ZENIT
O mundo visto de Roma
Portugues semanal - 26 de agosto de 2012
AFORISMO DO DIA
- Aforismo da sexta-feira, 24 de Agosto
"Não existe justiça onde não existe liberdade"
Santa Sé
- Os leigos são co-responsáveis no ser e no agir da Igreja
Mensagem de Bento XVI para o Fórum Internacional da Ação Católica - Jovens por uma igreja jovem
Em setembro, nos Camarões, o segundo Congresso Pan-Africano do Conselho Pontifício para os Leigos - O homem é feito para procurar e encontrar o infinito
Mensagem de Bento XVI ao bispo de Rímini na abertura do XXXIII Encontro da Amizade entre os Povos - "A realeza de Maria é serviço a Deus e à humanidade
Bento XVI o afirmou hoje na Audiência Geral
Os direitos humanos no mundo
- "Fomos atacados e mortos, mas a esperança continua"
Encontro de Rímini: dom Kaikama explica como fomentar a paz e a coexistência evitando o ódio
Comunicar a fé hoje
- Muitas famílias deixam de ir à Missa porque as crianças não param quietas
Entrevista com Rachel Abdalla, Presidente da Associação Pequeninos do Senhor - Comunidade Emanuel celebrou 40 anos da fundação
Entrevista com casal que trouxe comunidade ao Brasil
Brasil
- Círio de Nazaré 2012
Arquidiocese de Belém abre oficialmente o Círio 2012
Mundo
- Caso Ramsha: Paquistão tem a chance de mostrar sua humanidade
Prisão de menina de onze anos com síndrome de Down viola Convenção sobre os Direitos da Criança - Estados Unidos: Líderes Católicos hispânicos oferecem uma orientação para votar
Avaliam os candidatos presidenciais segundo a Doutrina Social da Igreja - A idéia de pena no século XXI
Meeting de Rimini: Dr Tomaz de Aquino Resende apresenta a APAC, modelo brasileiro na recuperação de condenados - Cardeal Erdő: satisfação com acordo entre a Igreja católica polonesa e a ortodoxa russa
Presidente do episcopado europeu aplaude reconciliação entre as igrejas eslavas
Espiritualidade
- O ano da fé
Catequese de Dom Osvino, Arcebispo do Ordinariado Militar do Brasil.
Angelus
- A falsidade é a marca do diabo
Angelus de Bento XVI em Castel Gandolfo
Audiência de quarta-feira
- "Maria é Rainha porque está associada de modo único ao seu Filho"
Catequese do Santo Padre durante a Audiência Geral desta manhã
Mensagem aos leitores
ANÙNCIOS
AFORISMO DO DIA
Aforismo da sexta-feira, 24 de Agosto
"Não existe justiça onde não existe liberdade"
Luigi Einaudi (1874-1961)
Santa Sé
Os leigos são co-responsáveis no ser e no agir da Igreja
Mensagem de Bento XVI para o Fórum Internacional da Ação Católica
CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 23 de agosto de 2012(ZENIT.org) – Bento XVI envia mensagem em ocasião da VI Assembléia Ordinária do Fórum Internacional da Ação Católica que acontece na Romênia de22 a26 de agosto. O Evento convida à reflexão sobre a co-responsabilidade: igreja e sociedade.
A mensagem começa recordando que o tema é de grande relevância para os leigos e coloca em evidência o Ano da Fé e a Assembléia Ordinária do Sínodo dos Bispos para a Nova Evangelização.
“A co- responsabilidade exige uma mudança de mentalidade no que diz respeito, especialmente, ao papel dos leigos na Igreja”, que não devem ser considerados apenas “‘colaboradores’ mas co-responsáveis do ser e do agir da Igreja”, escreve.
O texto continua comentando sobre a importância de aprofundar e viver este espírito de comunhão profundo na Igreja, como afirma o livro do Ato dos Apóstolos: A multidão dos que haviam crido era um só coração e uma só alma. (4,32) – e continua mostrando como realizar esta ação pela missão da Igreja: “com a oração, o estudo, a participação ativa na vida eclesial, com um olhar atento e positivo em relação ao mundo, na continua busca dos sinais dos tempos”.
O Papa pede para que os fiéis não se cansem de aperfeiçoar sempre mais, “com sério e cotidiano empenho formativo, os aspectos particulares da vocação do fiel leigo, chamados a ser testemunhas corajosas e credíveis em todos os âmbitos da sociedade, a fim que o Evangelho seja luz que leva esperança nas situações problemáticas, de dificuldade, de escuridão, que os homens de hoje muitas vezes encontram no caminho da vida”.
“Guiar ao encontro com Cristo, anunciando a sua Mensagem de salvação com linguagem e modos compreensíveis ao nosso tempo, caracterizado por processos sociais e culturais em rápida transformação, é o grande desafio da nova evangelização”, continua a mensagem.
Ao final Bento XVI convida os fiéis leigos a assumirem e partilharem as escolhas pastorais das dioceses e das paróquias, favorecendo ocasiões de encontro e de sincera colaboração com outros componentes da comunidade eclesial, criando relacionamentos de estima e de comunhão com os sacerdotes, para uma comunidade viva, ministerial e missionária.
MEM
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Jovens por uma igreja jovem
Em setembro, nos Camarões, o segundo Congresso Pan-Africano do Conselho Pontifício para os Leigos
VATICANO, terça-feira, 21 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - A capital dos Camarões, Yaoundé, sedia em setembro o segundo congresso pan-africano do laicato católico. O jornal L'Osservatore Romano apresenta o evento, em artigo que reproduzimos.
***
De 4 a 9 de setembro próximo, em Yaoundé, nos Camarões, acontece o segundo congresso pan-africano do laicato católico, organizado pelo Pontifício Conselho para os Leigos em parceria com a Igreja local e em continuidade com os eventos anteriores realizados em outros continentes, o último dos quais foi realizado em Seul em setembro de 2010. O tema do encontro é Ser testemunhas de Jesus Cristo na África hoje, e seu objetivo é apoiar os fiéis leigos daquelas terras, num momento em que eles são convidados a "aprofundar a vocação cristã", tendo em vista o início do Ano da Fé.
São esperados trezentos delegados das conferências episcopais, associações e movimentos espalhados por toda a África: uma realidade jovem, considerando-se que a faixa etária dos 15 aos 24 anos representa mais de 20% da população africana e que 42% dos habitantes do continente têm menos de 15 anos.
Entre os locais já escolhidos para a celebração do congresso, estão a catedral de Yaoundé e a basílica menor Rainha dos Apóstolos de Mvolyé. Depois de uma análise da situação geopolítica e das prioridades da Igreja no continente, os participantes se questionarão sobre a vocação e sobre a missão dos fiéis, referindo-se à carta magna do apostolado dos leigos, a exortação apostólica Christifideles Laici (1988), para captar a natureza específica da sua vocação num contexto particular, sublinhando a necessidade de uma formação adequada. Outros documentos fundamentais de referência são a encíclica Redemptoris Missio (1990) e as duas exortações apostólicas que se seguiram ao sínodo dos bispos africanos, a Ecclesia in Africa (1995) e a Africae munus (2011).
Quanto à abordagem do contexto eclesial, a ideia-mestra será a da Igreja como Família de Deus. O foco será colocado na corresponsabilidade dos leigos na construção da comunhão. Neste âmbito, será proposta uma reflexão sobre a “era do grupo” e a presença de novos movimentos e comunidades eclesiais no continente. Particular atenção será dada ao compromisso nas muitas áreas da vida pública e em prol da justiça, da paz e da reconciliação, que serão o tema do último dia dos trabalhos.
A África está no coração do pontificado de Bento XVI. Ele fez duas viagens ao continente, ambas ligadas à convocação e ao desenrolar-se da Segunda Assembleia Especial para a África do Sínodo dos Bispos: Camarões e Angola, de 17 a23 de março de 2009, para a publicação do instrumentum laboris, e Benin, de 18 a 20 de novembro de 2011, para a entrega da exortação apostólica pós-sinodal Africae Munus.
Na visão do papa Ratzinger, o continente africano não é apenas o grande doente do mundo, que sofre com a pobreza extrema de muitos dos seus habitantes, com as guerras travadas em seu território e com as pandemias que matam mais que conflitos armados. Mesmo sem fechar os olhos para estas realidades, Bento XVI vê o continente africano como "o pulmão espiritual da humanidade" e acredita que a sua visão de vida predispõe "a ouvir e receber a mensagem de Cristo e a compreender o mistério da Igreja" (Africae Munus, 69).
