SÁBADO SANTO E VIGÍLIA PASCAL
É o Sábado da Semana Santa, véspera do Domingo de Páscoa.
O Senhor Jesus "repousa" no sepulcro.
A Sua Alma não deixou de vigiar e de continuar operante.
Ela desce até onde a esperam todos aqueles que acreditaram em Deus e viveram na esperança da vinda do Redentor.
Para todas as gerações da história humana, a Sua Morte é causa de salvação.
Mas repousam os Seus membros mortais e sofredores, como repousa a semente no seio da terra, na expectativa da vida definitiva e gloriosa que, esta noite, irá surgir.
Pondo de parte toda a actividade (este é o único dia, em que não há a assembleia eucarística), a Igreja está de vigia junto do sepulcro de Jesus.
Participando embora do mistério do Seu sofrimento e da Sua Morte, ela vive na esperança.
Sabe, com efeito, que Jesus, tão fiel ao Pai até à morte, não pode ficar "abandonado à corrupção".
A Sua Morte será o penhor da nova Criação, que se aproxima.
Sabe também que o "repouso" de Jesus é a imagem do "repouso" de todos aqueles que foram baptizados na Sua Morte e Ressurreição.
Depois que Ele morreu e foi sepultado, santificando a morte, ela já não será uma realidade terrível, mas sim "um intervalo, espiritualmente vivo, para o início duma vida superior".
VIGÍLIA PASCAL
A celebração anual da Morte e Ressurreição do Senhor tem o seu ponto culminante na Vigília Pascal, coroação da liturgia cristã, centro do ano litúrgico, a mais antiga, a mais sagrada, a mais rica de todas as celebrações, "a mãe de todas as vigílias"(S.Agostinho).
Por antiquíssima tradição, esta é "a noite de vigia em honra do Senhor.
- "Essa noite, durante a qual o Senhor velara para os fazer sair do Egipto, será de vigia para todos os filhos de Israel, de geração em geração, em honra do Senhor".(Êx. 12,42).
Os fiéis, trazendo na mão - segundo a exortação do Evangelho (Lc.12,35-48) - a vela acesa, assemelham-se aos que esperam o Senhor ao voltar, para que, quando Ele chegar, os encontre ainda vigilantes e os faça sentar à sua mesa.
A noite pascal é o grande sacramento da vida do cristão.
Baptismo e Eucaristia, que são o centro da Liturgia de hoje, tornam-nos presentes e contemporâneos os acontecimentos que celebramos, e nos comunicam o seu valor salvífico.
A Vigília Pascal (que não é vigília mas já é festa), termina com a celebração eucarística que é a raiz de todas as outras ; a partir desta noite da Ressurreição, Cristo está presente entre os seus por meio dos sacramentos, principalmente da Eucaristia que os contém todos.
A Vigília desenrola-se deste modo :
1. Liturgia da Luz.
Diante da porta da Igreja, acende-se o fogo, símbolo da vida que desponta, se expande e tudo transfigura, e símbolo também da alegria fraterna, pois à volta do fogo convivem os homens.
Neste fogo se acende o Círio pascal, símbolo de Cristo crucificado e ressuscitado, princípio e fim de todas as coisas.
Salvador dos homens de todos os tempos, como o indicam, respectivamente, a primeira e última letra do alfabeto grego (Alfa e Omega), nele gravadas, e os números do ano em curso.
Guiado pelo Círio pascal, o povo de Deus penetra na Igreja, à semelhança do Povo de Israel que avançou para a Terra Prometida, conduzido pela coluna de fogo.
À luz do Círio pascal, que está no centro dos ritos iniciais da Vigília, anuncia-se e proclama-se o mistério desta noite santa.
2. Liturgia da Palavra.
Para preparar os catecúmenos para o Baptismo, a Igreja mandava que lhes fossem lidos aqueles textos da Bíblia, que nos apresentam os misteriosos desígnios de Deus a respeito da humanidade.
