciativas concretas para se dar início a um diálogo frutuoso com o objectivo de pôr fim à guerra; são tentativas que devem ser apoiadas, na esperança que possam levar à paz. A Igreja sente-se chamada a dar o testemunho, humilde mas concreto e eficaz, da caridade que aprendeu de Cristo, Bom Samaritano. Sabemos que onde alguém sofre, Cristo está presente. Não podemos desertar precisamente nas situações de maior sofrimento! A vossa presença na reunião de coordenação manifesta a vontade de continuardes, fielmente, a valiosa obra de assistência humanitária na Síria e nos países vizinhos que generosamente dão guarida a quem foge da guerra. A vossa acção seja diligente e coordenada, expressão daquela comunhão que, em si mesma, já é um testemunho, como sugeriu recentemente o Sínodo sobre o Médio Oriente. À comunidade internacional peço que, juntamente com a busca de uma solução negociada para o conflito, se favoreça a ajuda humanitária aos prófugos e refugiados sírios, visando em primeiro lugar o bem da pessoa e a tutela da sua dignidade. Para a Santa Sé, a obra dos Organismos Caritativos Católicos é extremamente significativa: ajudar a população síria, sem olhar a pertenças étnicas ou religiosas, é a forma mais directa de contribuir para a pacificação e a edificação duma sociedade aberta a todos e cada um dos seus componentes. A isto mesmo tende também o esforço da Santa Sé: construir um futuro de paz para a Síria, onde todos possam viver livremente e exprimir-se na sua peculiaridade.
Neste momento, o meu pensamento vai até às comunidades cristãs que habitam na Síria e todo o Médio Oriente. A Igreja sustenta estes seus membros que, hoje, se encontram particularmente em dificuldade; eles têm a grande tarefa de continuar a fazer o cristianismo presente na região onde nasceu; e é nossa obrigação favorecer a permanência deste testemunho. A participação de toda a comunidade cristã nesta grande obra de assistência e ajuda é um imperativo no momento presente. Pensemos todos… todos devemos pensar na Síria! Tanto sofrimento, tanta pobreza, tanta dor de Jesus que sofre, que é pobre, que é expulso da sua Pátria! É Jesus! Isto é um mistério; é o nosso mistério cristão. Vejamos Jesus que sofre nos habitantes da amada Síria.
Mais uma vez vos agradeço por esta iniciativa, invocando sobre cada um de vós a bênção divina, que se estende de maneira particular aos dilectos fiéis que vivem na Síria e a todos os sírios que, devido à guerra, se vêem actualmente obrigados a deixar as suas casas. Sede, vós aqui presentes, o instrumento para dizer ao querido povo sírio e do Médio Oriente que o Papa o acompanha e está unido a ele. A Igreja não o abandona!
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Finanças do Vaticano: um modo de servir a Igreja
Esclarecimentos de Ernst von Freyberg, Presidente do Instituto para as Obras de Religião
ROMA, 03 de Junho de 2013 (Zenit.org) - Trabalhar pelas finanças do Vaticano é "um modo de servir a Igreja", disse Ernst von Freyberg, ressaltando a finalidade de "transparência" para que a luz do "Evangelho" triunfe sobre as "sombras", inclusive as das transações financeiras.
O advogado financeiro e empresário alemão, Ernst von Freyberg, foi nomeado Presidente do "Instituto para as Obras de Religião" (IOR) em fevereiro (Cf. Zenit, de 15 de fevereiro de 2013). Ele falou da missão do Instituto, em uma entrevista publicada no L'Osservatore Romano de 1º de junho de 2013.
Sem fins lucrativos
O IOR, explica Ernst von Freyberg, está "a serviço da Igreja no mundo", e garante "uma proteção para os fundos das instituições da Igreja, do clero e dos funcionários do Vaticano", mas, também, apóia financeiramente o Vaticano "pelo excedente gerado", se houver.
O Instituto possui 19 mil clientes e cerca de 7 bilhões de euros sob sua gestão, sublinhou o Presidente, ressaltando que esses clientes têm "liberdade de escolha" e optaram pelo IOR porque se sentem "seguros" e "muito satisfeitos". Na verdade, o IOR não é um "empreendimento destinado ao lucro", e tem por missão "servir a seus clientes nos bons e maus momentos".
Muitas ordens religiosas e dioceses que depositam seus fundos no IOR os utilizam integralmente "ao serviço da Igreja no mundo" nos "hospitais, clínicas, missões, escolas [...]". Eles realizam "um trabalho formidável a serviço dos pobres", e o IOR "os ajuda nesta missão", avalia o Presidente.
Ernst von Freyberg insistiu: "Não fazemos isto pelo ganho econômico, mas, exclusivamente, pelo interesse de servir a Igreja. Tudo o que ganhamos serve a missão da Igreja. Vai levar muito tempo para que esta mensagem seja compreendida. Começaremos lentamente, mas em dois ou três anos, a percepção do IOR mudará."
Em resumo, "o IOR oferece um serviço extraordinário para a Igreja Católica e por tudo o que ela faz no mundo." Contudo, ele deve "prestar os seus serviços de modo a não obscurecer a mensagem da Igreja", a saber, que "a sombra seja extinta" e que "brilhe o evangelho."
Um modo de servir a Igreja
As metas do presidente reportam-se a três domínios: de um lado, os sistemas internos do IOR devem ser perfeitos, com "uma tolerância zero pela atividade ilegal." De outro, acrescenta ele, é necessária "uma melhor comunicação" na "transparência", tanto com "a Cúria", quanto com os "clientes" e "com o mundo em geral". Neste contexto, o IOR já se comprometeu a publicar o seu relatório anual e a criar um site (Cf. Zenit, de 16 de maio de 2013). Finalmente, "ao término do verão", a equipe pretende "criar os fundamentos para o futuro do IOR", melhorando os procedimentos e ajustando as estruturas.
Referindo-se ao seu posto de trabalho, Ernst von Freyberg enfatiza que não se candidatou ao cargo: ele foi "chamado" provavelmente "a sua experiência ea sua fidelidade à Igreja", e ele aceitou a oferta como "uma excelente maneira de servir ao Papa e à Igreja."
O Presidente participa, ocasionalmente, da missa matinal com o Papa, na capela da Casa Santa Marta, e se diz profundamente marcado por suas homilias "muito inspiradoras", particularmente uma delas em que o Papa exortou a "distinguir os fantasmas e a realidade". No IOR, observou Ernst von Freyber, "há tantos fantasmas" do passado que o maior risco é que caçamos fantasmas e não nos concentrarmos na realidade."
Após a missa, o papa apertou a mão de cada um dos colaboradores do IOR: "este sinal de afeto é um forte lembrete de nossa responsabilidade enquanto instituto vinculado a Igreja", sublinha o Presidente.