A mensagem de Bento XVI é exigente, mas, ao mesmo tempo, libera grandes energias: as dos cristãos da África, a quem ele pede um compromisso a serviço da reconciliação, da justiça e da paz no continente, mas também na Igreja universal. Muitas das prioridades estabelecidas na exortação apostólica se atêm aos leigos, pedindo deles um renovado compromisso com a Igreja e com a sociedade.
O Pontifício Conselho está empenhado no aprofundamento do magistério e na análise dos desafios que os fiéis africanos enfrentam nesta fase da história. Para atingir os objetivos, foi convocado um grupo ad hoc de especialistas que apoiam o dicastério na preparação do evento. Desde dezembro de 2010, também foram envolvidos representantes de associações e movimentos eclesiais do continente.
© L'Osservatore Romano, 19 de agosto de 2012
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O homem é feito para procurar e encontrar o infinito
Mensagem de Bento XVI ao bispo de Rímini na abertura do XXXIII Encontro da Amizade entre os Povos
Antonio Gaspari
RÍMINI, Itália, terça-feira, 21 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - "Dizer que a natureza do homem é a relação com o infinito é dizer que toda pessoa foi criada para entrar em diálogo com Deus".
Assim começa a mensagem de Bento XVI a dom Francesco Lambiasi, bispo de Rímini, na abertura do XXXIII Encontro da Amizade entre os Povos, conhecido na Itália como “O Meeting de Rímini”.
Partindo do lema do encontro, A natureza do homem é relação com o infinito, o papa destaca que "falar do homem e do seu desejo de infinito significa reconhecer a sua relação constitutiva com o Criador".
Porque "o homem é uma criatura de Deus" e, mesmo se hoje a palavra criatura parece fora de moda, é evidente que "permanece no homem o desejo arrebatador" do diálogo com o Criador.
De acordo com o pontífice, tender ao infinito é uma característica “indelével no coração do homem”, e, mesmo quando ele “rejeita ou nega Deus, não desaparece a sede do infinito que habita o homem”.
O problema é situado naquilo que Bento XVI chama de "busca frenética e estéril de falsos infinitos", ou seja, "nas drogas, na sexualidade vivida de forma desordenada, nas tecnologias totalizantes, no sucesso a qualquer custo e até mesmo em formas enganosas de religiosidade".
O bispo de Roma explica que "mesmo as coisas boas, que Deus criou como estradas que levam a ele, muitas vezes correm o risco de ser absolutizadas e tornar-se ídolos que substituem o Criador".
Para chegar ao verdadeiro infinito, é preciso "percorrer um caminho de purificação, um caminho de conversão do coração e da mente. Temos que erradicar todas as falsas promessas de infinito que seduzem o homem e o tornam escravo".
"Para realmente encontrar a si mesmo e a própria identidade, para viver à altura do próprio ser, o homem tem que voltar a se reconhecer como criatura, dependente de Deus".
Na segunda parte da mensagem, o Santo Padre explica que Deus é tão bom que faz o infinito chegar ao homem através de uma forma finita.
"Com a encarnação, desde o momento em que o Verbo se fez carne, foi eliminada a distância intransponível entre o finito e o infinito: o Deus eterno e infinito deixa o seu céu e entra no tempo, imerso na existência finita humana". A descida de Jesus à Terra indica que "nada é trivial nem insignificante na jornada da vida e do mundo".
“O homem”, escreve o papa, “é feito por um Deus infinito que se fez carne, que assumiu a nossa humanidade para elevá-la às alturas do seu ser divino".
Por isso, ressaltou, "não devemos ter medo do que Deus nos pede através das circunstâncias da vida. (...) Chamando alguns a viver totalmente para Ele, Deus chama todos a reconhecer a essência da própria natureza de seres humanos: feitos para o infinito".
Bento XVI conclui dizendo que "Deus deseja em seu coração a nossa felicidade, a nossa plena realização humana". O papa nos convida a "entrar e permanecer no âmbito do olhar de fé que caracterizou os santos, para descobrirmos as sementes do bem que o Senhor espalha ao longo do caminho da nossa vida e abraçarmos com alegria a nossa própria vocação".
(Trad.:ZENIT)
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"A realeza de Maria é serviço a Deus e à humanidade
Bento XVI o afirmou hoje na Audiência Geral
Por Paul De Maeyer
CASTEL GANDOLFO, quarta-feira, 22 de agosto de 2012 (ZENIT.org) – Bento XVI dedicou a catequese da Audiência Geral de hoje para o tema da realeza de Maria. Justo hoje, na oitava da festa da Assunção, a Igreja celebra a memória litúrgica da Beata Virgem Maria Rainha.
Embora tenha origens antigas, - lembrou o Pontífice no começo da sua catequese – é uma festa de instituição recente. Foi criada em 1954 por Pio XII na conclusão do Ano Mariano. Embora o Papa Pacelli tenha fixado a data da memória no dia 31 de maio, depois da reforma pós-conciliar do calendário litúrgico, foi colocada depois de oito dias da festa da solenidade da Assunção, “para enfatizar a estreita ligação entre a realeza de Maria e a sua glorificação em alma e corpo junto ao seu Filho”. Para o Papa, a origem da memória de hoje está no fato de que a Mãe do Redentor “é Rainha porque associada de modo único com o seu Filho, seja no caminho terreno, seja na glória do Céu”. “Tudo na Virgem está relacionado a Cristo e tudo depende dele: por causa dele Deus Pai, desde toda a eternidade, a escolheu Mãe toda santa e a adornou de dons do Espírito, não concedidos a mais ninguém”, disse o Santo Padre citando a Exortação apostolica Marialis Cultus (n. 25) do Papa Paulo VI (1974).
Bento XVI deixou claro que a realeza de Maria e do seu Filho não deve ser entendida em termos terrenos. Maria é Rainha - disse o Papa - porque “participa da responsabilidade de Deus pelo mundo e do amor de Deus pelo mundo". A sua realeza está portanto profundamente ligada com a de Cristo, “cheia de humildade, de serviço e de amor”.
"A realeza de Jesus não tem nada a ver com a dos poderosos da terra”, disse o Pontífice, que lembrou que Cristo é “um rei que serve os seus servos”. E isso também se aplica a Maria, que é "Rainha no serviço a Deus e à humanidade; é Rainha do amor, que vive o dom de si a Deus para entrar no desenho de salvação do homem”.
Nossa Senhora é portanto Rainha porque Serva obediente do Senhor. Para o Papa Bento XVI, emblema da realeza de Maria é a resposta que deu ao anjo no momento da Anunciação: "Eis aqui a Serva do Senhor" (Lc 1, 38).
E no entanto, como Maria exerce esta sua realeza de serviço e amor? "Cuidando-nos, seus filhos - respondeu Bento XVI – que se dirigiu a Ela na oração, para agradecê-la ou para pedir a sua materna proteção e a sua celestial ajuda”. Na serenidade ou na escuridão da existência, nós nos dirigimos a Maria – explicou o Papa – confiando-nos à sua contínua intercessão, para que nos possa obter do Filho toda graça e misericórdia necessárias para a nossa peregrinação ao longo das estradas do mundo."
Bento XVI também lembrou outro aspecto da realeza de Maria. Maria é uma Rainha celestial, disse o Papa, e por meio dela nós nos dirigimos ao seu Filho, “àquele que rege o mundo e tem nas mãos os destinos”. De fato, ao longo dos séculos - disse o Papa - Maria "foi invocada como Rainha dos Céus", "como a nossa mãe ao lado do seu Filho Jesus na glória do Céu".
Por este motivo, a devoção a Nossa Senhora é um elemento "importante" da vida espiritual dos cristãos, continuou o Santo Padre, pedindo aos fiéis para não esquecerem de dirigir-se com confiança àquela, que “não faltará de interceder por nós junto ao seu Filho”, e a aprender “de Maria a viver”. "Maria - concluiu Bento XVI - é a Rainha do céu que está próxima de Deus, mas é também a mãe que está perto de cada um de nós, que nos ama e ouve a nossa voz"
[Tradução Thácio Siqueira]
Os direitos humanos no mundo
"Fomos atacados e mortos, mas a esperança continua"
Encontro de Rímini: dom Kaikama explica como fomentar a paz e a coexistência evitando o ódio
Antonio Gaspari
RÍMINI, Itália, quarta-feira, 22 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - Um pequeno grupo de extremistas tenta desencadear uma guerra civil na Nigéria. Eles se chamam de Boko Haram, dizem que são contra a educação e a cultura ocidental, atacam e incendeiam igrejas cristãs, disparam contra os fiéis. Desde janeiro, mataram mais de 800 pessoas. O governo não faz nada e os militares são incapazes de detê-los. Em face destes ataques, muitos cristãos se vêem tentados a responder com as armas: a tentação é forte, mas seria o início de uma guerra civil.
