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    sábado, 1 de setembro de 2012

    Fwd: [mdv] URGENTE 8: NOVA ESTRATÉGIA GLOBAL PARA PROMOVER O ABORTO



    Enviado via iPhone

    Início da mensagem encaminhada

    De: "MDV" <mdv@defesadavida.com.br>
    Data: 24 de agosto de 2012 12:06:48 BRT
    Para: "'Grupomdv'" <mdv@yahoogrupos.com.br>
    Assunto: [mdv] URGENTE 8: NOVA ESTRATÉGIA GLOBAL PARA PROMOVER O ABORTO
    Responder A: mdv-owner@yahoogrupos.com.br

     

    -----Mensagem original-----
    De: Alberto R. S. Monteiro [mailto:albertomonteiro@mailandweb.com.br]
    Enviada em: sexta-feira, 24 de agosto de 2012 03:15
    Para: mdv@defesadavida.com.br
    Assunto: URGENTE 8: NOVA ESTRATÉGIA GLOBAL PARA PROMOVER O ABORTO

    Sexta feira, 24 de agosto de 2012

    A TODOS OS QUE COMPREENDEM O VALOR DA
    VIDA HUMANA:

    Esta mensagem está sendo enviada pela preocupação para com a defesa
    do direito à vida no Brasil, mas ela interessa também a todos os
    latino americanos.

    O GOVERNO BRASILEIRO ESTÁ NA IMINÊNCIA
    DE INICIAR UMA NOVA POLÍTICA PARA
    PROMOVER O ABORTO NO PAÍS.

    No entanto, as novas medidas que estão sendo anunciadas são apenas o
    ponto de partida de um golpe contra a vida humana, que começou a ser
    planejado há cerca de dez anos, PARA DESENCADEAR, DE
    UM MODO FULMINANTE E SIMULTÂNEO, O
    ESTABELECIMENTO DA CULTURA DA MORTE EM
    TODA A AMÉRICA LATINA.

    ===========================================

    PARA FACILITAR A IMPRESSÃO E O ESTUDO:

    Uma cópia desta mensagem pode ser encontrada, em arquivo pdf, neste
    endereço :

    http://www.documentosepesquisas.com/urgente8.pdf

    ===========================================

    OBJETIVOS DA MENSAGEM

    ===========================================

    A implantação mundial do aborto segue uma agenda inaugurada em
    1952, quando o mega-bilionário John Rockefeller III fundou,
    em Nova York, o CONSELHO POPULACIONAL, com a
    finalidade de implementar políticas internacionais de controle de
    crescimento populacional, hoje não apenas ainda em vigor como também
    mais ativas do que naquela época.

    Mas, ao mesmo tempo, mais do que apenas o controle demográfico,
    estas políticas representam o início da instalação de uma nova
    ditadura mundial que terá como base a destruição da distinção entre
    direitos humanos e legislação positiva. Isto é o que se chama,
    comumente, de Cultura da Morte.

    Um dos princípios básicos da democracia moderna está no
    reconhecimento da diferença essencial entre os direitos humanos e a
    legislação positiva, inclusive a legislação constitucional. Uma
    vez que esta diferença seja abolida, estarão instalados os
    princípios de um estado totalitário, que não reconhece a existência
    de direitos humanos anteriores à própria constituição do Estado,
    que pode modificá-los e impô-los segundo seu próprio arbítrio. A
    democracia somente pode ser florescer onde os direitos humanos sejam
    reconhecidos como tais por si mesmos, e não como concessão do
    governo, como resultado do consenso dos legisladores, ou como fruto de
    uma decisão popular tomada em plebiscito. A implantação do aborto
    não significa apenas um avanço no controle do crescimento
    populacional, mas também o passo mais decisivo para a transformação
    gradual dos direitos humanos em legislação positiva. O efeito de uma
    legislação deste tipo, que está sendo introduzida de caso pensado,
    será que outras mais terão que ser sucessivamente criadas para
    justificar os erros das anteriores. Com isto, porém, estará
    virtualmente instalada a destruição do ideal democrático e, pelo
    caráter internacional da agenda que a impulsiona, inaugurada uma forma
    inteiramente nova de ditadura global.

    O objetivo desta mensagem é mostrar que, neste ano de 2012, a
    Cultura da Morte pretende desencadear, a nível mundial, um novo
    tipo de estratégia.

    OS AUTORES DA CULTURA DA MORTE TRAÇARAM
    SUA PRIMEIRA GRANDE ESTRATÉGIA EM
    1952, por ocasião da fundação do Conselho Populacional, em
    Nova York, por iniciativa de John Rockefeller III. A
    estratégia consistiu essencialmente na disponibilização, em escala
    mundial, dos serviços de planejamento familiar e da legalização do
    aborto.

    A SEGUNDA ESTRATÉGIA INICIOU-SE EM
    1990 quando a Fundação Ford criou, naquele ano, a política
    mundial dos direitos sexuais e reprodutivos.

    A TERCEIRA ESTRATÉGIA foi planejada, durante pelo
    menos uma década, e FOI CONCEBIDA PARA
    PRODUZIR UM RESULTADO FULMINANTE E
    SIMULTÂNEO EM TODOS OS PAÍSES QUE, não
    obstante a primeira e a segunda estratégias, atualmente
    CONTINUAM A RECUSAR-SE EM ACEITAR A
    IMPLANTAÇÃO DA CULTURA DA MORTE. A nova
    estratégia consiste essencialmente em uma falsa política de redução
    de danos e na implementação, dentro dos serviços já existentes de
    planejamento familiar, de novos serviços de aborto seguro, seguindo o
    mesmo esquema pelo qual os seus idealizadores implantaram, na última
    década do século XX, em todo o mundo, a contracepção de
    emergência.

    A descrição da origem, da evolução e do modo como se pretende
    instalar esta terceira estratégia no Brasil e na América Latina é
    o principal objeto desta mensagem.