Enquanto a Autoridade de Informação Financeira (AIF) relatou seis casos de transações suspeitas durante o ano de 2012, sete já foram notificados em 2013: "Esta é uma boa notícia", disse Ernst von Freyberg, constatando o sucesso do sistema de combate à lavagem de dinheiro. Além disso, diz ele, "são, apenas, transações suspeitas. Pode não haver nada de ilícito por detrás delas." No entanto, o Presidente decidiu "estar absolutamente seguro de que temos contas e transações bancárias limpas".
(Tradutor da língua francesa para a língua portuguesa: Cristian José Oliveira Santos)
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Pregação Sagrada
Pregação dos exercícios espirituais inacianos (3)
Como melhorar a pregação sagrada: coluna do Pe. Antonio Rivero, L.C., Doutor e professor de Teologia e Oratória no seminário Mater Ecclesiae de São Paulo
Por Pe. Antonio Rivero, L.C.
SãO PAULO, 07 de Junho de 2013 (Zenit.org) - Continuamos a exposição sobre a pregação dos exercícios espirituais inacianos. Vimos até agora o que eles são e qual é a sua finalidade, o modo de fazê-los, a duração e como vivê-los (1). Repassamos também os temas que devem ser abordados na primeira semana (2). Hoje veremos os temas da segunda semana dos exercícios espirituais.
TEMAS DA SEGUNDA SEMANA
Santo Inácio de Loyola abre a segunda semana com a meditação sobre o chamado de Cristo Rei ao grande empreendimento da redenção. Cristo chama por amor e livremente quem Ele quer, onde quer, como quer, convidando a segui-lo sem esconder as condições: renunciar a si mesmo, tomar a cruz e segui-lo. Promessa? A sua própria Pessoa divina, a sua amizade e o seu amor, e, depois, a vida eterna.
Seguem-se as meditações sobre a Encarnação, o Nascimento, a Vida Oculta e a Vida Pública de Jesus, com o objetivo de conhecê-lo mais para mais amá-lo e segui-lo na liberdade e no amor. Jesus fez tudo isso por nós para nos reconquistar. E nós, o que estamos dispostos a fazer por Cristo?
Parte-se dos textos dos evangelhos e procura-se fazer não mais uma meditação mental, como na primeira semana, e sim uma contemplação: ver os personagens, ouvir o que eles dizem e como reagem, entrar na cena e deixar-se interpelar pela mensagem que Cristo quer nos dar nessa meditação-contemplação. Saímos da meditação com decisões da vontade, e não apenas com sentimentos e emoções do coração.
Nesta semana, recomenda-se o seguinte ao pregador:
Apresentar os pontos com um texto bíblico e em forma de meditação-contemplação, e não em forma de palestra.Com apenas uma ideia ou verdade, em vários aspectos coerentes, lógicos e estruturados, a partir do texto bíblico.Portanto, evitar pontos que pareçam "três mundos diferentes e desconexos". "Não é o muito falar, não são as muitas ideias o que satisfaz a mente e a alma".
Pontos apoiados no magistério de algum Santo Padre que ilustre o mistério contemplado.
De forma original, sim, mas sem querer esgotar todos os aspectos dessa verdade ou o aspecto que se medita. Apresentar a beleza e a objetividade da mensagem de Deus nesse texto, mas sem focar muito na parte moralista, embora ela também seja necessária. A parte moral é justamente o que Deus tem a pedir do exercitante, em seu momento de solidão na oração.
Pontos expressos com brevidade, austeridade e sem muitos recursos oratórios (imagens, exemplos, contos), para não perturbar o clima de oração e de diálogo com Deus. No entanto, deve-se mostrar, na expressão e na exposição, a intimidade e o fervor diante dos mistérios contemplados e expostos ao exercitante. Não se trata tanto de erudição quanto de vibração, de entusiasmo e de ressonância espiritual no apresentar a Pessoa divina de Cristo, um Cristo que se fez homem cheio de amor e de carinho. O pregador sagrado deve entusiasmar com a Pessoa de Cristo. A expressão deve ser cálida, vívida, convicta, positiva e entusiasta. O pregador deve comunicar-se com o auditório, em vez de apenas ler.
Continuaremos…
O artigo anterior pode ser lido clicando aqui.
Caso você queira se comunicar diretamente com o Pe. Antonio Rivero escreva para arivero@legionaries.org e envie as suas dúvidas e comentários.
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Pequeninos do Senhor
Maria, a primeira evangelizadora
Coluna de orientação catequética aos cuidados de Rachel Lemos Abdalla
Por Rachel Lemos Abdalla
CAMPINAS, 06 de Junho de 2013 (Zenit.org) - Evangelizar é levar Jesus e Sua Palavra a todos os lugares e pessoas. E como Maria fez isso?
Ela iniciou sua missão evangelizadora no momento do seu Fiat, na sua adesão ao projeto evangelizador de Deus. Quando disse: "Faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1, 38), ela aceitou que o Verbo se tornasse Homem e viesse ao mundo por meio dela. "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus" (Jo 1,1).
Maria foi o instrumento, o meio pelo qual o Verbo de Deus, a Sua Palavra estivesse no meio de nós.
Ela, com seu amor maternal, trouxe à luz o Evangelizador e alimentou-O assim como está escrito: "Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram" (Lc 11,27). Essa alegria da bem-aventurança, Maria compartilha com todos aqueles que ouvem e colocam em prática a Palavra de Deus.
Jesus poderia ter vindo ao mundo por si só, mas quis partilhar nossa humanidade, e esse era o início do seu Amor e da sua missão: viver como Homem e com as mesmas limitações humanas, pois assim seria mais fácil o homem se aproximar e fazer Dele o exemplo a ser seguido.
Maria sofreu as dores do parto preditas pelo próprio Deus a todas as mulheres: "...darás à luz com dores..." (Gn 3,16) e Jesus veio ao mundo como todos nós.
Se Ele fosse somente Deus, como poderíamos fazer uma relação do nosso sofrimento com o de Deus? Como saber se seria possível suportar e vencer o mal? Como aprenderíamos o amor verdadeiramente fraterno?
Conhecer Jesus é conhecer a Deus, e foi para isso que Ele veio ao mundo, para se revelar aos homens. Segundo o Catecismo (460): 'como Verbo se fez Homem e como Filho de Deus, Filho do Homem, para que o Homem, entrando em comunhão com o Verbo e recebendo, assim, a filiação divina, se torne Filho de Deus'.
E Maria amou Seu Filho desde o momento da anunciação, e a partir de então, iniciou sua missão de evangelizar. 'É deste conhecimento amoroso de Cristo que jorra o desejo de anunciá-Lo, de evangelizar e de levar outros ao sim da fé em Jesus Cristo', segundo nos ensina o Catecismo (429). Como primeiro sacrário de Cristo, Maria ensina a gestar Jesus dentro do coração para que, conhecendo a Palavra de Deus intimamente, possa o homem anunciá-Lo ao mundo, como fizeram os Apóstolos e os primeiros cristãos e faz a Santa Igreja desde os primórdios.
Foi por meio de Maria que Jesus foi anunciado ao mundo. Ela foi testemunho de vida pela sua entrega, pelo seu Fiat.