Convidado do Encontro de Rímini para a Amizade entre os Povos, dom Ignatius Kaikama, arcebispo de Jos e presidente da Conferência Episcopal da Nigéria, afirmou aos repórteres que quando as igrejas são queimadas, os bens destruídos, os amigos e parentes mortos, explode uma raiva "difícil de aplacar".
"Os ataques puseram à prova a fé de muitos, porque não é fácil falar de amor e de perdão nessas condições".
Em 11 de março deste ano, o Boko Haram atacou a igreja de São Finbar e matou 15 pessoas. “Quando eu cheguei no local”, conta o arcebispo, “achei tudo destruído. Os jovens estavam revoltados e tristes e me pediam para fazer alguma coisa. Alguns me acusavam de ser muito amigável com os muçulmanos e queriam pegarem armas. Eume virei e me ajoelhei diante das imagens sagradas. De repente, os rapazes fizeram silêncio. Eu disse para eles irem para casa e não deixarem prevalecer a raiva e o ódio".
"Mesmo sozinho e sujeito aos ataques, a graça do Senhor está sempre comigo", ressalta Kaikama. "Fomos atacados e mortos, mas a esperança continua", acrescenta.
Em entrevista concedida a Zenit, o presidente da Conferência Episcopal da Nigéria comenta que os cristãos estão espalhados por todo o país. É verdade que há áreas em que alguns pretendem estabelecer a sharia e caçar ou converter à força os cristãos, mas também é verdade que, na maioria dos casos, não é difícil estabelecer boas relações entre os cristãos e os muçulmanos.
Kaikama criou um centro de formação na diocese de Jos, onde cristãos e muçulmanos estudam juntos. É um centro de paz e de diálogo.
O atual presidente da Nigéria é cristão e dom Kaikama acredita que os ataques de fundamentalistas são apoiados por forças políticas que querem derrubar o governo e criar confusão. Não há provas suficientes de que o Boko Haram seja sustentado por forças externas ao país.
Em todo caso, de acordo com o arcebispo, a única solução é fortalecer o diálogo e a paz. Dom Kaikama conta que a Igreja Católica dedica muito tempo a ajudar as pessoas, fornecendo educação, serviços de saúde, água potável e muitas outras formas de apoio.
Para promover a paz e a amizade, o arcebispo nigeriano compartilhou suas refeições com os muçulmanos. Há alguns dias, ele foi convidado à mesquita para celebrar o fim do Ramadã.
O presidente da Conferência Episcopal da Nigéria concluiu seu discurso enfatizando que Jesus morreu na cruz com os braços abertos para "abraçar toda a humanidade", e pediu orações pelo fim da violência e para garantir que a Nigéria permaneça unida.
(Trad.:ZENIT)
Comunicar a fé hoje
Muitas famílias deixam de ir à Missa porque as crianças não param quietas
Entrevista com Rachel Abdalla, Presidente da Associação Pequeninos do Senhor
Por Thácio Siqueira
CAMPINAS, sexta-feira, 24 de agosto de 2012 (ZENIT.org) – O que fazer com os filhos pequenos na hora da Santa Missa? Como se concentrar com a garotada gritando e correndo pelo corredor da Igreja? Sem dúvida, toda família com criança pequena sabe da aventura que é cada missa dominical.
Pequeninos do Senhor (www.pequeninosdosenhor.com.br) é um projeto da Arquidiocese de Campinas, fundado em 1997 na casa de uma catequista, com somente 8 crianças no princípio, e que propôs uma solução eficaz para esse problema.
Hoje, Pequeninos do Senhor, já está implantado em mais de 100 paróquias, conta com 250 catequistas, voluntários e está até fora do Brasil.
ZENIT entrevistou Rachel Abdalla, atual presidente da Associação Católica Pequeninos do Senhor, e uma das fundadoras. Rachel nos explica a origem do projeto e como é fácil montá-lo na própria paróquia ou diocese.
Publicamos entrevista na íntegra.
***
ZENIT: A senhora é a presidente da Associação Católica Pequeninos do Senhor. Qual é a proposta da Associação? Quem iniciou o projeto e como foi a inspiração?
Rachel Abdalla: Sou uma das fundadoras e estou como presidente da Associação Pequeninos do Senhor fazendo parte de uma equipe de 12 discípulas que estão à frente desta obra de Deus para servir a Igreja de Cristo.
Nossa proposta é levar a família para o dia do Senhor, abrindo um espaço para as crianças durante as Missas nos finais de semana, para serem evangelizadas desde pequeninas.
Os sete primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento intelectual, físico, psicológico e espiritual de toda pessoa humana, pois é considerado o momento mais importante para a formação do caráter, da personalidade , da afetividade e dos valores. Neste período, todas as experiências vividas são assimiladas e servirão de base para as suas condutas durante toda a vida. Embasadas nesta afirmação, um grupo de quatro mães (eu era uma delas), em 1997, acreditou que, quanto antes a criança for inserida na Comunidade cristã, conhecer Jesus e aprender seus ensinamentos e as virtudes cristãs, mais chances ela tem de permanecer na Igreja e se tornar um adulto fortalecido na fé.
Inspiradas pelo Espírito Santo, este grupo formou a Comunidade Pequeninos do Senhor que hoje é um serviço da Igreja que acolhe os pequeninos de 3 a 7 anos, para conhecerem Jesus e aprenderem Seus ensinamentos, durante as Missas nos finais de semana.
ZENIT: Já são mais de 100 paróquias que implantaram esse projeto no Brasil e além-fronteiras nacionais. O que é preciso fazer para ter o projeto implantado em uma Paróquia?
Rachel Abdalla: Este subsídio oferece, também, uma formação para os catequistas, para que cresçam espiritualmente, transformando a Palavra de Deus, que é viva, em prática cristã, testemunhando, no dia a dia, a fé e a esperança onde estão.
Para ter acesso a este subsídio, é preciso implantar o Projeto 'Pequeninos do Senhor' na Paróquia. Para isso, basta que o Pároco ou um catequista, preencha um 'cadastro' que se encontra no site www.pequeninosdosenhor.com.br para, em seguida, receber uma instrução por telefone ou por email.
Atualmente (2012), o projeto 'Pequeninos do Senhor' está implantado em mais de 100 Paróquias e Comunidades em vários Estados do Brasil, em Angola, Moçambique, Cabo Verde e no Canadá, em uma Comunidade de portugueses.
ZENIT: Uma das grandes dificuldades das famílias com crianças pequenas é participar da Santa Missa. Por que os pais sentem essa dificuldade? A senhora tem filhos?
Rachel Abdalla: Muitas famílias deixam de ir à Missa porque as crianças não param quietas, incomodam a comunidade, atrapalham a concentração dos fiéis e, com isso, os pais sentem-se constrangidos de levá-las consigo para a Igreja. E, por não terem com quem deixá-las, acabam não participando, também, deste compromisso cristão, deste encontro dos filhos com o Pai.
Foi por sentir isso dentro de nossas famílias que desejamos, inspiradas pelo Espírito Santo, acolher os pequeninos durante as Missas, nos finais de semana, com o propósito de evangelizá-los com o mesmo Evangelho do Domingo, num espaço adequado e especialmente preparado para eles, enquanto seus pais participam da Celebração da Eucaristia.
Eu tenho duas filhas que hoje já são adultas (23 e 19 anos) e elas participaram do projeto desde bem pequeninas, quando iniciamos os encontros em 1997.
ZENIT: Desde 1997 que o projeto está funcionando. Como foi a acolhida entre os bispos, sacerdotes, e agentes de pastoral? O projeto tem o apoio de algum bispo do Brasil?
Rachel Abdalla: O Concílio Vaticano II, através da Constituição Lumem Gentium (1964) define a Igreja como Povo de Deus, e incentiva e apoia os leigos a trabalharem com todo vigor para Cristo. Porém, com toda razão, a Igreja ainda permanece muito zelosa e cautelosa para dar o seu apoio incondicional a uma obra evangelizadora, principalmente àquelas que nascem a partir de leigos. É preciso, antes, que esta obra se consolide, cresça e mostre seus frutos para que seja reconhecida. Mas, nada disso impediu que esta obra de Deus crescesse e avançasse por caminhos tão diversos! E nós não temos noção do tamanho dela, porque somos apenas instrumentos capacitados pelo Pai que tudo vê e tudo sabe.
O trabalho de evangelização com os pequeninos iniciou em 1997, e somente 13 anos depois, em 2010, foi possível o reconhecimento oficial através de um 'Ad Experimentum' por 5 anos, pela Arquidiocese de Campinas.