    O governo brasileiro é, no momento, um dos principais atores desta
    infame agenda imposta desde o estrangeiro a todo o nosso continente. O
    povo brasileiro é maciçamente contrário ao aborto. Os níveis de
    rejeição ao aborto no Brasil são altíssimos e crescem ano após
    ano. Os dados do Ministério da Saúde sugerem também que a
    própria prática do aborto tem diminuído, nos últimos cinco anos, a
    taxas da ordem de 12% ao ano, a cada ano. Apesar deste quadro,
    que o Brasil compartilha com vários outros países da América
    Espanhola, nosso atual governo aparelhou vergonhosamente toda a
    estrutura pública para promover o aborto como em nenhum outro país da
    América Latina.

    Contrariando as promessas de governo da presidente Dilma Rousseff
    que, para poder eleger-se em 2010, TEVE QUE
    PROMETER POR ESCRITO QUE NADA FARIA
    PARA PROMOVER O ABORTO NO PAÍS, o governo
    brasileiro anunciou, em junho de 2012, uma série de medidas que,
    sob a falsa aparência da redução de danos, inaugurarão de fato uma
    nova política para promover o aborto no Brasil. Segundo as novas
    medidas, apresentadas como se fossem uma política de origem nacional,
    O GOVERNO NÃO CONSIDERA CRIME ORIENTAR
    UMA MULHER SOBRE COMO PRATICAR O ABORTO
    e está preparando um programa pelo qual o SISTEMA DE
    SAÚDE BRASILEIRO passará a orientar as mulheres
    SOBRE COMO USAR CORRETAMENTE OS
    MÉTODOS EXISTENTES PARA ABORTAR. Além
    disso, o Ministério da Saúde está também preparando uma cartilha
    PARA ORIENTAR AS MULHERES QUE DESEJAM
    ABORTAR e uma nova Norma Técnica que servirá de base para um
    programa de aconselhamento para mulheres que enfrentam uma gravidez
    indesejada. Finalmente, o Ministério também está considerando
    liberar a venda de remédios abortivos para o público. Todas estas
    medidas serão tomadas independentemente do fato de que a lei
    estabeleça ou não que a prática do aborto seja um crime.

    Logo após o anúncio de tais medidas, os grupos que trabalham em
    defesa da vida no Brasil denunciaram que a origem da nova política
    estava claramente documentada no Diário Oficial da União. O
    periódico governamental registrava que o Ministério da Saúde havia
    assinado, com a Fundação Oswaldo Cruz, uma seqüência de cinco
    contratos, praticamente idênticos, datados de dezembro de 2009,
    outubro de 2010, dezembro de 2010, dezembro de 2011 e
    janeiro de 2012, para formar grupos de estudo sobre o aborto no
    Brasil. O primeiro dos contratos da série menciona explicitamente
    que a finalidade do trabalho seria PLANEJAR A
    LEGALIZAÇÃO DO ABORTO NO BRASIL. No final
    de 2011, o Diário Oficial da União também menciona
    VÁRIAS VIAGENS DE FUNCIONÁRIOS DO
    MINISTÉRIO DA SAÚDE AO EXTERIOR para
    participar de reuniões sobre estratégias e processos em andamento para
    melhorar o acesso da população a medicamentos abortivos. O
    anúncio, em junho de 2012, da nova política para o aborto do
    governo brasileiro, não seria nada mais do que o resultado planejado
    destes contratos e destas viagens.

    A reação não tardou a esperar. No final de junho de 2012 vinte
    e sete deputados federais protocolaram os requerimentos RIC
    2380/12 e RIC 2381/12, endereçados ao Ministério da
    Saúde do Brasil, solicitando a apresentação de toda a
    documentação pertinente e das cópias completas dos cinco contratos
    assinados pelo ministério, além dos relatórios de trabalho das
    viagens empreendidas. O teor dos requerimentos pode ser lido nos
    seguintes endereços do Congresso Nacional:

    http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=54977
    7

    http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=54977
    8

    Segundo informações do Congresso Nacional, a documentação
    solicitada somente foi apresentada à Câmara na quarta feira, dia
    22 de agosto. O prazo de 30 dias, estabelecido por lei para o
    cumprimento da requisição, sob pena de crime de responsabilidade,
    havia-se esgotado no dia 10 de agosto, sem que o Ministério
    houvesse encaminhado qualquer satisfação aos parlamentares. Até o
    momento em que esta mensagem estava sendo redigida, não havia
    informações disponíveis sobre o teor da documentação.

    Mas, enquanto isto, em todo o continente, vários grupos em defesa
    da vida, que se dedicam ao estudo destas questões, rastrearam a
    verdadeira origem desta política. Os dados mostram que a nova
    iniciativa do Ministério da Saúde brasileiro não se iniciou em
    2009, nem partiu de brasileiros. Tratava-se apenas do ponto de
    partida visível para desencadear uma nova estratégia, muito mais
    ampla e ambiciosa, para a promoção do aborto. Os dados estão no
    momento circulando entre todos os grupos em defesa da vida. Na
    presente mensagem estou encaminhando para a minha lista os resultados
    destes estudos. A história parece iniciar-se em 2002, e
    trata-se, ao que tudo indica, do início da terceira grande
    estratégia para implantar a Cultura da Morte a nível internacional,
    IDEALIZADA, DESTA VEZ, PRINCIPALMENTE
    PARA OS PAÍSES QUE RESISTEM
    CRESCENTEMENTE À IMPLANTAÇÃO DO
    ABORTO, EM PARTICULAR NA AMÉRICA
    LATINA.

    A questão é gravíssima. PELA PRESERVAÇÃO DA
    DEMOCRACIA, IMPRIMA E ESTUDE COM
    ATENÇÃO ESTA MENSAGEM. DIVULGUE-A PARA
    TODA A SUA LISTA DE CONTATOS.

    PARA FACILITAR A IMPRESSÃO E O ESTUDO,
    uma cópia desta mensagem pode ser encontrada, em arquivo pdf, neste
    endereço:

    http://www.documentosepesquisas.com/urgente8.pdf

    A promoção do aborto é um atentado criminoso contra o mais
    fundamental dos direitos humanos. Promover o aborto é promover o
    homicídio de vidas inocentes.

    Agradeço a todos pelo imenso bem que estão ajudando a promover.
    Como irão ver mais claramente nesta mensagem, o problema transcende
    as fronteiras individuais dos países e faz parte de um plano
    pesadamente financiado por organizações internacionais que investem na
    promoção do aborto em todo o mundo. Agora, mais do que nunca,
    estamos todos juntos, no mesmo barco.