Agora, Ela conta com todos nós, com todos os catequistas, com os pais e com todo o povo de Deus para continuarmos o seu Sim, procurando ocasiões para anunciar Cristo pela palavra e no testemunho da vida cotidiana.
Se desejar enviar perguntas ou expressar opiniões sobre os temas tocados pela coluna organizada por Rachel Lemos Abdalla, enviar email para: contato@pequeninosdosenhor.org
Para ler o artigo anterior clique aqui.
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Homens e Mulheres de Fé
"Se um vendedor de seguros pode ser santo, qualquer um o pode..."
Entrevista com Francisco Manicardi, neto de Odoardo Focherini, que será beatificado no dia 15 de Junho
Por Thácio Lincon Soares de Siqueira
BRASíLIA, 07 de Junho de 2013 (Zenit.org) - Jornalista, vendedor de seguros, pai de sete filhos, recebeu o título de Justo entre as Nações do Estado de Israel, ajudou a criar o Jornal Avvenire da Itália, a Ação Católica, a San Vincenzo e a Unitalsi, mártir da violência nazista...e futuro beato. Esse é o perfil de Odoardo Focherini que será beatificado no próximo dia 15 de Junho pelo Papa Francisco.
Semana passada Luca Marcolivio, jornalista da edição italiana de ZENIT, encontrou-se com Francisco Manicardi, neto de Odoardo Focherini, que deu algumas chaves de interpretação do seu avô, que como Jesus, "deu a vida pelos seus amigos".
Francisco conheceu o avô Odoardo por meio das fotografias da tia mais velha, Olga, e pelas histórias da sua avó, Maria, "uma mulher pequena mas forte, vestida de preto, que levou o luto por 45 anos, que compartilhou a sua existência entre a casa, onde acolheu os filhos e os netos, e a igreja, onde recebia a eucaristia diária", disse Manicardi.
Aberto a todos
Um avô aberto a todos, "não só aos amigos", mas também às "pessoas com mais necessidades". "Odoardo e Maria Focherini – disse Francisco – têm uma paternidade e maternidade alargada também aos filhos dos outros" e possivelmente, por essa razão, acolheram "também os perseguidos, vendo neles seus irmãos (como no caso dos hebreus), como também filhos". E acrescentou dizendo que "a Avó Maria lhe dizia: 'Os nossos filhos estão seguros, têm uma casa, eles não a têm: vai e ajuda-lhes".
Justo entre as nações
"Odoardo foi reconhecido a nível civil, a nível de Igreja universal, a nível de estado de Israel". Como não hebreu, Odoardo recebeu, em 1969, o título de Justo entre as Nações, concedido pelo Estado de Israel e no 2007, na Itália, Napolitano lhe concedeu a medalha de ouro à memória por mérito civil. "Portanto, acho que possa ser realmente um exemplo de diálogo inter-religioso, mas principalmente de acolhida do outro que significa o pobre, o pequeno que tem necessidade de educação, mas também do estrangeiro, daquele que era percebido como estrangeiro para nós: então o hebreu, talvez hoje o extra-comunitário", disse à ZENIT o neto de Odoardo.
Jornalista
Como Jornalista, "correspondente local do Avvenire da Itália e do L'Osservatore Romano", sempre colocava um "toque de humanidade característica" nos seus artigos. "Não fala só de temas importantes como a religião e a fé, mas sublinha a humanidade das pessoas com quem fala" disse Francisco. Também como administrador do jornal "se opõe às vontades do regime, chegando, depois do 8 de setembro, a interromper a publicação do jornal, com tal de não comungar com este novo curso nazista".
Vendedor de seguros
E como vendedor de seguros? Relatou Francisco a ZENIT que sempre que leva o testemunho do avô nas escolas começa assim: "Se um vendedor de seguros pode ser santo, qualquer um o pode...". Seu neto revelou que Odoardo escreveu um livrinho de ética destinado aos seus agentes e subordinados no qual se dizia: "vocês devem ter o máximo respeito pelas outras companhias e pelos vossos concorrentes. Porém, devem conhecê-los bem, ter uma pitada de ambição, ser corretos e, ao final, interpretar o vosso papel profissional como uma missão, porque a fim de contas vocês trazem economia para as vossas famílias, com as apólices de vida e, com os seguros, o pensamento pelo amanhã".
Testamento
Francisco, revelando um particular que poucos sabem, disse que pelo ano de "1936 ele redigiu um testamento no qual antes de mais nada pede perdão a todos, subordinados e superiores, pelos erros eventualmente cometidos, professa a sua fé incondicionada na Igreja e depois faz um elenco de pessoas e de realidades que trazia no coração: entre estes os pobres das cidades do Trentino, de onde provinha ele e a mulher, o Avvenire da Itália, a Ação Católica, a San Vincenzo e l'Unitalsi, todas realidades que ajudou a criar".
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Observatório Jurídico
A palavra de Deus
A sagrada tradição é a alma da bíblia
Por Edson Sampel
SãO PAULO, 06 de Junho de 2013 (Zenit.org) - Ao empregarmos a locução "palavra de Deus", todo o mundo pensa logo na bíblia. No entanto, em primeiro lugar, a palavra de Deus é a "tradição". A propósito, a bíblia é a "tradição escrita", enquanto a tradição propriamente dita é a "palavra de Deus vivida". Sem a tradição, a bíblia perde totalmente a legitimidade e a credibilidade. Por isso, com o Catecismo da Igreja Católica, devemos repetir que "o cristianismo não é uma religião do livro" (n. 108), como o judaísmo, o islamismo ou mesmo o protestantismo, crenças estribadas exclusivamente em documentos escritos.
Tanto a tradição sagrada quanto a bíblia sagrada são inspiradas por Deus. Com efeito, Jesus jamais determinou a seus apóstolos que escrevessem nada. Apenas, mandou-os pregar a boa nova e administrar os sacramentos. A Igreja católica já existia há 50 anos, quando surgiu o primeiro texto sagrado do novo testamento: a Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses.
Salvo melhor juízo dos liturgistas, sou da opinião de que nas missas em que se faz a "entronização da palavra de Deus", com a bíblia carregada através do corredor central até o altar, leve-se igualmente um exemplar do Catecismo da Igreja Católica, representando a sagrada tradição. Este gesto, se precedido de uma adequada catequese por parte do presidente da celebração, ensejará na assembleia um correto entendimento do termo "palavra de Deus", que não se restringe à bíblia. Enfatize-se, contudo, a diferença infinita entre a bíblia, de natureza sobrenatural, e o catecismo, de natureza humano-eclesiástica.
É bom esclarecer que a tradição e a bíblia constituem modos distintos da mesma fonte da revelação de Deus, consoante frisou o Concílio Vaticano II (Constituição dogmática Dei Verbum, n. 9). De qualquer maneira, a bíblia é corretamente interpretada apenas pelo magistério eclesiástico. Sem a tradição e sem a Igreja católica, a bíblia transforma-se num simples livro de belas histórias edificantes e aterrorizantes, porque a alma da bíblia encontra-se na sagrada tradição.