Por ocasião do ano 2000, o nosso então Arcebispo, Dom Gilberto Pereira Lopes, aprovou, apoiou de imediato, nos incentivou e abriu as portas da Cúria para a divulgação entre o Clero. E, a partir daí, nós semeamos a ideia dentro da nossa Arquidiocese e, no tempo de Deus, o projeto foi sendo implantado e desejado por outras Paróquias.
Quando Dom Bruno Gamberini, in memoriam (+2011), assumiu a nossa Arquidiocese em 2005, ele também nos apoiou, orientou e encaminhou para a apresentação do projeto em outras Dioceses circunvizinhas, o que permitiu também a amplitude da divulgação, além de apoiar a fundação da 'Associação de Fiéis Leigos', denominada 'Pequeninos do Senhor', em 2010.
Em abril deste ano de 2012, Dom Airton José dos Santos assumiu a Arquidiocese e, recentemente, apresentamos a Associação Pequeninos do Senhor a ele que nos acolheu com muito estímulo, focando a obra como uma importante etapa inicial da catequese catecumenal.
O 'Pequeninos do Senhor' é uma obra Diocesana, oficialmente reconhecida pela Arquidiocese de Campinas e atualmente, o nosso pastor é Dom Airton José dos Santos; e o nosso Diretor Espiritual é o Mons. João Luiz Fávero, Vigário Geral da Arquidiocese de Campinas. Nosso próximo passo, dentro da Igreja, nos próximos 3 anos, será encaminhá-la para a aprovação Apostólica, em Roma.
ZENIT:A Associaçãovive do quê? Recebe doações? Como fazer para ajudar?
Rachel Abdalla: A Associação não tem fins lucrativos, promove eventos para o seu sustento próprio, não depende de nenhum órgão civil ou particular, e nem da Igreja de Campinas para a sua subsistência. Aceita doações particulares, somente. Optou-se por isto a exemplo de São Paulo: "Ainda vos lembrais, meus irmãos, dos nossos trabalhos e fadigas. Trabalhamos de noite e de dia, para não sermos pesados a nenhum de vós. Foi assim que pregamos o evangelho de Deus." (1Tess 2,9)
A Associação tem uma estrutura pequena e poucas despesas. Pelo menos, por enquanto, o que precisamos é apenas da divulgação da obra para que possamos evangelizar os preferidos de Jesus: as criancinhas. E, principalmente, de orações para que a obra não pereça por falta de operários.
"O Senhor completará o que em meu auxílio começou. Senhor, eterna é a vossa bondade: não abandoneis a obra de vossas mãos." Sl 137
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Comunidade Emanuel celebrou 40 anos da fundação
Entrevista com casal que trouxe comunidade ao Brasil
Por Maria Martha*
BRASILIA, terça-feira, 21 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - A Comunidade Emanuel celebrou entre março de 2011 e agosto de 2012 um ano de Jubileu durante o qual comemorou os 40 anos de sua fundação, os 20 anos da morte do fundador, Pierre Goursat, cuja causa de beatificação iniciou-se em 2011, os 30 anos da FIDESCO (Fé e Cooperação), uma organização da Comunidade Emanuel dedicada a enviar missionários leigos para se dedicarem a projetos sociais de comunidades carentes de maneira integrada a difusão da Fé, os 20 anos do reconhecimento da Comunidade pela Santa Sé como associação de fiéis e 30 anos das primeiras consagrações no celibato no seio da Comunidade Emanuel.
No Brasil a Comunidade possui uma presença marcante em três grandes polos, São Paulo, Salvador e Porto Alegre. Para seus membros, ser Emanuel é estar no mundo sem ser do mundo. Isso significa que em sua vida cotidiana na paróquia, no trabalho e na família procuram ser sinal da presença de Deus.
Buscam sua força em Deus, principalmente na Adoração Eucarística que os permite experimentar o amor de Deus, este amor os impulsiona para amar as pessoas, principalmente as que mais sofrem, é o que chamam de Compaixão. A compaixão os ajuda descobrir a urgência da Evangelização, pois o amor de Deus os permite ver que não há pobreza maior do que ignorar a Cristo e seu amor por cada ser humano. Apoiados sobre este tripé procuram, portanto, fazer de suas vidas um constante testemunho de Cristo individualmente e segundo a competência de cada um e também em comunidade conforme as necessidades da Igreja onde estão inseridos.
Maiores informações nos sites: www.emmanuel.info (em Francês ou em Inglês) ou www.emanuelnobrasil.com.br
Publicamos a seguir entrevista, realizada para ZENIT, ao casal que há mais tempo é membro da comunidade Emanuel, José Mario e Suzana Brasiliense Carneiro, casados há 15 anos. José Mario, ainda solteiro conheceu a Comunidade Emanuel na Áustria e a trouxe para o Brasil, sendo responsável pelo início do polo Paulista da Comunidade Emanuel. Ambos estiveram presentes no Retiro Internacional da Comunidade que aconteceu em Paray Le Monial entre 11 e 15 de agosto de 2012 e solenemente encerrou o ano jubilar.
***
A comunidade Emanuel acaba de comemorar o seu Jubileu nesse ano de 2012. Quando e como foi a fundação dela?
A Comunidade Emanuel foi fundada em 1972 em Paris, França, por Martine Catta (Estudante de Medicina) e Pierre Goursat (Crítico de Cinema, 57 anos) depois que ambos fizeram a experiência da Efusão do Espírito Santo no contexto da Renovação Carismática Católica. Para ambos esta experiência foi uma resposta de Deus a seu povo que vivia um período de frieza espiritual. De fato a Comunidade Emanuel, hoje com cerca de 9000 (nove mil) membros, é uma das grandes responsáveis pelo crescimento da Igreja na França.
O Jubileu foi comemorado de março de 2011 até junho de 2012. O encerramento aconteceu com um grande encontro internacional de 11 a 15 de Agosto. Quais são os países em que há uma presença da comunidade?
A maior parte da Comunidade se encontra na Europa (França, Bélgica, Holanda, Portugal, Alemanha, Romênia, Polônia, Eslovênia...), mas está presente também na África (Ruanda, Camarões, Angola, Cabo Verde e Costa do Marfim), na Ásia (China, Japão, Índia, Filipinas, Vietnam), América (Brasil, Canadá, EUA, Colômbia, Peru, Nicarágua, Haiti, Chile...) e Oceania (Indonésia e Austrália).
O Jubileu celebrou não só os 40 anos da Comunidade Emanuel, como também 20 anos da morte de Pierre Goursat cuja causa de beatificação iniciou-se em 2011. Celebra-se também os 30 anos da FIDESCO (Fé e Cooperação), uma organização da Comunidade dedicada à cooperação social integrada à difusão da Fé, os 20 anos do primeiro reconhecimento da Santa Sé da comunidade como Associação de Fiéis e ainda os 30 anos das primeiras consagrações no celibato.
As celebrações se iniciaram em 2011 e estão sendo concluídas com este Encontro Internacional em Paray Le Monial (próximo a Lyon, na França) que conta com cerca de 4.000 (quatro mil) participantes de mais de 60 países onde a Comunidade se faz presente.
E por que a escolha da França para ser sede do Encontro Mundial?
O Encontro está ocorrendo em Paray Le Monial, sede espiritual da Comunidade Emanuel. Neste santuário, há cerca de 300 anos, ocorreram as aparições de Jesus revelando seu Sagrado Coração à Santa Maria Margarida La Coque.
O Santuário de Paray foi confiado à Comunidade Emanuel que lá promove encontros abertos durante o verão, acolhendo cerca de 300.000 (trezentos mil) peregrinos por ano, onde em família ou A sós pode-se fazer a experiência com Jesus Cristo misericordioso.
Durante os encontros de verão e no Encontro Internacional o Santíssimo Sacramento fica exposto na Capela da Visitação, onde Santa Margarida teve as visões e em outros locais acessíveis aos participantes. Podemos lembrar que Cristo disse à Santa Margarida em Paray que “se você crer, você verá o poder do meu Coração”. Em Paray nos deixamos penetrar pelo amor de Cristo cujo Coração arde de Amor pelos homens.
Ao concluir o Encontro internacional, o moderador da Comunidade Emanuel, Laurent Landete, disse que não estamos diante de uma porta que se fecha, mas sim diante de uma porta que se abre ao Ano da Fé, proposto por Bento XVI.