    Desejo agradecer também a todas as inúmeras pessoas que se
    manifestaram junto ao Ministério da Saúde, fazendo-lhe saber que
    estamos acompanhando os fatos, repassando as informações sobre o que
    está acontecendo às nossas listas de contato, e pedindo para que a
    documentação solicitada pelos parlamentares fosse encaminhada ao
    Congresso.

    ESTUDE E DIVULGUE ESTA MENSAGEM PARA
    TODA A SUA LISTA DE CONTATOS.

    Procuraremos manter a todos informados sobre o desenrolar dos fatos.

    Alberto R. S. Monteiro

    ===========================================

    LEIA A SEGUIR:

    1. APRESENTAÇÃO.

    2. AS TRÊS ESTRATÉGIAS DA CULTURA DA
    MORTE.

    (A) A primeira estratégia: os serviços de planejamento familiar e
    a legalização do aborto.

    (B) A segunda estratégia: os direitos sexuais e reprodutivos.

    (C) A terceira estratégia: a redução de danos e os serviços de
    aborto seguro.

    3. O PAPEL DAS GRANDES FUNDAÇÕES

    4. A NOVA POLÍTICA DO GOVERNO
    BRASILEIRO PARA IMPLANTAR O ABORTO NO
    BRASIL.

    5. AS ORIGENS DA NOVA POLÍTICA.

    6. O PROTOCOLO DE ATENÇÃO PÓS ABORTO

    7. AS INICIATIVAS SANITÁRIAS NO
    URUGUAI

    8. O CONSÓRCIO INTERNACIONAL PARA A
    CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA.

    9. O CONSÓRCIO INTERNACIONAL PARA O
    ABORTO MÉDICO

    10. A PROMOÇÃO DO ABORTO NO SEGUNDO
    TRIMESTRE

    11. A PRESSÃO INTERNACIONAL PARA QUE O
    GOVERNO BRASILEIRO PERMITA O LIVRE
    ACESSO AOS MEDICAMENTOS ABORTIVOS.

    12. A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE
    COLOCA OS ABORTIVOS NA LISTA DE
    MEDICAMENTOS ESSENCIAIS.

    13. O INSTITUTO BILL E MELINDA GATES DE
    POPULAÇÃO E SAÚDE REPRODUTIVA.

    14. O GOVERNO BRASILEIRO INICIA A
    OFENSIVA INTERNACIONAL.

    15. CONCLUSÃO.

    ===========================================

    1. APRESENTAÇÃO.

    ===========================================

    Em junho de 2012 o Ministério da Saúde anunciou que estava
    estudando a possibilidade de introduzir no Brasil serviços de
    aconselhamento às gestantes que tencionam abortar, ensinando-as a
    praticar o aborto de modo seguro. Uma norma técnica estaria sendo
    redigida para orientar o sistema de saúde a prestar este tipo de
    assistência às mulheres, a venda de medicamentos abortivos seria
    liberada nas farmácias e uma cartilha distribuída à população
    mostrando como praticar o aborto.

    Esta mensagem, referenciada por diversos documentos, contextualiza o
    alcance destas afirmações do Ministério da Saúde do Brasil em uma
    perspectiva histórica e internacional.

    Para os que não dominam completamente o assunto, recomenda-se a
    leitura integral do Relatório Reece, da Estratégia Ford de
    Direitos Reprodutivos de 1990 e do Relatório de Trabalho da
    Fundação MacArthur no Brasil, que podem ser encontrados nestes
    endereços:

    RELATÓRIO REECE, RESUMO EM PORTUGUÊS:

    http://www.documentosepesquisas.com/relatorioreece.pdf

    ESTRATÉGIA FORD DE DIREITOS
    REPRODUTIVOS DE 1990, RESUMO EM
    PORTUGUÊS:

    http://www.votopelavida.com/fundacaoford1990.pdf

    ESTRATÉGIA FORD DE DIREITOS
    REPRODUTIVOS DE 1990, ORIGINAL EM
    INGLÊS:

    http://www.votopelavida.com/fordfoundation1990.pdf

    LESSONS LEARNED - O RELATÓRIO DE
    TRABALHO DA FUNDAÇÃOMACARTHUR NO
    BRASIL:

    http://www.votopelavida.com/macarthurlessonslearned.pdf

    Os demais documentos citados ao longo do texto poderão ser lidos
    conforme a necessidade de aprofundamento do tema desenvolvido.

    ===========================================

    2. AS TRÊS ESTRATÉGIAS DA CULTURA DA
    MORTE.

    ===========================================

    Tudo indica que estamos na iminência da inauguração de uma terceira
    estratégia global para a implantação do aborto e da Cultura da
    Morte.

    A primeira estratégia vigorou desde 1952 até 1990.

    A segunda estratégia, ainda que em preparação desde meados dos anos
    70, foi inaugurada em 1990 e continua em execução nos países
    em que o aborto já é legalizado.

    A terceira estratégia, preparada desde 2002, pretende ter-se
    inaugurado, a nível mundial, em maio de 2012, e deverá ser
    implementada nos países que estão recusando a dobrar-se diante da
    Cultura da Morte.

    ___________________________________________

    A. A PRIMEIRA ESTRATÉGIA: OS SERVIÇOS
    DE PLANEJAMENTO FAMILIAR E A
    LEGALIZAÇÃO DO ABORTO.
    ___________________________________________

    A primeira estratégia foi desenhada em 1952 quando John
    Rockefeller III fundou o POPULATION COUNCIL, a
    organização que, juntamente com a Fundação Ford, com a qual se
    associou logo em seguida, coordenou até 1990 o movimento de
    contenção do crescimento demográfico no mundo.

    A estratégia consistia em três etapas, cada uma das quais durou
    pouco menos de uma década.