O povo de Deus deve realmente ler a bíblia com frequência, mas para fazê-lo de fato e com proveito espiritual, é mister ter em mãos uma edição da bíblia aprovada pela Igreja católica e, de preferência, com notas explicativas (cf. cânon 825). Até o século XVI, antes da invenção da imprensa, o povo de Deus lia (ouvia) a bíblia nas missas, através das três leituras. Ao longo de 1.600 anos as sagradas escrituras foram conservadas pelos copistas (monges) católicos! A partir do século XVI, com o advento da imprensa, a bíblia tornou-se acessível a todos os crentes, porém tem de ser lida em estrita sintonia com a Igreja católica.
Por fim, à luz do cânon 760, compreendamos que o ministério da palavra de Deus, exercido pelos clérigos, há de se basear na sagrada escritura, na sagrada tradição, na liturgia, no magistério e na vida da Igreja.
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Familia e Vida
França: de novo, mais de um milhão de pessoas protestam contra o 'matrimônio' gay
Monsenhor Anatrella: é preferível um contrato de bens aberto do que brincar de ser papai e mamãe
Por Sergio Mora
PARIS, 07 de Junho de 2013 (Zenit.org) - A "Manif pour tous" (Manifestação em favor de todos), realizou no domingo (26), em Paris, outra demonstração massiva que reuniu mais de um milhão de pessoas. Pediram que se retire a lei do 'matrimônio' entre pessoas do mesmo sexo.
A lei foi aprovada pela Assembleia Nacional, e o movimento quer evitar novas iniciativas legislativas do governo socialista, como a adoção de crianças por casais homossexuais.
Monsenhor Tony Anatrella, psicanalista e especialista em psiquiatria social, consultor do Pontifício Conselho para a Família e do da Saúde, foi um dos primeiros a alertar sobre as reivindicações do 'matrimônio' homossexual, a adoção de menores e de outros derivados da ideologia do gênero.
A coordenadora do serviço francês de ZENIT, Anita Bourdin, realizou uma ampla entrevista, na qual o prelado dá algumas chaves de interpretação, como "a força espiritual que se manifestou através dos participantes que acordaram politicamente em favor do matrimônio e da família". Lembra que "as pessoas basicamente se mobilizaram e nada vai desencorajá-las até não tirarem a lei de um lobby que reduz a família ao que ela não é".
Acrescenta na entrevista que "em milhares de jovens se despertou uma consciência política para lutar contra esta lei funesta e os Veilleurs (vigilantes) preparam no silêncio, na reflexão e na oração, o futuro que existirá graças a eles".
Os Veilleurs não são uma organização oficial, combinam nas redes sociais como o Twitter. Reúnem-se nas praças públicas das principais cidades da França. Leem textos sobre a liberdade, a paz e a família.
Monsenhor Anatrella também indica que "o ambiente das manifestações é fundamentalmente familiar e não de extremistas, violentos, saqueadores, como dizem algumas mídias. E que as manifestações têm sido exemplares".
Lembra que no dia 26 de maio foram mais de um milhão, e que os serviços da polícia indicaram que somente eram 150 mil, o que não é sério e nem credível. "Fizeram de tudo para minimizar e desacreditar o fenômeno", afirma.
Acrescenta que "nos últimos dias a polícia fez prisões arbitrárias, como por exemplo, de pessoas que vestiam camisetas com a sigla 'Manif pour tous' ou que tiravam fotos ou colocavam bandeiras na rua". Denunciou também "manifestações tardias de extremistas que não têm nada a ver com 'Manif pour tous'".
Monsenhor Anatrella indica que "a confusão entre sexo e sentimentos leva a uma confusão das realidades e a um impasse. O casamento entre pessoas do mesmo sexo é simplesmente ridículo e o ato não inspira nenhuma estima porque não contribui em nada na relação social".
E se pergunta se os líderes atuais captam a realidade ou vivem num mundo de assexuais. Acrescenta que 22 mil dos 36 mil municípios se opõem e anunciaram que rejeitarão celebrar este tipo de matrimônio.
Lembra que "não houve espaço para o debate; certas objeções foram entendidas mas não tomadas em conta e menos ainda refletidas. E foram menosprezadas pela lei, pior ainda impostas, uma confusão que dará origem a várias confusões psicológicas, sociais e jurídicas". Nem as manifestações de sindicatos são tão maltradas como a que realizaram estes jovens e adultos, disse.
O conselheiro do Pontifício Conselho para a Família reconhece que "só um contrato de bens aberto a todos seria o mais adequado, mais do que querer brincar de papai e mamãe sem ter as características adequadas".
A "Manif pour tous", movimento que se define pacífico, anti-homofóbico e apolítico depositou no Conselho Econômico, Social e Ambiental da França, no dia 15 de fevereiro desse ano, as primeiras 694.428 assinaturas da petição contra o projeto de "Matrimônio para todos". Nas suas manifestações participaram os Poissons roses; Alliance vita; Plus gay sans mariage, de Xavier Bongibault; e líderes religiosos, cristãos, judeus e muçulmanos.
Tradução Thácio Siqueira
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A batalha em favor da vida em Portugal (Parte II)
Entrevista com o Vice-presidente da Federação Portuguesa pela Vida, Antonio Maria Pinheiro Torres
Por Thácio Lincon Soares de Siqueira
BRASíLIA, 05 de Junho de 2013 (Zenit.org) - "A Federação Portuguesa pela Vida (FPV) agrupando cerca de duas dezenas de organizações de carácter diferente e espalhadas pelo país inteiro constituiu-se como um ponto de referência institucional", disse em entrevista a ZENIT o vice-presidente da FPV, Antonio Maria Pinheiro Torres.
Nessa entrevista Antonio Torres explicou a situação da luta a favor da vida em Portugal, como se articula o movimento Pró-Vida, quais são os desafios e metas a serem conquistadas, como é que Portugal acompanha as propostas de lei contrárias à vida no Brasil, entre outros assuntos.
A Federação Portuguesa pela vida, (fundada em 2002) é uma Instituição que reúne em vínculo federativo Associações e Fundações que tenham por objecto e finalidade a defesa da Vida Humana, desde o momento da concepção até à morte natural, a promoção da dignidade da Pessoa Humana e o apoio à Família e à Maternidade.
Leia a primeira parte publicada segunda-feira, (3).
Publicamos a seguir a última parte da entrevista:
***
ZENIT: O Aborto, a eutanásia, as experiências com embriões... são realidades já aprovadas em Portugal? Há movimentação dos portugueses para tirar essas leis?
Antonio Torres: A eutanásia não se encontra ainda em discussão em Portugal embora se perceba movimentações nesse sentido pelo mesmo sector de sempre nosso adversário em todas as restantes matérias e obedecendo á lógica inevitável da sucessão de leis já descritas.