Desta forma convidou os participantes e todos os membros da Comunidade a um novo estilo de vida fundado na oração, na vida fraterna e na evangelização. Pediu a todos o compromisso de nos sustentarmos uns aos outros na nossa necessidade vital de nos ligarmos a Cristo, Emanuel, Deus conosco. Trata-se de uma necessidade vital para a missão da Igreja. Afirmou, citando Jean Vanier, que “sem uma experiência de vida comunitária não conseguimos viver”. É necessário que sejamos ardorosos homens e mulheres de fé.
Por fim disse que “a diversidade de nossas culturas e de nossos povos nos apontam para o rosto de Deus que transparece na nossa humanidade”. Pediu-nos que tenhamos um coração renovado na graça do testemunho que toca os corações das pessoas. É preciso estarmos sempre prontos para testemunhar o amor de Cristo. Ele aparece na comunhão dos estados de vida presentes na Comunidade: leigos, leigos consagrados, casais e sacerdotes.
Qual foi a temática desse encontro?
O encontro internacional abordou os principais pontos do carisma da Comunidade Emanuel para que cada membro pudesse renovar-se na graça fundadora da comunidade.
O Programa foi organizado em conferências e work-shops sob a responsabilidade de membros da Comunidade de vários países e convidados, dentre eles, alguns bispos que acompanham a Comunidade, por exemplo, o Cardeal Marc Ouellet, que foi Bispo de Quebec, e atualmente é Prefeito da Congregação dos Bispos em Roma.
Dentre os grandes temas podemos destacar:
O Jubileu da Comunidade Emanuel: o Coração de Jesus nos acolhe – dado por Steave e Anne Laurence, responsáveis pela Comunidade na AustraliaO que a Igreja espera de nós - dado pelo Cardeal Jean-Pierre Ricard, Presidente da Conferência Episcopal da FrançaPobreza e Humildade: chaves da evangelização – dado pelo Padre Rafael Fornasier, membro da Comunidade Emanuel e assessor da CNBB
Qual é a contribuição que a comunidade Emanuel dará para o Ano da Fé?
O Ano da Fé foi lembrado pelo moderador da Comunidade Emanuel, Laurent Landete. Ele convocou a todos os seus membros a viverem as graças da comunidade com fidelidade para que alimentados e renovados pelo Emanuel cada um individualmente e em comunidade possa continuar a atender as demandas da Igreja, conforme as solicitações dos seus bispos.
Neste contexto todos os membros da Comunidade são convidados a: 1) recordar a fundação da comunidade; 2) celebrar com alegria o que vivemos atualmente e 3) olhar com esperança para este Ano da Fé e décadas futuras. Como já dissemos, a conclusão deste Ano Jubilar é na verdade um novo começo para Comunidade. Com o Encontro esperamos estar ainda mais abertos à vontade do Sagrado Coração de Jesus. Esta experiência do Coração de Jesus nos revigora para a missão evangélica. Experimentamos mais profundamente a adoração, a misericórdia do Sagrado Coração em relação aos nossos pecados e o amor fraterno fundado em Cristo.
Como definir o carisma da Comunidade? Qual é o ponto principal desse carisma?
As três Graças fundantes da Comunidade Emanuel são: 1. Adoração ao Santíssimo Sacramento; 2. Compaixão; 3. Evangelização.
Todos os membros da Comunidade são convidados a viver estas três dimensões da vida de Fé independentemente de seu estado de vida.
Como disse o Cardeal Jean-Pierre Ricard, Presidente da Conferência Episcopal da França: “A Adoração tem um lugar central no Carisma da Comunidade Emanuel. Da Adoração nasce a Compaixão por todos os homens. Ela nos convida a servir fazendo o dom de nós mesmos a Deus e aos outros. Nós somos os servidores, mas é o Senhor que constrói a casa.”
Maria Martha Novaes dos Santos é paulistana e membro da comunidade Emanuel desde 1996, consagrada à Deus no celibato mora há 4 anos Paróquia Nossa Senhora dos Alagados, em Salvador – Ba. Esta paróquia, confiada aos padres da Comunidade Emanuel, foi fundada e abençoada em 1980 pelo Papa João Paulo II. Profissionalmente atua como Pedagoga, mas é também formada em Jornalismo.
(Edição Thácio Siqueira)
Brasil
Círio de Nazaré 2012
Arquidiocese de Belém abre oficialmente o Círio 2012
Por Alan de Jesus
BELÉM DO PARÁ, quinta-feira, 23 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - Uma das maiores manifestações católica do mundo, o Círio de Nazaré, começa suas atividades religiosas oficialmente hoje, 23. A Missa do Mandato (como é conhecida a celebração eucarística de envio dos missionários da Festa Mariana) será presidida pelo Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Belém, Dom Teodoro Mendes, às 20 horas, na Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém (PA). O momento inicia às peregrinações das imagens de Nossa Senhora de Nazaré nos lares católicos paraenses. A tradição tem como um dos objetivos, melhorar a preparação espiritual dos devotos para o Círio.
As imagens de Nossa Senhora que percorrerão os bairros paraenses serão abençoadas durante a missa. Segundo o Diretor de Evangelização da Festa de Nazaré, Carlos Sérgio Fernandes, o momento representa o envio solene dos dirigentes à missão de peregrinar e pregar a Palavra do Senhor. “Cada representante sai da celebração com um ardor missionário que é de extrema importância para a função evangelizadora a qual cada um é designado. É um incentivo do crescimento da fé no verdadeiro sentido da Festa do Círio”, avalia o Diretor.
A diretoria do Círio de Nazaré estima que este ano cerca de três mil fiéis, representando às 73 paróquias pertencentes à Arquidiocese de Belém, participem do evento. De acordo com pesquisa realizada pela Diretoria da Festa de Nazaré em conjunto com o Departamento de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos do Pará (Dieese/PA), serão confeccionadas 5,5 mil imagens da Virgem de Nazaré, que serão entregues junto com os Livros das Peregrinações e Cartazes do Círio 2012. Os itens farão parte dos kits de evangelização que serão utilizados nas romarias nos lares dos católicos.
Segundo a estimativa da Diretoria da Festa e do Dieese, a imagem da representação da Mãe de Jesus deve visitar cerca de 110 mil lares paraenses, até o Círio (celebrado no segundo domingo de outubro). Segundo o departamento, cada imagem visita em torno de 20 residências, o que gera uma participação estimada em cerca de 1,7 milhões de fiéis.
Mundo
Caso Ramsha: Paquistão tem a chance de mostrar sua humanidade
Prisão de menina de onze anos com síndrome de Down viola Convenção sobre os Direitos da Criança
Valentina Colombo
ROMA, sexta-feira, 24 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - Que os cristãos são perseguidos no Paquistão é fato mais que conhecido. Também é mais do que sabido que, no Paquistão, os cristãos e os muçulmanos liberais são frequentemente acusados de blasfêmia, presos e punidos. Mas ninguém parece se importar. Até acontecem alguns apelos de quando em quando, mas as instituições internacionais permanecem no geral em silêncio. Ficarão mudas também neste caso?
A pequena Ramsha, de 11 anos, menina cristã com síndrome de Down, foi acusada de blasfêmia por ter queimado algumas páginas de um livreto de lições da língua árabe, no qual havia versículos do alcorão.
A lei da blasfêmia no Paquistão, uma das mais rígidas do mundo islâmico, é regularmente utilizada para atacar as minorias do país, em especial os cristãos e os ahmadiyya. O capítulo XV do código penal paquistanês fala claro sobre as "Infrações relativas à Religião". O crime de blasfêmia pode ser imputado a qualquer um que “deturpar um local de culto com a intenção de insultar qualquer religião”; a qualquer um que “realizar atos criminosos deliberados destinados a ultrajar os sentimentos religiosos, insultando uma religião ou credo religioso”; a qualquer um que “deprezar o santo alcorão”; a qualquer um que “usar deliberadamente de palavras para ferir os sentimentos religiosos”; a qualquer um que “fizer comentários vilipendiosos contra personagens sacros", e assim por diante.
É evidente que a história de Ramsha é um caso-limite, definível como um absurdo "excesso de zelo". Ramsha é uma criança, mais frágil e mais sensível do que outras, e, em particular, pertence a uma minoria incômoda. Em qualquer caso seria inconcebível tal determinação e brutalidade contra ela.
É verdade que o presidente Asif Ali Zardari pediu um inquérito sobre este fato lamentável, mas as palavras não são suficientes. Esperam-se atos concretos, não só de parte do presidente, mas de toda a sociedade civil do Paquistão.
Desde 2009, existe no país a Pakistan Down Syndrome Association, cujo objetivo principal é "aumentar a conscientização sobre os direitos de crianças paquistanesas que sofrem da síndrome de Down". O Paquistão tem "centenas de crianças com síndrome de Down que não são visíveis e que estão escondidas dentro das casas".