    A primeira etapa foi o estabelecimento de uma rede mundial de
    especialistas e centros de estudos de demografia, que pudesse dar apoio
    às fases seguintes. George Martine, presidente da Associação
    Brasileira de Estudos Populacionais, em um extenso documento
    intitulado 'O PAPEL DOS ORGANISMOS
    INTERNACIONAIS NA EVOLUÇÃO DOS ESTUDOS
    POPULACIONAIS NO BRASIL', relata, na qualidade
    de testemunha ocular, o efeito que os recursos das organizações
    Rockefeller tiveram no redirecionamento dos estudos demográficos no
    Brasil a partir dos anos 50. O mesmo fenômeno ocorria
    simultaneamente, nos cinco continentes, pelas mesmas causas, em
    vários outros países considerados como estrategicamente relevantes:

    "NA DÉCADA DE 50 IMEDIATAMENTE
    COMEÇARAM A SURGIR RECURSOS,
    FUNDAÇÕES, INSTITUTOS E ORGANISMOS
    INTERNACIONAIS, CADA QUAL À SUA
    MANEIRA, A COMBATER A AMEAÇA DO RÁPIDO
    CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO. O CAUDAL DOS
    QUE PROMOVIAM O CONTROLE POPULACIONAL
    FOI SENDO ENGROSSADO POR GENTE
    PODEROSA COMO JOHN D. ROCKEFELLER, O
    QUE ACABOU GERANDO UMA CRUZADA MUNDIAL
    A FAVOR DA REDUÇÃO DA FECUNDIDADE.

    FORAM INVENTADOS E APRESENTADOS, AD
    NAUSEAM, VÁRIOS MODELINHOS DESTINADOS
    DEMONSTRAR AO MUNDO A DESGRAÇA QUE
    OCORRERIA SE OS PAÍSES POBRES NÃO
    CONSEGUISSEM REDUZIR RAPIDAMENTE O SEU
    CRESCIMENTO.

    EMBORA TENHAM APARECIDO,
    IMEDIATAMENTE, SÓLIDOS ARGUMENTOS
    ECONÔMICOS QUE RELATIVIZAVAM AS
    AMEAÇAS PRECONIZADAS, ESTA SEGUNDA
    LINHA DE ARGUMENTAÇÃO NUNCA CONSEGUIU
    NEUTRALIZAR A SIMPLICIDADE ATRAENTE DA
    TESE CONTROLISTA. ISTO ESTIMULOU UMA
    EXPANSÃO MUITO RÁPIDA DA DEMOGRAFIA.

    AO LONGO DAS ÚLTIMAS DÉCADAS FORAM
    DISPONIBILIZADOS MUITO MAIS RECURSOS
    FÁCEIS PARA TRABALHAR QUESTÕES DE
    POPULAÇÃO DO QUE PARA ANALISAR OUTROS
    TEMAS SOCIAIS IGUALMENTE IMPORTANTES
    COMO NUTRIÇÃO, DELINQÜÊNCIA,
    MARGINALIDADE, ANALFABETISMO E
    OUTROS. [...]

    ADICIONALMENTE ROCKEFELLER FORNECEU
    RECURSOS PARA A ÁREA DE BIOLOGIA
    REPRODUTIVA NO BRASIL, CUJOS
    PRINCIPAIS BENEFICIÁRIOS FORAM O
    CEMICAMP, CUJA FIGURA CENTRAL ERA
    ANÍBAL FAÚNDES, E A UNIVERSIDADE
    FEDERAL DA BAHIA, NO CENTRO COORDENADO
    POR ELSIMAR COUTINHO".

    http://www.scielo.br/pdf/rbepop/v22n2/v22n2a04.pdf

    A segunda etapa foi o estabelecimento de programas de planejamento
    familiar nos países de terceiro mundo.

    A terceira etapa consistiu em um lobby junto ao governo federal dos
    Estados Unidos para que este reconhecesse o problema populacional
    mundial como questão de segurança interna dos Estados Unidos. Os
    programas de planejamento familiar, a esta altura já implantados em
    grande parte dos países do terceiro mundo, serviriam de vitrine para
    fundamentar as exigências apresentadas ao governo americano. Esta
    terceira etapa, logo em seguida, estendeu-se à cooptação da ONU
    para que esta reconhecesse a necessidade de conter a explosão
    populacional, o que começou a suceder de fato com o reconhecimento das
    Nações Unidas, por ocasião da Conferência Internacional de
    Direitos Humanos de Teerã, realizada em 1968, do planejamento
    familiar como direito humano e a com a fundação, no final dos anos
    60, do FNUAP (Fundo das Nações Unidas para Atividades
    Populacionais), fruto em grande parte do trabalho desenvolvido
    pessoalmente pelo próprio John Rockefeller III..

    O meio fundamental através do qual pretendia-se obter o controle
    populacional na perspectiva desta primeira estratégia consistia na
    legalização e na implantação de serviços de saúde, entre os quais
    o planejamento familiar e também o aborto.

    Importa ressaltar, para as finalidades destas notas, que para
    executar a etapa do estabelecimento de programas de planejamento
    familiar nos países do terceiro mundo, o Conselho Populacional
    decidiu desenvolver e difundir o uso do DIU em todo o mundo. A
    parte mais importante dos serviços de planejamento familiar implantados
    sob orientação do Conselho Populacional consistia em inserir DIUs
    nos úteros femininos.

    Deve-se notar, entretanto, que os DIUs já eram conhecidos desde
    os anos 20, mas a repentina e maciça difusão mundial destes
    dispositivos somente foi possível como conseqüência imediata do
    trabalho do Conselho Populacional.

    Os primeiros dispositivos intra-uterinos foram inventados nos anos
    1920 por Grafenberg na Alemanha e Haire na Inglaterra, e
    consistiam de serpentinas de prata de 18 milímetros de diâmetro.
    Inseridos através da cérvix dilatada sem anestesia, os anéis de
    Grafenberg freqüentemente levavam a infecções com inflamações
    pélvicas, endometrite, septicemia e peritonite. Na metade da
    década de 1930 estas complicações levaram ao abandono completo do
    anel de Grafemberg na Europa.

    Após a segunda guerra mundial, o Japão, que havia embarcado em um
    intensíssimo esforço de controle de natalidade, conforme será dito
    mais adiante, além de legalizar o aborto de forma bastante ampla e
    facilitada, estimulou pesquisas sobre contraceptivos e DIUs feitos
    de nylon e polietileno. Estas pesquisas atraíram as atenções dos
    norte americanos em geral e do Conselho Populacional em particular.