Quanto aos restantes temas existem de facto movimentações em dois planos distintos: do suporte á existência da Vida (através de uma miríade de associações desde as que se ocupam da dissuasão de última hora ou oração junto aos locais de prática do aborto ás que apoiam mulheres e crianças em risco ou então ao planeamento familiar) ou de defesa desta nos campos social e político: petições ao parlamento (quatro desde 2009 e das quais duas de iniciativa da Federação), uma Caminhada pela Vida (em Maio de 2012), a participação na vida partidária ou nas eleições (em dois partidos de centro-direita, que integram o actual Governo, ou num pequeno partido pró-vida), algumas acções de rua em datas aniversárias significativas, intervenção junto da Comunicação Social, participação na iniciativa da Petição europeia Um de Nós, e um largo etc.
ZENIT: Na realidade política de Portugal, de onde é que mais tem vindo essas propostas contrárias à vida e à família?
Antonio Torres: Vem sobretudo de três sectores: da extrema-esquerda (que em Portugal tem expressão eleitoral significativa: 8 deputados em 230) ou esquerda caviar, dos partidos socialista e comunista, e dos sectores "modernaços" dos partidos de centro-direita (que, em Portugal, embora tendo uma tradição de defesa da dignidade humana, está a perder a sua identidade, parte em consequência da abstenção de participação dos sectores sociais e políticos que são a base das nossas movimentações cívicas). Vem também da maior parte dos pertencentes á Maçonaria hoje preponderante em todo o sistema partidário, com excepção do partido comunista e da extrema-esquerda.
ZENIT: Como é possível que uma proposta de adopção de crianças por casais homossexuais esteja em pauta em Portugal, país tradicionalmente católico?
Antonio Torres: Por dois factores: a deseducação do povo católico e a influência esmagadora da mentalidade comum veiculada por uma comunicação social na qual os sectores moderado ou conservador são minoritários ao nível dos respectivos profissionais e chefias. E também deve-se reconhecê-lo pela abstenção da maioria silenciosa e a eficácia de uma pequena mas determinada minoria que do ponto de vista político-técnico "está de parabéns".
ZENIT: Como os portugueses vêem a realidade de que países, como o Brasil, também estejam sofrendo os mesmos tipos de propostas?
Antonio Torres: Com natural tristeza mas também uma serena convicção de que ao lado destas ofensivas legislativas podemos ver comunidades humanas florescentes, vidas individuais extraordinárias e que ainda que com muitas perdas e sofrimentos (infligidos por estas leis) a realidade é sempre mais forte do que a ideologia e que aquela inevitável volta final que tudo isto levará (porque este quadro legal não contribui para sociedades saudáveis nem homens felizes) não será nesse momento uma ocasião isolada e própria, mas constituída de todos os nossos esforços presentes.
ZENIT: Por quê lutar para que não se aprove a adopção de crianças por casais homossexuais, não é homofobia e nem discriminação dos homossexuais?
Antonio Torres: Por três razões: porque o ponto de partida na questão é o direito da criança a ser criada no ambiente mais propício a um desenvolvimento harmonioso (onde exista uma dualidade sexual), porque uma sociedade que trata bem as suas crianças é uma sociedade que tendencialmente tratará bem todos os seus membros e porque de facto no ânimo de quem se lhes opõem não existe nem objectiva nem subjectivamente nenhuma adversidade por muito que lhes custe a acreditar. Já infelizmente o contrário é de recear. Isto é, a classificação como homofobia de qualquer juízo moral e/ou de simples humano demérito sobre a homossexualidade (o que não equivale a estendê-lo á pessoa concreta e muito menos a qualquer inadmissível atitude persecutória) e a oposição aos "direitos" que invocam, arrisca trazer uma perseguição a todos os que assim pensam como infelizmente vamos vendo cada vez mais acontecer por esse mundo fora.
ZENIT: O que os Portugueses de boa vontade ainda podem fazer para dificultar a aprovação dessa lei?
Antonio Torres: Pelos meios que entenderem manifestarem-se nos âmbitos próprios (pessoal, profissional, familiar, social) contra esta lei procurando-se informar adequadamente e sobretudo fazendo sentir aos titulares da responsabilidade política a sua oposição a este projecto. Fazerem-no também no interior dos próprios partidos e quando não pertencendo a nenhum escolhendo o que mais lhes agrade e aí referir-se a quem nesse campo já está na frente deste embate. As pessoas têm mais poder do que supõem. Estas leis não vencem pela força dos seus proponentes mas pela abstenção de quem se lhes opõem. Como dizia alguém: "Nem tudo pode ser mudado. Mas nada é mudado se não for tentado".
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Estatuto do Nascituro é aprovado no Brasil pela Comissão de Finanças e Tributação
Entrevista com Paulo Fernando Vice-Presidente do movimento Pro vida família
Por Thácio Lincon Soares de Siqueira
BRASíLIA, 05 de Junho de 2013 (Zenit.org) - A Comissão de Finanças e Tributação, no Brasil, aprovou nesta manhã a proposta do Estatuto do Nascituro (PL 478/07), que estabelece proteção jurídica à criança que ainda vai nascer. Nascituro é o ser humano concebido, mas ainda não nascido. A notícia foi divulgada pela Agência Câmara Notícias, às 12h40 de hoje.
Em breve entrevista a ZENIT Paulo Fernando Melo (www.paulofernando.com.br), vice-presidente do movimento Pro Vida família responde a algumas questões sobre essa aprovação.
Acompanhe abaixo:
***
ZENIT: O que significa essa aprovação do Estatuto do Nascituro pela Comissão de Finanças e Tributação?
Paulo Fernando: Após a aprovação na primeira comissão de mérito Seguridade Social e Família, hoje foi aprovada o critério técnico do projeto significando que não há nenhum óbice na adequação orçamentária e financeira.
ZENIT: O que prevê o Estatuto do Nascituro?
Paulo Fernando: Assegura a criança que está por nascer todos os direitos a partir da concepção , além de estabelecer que, se a mãe não dispuser de meios econômicos suficientes para cuidar da vida, da saúde, do desenvolvimento e da educação da criança concebida em decorrência de estupro, o Estado arcará com os custos até que o genitor venha a ser identificado e responsabilizado por pensão ou a criança venha a ser adotada.
ZENIT: Quais são os próximos passos?
Paulo Fernando: A matéria será analisada no âmbito da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania que analisará os aspectos jurídicos, constitucionais e de redação legislativa.Como a matéria trata de direito civil e penal, a CCJC analisará o mérito até alterando e aperfeiçoando o texto , inclusive no que se refere a questão da personalidade jurídica do nascituro e também em relação a proibição total do aborto mesmo nos casos de estupro e na má formação genética.
ZENIT: De que maneira os cidadãos brasileiros podem participar para aprovar o projeto de lei?
Paulo Fernando: Em primeiro lugar inteirar-se do assunto , estudá-lo profundamente e repassar as informações ao maior número de pessoas .Atuar por meio das redes sociais e principalmente pressionar os parlamentares da CCJC para aprovarem o texto
ZENIT: Qual o caminho a ser seguido pelo Projeto de Lei?