Em novembro de 2011, o Egito também foi palco da experiência da Escola de Educação Especial para o Avanço, iniciativa de Nancy Maghrabi voltada não só às crianças com síndrome de Down, mas também às autistas.
Há esperanças de que estas associações se mobilizem para salvar uma criatura cuja “culpa” é a de ter rasgado um livro do qual talvez nem sequer soubesse o conteúdo.
O contexto paquistanês, de todos modos, é muito mais complexo.
Em 2 de março de 2011, Shahbaz Bhatti, então ministro das Minorias, foi assassinado por ter prometido uma reforma na lei da blasfêmia. O governo paquistanês, como já dito, precisa demonstrar que quer mudar de rumo. Infelizmente, o Paquistão é um dos países da Organização para a Cooperação Islâmica que, por um lado, é favorável à introdução de leis anti-blasfêmia e, por outro, abriga escolas corânicas geridas pelo extremismo islâmico mais radical, nas quais as novas gerações são “educadas” para a intolerância religiosa e social.
Seria suficiente respeitar o artigo 2º da Convenção sobre os Direitos da Criança, que afirma: "Os Estados devem respeitar os direitos previstos na presente convenção e garanti-los a toda criança, dentro da sua jurisdição, sem discriminação de qualquer natureza e independentemente de qualquer consideração de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou outra, da criança e dos seus progenitores ou representantes legais, seja qual for a sua origem nacional, étnica ou social, a sua situação financeira, a sua incapacidade, o seu nascimento e qualquer outra condição”.
A sociedade civil deve pressionar o Paquistão a assinar este compromisso.
Só quando o país reconhecer igual dignidade e liberdade para os seus cidadãos, independentemente de credo religioso e de gênero, só então uma menina como Ramsha poderá desfrutar de uma vida pacífica na própria terra e continuar abrindo aquele sorriso doce, cativante e gratuito, que só uma criança com síndrome de Down é capaz de oferecer a todos, sem exclusões de nenhum tipo.
[Trad.ZENIT]
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Estados Unidos: Líderes Católicos hispânicos oferecem uma orientação para votar
Avaliam os candidatos presidenciais segundo a Doutrina Social da Igreja
SAN ANTONIO, quinta-feira, 23 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - Uma aliança de líderes católicos hispânico nos EUA publicou nesta segunda-feira um guia para as eleições de 2012, comparando as posições dos candidatos presidenciais com relação à Doutrina Social da Igreja.
O documento da Aliança de Líderes Católicos hispânicos (CHLA) considera 23 questões específicas, com foco nas prioridades da Conferência Episcopal dos EUA. Reforma nas políticas de imigração, “matrimônio” de pessoas do mesmo sexo e as políticas sanitárias são os três temas da lista.
"As opiniões dos candidatos e dos meios relacionados com estes temas podem ser debatidas, mas a Doutrina Social Católica é clara – afirmou o presidente da CHLA Robert Aguirre. Convidamos os católicos dos EUA a refletirem sobre este documento e a usá-lo como uma ajuda para as decisões antes da votação de novembro”.
Embora produzido pela CHLA, o documento em Inglês está destinado a qualquer eleitor católico.
Os eleitores hispânicos apoiaram com força a Barack Obama na última eleição. Em 2010, os hispânicos já eram mais de 15% da população dos EUA.
A posição dos candidatos com relação a cada um dos tópicos listados está num formato de muito fácil leitura.
O guia é baseado em grande parte no documento dos bispos dos EUA: Forming Consciences for Faithful Citizenship: A Call to Political Responsability (Formação da consciência para a Cidadania Fiel: um chamado à responsabilidade política)
Você pode obter o guia on-line: http://www.catholichispanic.org/pdf/Catholic-Voter 's% 20Guide-2012.pdf
Trad.TS
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A idéia de pena no século XXI
Meeting de Rimini: Dr Tomaz de Aquino Resende apresenta a APAC, modelo brasileiro na recuperação de condenados
Por Maria Emília Marega
RIMINI, quarta-feira, 22 agosto de 2012(ZENIT.org) – A situação das prisões e dos detentos foi o assunto do encontro - Qual a idéia de pena no século XXI – durante o Meeting de Rimini, organizado pelo Movimento Comunhão e Libertação. O encontro contou com a presença do Procurador de Justiça do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, Tomaz de Aquino Resende.
Tomaz de Aquino apresentou o serviço da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC), referência internacional na recuperação e ressocialização de condenados. O objetivo da APAC é promover a humanização das prisões, sem perder de vista a finalidade punitiva da pena. Seu propósito é evitar a reincidência no crime e oferecer alternativas para o condenado se recuperar.
O Procurador falou da “intersetorialidade” - governo, mercado e organizações sem fins lucrativos, ou voluntários - e explicou que o elemento principal é o ponto de convergência entre eles. “É preciso que o Estado estabeleça a regra; que o marcado financie e que as organizações sem fins lucrativos façam o que tem competência para fazer, sem entrar no âmbito de governo. Enfim, nosso conceito para “intersetorialidade” é de alinhar esses pontos de convergência”.
O sistema APAC não conta com agentes carcerários e nem empregados públicos, são, em sua maioria, voluntários da Pastoral Penitenciária e até mesmo o próprio detento a prestar serviço, tornado-se co-responsável na recuperação. Este oferece um sistema de recuperação onde o detento estuda e trabalha, e demonstra que “a pena redime quando o homem é tratado como um ser humano”, afirmou Dr Tomaz. A reincidência neste sistema é de apenas 10%.
Em diversos documentos do governo sobre a implementação do Sistema destaca-se a importância da experiência com Deus no processo. No Boletim n° 53 do Ministério Público do Estado do Paraná - CAOP Criminais do Júri e de Execuções Penais lê-se:
O método APAC se inspira no princípio da dignidade da pessoa humana e na convicção de que ninguém é irrecuperável, pois todo homem é maior que a sua culpa. Alguns dos seus elementos informadores são: a participação da comunidade, sobretudo pelo voluntariado; a solidariedade entre os recuperandos; o trabalho como possibilidade terapêutica e profissionalizante; a religião como fator de conscientização do recuperando como ser humano, como ser espiritual e como ser social; a assistência social, educacional, psicológica, médica e odontológica como apoio à sua integridade física e psicológica; a família do recuperando, como um vínculo afetivo fundamental e como parceira para sua reintegração à sociedade; e o mérito, como uma avaliação constante que comprova a sua recuperação já no período prisional.
A idéia de pena no século XXI “é dar sentido à pena, inícia com um encontro, um impacto com a realidade, com alguém que leve o encarcerado a reencontrar-se – afirmou Nicola Boscoletto - presidente da Cooperativa Rebus, em Pádova, Itália.
Na experiência da cooperativa na prisão de Pádova, com detentos que cumprem longas penas por reatos gravíssimos, oferecendo serviço de escuta, diálogo, formação e trabalho, o percentual de reincidência é muito baixo, apenas 1%. Ao contrário, no sistema tradicional o percentual é de 90%.
O encontro destacou que não será o estado a mudar o detento. “Todos juntos podemos ajudar a criar uma sociedade melhor”, afirmou Boscoletto.
Participaram do Encontro Giovanni Maria Pavarin, Presidente do Tribunal de Vigilância de Veneza e Luciano Violante, Presidente do Fórum Reforma do Estado do Partido Democrático.
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Cardeal Erdő: satisfação com acordo entre a Igreja católica polonesa e a ortodoxa russa
Presidente do episcopado europeu aplaude reconciliação entre as igrejas eslavas
ST. GALLEN, quarta-feira, 22 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - O presidente do Conselho das Conferências Episcopais de Europa (CCEE), cardeal Péter Erdő, arcebispo de Esztergom-Budapeste, enviou neste sábado uma carta ao presidente da Conferência Episcopal Polonesa, dom Jozef Michalik, e ao patriarca Kirill, de Moscou, que assinaram uma mensagem conjunta das duas igrejas, para testemunhar a sua alegria por este histórico ato de reconciliação.
“Agradecemos a Deus por esta declaração exemplar”, escreve o purpurado, “e esperamos que ela possa ser de ajuda para toda a Europa na promoção dos verdadeiros valores humanos e cristãos”.
“Em um momento de grande confusão espiritual e social em todo o nosso continente,”, prossegue Erdő, “a sua declaração nos dá esperança, porque testemunha que Jesus Cristo é de verdade a nossa paz e a nossa reconciliação”.
Consciente das atuais dificuldades que a Europa atravessa, o cardeal Erdő também se associou às preocupações que a mensagem manifesta a respeito do continente, incentivando “o chamamento aos responsáveis políticos e às pessoas de cultura para sustentar esta iniciativa”.