    As pesquisas iniciais do Conselho Populacional com o DIU foram
    realizadas nos Estados Unidos para evitar "A ALEGAÇÃO DE
    QUE OS AMERICANOS ESTARIAM UTILIZANDO
    OUTROS POVOS COMO COBAIAS". Subseqüentemente
    os DIUs foram entregues a comissões locais de diversos países para
    que fossem ali examinados e a decisão de utilizá-los partisse das
    próprias autoridades do lugar, para que o DIU "FOSSE
    ACEITO COMO SEU PRÓPRIO MÉTODO, E NÃO
    APENAS COMO UM MÉTODO IMPORTADO DOS
    ESTADOS UNIDOS". O Conselho Populacional, em parceria
    com a Fundação Scaife, obteve tanto sucesso com a difusão dos
    DIUs que em pouco tempo não havia mais oferta para a demanda
    criada. Então, com a cooperação de Lippes e Margules, os
    inventores do DIU, e a Ortho Pharmaceutical Company, que detinha
    os direitos das patentes, o Conselho Populacional obteve o direito de
    conceder licenças para o estabelecimento de fábricas internacionais de
    DIUs para a utilização de programas de planejamento familiar de
    grande escala em países subdesenvolvidos. Foram instaladas fábricas
    na Coréia, Taiwan, Hong Kong, Paquistão, Índia, Turquia e
    Egito. Em pouquíssimo tempo o DIU disseminou-se, praticamente
    sem oposição, sobre toda a Terra.

    ___________________________________________

    B. A SEGUNDA ESTRATÉGIA: OS DIREITOS
    SEXUAIS E REPRODUTIVOS.
    ___________________________________________

    Em 1990 a Fundação Ford reconheceu que a legalização do
    aborto e o oferecimento de serviços de saúde era insuficiente para
    zerar o crescimento populacional do planeta, porque a maior parte das
    pessoas ainda sonhavam em formar uma família e ter filhos. O problema
    agora era, mais do que legalizar o aborto e disponibilizar serviços
    planejamento familiar, desmotivar as pessoas do desejo de ter filhos.
    Para isto seriam necessárias, mais do que a simples propaganda,
    alterações estruturais da sociedade, entre as quais a emancipação
    da mulher para o mercado de trabalho, a alteração da moralidade das
    relações sexuais, a introdução da idéia do aborto como um
    direito. Estes objetivos não poderiam ser alcançados pelo
    financiamento da pesquisa médica. Seria necessário, em vez disso,
    e em primeiro lugar, financiar pesquisas na área das ciências sociais
    e, em vez da oferta de serviços de saúde, seria necessário, como
    conseqüência, financiar o movimento feminista. Foi criada, deste
    modo, conforme denominado pela Fundação Ford e consta oficialmente
    de documentos de 1990, a nova estratégia de direitos sexuais e
    saúde reprodutiva. Graças ao trabalho dos grupos feministas,
    financiados pela Fundação Ford e coordenados pela socióloga
    Adrianne Germain, integrante do quadro da Fundação, a ONU
    aderiu ao programa estabelecido pela organização através das
    Conferências do Cairo em 1994, de Pequim em 1995 e de Glen
    Cove em 1996.

    A estratégia de direitos e saúde sexual e reprodutiva funcionou
    satisfatoriamente praticamente em todo o mundo onde o aborto já era
    legal. Mas não funcionou na América Latina, onde as taxas de
    rejeição ao aborto, não obstante o trabalho dos grupos feministas,
    cresciam em vez de diminuirem. Também não funcionou na África
    sub-saariana, onde havia pouca infra-estrutura para o trabalho
    organizado das ONGs financiadas pelas grandes Fundações e um
    grande apego aos valores tradicionais da família.

    ___________________________________________

    C. A TERCEIRA ESTRATÉGIA: A REDUÇÃO DE
    DANOS E OS SERVIÇOS DE ABORTO SEGURO.
    ___________________________________________

    Tudo indica que, ainda que não haja um documento formal como o da
    Estratégia de Saúde Reprodutiva da Fundação Ford de 1990,
    o aborto seguro será a terceira grande estratégia para implantar o
    aborto, não para convencer os governos que a explosão populacional é
    um problema de segurança nacional ou para desmotivar a população que
    deseja ter filhos para que esta não queira construir uma família
    tradicional, mas para submeter os países e as populações que
    conscientemente não aceitam ou trabalham contra as estratégias
    anteriores. Queremos, neste documento mostrar o que é, como surgiu
    e como irá atuar, a partir de 2012, esta terceira estratégia.

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    3. O PAPEL DAS GRANDES FUNDAÇÕES

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    Antes de examinarmos o contexto imediato do que foi anunciado pelo
    governo brasileiro em junho de 2012, é preciso examinar
    primeiramente o papel que as grandes fundações desempenham atualmente
    na política mundial.

    Criadas pelos mega-magnatas do fim do século XIX, as grandes
    fundações iniciaram-se nos primeiros anos do século XX como
    organizações filantrópicas dedicadas ao financiamento de projetos nas
    áreas da saúde e da educação.

    Em 1923, entretanto, deu-se um primeiro embate que já
    denunciava que algo não andava bem. Após uma longa e dramática
    reunião, o pastor batista Frederick Gates, que havia fundado e
    dirigido a Fundação Rockefeller desde o seu princípio, demitiu-se
    da Fundação porque a organização havia começado a fazer
    exigências contratuais para continuar suas doações a escolas
    públicas de Medicina. Estas exigências estavam obrigando, segundo
    o pastor Gates, estas escolas a seguir princípios inteiramente novos
    contrários aos que haviam sido estabelecidos por seus fundadores.
    Isto, segundo o pastor Gates, já não podia mais ser entendido como
    filantropia, mas como o início de uma perversão deste conceito. No
    ano seguinte o Comitê Executivo da Fundação Rockefeller,
    percebendo que realmente a organização parecia estar inclinada a
    imprimir um rumo diverso aos seus trabalhos, ainda abalados pela
    demissão de Gates, seu co-fundador e primeiro presidente, preparou
    um memorando onde podia-se ler que:

    "A FUNDAÇÃO NÃO DEVERÁ APOIAR
    TRABALHOS NEM ORGANIZAÇÕES CUJOS
    OBJETIVOS SEJAM ALTERAÇÕES NAS
    LEGISLAÇÕES, NÃO DEVERÁ BUSCAR OBTER
    REFORMAS POLÍTICAS, ECONÔMICAS OU
    SOCIAIS, OU INFLUENCIAR OS RESULTADOS
    OU AS CONCLUSÕES DAS PESQUISAS POR ELA
    PATROCINADAS".