Paulo Fernando: Após a apreciação na CCJC a matéria irá para o plenário da Câmara dos Deputados em caso de aprovação , seguirá para o Senado Federal a apartir das comissões e depois submetido a sanção ou veto da presidente da República, se rejeitado será arquivado.
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"Todas as pessoas que estão a favor do aborto, por coincidência já nasceram"
6ª Marcha Nacional pela Vida organizada pelo movimento Brasil sem aborto na capital do Brasil, Brasília
Por Thácio Lincon Soares de Siqueira
BRASíLIA, 05 de Junho de 2013 (Zenit.org) - Cinco mil manifestantes, de acordo com a polícia militar, participaram ontem (4) da 6ª Marcha Nacional pela Vida organizada pelo movimento Brasil sem aborto na capital do Brasil, Brasília. Os manifestantes percorreram o trajeto que vai da Torre de TV até o Congresso Nacional.
De forma pacífica os diversos líderes religiosos, que compõem o movimento Brasil sem Aborto, se revesaram ao microfone, manifestando os motivos da Marcha.
O objetivo dessa atividade é chamar a atenção para posições contrárias em andamento no Congresso Nacional, como por exemplo, o Projeto de Lei nº 236/2012 que propõe a legalização do aborto até a 12ª Semana de Gestação e o Projeto de Lei nº 478/2007 (Estatuto do Nascituro) que defende os direitos da criança por nascer.
ZENIT também participou da Marcha e, caminhando em direção ao Congresso Nacional, perguntamos aos vários participantes o motivo que os levou a estar aí nessa tarde bonita e ensolarada de terça-feira.
"Estou aqui contra o aborto porque pessoas querem curtir, se divertir, brincar... e depois de três meses querem jogar fora um ser vivo como se fosse um lixo", disse à ZENIT Edimilson Andrade Nascimento, rei momo do carnaval de Brasília, professor de caratê, três filhos, e que desde o início participa dessa marcha.
"Estou aqui para defender todos os fetos, todo ser humano que merece respeito desde a sua concepção, e que têm o direito à vida", disse Ludmila Alvim, estudante de farmácia na Universidade de Brasília.
No meio dessa multidão ZENIT também encontrou um pai de família, Davi Jesus, com três dos seus seis filhos: "Tenho 6 filhos. E desejo que essa marcha repercuta nos políticos do nosso país para que não deixem passar essas leis contrárias à vida".
Pe. Paulo Matos, da arquidiocese de Brasília e da Comissão de Bioética arquidiocesana destacou que "Toda a sociedade fica escandalizada diante de crimes hediondos, mas por outro lado quer permitir que a pessoa, no momento de maior fragilidade, seja assassinada".
Dr. Eloadir Galvão, médico cirurgião, disse que "Todas as pessoas que estão a favor do aborto, por coincidência, já nasceram". "Essa história de que eu sou o dono do corpo não existe, tanto é que não sei se estarei vivo amanhã. Quem cuida de mim é Deus".
A Marcha, com o lema "Quero Viver! Você me ajuda?" também organizou um abaixo assinado pela aprovação do projeto de Lei nº 478/2007 (Estatuto do Nascituro) que está sendo votado hoje na Comissão Finanças e Tributação da Câmara dos deputados. É possível participar do abaixo-assinado pelo site.
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A batalha em favor da vida em Portugal (Parte I)
Entrevista com o Vice-presidente da Federação Portuguesa pela Vida, Antonio Maria Pinheiro Torres
Por Thácio Lincon Soares de Siqueira
BRASíLIA, 03 de Junho de 2013 (Zenit.org) - "A Federação Portuguesa pela Vida (FPV) agrupando cerca de duas dezenas de organizações de carácter diferente e espalhadas pelo país inteiro constituiu-se como um ponto de referência institucional", disse em entrevista a ZENIT o vice-presidente da FPV, Antonio Maria Pinheiro Torres.
Nessa entrevista Antonio Torres explica como está a luta a favor da vida em Portugal, como se articula o movimento Pró-Vida, quais são os desafios e metas a serem conquistadas, como é que Portugal acompanha as propostas de lei contrárias à vida no Brasil, entre outros assuntos.
A Federação Portuguesa pela vida, (fundada em 2002) é uma Instituição que reúne em vínculo federativo Associações e Fundações que tenham por objecto e finalidade a defesa da Vida Humana, desde o momento da concepção até à morte natural, a promoção da dignidade da Pessoa Humana e o apoio à Família e à Maternidade.
Acompanhe hoje a primeira parte da entrevista:
Para ler a segunda parte clique aqui.
***
ZENIT: Como está o movimento Pró-Vida de Portugal? É unificado? No contexto do Movimento Pró-Vida, onde entra a Federação Portuguesa pela Vida?
Antonio Torres: O movimento pró-vida em Portugal é hoje em dia uma realidade social e política presente em todo o território nacional cujo crescimento vai resultando de cada campanha em que se envolve. Isto é, cada campanha referendária (aborto, procriação artificial, casamento entre pessoas do mesmo sexo) ou outras, independentemente do resultado da mesma, dá origem a novas realidades associativas (basicamente de apoio social ás mulheres e crianças em risco, de formação no planeamento familiar e/ou de intervenção essencialmente cívica e política) e ao aparecimento de novas companhias de caminho que alargam a sua base social de apoio, de que são exemplos a unidade no terreno de intervenção entre católicos e cristãos evangélicos ou a entrada e presença no campo da política oficial e partidária.
Não sendo institucionalmente unificado existe no entanto uma amizade e contacto permanente entre as diversas realidades que mesmo por vezes não partilhando as mesmas escolhas estratégicas dão origem a uma base social de apoio comum com as mesmas opções doutrinais de fundo.
Neste conjunto de realidades e protagonistas a Federação Portuguesa pela Vida agrupando cerca de duas dezenas de organizações de carácter diferente e espalhadas pelo país inteiro constituiu-se como um ponto de referência institucional, interlocutora do poder político e protagonizando a maior parte das intervenções mediáticas. Mas de alguma forma é apenas a face visível em termos públicos dessa área pró-vida que é vasta, diversificada e plural.
ZENIT: Quais são as principais propostas de leis contrárias à vida e à família que Portugal está tendo que enfrentar?
Antonio Torres: Os principais desafios que Portugal enfrenta neste momento são nos campos do aborto e a curto prazo uma modificação da respectiva regulamentação (abolindo a sua gratuidade, conformando a sua prática com a lei e abrindo o espaço legal á oferta de alternativas concretas), a realização a médio prazo de um terceiro referendo sobre o aborto livre a pedido da mãe até as 10 semanas, e a longo prazo, um trabalho social, cultural e político que torne evidente que a barbaridade que o aborto é.
No que respeita á procriação artificial (permitida em termos amplíssimos desde 2006) o objectivo é a curto prazo obstaculizar a introdução das barrigas de aluguer (ainda proibidas) e o acesso á mesma por pares homossexuais, também a curto e médio prazo reduzir o âmbito da lei em vigor (no sentido de assegurar o devido respeito da dignidade humana) e, sobretudo, assegurar a protecção do embrião humano, impedindo a sua utilização em investigação científica.