Por último, o cardeal reconhece o valor simbólico e exemplar da declaração conjunta, e augura que “esta declaração seja um primeiro passo em um novo caminho nas relações entre a Polônia e a Rússia. Esperemos que ela possa ser um exemplo para todos aqueles que ainda não tiveram a coragem de se deixar guiar pela sabedoria e pela bondade de Deus, que sempre conduz ao perdão e à reconciliação”.
(Trad.:ZENIT)
Espiritualidade
O ano da fé
Catequese de Dom Osvino, Arcebispo do Ordinariado Militar do Brasil.
BRASILIA, segunda-feira, 20 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - Vamos iniciar a nossa conversa ouvindo o saudoso Papa, hoje Beato, João Paulo II: “Tem-se instalado em muitos um sentimento religioso vago e pouco comprometido com a vida... levam uma vida como se Deus não existisse” (23.11.95 no Congresso Nacional da Igreja Italiana).
Vamos ouvir também nosso Papa atual Bento XVI que, em maio de 2010, em Lisboa, comentou: “Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as conseqüências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando-se como um pressuposto óbvio da vida diária. Ora, tal pressuposto não só deixou de existir, mas, frequentemente, acaba até negado. Enquanto, no passado, era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes setores da sociedade devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas”.
No início deste ano, o Papa disse que “em grandes regiões do mundo a fé corre o risco de se apagar como uma chama que já não encontra alimento. Estamos enfrentando uma profunda crise de fé, uma perda do sentido religioso, que é o maior desafio para a Igreja hoje”.
Constata-se uma lassidão, um afrouxamento na fé, um cansaço da fé...
À luz disto Bento XVI anuncia o Ano da fé (de 11/10/2012 a 30/11/2013) com o objetivo de tirar o cansaço da fé e tornar Deus presente neste mundo.
A fé é o elemento central no cristianismo. O que é ter fé num mundo que não pergunta mais sobre a verdade das coisas, mas pergunta sobre a utilidade das coisas. Este mundo sem Deus quer viver dos fatos concretos, visíveis, da competência e da eficiência pessoal... eu resolvo, eu decido....
A pessoa de fé, no entanto, confia naquilo que não é feito por ela, que não é visível, confia naquilo que é dado por um Outro. A fé dá um sentido profundo à existência e este sentido não pode ser construído ou comprado pelo homem, mas é recebido (dom). Na fé eu recebo o que não pensei e, por isso, tenho a necessidade de ouvir, ouvir o que Deus revela, ouvir a Palavra de Deus. “Escuta, Israel, o Senhor é o teu Deus, Ele é o único Deus” (canto litúrgico).
A fé é iniciativa de Deus. É Ele quem, por primeiro, nos ama e nos busca. Nós O encontramos definitivamente na sua Palavra. A fé é, portanto, um dom de Deus que nos é dado como proposta na sua Palavra. A fé acontece quando (e apenas quando) respondo à proposta de Deus. A fé tem dois aspectos interligados: a confiança pessoal em Deus e a aceitação (obediência) ao que Ele revela. “A fé é a atitude de quem está plantado no chão sólido da Palavra de Deus” (Bento XVI, 2005).
A Palavra de Deus tomou forma humana, fez-se carne em Jesus. Nele Deus se manifestou humanamente. Muitas vezes e de muitos modos, Deus falou aos nossos pais. Nestes últimos dias, diz a carta aos Hebreus (1, 1-3a), falou-nos por meio do seu Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas (e pelo qual também criou o universo. Ele é o resplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser). Por isto nós cremos num Outro, num Tu, numa pessoa. O centro da nossa fé é Jesus, autor e consumador da fé (Hb 12,2). A fé cristã distingue-se da opinião, da crença, da ideologia e também da religião. Ela tem a ver com a Verdade e o Amor. O essencial na fé consiste na resposta confiante e no abandono a Deus que veio até nós em Jesus Cristo. Creio em Deus que se manifesta em Jesus Cristo.
A fé consiste em seguir o que Jesus revela e no entregar-se livre e totalmente a Deus oferecendo-se a Ele que se revela, com a submissão plena da inteligência e da vontade dando voluntariamente assentimento à revelação que Deus nos fez (Dei Verbum, 5).
A fé cristã é uma atitude pessoal e livre, uma entrega amorosa e confiante a Deus, a partir da revelação que é transmitida viva e humanamente por Jesus Cristo, Deus presente. “Este é o meu Filho amado. Escutai-O” (Mc, 9,7).
O Papa nos convoca para propormos a nossa fé à crise, ao cansaço da fé em nosso meio. Por isto, Bento XVI propõe o Ano da fé (de 11/10/12 a 30/11/13):
1º Para retomar a exata consciência da fé,
2º Para reavivar, purificar, confirmar e professar a fé (Paulo VI – 1967).
3º Para confirmar os conteúdos essenciais da fé para que sejam compreendidos e aprofundados de maneira sempre nova para se dar testemunho coerente deles em condições novas e diversas do passado (Porta Fidei, 5).
Por isso, o Ano da Fé será um momento de graça e de compromisso para uma conversão a Deus, para fortalecer a nossa fé Nele e para anunciá-Lo com alegria ao homem do nosso tempo, àqueles que estão perto de nós, nossos familiares, nossos colegas....
Diante da profunda crise de fé, diante de uma perda do sentido religioso que constitui o maior desafio para a Igreja de hoje, a renovação da fé deve ser a prioridade no compromisso de toda a Igreja nos nossos dias. ”Desejo que o Ano da fé possa contribuir, com a colaboração cordial de todos os componentes do Povo de Deus, para tornar Deus novamente presente neste mundo e para abrir os homens ao acesso da fé, ao confiar-se àquele Deus que nos amou até o fim (Jo 13,1), em Jesus Cristo crucificado e ressuscitado”. (Bento XVI, no lançamento do Ano da Fé – Porta Fidei). E o Papa continua conclamando:
Mostremos a todos a força e a beleza da féSeja um tempo de reflexão e de redescoberta da fé na família e na ComunidadeSó acreditando é que a fé cresce e se revigora. Ela torna-nos fecundos porque alarga o coração com a esperança e nos leva à prática da caridade.Celebrar a fé confessando-a solenemente em variadas formas e lugares (na família, na escola, no grupo, na Comunidade)Descobrir novamente os conteúdos da fé.... refletir sobre o próprio ato com que se crê e professá-los pessoal e comunitariamente. Até solenizá-los. Rezar o Creio em família todos os diasou pelo menos aos domingos durante o Ano da fé (de 11 de outubro 2012 a 30 de novembro de 2013).
Onde encontrar a doutrina da fé?
Na 1ª parte do Catecismo da Igreja Católica (livrarias católicas)No compêndio do Catecismo da Igreja Católica (livrarias católicas)No Youcat – Catecismo da Igreja Católica para a juventude (editora Paulus).
Com São Paulo podemos dizer a todos: Neste Ano da Fé cada um “busque a fé” (2 Tim 2,22). Ela obriga a tornar-se testemunha da presença do Ressuscitado.
O Ano da Fé será um tempo de graça!
† Dom Osvino José Both
Arcebispo do Ordinariado Militar do Brasil
Angelus
A falsidade é a marca do diabo
Angelus de Bento XVI em Castel Gandolfo
CASTEL GANDOLFO, domingo, 26 de agosto de 2012(ZENIT.org) - Apresentamos as palavras de Bento XVI aos fiéis e peregrinos reunidos diante de sua residência de férias a Castel Gandolfo para a tradicional oração do Angelus.
Nos domingos anteriores meditamos o discurso sobre o "pão da vida" que Jesus pronunciou na sinagoga de Cafarnaum, depois de alimentar milhares de pessoas com cinco pães e dois peixes. Hoje, o Evangelho apresenta a reação dos discípulos àquele discurso, uma reação que foi o próprio Cristo, consciente, a provocar. Antes de tudo, o evangelista João - que esteve presente, juntamente com os outros Apóstolos - diz que "A partir daquele momento, muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele." (João 6, 66). Por quê? Porque não acreditaram nas palavras de Jesus, quando disse: Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. (cf. João 6,51-54); palavras realmente difíceis de aceitar neste momento, de compreender. Essa revelação - como disse - continuava incompreensível para eles, porque a entenderam no sentido material, enquanto essas palavras preanunciavam o mistério pascal de Jesus,em que Eledaria a si mesmo pela salvação do mundo: a nova presença na Santa Eucaristia.