    O memorando, é preciso dizer, caiu gradualmente no total
    esquecimento e hoje não passa de um simples registro histórico.
    Pouco a pouco, pessoas como John Rockefeller III foram se
    convencendo que, para obter a paz no mundo, as grandes Fundações
    deveriam abandonar a ênfase aos trabalhos da filantropia tradicional e
    deveriam buscar como objetivos justamente aquele tipo de atividades que
    haviam sido condenadas no memorando de 1924.

    Nos anos 50 o Congresso Americano, alarmado pelo desenvolvimento
    anormal do trabalho das Fundações, instalou uma Comissão de
    Inquérito para investigar a natureza e a extensão das atividades
    destas instituições. A Comissão foi impedida de terminar os seus
    trabalhos, mas publicou um relatório parcial assustador. Este
    documento, conhecido como Relatório Reece, está resumido em
    português no endereço

    http://www.documentosepesquisas.com/relatorioreece.pdf

    Ainda que resumido, convém ler este arquivo na sua integridade, para
    poder avaliar realisticamente a extensão do que esta mensagem pretende
    descrever. Já nos anos 50, o próprio Congresso Americano estava
    denunciando que algo muito grave estava acontecendo na área daquilo que
    a sociedade supunha tratar-se de filantropia.

    Em seguida à leitura do Relatório Reece, convém ler também, em
    sua integridade, o resumo do relatório sobre a Estratégia de Saúde
    Reprodutiva, elaborado em 1990, pela Fundação Ford, e notar
    como ela representa exatamente o contrário do que havia sido
    estabelecido no Memorando da Fundação Rockefeller de 1924. O
    resumo deste outro documento encontra-se no arquivo

    http://www.votopelavida.com/fundacaoford1990.pdf

    e o original inglês, para simples conferência, encontra-se no
    arquivo

    http://www.votopelavida.com/fordfoundation1990.pdf

    Antes de terminar esta seção, convém examinar também como o
    programa de Direitos Reprodutivos de 1990 da Fundação Ford foi
    aplicado no Brasil pela Fundação MacArthur.

    A técnica em si consiste, como sempre, em uma rede de fundações
    estrangeiras que financia outra rede de ONGs do país nativo, para
    que esta última siga em conjunto as diretivas planejadas no exterior.
    A rede de ONGs locais aparenta agir por livre iniciativa, mas
    constitui, na verdade, uma rede de organizações criadas ou mantidas
    pelas fundações estrangeiras, que impõe aos nativos as estratégias
    externas. Pela falta de recursos locais, as ONGs nativas não
    podem fazer senão aquilo que lhes é ditado pelas fundações que lhes
    fornecem os recursos. Deste modo, devido à ausência de
    informação, no país alvo, sobre os detalhes deste método de
    trabalho, as fundações estrangeiras podem dar-se ao luxo de planejar
    a modificação, sem grande resistência, dos costumes, da moral e da
    legislação da nação, mesmo contra a vontade do povo nativo e sem
    que este tenha uma idéia das verdadeiras razões do que está
    acontecendo. Ao povo, e às autoridades civis e religiosas, é dada
    a impressão de que tudo é o resultado do destino natural e inevitável
    da história.

    Do ponto de vista do conteúdo, para além da técnica, o relatório
    da Fundação MacArthur não é nada mais do que a aplicação
    concreta no Brasil dos princípios da estratégia de direitos
    reprodutivos elaborado em 1990 pela Fundação Ford, aplicada nos
    anos seguintes à ONU, ao Brasil e a inúmeros outros países. O
    relatório de como a Fundação MacArthur aplicou 36 milhões de
    dólares entre 1990 e 2002 para desenvolver a política dos
    direitos reprodutivos e implantar o aborto no Brasil está no seguinte
    arquivo:

    http://www.votopelavida.com/macarthurlessonslearned.pdf

    Estes três documentos, em seu conjunto, (o Relatório Reece, a
    Estratégia de Saúde Reprodutiva da Fundação Ford e o relatório
    da Fundação MacArthur no Brasil), ilustram perfeitamente bem o
    mecanismo básico de ação das grandes Fundações e explica como,
    apesar do povo brasileiro não apenas ser maciçamente, como também
    crescentemente, contrário à prática do aborto e à sua
    legalização, possa existir tamanha pressão para que este seja
    promovido, implantado e legalizado.

    Convém notar, para a subseqüente leitura desta mensagem, que na
    página 56 do relatório, a Fundação MacArthur afirma em
    2002 estar deixando o país, não sem, porém, declarar que,
    após mais de uma década de trabalho, o Brasil já estava pronto para
    legalizar o aborto. Apesar de deixar o Brasil, a Fundação deixava
    recursos, entretanto, a serem gerenciados pelo CEBRAP, para que
    a Comissão de Cidadania e Reprodução pudesse continuar o trabalho
    já iniciado. A Comissão de Cidadania e Reprodução será
    mencionada várias vezes, mais adiante, quando expusermos o contexto
    atual da nova estratégia de redução de danos para implantar o aborto
    no país.

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    4. A NOVA POLÍTICA DO GOVERNO
    BRASILEIRO PARA IMPLANTAR O ABORTO NO
    BRASIL

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    O Relatório publicado em 2002 pela Fundação MacArthur sobre
    suas atividades no Brasil afirmava que o Brasil já estava pronto para
    legalizar o aborto. Bastaria para tanto apresentar ao Congresso um
    projeto de lei neste sentido para que ele fosse aprovado.