No campo do divórcio é urgente abolir o divórcio-expresso introduzido na legislação portuguesa em 2008 e que está na origem de um aumento exponencial da conflitualidade nos tribunais de família, da precipitação de um número significativo de mulheres em situação de pobreza e da descredibilização do contrato de casamento, hoje em dia, menos seguro do ponto de vista jurídico do que um contrato de serviços de telecomunicações.
No que respeita á demolição da instituição familiar pelas reivindicações do lóbi homossexual há que retomar a campanha pela realização de um referendo ao casamento gay (permitido desde 2010) e obstaculizar todas as tentativas de permissão da adopção desde a mais imediata em discussão neste momento (a chamada co adopção) até às formas mais alargadas da mesma (por ora ainda proibidas). Também neste campo a lei de mudança de sexo de 2011 criadora de grave incerteza e insegurança jurídicas e aprovada por motivos ideológicos que não levam sequer em consideração as respectivas práticas médicas e científicas, é um diploma que a curto prazo terá de ser revisto e conformado á realidade pré-existente.
Por fim no campo da lei de educação sexual (2009) o ponto decisivo é a clara consagração da liberdade de escolha por parte dos pais que não se encontra expressamente consagrada.
Enfim, todo um programa, mas também um desafio apaixonante.
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Espiritualidade
As doze promessas do Sagrado Coração de Jesus
Se o Coração de Jesus é manso e humilde, o nosso também deve ser
Por Pe. Reginaldo Manzotti
CURITIBA, 06 de Junho de 2013 (Zenit.org) - Estamos no mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus. Tenho enfatizado que, toda devoção não pode ser estéril, não deve ser reduzida a ritualismo apenas. Mas deve conduzir os fieis a um discipulado amoroso com Deus. Logo, se queremos ser discípulos missionários de Jesus, devemos procurar ter um coração semelhante ao Dele. Pio XII salienta que é o próprio Jesus quem toma a iniciativa de nos apresentar ao Seu Coração como fonte de restauração e paz ao afirmar: "Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos, e eu os aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve" (Mt 11, 28-30).
Então, se o Coração de Jesus é manso e humilde, o nosso também deve ser. Busquemos viver como Ele, amando como Ele, pautando nossa vida nos Seus valores, ensinados no Evangelho. No coração de Jesus não cabe amargura. No coração de Jesus não cabe ódio. No coração de Jesus não cabem mágoas, intrigas, discórdias e desavenças.
Na Última Ceia João, o discípulo amado, fez a experiência do Sagrado Coração de Jesus ao reclinar-se sobre o peito do Senhor. Mais tarde o próprio João, diante da cruz, apresenta o Coração de Jesus transpassado pela lança do soldado do qual jorrou Sangue e Água (Jo 19, 34-37). Ali se cumpre a profecia de Zacarias: "Olharão para aquele que transpassaram" (Zc 12, 19) e começa a devoção ao Sagrado Coração de Jesus.
Porém, esse Coração foi esquecido pelos homens, até que no ano de 1675, durante a oitava da Festa de Corpus Christi, Jesus faz para Margarida Maria Alacoque, a chamada Grande Revelação:
"Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, pelas suas irreverências, sacrilégios, e pela tibieza e desprezo que têm para comigo na Eucaristia. Entretanto, o que Me é mais sensível é que há corações consagrados que agem assim. Por isto te peço que a primeira sexta-feira após a oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a uma festa particular para honrar Meu Coração, comungando neste dia, e O reparando pelos insultos que recebeu durante o tempo em que foi exposto sobre os altares. Prometo-te que Meu Coração se dilatará para derramar os influxos de Seu amor divino sobre aqueles que Lhe prestarem esta honra".
De suas aparições também se ressaltam as doze promessas do Sagrado Coração de Jesus:
1ª - "A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de meu Sagrado Coração".
2ª - "Eu darei aos devotos do meu Coração todas as graças necessárias a seu estado".
3ª - "Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias".
4ª - "Eu os consolarei em todas as suas aflições".
5ª - "Serei seu refúgio seguro na vida, e principalmente na hora da morte".
6ª "Lançarei bênçãos abundantes sobre todos os seus trabalhos e empreendimentos".
7ª - "Os pecadores encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdias".
8ª "As almas tíbias se tornarão fervorosas pela prática dessa devoção".
9ª - "As almas fervorosas subirão em pouco tempo a uma alta perfeição".
10ª - "Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais empedernidos".
11ª "As pessoas que propagarem esta devoção terão os seus nomes inscritos para sempre no meu Coração".
12ª - "A todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna".
Coloquemos nossas esperanças e confianças no Sagrado Coração de Jesus que é fonte de misericórdia. Jesus Manso e humilde de Coração, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso!
Padre Reginaldo Manzotti é coordenador da Associação Evangelizar é Preciso – obra que objetiva a evangelização pelos meios de comunicação – e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba (PR). Apresenta diariamente programas de rádio e TV que são retransmitidos e exibidos por milhares de emissoras do país e exterior. Site: www.padrereginaldomanzotti.org.br.
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Junho, o mês do Sagrado Coração de Jesus
O mês de junho é dedicado a este Sagrado Coração porque neste mês se celebra a festa do Coração de Jesus
Por Vitaliano Mattioli
CRATO, 05 de Junho de 2013 (Zenit.org) - "Vinde a mim todos vós que estais cansados e aflitos, e eu vos darei descanso" (Mt., 11, 28).
Jesus pronunciou estas palavras no segundo ano da sua atividade apostolica. Depois do discurso na sinagoga de Cafarnaum sobre a instituição da Eucaristía, Jesus, num momento de profundo lirismo, nos abriu o seu coração indicando-o como nosso refúgio. Este coração foi aberto logo depois da sua morte: "Um soldado colpeou-lhe o lado com uma lança" (Jo., 19, 34) para nos convidar a entrar e saborear as dolçuras da ternura de Jesus.
A devoção ao Sagrado Coração é muito antiga; iniciou desde o seculo XII. O mês de junho é dedicado a este Sagrado Coração porque neste mês se celebra a festa do Coração de Jesus (Neste ano é o dia 7). Esta festa já se celebrava em varias diocéses do mundo (p.e. na França desde o ano 1672). O Papa Pio IX a estendeu para toda a Igreja no dia 23 de agosto do ano 1856. Esta celebração é importante: conduz à essência do cristianismo, à pessoa de Jesus manifestado no mistério mais íntimo do seu ser.
O coração na antiguidade foi sempre considerado como o centro vivo da pessoa, a sede dos sentimentos, dos afetos, do carinho.
A Sagrada Escritura usou este simbolo para expressar o amor de Deus. Deus tem um coração grande: "Eu te amei com amor eterno, por isso conservei para ti o amor" (Jer., 31, 3); "Deus é amor. Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos a vida por meio dele" (I Jo, 4, 8-9). Assim Jesus se transforma em sinal, revelação, a presença entre nos do amor de Deus.