Vendo que muitos dos seus discípulos se retiravam, Jesus disse aos Apóstolos: "Também vós quereis ir embora?" (João 6, 67). Como em outros casos, é Pedro, quem responde em nome dos Doze: "Senhor, a quem iríamos nós? - Também nós podemos refletir: a quem iremos? – Tu tens as palavras da vida eterna. E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus "(João 6, 68-69). Sobre esta passagem, temos um belo comentário de Santo Agostinho, que diz, em seu sermão sobre João 6: "Vejam como Pedro, pela graça de Deus, a inspiração do Espírito Santo, compreende? Por que compreendeu? Porque acreditou. Tu tens palavras de vida eterna. Tu nos dás a vida eterna, oferecendo o teu corpo [ressuscitado] e o teu sangue [Tu mesmo]. E nós acreditamos e conhecemos. Não diz: conhecemos e depois acreditamos, mas acreditamos e depois conhecemos. Acreditamos para poder conhecer, se com efeito, quiséssemos conhecer antes de acreditar, não seríamos capazes nem de conhecer e nem acreditar. O que acreditamos e o que conhecemos? Que Tu és Cristo Filho de Deus, isto é que Tu és a vida eterna e através da tua carne e do teu sangue nos dás aquilo que tu próprio és."(Comentário ao Evangelho de João, 27, 9). Assim disse Santo Agostinho, em um sermão para seus fiéis.
Enfim, Jesus sabia que, entre os doze Apóstolos havia um que não acreditava: Judas. Ele poderia ter ido embora, como fizeram os outros discípulos, ou melhor, deveria ter ido embora, se tivesse sido honesto. Ao invés, ele permaneceu com Jesus. Permaneceu não por causa da fé, nem por amor, mas com a intenção secreta de se vingar do Mestre. Por quê? Porque Judas se sentia traído por Jesus, e decidiu que, por sua vez, iria traí-lo. Judas era um zelota, e queria um Messias vencedor, para guiar uma revolta contra os romanos. Jesus tinha decepcionado essas expectativas. O problema é que Judas não foi embora, e a sua culpa mais grave foi a falsidade, que é a marca do diabo. É por isso que Jesus disse aos Doze: "Um de vós é um diabo" (João 6,70). Oremos à Virgem Maria, para que nos ajude a crer em Jesus, como São Pedro, e a serrmos sempre sinceros com Ele e com todos.
(Trad.:MEM)
Audiência de quarta-feira
"Maria é Rainha porque está associada de modo único ao seu Filho"
Catequese do Santo Padre durante a Audiência Geral desta manhã
CASTEL GANDOLFO, quarta-feira, 22 de agosto de 2012 (ZENIT.org) – Retomamos a seguir o texto da catequese do Papa Bento XVI durante a Audiência Geral, que foi realizada esta manhã, em Castel Gandolfo.
***
Queridos irmãos e irmãs,
Hoje é a memória litúrgica da Santíssima Virgem Maria invocada com o título: "Rainha". É uma festa instituída recentemente, ainda se a devoção seja de origem antiga. Foi criada pelo Venerável Pio XII, em 1954, no final do Ano Mariano, definindo a data para o 31 de maio (cf. Carta Encíclica Ad Caeli Reginam, 11 de outubro de 1954: AAS 46 [1954], 625-640). Nesta ocasião, o Papa disse que Maria é Rainha mais do que qualquer outra criatura pela elevação de sua alma e pela excelência dos dons recebidos. Ela nunca deixa de conceder todos os tesouros do seu amor e dos seus cuidados pela humanidade (cf. Discurso em honra de Maria Rainha, 1º de novembro de 1954). Agora, após a reforma do calendário litúrgico, foi colocada depois de 8 dias da solenidade da Assunçaõ para sublinhar a estreita relação entre a realeza de Maria e a sua glorificação em alma e corpo junto ao seu Filho. Na Constituição sobre a Igreja do Concílio Vaticano II lemos assim: "Maria foi assunta à glória celeste, e exaltada por Deus como Rainha do universo, para que fosse mais plenamente conformada com o seu Filho” (Lumen gentium, 59).
Esta é a raiz da festa de hoje: Maria é Rainha porque está associada de modo único com o seu Filho, seja no caminho terreno, seja na glória do Céu. O grande santo da Síria, Efrém, o Sírio, afirma, sobre a realeza de Maria, que deriva da sua maternidade: Ela é Mãe do Senhor, do Rei dos reis (cfr. Is 9, 1-6) e nos mostra Jesus como vida, salvação e nossa esperança. O Servo de Deus Paulo VI lembrava na sua Exortação Apostólica Marialis Cultus: "Na Virgem Maria tudo é relativo a Cristo e tudo depende dele: por ele Deus Pai, desde toda a eternidade, a escolheu Mãe toda santa e a adornou de dons do Espírito, concedidos a mais ninguém "(n. 25).
Mas agora nos perguntamos: o que significa dizer Maria Rainha? É só um título como outros, a coroa, um ornamento como outros? O que significa isso? O que é esta realeza? Como já indicado, é uma conseqüência do seu ser unido ao Filho, do seu ser no Céu, ou seja, em comunhão com Deus; Ela participa da responsabilidade de Deus pelo mundo e do amor de Deus pelo mundo. Há uma ideia vulgar, comum, de rei ou rainha: seria uma pessoa com poder, riqueza. Mas este não é o tipo de realeza de Jesus e Maria. Pensemos no Senhor: a realeza e o ser rei de Cristo está cheio de humildade, serviço, amor: é acima de tudo servir, ajudar, amar. Lembremos que Jesus foi proclamado rei na cruz com esta inscrição escrita por Pilatos: “Rei dos Judeus” (cf. Mc 15, 26). Naquele momento, na cruz, mostra que é rei; e como é rei? sofrendo conosco, por nós, amando até o fim, e assim governa e cria verdade, amor, justiça. Ou pensemos também em outro momento: na Última Ceia inclina-se para lavar os pés dos seus. Portanto, a realeza de Jesus não tem nada a ver com a dos poderosos da terra. É um rei que serve os seus servos; assim o fez durante toda a sua vida. E o mesmo vale para Maria: é rainha no serviço a Deus, à humanidade, é rainha do amor que vive o dom de si a Deus para entrar no desenho da salvação do homem. Respondeu ao anjo: Eis aqui a serva do Senhor (cf. Lc 1, 38), e no Magnificat canta: Deus olhou para a humildade da sua serva (cf. Lc 1,48). Nos ajuda. É Rainha amando-nos, ajudando-nos em cada uma das nossas necessidades; é a nossa irmã, serva humilde. E assim já chegamos ao ponto: como é que Maria exercita essa realeza de serviço e amor?
Cuidando de nós, seus filhos: os filhos que se dirigem a ela na oração, para agradecê-la ou para pedir a sua materna proteção e a sua ajuda celestial, depois de ter perdido o caminho, oprimidos pela dor ou pela angustia por causa das tristes e difíceis vicissitudes da vida. Na serenidade ou na escuridão da existência, nós nos voltamos para Maria confiando-nos à sua contínua intercessão, para que nos possa obter do Filho toda graça e misericórdia necessárias para a nossa peregrinação ao longo das estradas do mundo. Àquele que governa o mundo e detém os destinos do universo nos dirigimos confiados, por meio da Virgem Maria. Ela, por séculos, é invocado como celestial Rainha dos céus; oito vezes, depois da oração do Santo Terço, é implorada nas ladainhas lauretanas como Rainha dos Anjos, dos Patriarcas, dos Profetas, dos Apóstolos, dos Mártires, dos Confessores, das Virgens, de todos os Santos e das Famílias. O ritmo dessas antigas invocações, e orações cotidianas como a Salve Rainha, nos ajudam a compreender que a Virgem Santa, como Mãe nossa, junto ao Filho Jesus, na glória do Céu, está conosco sempre, no desenrolar da nossa vida diária.
O título de Rainha é, então, título de confiança, de alegria, de amor. E sabemos que aquela que tem em mãos, em parte, o destino do mundo é boa, nos ama e nos ajuda nas nossas dificuldades.
Caros amigos, a devoção à Nossa Senhora é um elemento importante da vida espiritual. Que na nossa oração não deixemos de dirigir-nos confiados a Ela. Maria não deixará de interceder por nós junto ao seu Filho. Olhando para Ela, imitemos a sua fé, a disponibilidade plena ao projeto de amor de Deus, a generosa acolhida de Jesus.
Aprendamos de Maria a viver. Maria é a Rainha do céu que está perto de Deus, mas é também a mãe que está perto de cada um de nós, que nos ama e escuta a nossa voz. Obrigado pela atenção.
[Tradução Thácio Siqueira]
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