À luz do Círio pascal, é assim evocada a história da salvação, desde a Criação e da saída do Egipto, à Ressurreição de Jesus e à Sua exaltação celeste.
3. Liturgia baptismal.
É benzida a água baptismal, como que para significar que toda a sua eficácia deriva do Mistério Pascal.
Era neste dia que se baptizavam antigamente os catecúmenos que se tinham preparado durante a Quaresma.
4. Liturgia Eucarística.
Na Liturgia Eucarística, com que termina a Vigília, exprimimos a nossa alegria e dirigimos a nossa acção de graças, pelas maravilhas realizadas nesta noite, "em que Cristo, nossa Páscoa, foi imolado".
No banquete da Nova Aliança se ratifica a nossa adesão a Cristo vivo e ressuscitado.
VIGÍLIA PASCAL NA NOITE SANTA
ANO A !
As duas primeiras Leituras da Liturgia da Palavra que são comuns aos três Ciclos A, B e C, preparam-nos, já em tom festivo, para a maior das Festas da Igreja, que é a Festa da Páscoa.
Nesta «noite de vigília em honra do Senhor»(Êx.12,42), os cristãos reúnem-se para celebrarem, na esperança e na alegria, o grande acontecimento da História da Salvação, pelo qual Jesus, depois do Seu aniquilamento voluntário, foi constituído «Filho de Deus em todo o Seu Poder» (Rom.1,4), «Senhor da Glória» (1 Cor.2,8), «Chefe e Salvador»(Act.5,31).
Por esta antiquíssima tradição, os fiéis, trazendo na mão segundo a exortação do Evangelho(Lc.12,35...) a vela acesa, assemelham-se aos que esperam o Senhor ao voltar, para que, quando Ele chegar, os encontre ainda vigilantes e os faça sentar-se à sua mesa.
A noite pascal é o grande sacramento da vida do cristão.
Baptismo e Eucaristia, que são o centro da liturgia de hoje, tornam-nos presentes e contemporâneos os acontecimentos que celebramos, e nos comunicam o seu valor salvífico.
A 1ª Leitura, do Livro do profeta Ezequiel, diz-nos que, com os seus pecados de idolatria e de homicídio, o Povo de Deus profanara o Seu Nome, merecendo por isso, o castigo de ser disperso entre povos pagãos.
Contudo, nem mesmo na provação ele soube voltar-se para o Senhor e glorificar o Seu Nome.
Pelo contrário, a sua vida e o seu destino levavam os pagãos a dizer : «O Deus de Israel não será um Deus impotente para salvar o Seu Povo?»
Por isso, sem que o Povo o merecesse, Deus reconduzi-lo-á à sua terra, de novo tornada fértil, recriando-o, mediante uma transformação interior tão profunda que os mesmos corações de pedra se tornarão corações de carne.
- "Dar-vos-ei um coração renovado e porei em vós um espírito novo. Hei-de retirar do vosso corpo o coração de pedra, para vos dar um coração de carne". (1ª Leitura).,
Será, porém, na nova economia que, com a Páscoa de Cristo, se realizará plenamente essa transformação.
-"Com o perdão do pecado e a efusão do Espírito Santo, o homem receberá um coração filial, podendo repetir, cada dia : «Pai nosso». (Mt.6,9).
É esta uma aspiração proclamada também pelo Salmo Responsorial :
- Como suspira o veado pelas torrentes das águas, assim minha alma suspira por Vós, Senhor !
Na 2ª Leitura, S. Paulo diz aos Romanos, e hoje também a todos os povos da terra, que a justificação vem de Deus, por meio da fé em Jesus Cristo, o Qual, com a Sua Morte, destruiu a escravidão do pecado e da morte, em que o homem vivia, comunicando aos resgatados a própria vida divina.
Mas, para que os homens recebam a eficácia da Morte e Ressurreição de Jesus, é necessário que se insiram no Seu Mistério Pascal.