Deus, enviando o seu Filho, materializou este seu amor. Jesus se apresenta como a "imagem (visível) do Deus invisível" (Col, 1, 15): "Ninguém jamais viu a Deus; o Filho único, que é Deus e está na intimidade do Pai, foi quem o deu a conhecer" (Jo., 1, 18).
Se o coração de Jesus é a manifestação do coração de Deus, para compreender Deus a única solução é entrar neste coração aberto de Jesus para descubir a ternura de Deus Pai. Este é o convite que nos já apresentou S. Agostinho: "A entrada é acessível: Cristo é a porta. Também pra você foi aberta a porta quando o lado de Jesus foi aberto com uma lança... Daqui escolhe para donde você possa entrar" (Discurso 311, 3,3).
A ferida era a porta, agora aberta, o coração a meta, o santuário recóndito donde encontrar o amor e, por conseguência, oferecer-se a ele.
Se os Padres da Igreja (Justino, Ireneu, Cipriano, Ambrósio, Agostinho) nos apresentaram o coração de Jesus como a sede da ternura e do carinho de Deus Pai, Orígenes e outros teólogos (especiamente Pedro Damiani e Pedro Canisio) nos apresentaram o mesmo Coração como a fonte da verdade e o santuário da eterna sabedoria. Não por nada Jesus no Oriente é chamado de Sofía, isto é 'a sabedoria eterna de Deus'.
Aproveitando o simbolismo do coração a intenção é prestar o culto à pessoa mesma de Cristo. São João Eudes (1601-1680) foi o primeiro apostolo do culto aos Sagrados corações de Jesus e de Maria.
O convite de Jesus: "Vinde a mim todos vós que estais cansados e aflitos, e eu vos darei descanso" manifesta todos os sentimentos de Jesus para conosco. Jesus compreende a nossa fraqueza e nos convida a entrar no seu coração, isto é, a recorrer a Ele, fonte de misericórdia, para encontrar um refugio tranquilo e seguro. A religião se transforma em um ato de amor, num abandono confiado na ternura de Jesus-Deus. Assim a devoção ao Sagrado Coração de Jesus se manifesta como a raiz e o fundamento das outras devoções. Jesus nos convida a permanecer no seu amor: "Permanecei em mim... Permanecei no meu amor" (Jo., 15, 4 e 9). Deste modo os dois corações: o nosso e o de Jesus se encontram e o nosso é transformado no coração de Jesus.
Para celebrar o centenario desta festa, o Papa Pio XII escreveu uma Carta Encíclica, Haurietis Aquas (Sobre o culto do Sagrado Coração de Jesus, 15 de maio de 1956).
Nesta o Papa diz: "À vista de tantos males que, hoje como nunca, transformaram profundamente os individuos, as famílias, as nações e o mundo interiro, encontramos um remédio eficaz no culto augustíssimo do Coração de Jesus, para satisfazer as necessidades atuais da Igreja e do gênero humano" (n. 70).
O mesmo Pio XII encorajou a consagração das famílias ao Sagrado Coração de Jesus. Em um discurso aos esposos (5 de junho de 1940), Ele assim falou: "Nas revelações plenas de amor... Nosso Senhor prometeu que 'onde quer que a imagem deste Coração fôr exposta para ser honrada, ela alí atrairá toda sorte de bênçãos'. Confiantes na palavra divina, vós podeis portanto conservar em vossa moradia a imagem do Sagrado Coração com as honras que a Ele são devidas... Cumpre portanto que a imagem do Coração seja exposta e honrada na vossa casa. Exposta e honrada: isto quer dizer que esta imagem não deve somente velar sobre vosso repouso, em um quarto privado, mas ter tida lealmente em honra... Em uma palavra, o Sagrado Coração é honrado devidamente em uma casa, quando aí é por todos e por cada um reconhecido como Rei de amor; o que se exprime dizendo que a família foi a Ele consagrada. O Coração de Jesus se empenhou em colmar de graças especiais aqueles que em total modo se derem a Ele. Mas quem se consagra deve também cumprir as obrigações que derivam de tal ato. Longe portanto dela tudo o que contrastaria o Sagrado Coração: prazeres perigosos, infidelidades, intemperança, revistas, a licença com a lei moral, qualquer forma de injustiça".
Assim o culto ao Sagrado Coração de Jesus se transforma em uma benção para as famílias.
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Análise
Uma armadilha por trás de um sorriso
A prática do espiritismo pode levar ao caminho da escravidão e da dependência
Por Carlo Climati
ROMA, 07 de Junho de 2013 (Zenit.org) - O drama da supremacia do mais forte sobre o mais fraco é a base da maioria dos problemas da história da humanidade: guerras, injustiças, desigualdade social, fome e pobreza. É o mesmo mecanismo que caracteriza um dos fenômenos mais inquietantes dos últimos tempos: o aumento do interesse pelo esoterismo e pela superstição.
O que é o esoterismo? Com esta palavra, engloba-se tudo o que é reservado apenas ao conhecimento de um pequeno círculo de pessoas. Por exemplo, um particular tipo de magia ou as técnicas para a leitura da mão ou das cartas.
O esoterismo é algo misterioso, secreto, oculto. Por isso, ele pode também se tornar uma forma de exercer poder sobre quem está passando por um momento de fraqueza ou de dificuldade.
Uma das formas mais perigosas do esoterismo é o espiritismo, que hoje se manifesta sob várias máscaras: desde as clássicas sessões de "comunicação" com os mortos até os fenômenos da "psicografia", através do qual os mortos viriam a ditar palavras ou frases. Há também quem afirme livrar as casas de "espíritos" e quem garanta gravar as "vozes" dos mortos ou tirar "instantâneas" de "entidades" misteriosas. E não faltam, naturalmente, os jovens que se divertem improvisando sessões espíritas "por brincadeira", com base naquilo que veem nos filmes.
O mais grave neste fenômeno é a exploração da dor. Certos espíritas, à procura de dinheiro fácil, se aproveitam dos momentos de fragilidade das pessoas que sofrem a perda de um ente querido. Eles propõem um caminho que, à primeira vista, parece dar alívio. Mas, com o tempo, pode se tornar uma forma de escravidão e levar para o campo da dependência e da alienação.
Historicamente, o esoterismo sempre esteve em desacordo com o cristianismo. Jesus é o anti-esotérico por excelência. É o homem que combate os rituais vazios, os comerciantes do sagrado e o desperdício de palavras. É um Deus que simplifica tudo e que se declara presente onde quer que haja pessoas reunidas em seu nome.
É na simplicidade da mensagem do Evangelho que podemos encontrar as respostas para as questões da vida. Não no escapismo oferecido por certos espíritas. Observemos com atenção o rosto sorridente e amigável de quem finge aliviar a dor das pessoas: podem ser rostos de lobos disfarçados de cordeiros.
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