    A história recente mostra, entretanto, que tal coisa não
    aconteceu. A Fundação MacArthur não havia previsto que um fato
    novo estava ocorrendo no Brasil, assim como em muitas outras nações
    latino-americanas e provavelmente em outros lugares do mundo. A
    rejeição do povo ao aborto, em vez de diminuir, estava aumentando.
    Por este motivo, o projeto para legalizar o aborto no Brasil,
    apresentado em 2005 pelo Partido dos Trabalhadores, que havia
    recém conquistado o poder, foi reprovado em 2008 na Câmara dos
    Deputados por duas votações seguidas de 33 votos contra zero e 57
    votos contra 4. O contexto político das votações evidenciou,
    ademais, que qualquer outro projeto de lei que pretendesse legalizar o
    aborto no país seria, de modo semelhante, rejeitado pelo Poder
    Legislativo.

    Complicava o novo quadro o fato de que, devido ao apoio que o governo
    petista havia dado à promoção do aborto no Brasil entre 2004 e
    2010, a candidata governista à sucessão de Lula na presidência
    da república, a atual presidente Dilma Rousseff, teria perdido as
    eleições de 2010 se, quinze dias antes da votação do segundo
    turno, não se tivesse comprometido, apesar de seu histórico
    pessoal, a não promover o aborto no país.

    As promessas foram feitas, redigidas e assinadas. Mas, apesar
    delas, o governo petista não desistiu dos seus acordos internacionais
    e continuou, em silêncio, a promover o aborto no país. Em
    2009, quando ainda governava o presidente Lula, o governo decidiu
    contratar um grupo de Estudos para estudar como seria possível, em
    condições tão adversas, ainda assim legalizar o aborto no Brasil.
    Consta no Diário Oficial da União que, mediante um termo de
    cooperação, o governo brasileiro contratou a Fundação Oswaldo
    Cruz para estabelecer um grupo de "ESTUDO E PESQUISA
    PARA DESPENALIZAR O ABORTO NO BRASIL E
    FORTALECER O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE -
    SUS", conforme "ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS E
    OBJETIVOS CONSTANTES DO PLANO DE
    TRABALHO QUE INTEGRARIA O CONTRATO".

    Farta documentação, encontrada no Diário Oficial da União,
    mostra que o governo Dilma, através do Ministério da Saúde,
    contrariamente às promessas feitas durante a campanha eleitoral de
    2010, deu continuidade aos estudos que haviam se iniciado em
    2009, época do governo Lula.

    A nova estratégia elaborada pelo grupo de estudos foi finalmente
    apresentada pelos principais jornais brasileiros na primeira semana de
    junho de 2012. Foi anunciado que o Ministério da Saúde
    preparava uma Norma Técnica pela qual o Sistema de Saúde
    brasileiro passaria a acolher as mulheres que desejam abortar,
    orientando-as sobre como usar os métodos corretos para o
    procedimento. Tratava-se de uma estratégia para violar a lei, para
    depois derrubar a lei. A Ministra Eleonora Menicucci, da
    Secretaria da Política das Mulheres, afirmou, nesta
    circunstância, que

    'SOMENTE É CRIME PRATICAR O PRÓPRIO
    ABORTO, MAS O GOVERNO ENTENDE QUE NÃO É
    CRIME ORIENTAR UMA MULHER SOBRE COMO
    PRATICAR O ABORTO'.

    O Ministério da Saúde, ademais, afirmava estar preparando uma
    cartilha a ser distribuída para o povo, orientando as mulheres que
    pretendessem abortar. A cartilha seria distribuída em todo o Brasil
    e o anúncio afirmava que deveria ficar pronta até o fim do mês de
    junho.

    O Ministério pretendia também liberar para o público a venda de
    remédios abortivos, hoje de uso reservado à rede hospitalar. Desta
    maneira, os médicos poderiam orientar as mulheres sobre como praticar
    o aborto seguro e os medicamentos necessários estariam amplamente
    disponíveis para o público nas farmácias.

    ===========================================

    5. AS ORIGENS DA NOVA POLÍTICA.

    ===========================================

    A estratégia elaborada pelo Grupo de Estudos contratado pelo governo
    desde 2009 não possuía nada de original. Ela estava sendo
    elaborada fora do Brasil, há vários anos, e mais recentemente sua
    imposição imediata foi decidida no exterior. O Ministério apenas
    tratou de apresentá-la como iniciativa nacional, supostamente copiada
    de uma iniciativa semelhante, já em parte existente no Uruguai.

    A nova estratégia, na realidade, originava-se de cinco vertentes:

    (1) O PROTOCOLO DE ATENÇÃO PÓS ABORTO
    DO IPAS,

    (2) AS INICIATIVAS SANITÁRIAS DO
    URUGUAI,

    (3) O CONSÓRCIO INTERNACIONAL PARA A
    CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA,

    (4) O CONSÓRCIO INTERNACIONAL PARA O
    ABORTO MÉDICO,

    (5) O INSTITUTO BILL E MELINDA GATES DE
    POPULAÇÃO E SAÚDE REPRODUTIVA.

    ===========================================

    6. O PROTOCOLO DE ATENÇÃO PÓS ABORTO

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    Em meados dos anos 60 e 70, John Rockefeller III,
    diretamente e através de suas organizações, passou a exercer um
    pesado lobby junto ao governo federal americano para que este
    reconhecesse a questão do controle demográfico mundial como um
    problema de segurança interna dos Estados Unidos.

    Entre os resultados alcançados estiveram uma série de audiências
    públicas no Senado americano que se estenderam entre os anos de
    1965 a 1968 e em que foram ouvidas 120 autoridades em
    questões populacionais, incluindo o próprio John Rockefeller
    III. Como conseqüência das audiências, o Senado acrescentou em
    1967 um Título X ao Foreign Assistance Act, nomeado de
    'PROGRAMAS RELACIONADOS AO
    CRESCIMENTO POPULACIONAL', autorizando a
    USAID (United States Agency for International Development) a
    receber recursos para promover programas de planejamento familiar no
    exterior. Um escritório de população foi criado dentro da
    USAID, para cuja direção foi contratado o médico
    epidemiologista Reimert Ravenholt. Este homem gastou, durante cerca
    de uma década, a fabulosa quantia de quase 2 bilhões de dólares
    para financiar a redução do crescimento populacional mundial através
    da esterilização forçada, do uso de contraceptivos e do aborto,
    tanto o legal como o clandestino. Médicos vinham de todos os países
    do mundo para os Estados Unidos receberem treinamento em técnicas de
    aborto e recebiam os equipamentos necessários para iniciarem os
    serviços em seus respectivos países. Foi também a USAID que
    financiou a pesquisa básica que culminou com a disseminação das
    modernas drogas abortivas, que eram vistas pelos diretores do organismo
    como

    "A NOVA PENICILINA QUE ACABARIA COM A
    ENFERMIDADE MUNDIAL DA EXPLOSÃO
    POPULACIONAL".