- O homem que éramos anteriormente foi crucificado com Cristo para ser destruída em nós a força do pecado e não mais sermos escravos dele(...)Se nós morrermos com Cristo, acreditamos que também viveremos com Ele. (2ª Leitura).
Ora o Baptismo é o Sacramento que nos une à Morte de Cristo, para nos fazer viver com Ele a nova vida, que «não morre mais».
Comunicando aos baptizados os frutos da Paixão e da Ressurreição, o Baptismo não é, porém, uma simples aplicação do Mistério Pascal : é a sua realização actual em cada um de nós.
O Evangelho deste Ano A é de S. Mateus, e diz-nos que a Ressurreição de Jesus, um facto histórico, real mas misterioso, não pode ser descrita com palavras humanas, nem segundo os critérios usados ao descrever acontecimentos humanos.
Por isso, S. Mateus, ao transmitir-nos a crónica das primeiras horas após a Ressurreição, emprega o estilo com que, no Antigo Testamento, se descrevem as grandes manifestações de Deus.
- Sei que procurais Jesus, o Crucificado. Não está aqui : ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver o lugar onde jazia. (Evangelho).
Para ele, a Ressurreição é a grande intervenção de Deus que inaugura a nova criação; é o Dia do Senhor, é a vitória de Deus sobre os inimigos de Jesus.
O Mistério Pascal não é, porém, um acontecimento estático, mas dinâmico; não é um estado de Cristo, mas uma "passagem", um movimento, em que é envolvido todo o Povo de Deus.
Por conseguinte, a espera dos cristãos, nesta noite santa, não se reduz à expectativa da comemoração dum facto histórico, objectivo e real; é a espera de Alguém; é a espera do Senhor, que volta, para nos levar a fazermos a sua "passagem", a sua Páscoa com Ele.
Misteriosamente presente no meio da assembleia cristã, o Senhor Jesus renova, nesta grande acção sacramental, que é a Vigília, o seu Mistério Pascal, inserindo-nos nele, fazendo-nos assim passar com ele das "trevas à sua luz admirável"(1 Pe.2,9).
Esta "passagem" da morte do pecado para a vida da graça realiza-se, em primeiro lugar, pelo Baptismo.
Ser baptizado é, na verdade, morrer com Cristo, para ressuscitar com ele.
"A água do Baptismo é o Mar Vermelho, que traga as forças do mal e liberta o Povo de Deus; é o sepulcro do Calvário, onde é deposto o homem corruptível e donde sai, vivo o homem novo".
Por isso, a Igreja, desde a mais alta antiguidade, pensou que o melhor meio de celebrar o Mistério Pascal era baptizar, nesta noite, os seus catecúmenos e levar os baptizados a viver a própria ressurreição e a tomar consciência do seu nascimento como Povo de Deus.
Esta nova criação surgida das águas do Baptismo, só no último dia, na Vinda do Senhor, "passará" da sua forma actual e perecível à forma definitiva e gloriosa.
Por isso, nesta Vigilia, os cristãos, conservando nas suas mãos as lâmpadas acesas (Lc.12,35), orientam também a sua espera para o momento do encontro com o Esposo, que vem.(Mt.25,13).
Dentro deste espírito, a Vigília Pascal é uma celebração que, através do túmulo vazio, nos deixa evidenciar a realidade do acontecimento central da História da Salvação, realizada precisamente ao «terceiro dia», como Jesus tinha dito, ao anunciar a Sua Morte e a Sua Ressurreição.
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Diz o Catecismo da Igreja Católica :
643. Perante estes testemunhos, é impossível interpretar a Ressurreição de Cristo fora da ordem física e não a reconhecer como facto histórico. Resulta, dos factos, que a fé dos discípulos foi submetida à prova radical da Paixão e morte de cruz do seu Mestre, por Este de antemão anunciada. O abalo provocado pela Paixão foi tão forte que os discípulos (pelo menos alguns) não acreditaram imediatamente na notícia da Ressurreição.
As mulheres afastaram-se cheias de medo...
«Não temais. Ide avisar os Meus irmãos».
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