    A USAID promoveu cursos e congressos internacionais sobre a
    prática de aborto para milhares de médicos provenientes de
    praticamente todos os países do mundo em desenvolvimento, patrocinou a
    distribuição de centenas de milhares de aparelhos para procedimentos
    de aborto em mais de setenta países, na maioria dos quais o aborto
    não era legal, e em vários deles implantou redes de clínicas de
    abortos. Os programas de treinamento em esterilização forçada foram
    realizados em parceria com a faculdade de medicina da Universidade
    John Hopkins, que contava com um dos mais prestigiados centros de
    ginecologia do mundo. A USAID enviava convites aos departamentos
    de ginecologia e obstetrícia de praticamente todas as principais
    escolas médicas de todos os continentes e pedia a indicação de
    médicos que quisessem participar de um curso de duas semanas sobre
    esterilização, com todas as despesas pagas, na Universidade John
    Hopkins. Os promotores do curso forneciam os equipamentos
    necessários para a prática posterior e fornecia supervisão no
    trabalho de esterilização para quando os médicos retornassem aos seus
    países de origem.

    No final do governo Nixon uma forte reação resultou na votação da
    Emenda Helms, a qual proibiu a USAID de continuar promovendo o
    aborto e o uso de verbas federais para o financiamento da prática do
    aborto tanto dentro como fora dos Estados Unidos. Impedidos de
    trabalhar, pela Emenda Helms e por novas pressões administrativas
    durante o governo Carter, os diretores da divisão de população da
    USAID viram-se obrigados a criar uma organização privada, a
    qual recebeu o nome de IPAS, para continuar a missão
    repentinamente interrompida. Desde o final dos anos 70, com a ajuda
    das fundações internacionais, o IPAS tornou-se um dos principais
    promotores internacionais do aborto legal e ilegal. Sediado na
    Carolina do Norte e com filiais em inúmeros países, inclusive no
    Brasil, o IPAS distribui equipamentos para a prática de abortos,
    assessora clínicas de aborto e promove cursos para médicos em
    procedimentos de aborto em todo o mundo. No Brasil o IPAS, em
    parceria com o governo federal, promove regularmente cursos sobre
    aborto na maioria das grandes maternidades e escolas de medicina.

    O governo Reagan, seguindo-se ao de Carter, endureceu ainda mais
    as medidas introduzidas pela Emenda Helms e proibiu, em 1984,
    durante a Conferência Internacional de População do México,
    através de medidas que se tornaram conhecidas como a "POLÍTICA
    DA CIDADE DO MÉXICO", que qualquer organização,
    nacional ou internacional, que trabalhasse com a promoção do aborto,
    pudesse receber verbas federais, mesmo que os recursos não se
    destinassem diretamente a práticas de aborto.

    Vendo-se tolhido, o IPAS reagiu criando, em 1991, o
    conceito de "CUIDADOS PÓS ABORTO" e, em 1993,
    juntamente com outras organizações, criou o Consórcio da Atenção
    Pós Aborto para educar os operadores da saúde em todo o mundo sobre
    as conseqüências do aborto inseguro e desenvolver os cuidados pós
    aborto como uma estratégia de saúde pública. A essência da
    estratégia estava em que os cursos que o IPAS ministrava e os
    aparelhos que distribuía em todo o mundo podiam ser utilizados,
    através das mesmas técnicas, não apenas para fazer um aborto, mas
    também para esvaziar o útero de restos placentários depois de um
    aborto mal feito. Em 2001 um memorando do governo americano
    estabeleceu que a política da Cidade do México não proibia o
    "TRATAMENTO DOS DANOS CAUSADOS POR
    ABORTOS LEGAIS OU ILEGAIS, INCLUSIVE A
    ATENÇÃO PÓS ABORTO". Com isto o IPAS e seus
    parceiros poderiam continuar a ministrar cursos e distribuir seus
    equipamentos sem perder a ajuda financeira norte americana. Bastaria
    afirmar que os cursos e os equipamentos não se destinavam à prática
    do aborto, mas aos cuidados pós aborto. O IPAS começou a atuar
    no Brasil em 1993, introduzido através do trabalho da Fundação
    MacArthur, conforme consta na página 50 do relatório da
    MacArthur já citado.

    Um histórico do protocolo de cuidados pós aborto do IPAS pode ser
    encontrado no arquivo

    http://www.guttmacher.org/pubs/journals/2910603.pdf

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    7. AS INICIATIVAS SANITÁRIAS NO
    URUGUAI

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    O programa aparentemente destinado à redução de danos devidos ao
    aborto no Uruguai, conhecido como "INICIATIVAS
    SANITÁRIAS", iniciou-se, na realidade, nos anos 90, na
    cidade de Campinas, no Brasil, com a atividade ilegal desenvolvida
    pelo Dr. Aníbal Faúndes, professor de Ginecologia e
    Obstetrícia na Unicamp e membro permanente, desde os anos 70, da
    equipe profissional do Population Council que integra as
    organizações Rockefeller.

    No dia 16 de junho de 1994, o Dr. Aníbal Faúndes declarou
    ao jornal Folha de São Paulo que ele

    "ENSINAVA ÀS MULHERES COMO USAR
    REMÉDIOS ABORTIVOS PARA PRATICAREM
    ELAS MESMAS UM ABORTO. 'ESTÁ MELHOR QUE
    ELAS SAIBAM FAZÊ-LO BEM', DIZIA O
    MEDICO, 'DO QUE SE ROMPAM SEUS ÚTEROS".

    Posteriormente, o mesmo Dr. Aníbal Faúndes declarou, no dia 1
    de junho de 2007, ao jornal brasileiro O GLOBO, que entre o
    ano 2001 e 2003 ele teria ajudado a implantar a mesma idéia em
    um projeto mais ambicioso no Uruguai. Faúndes, de fato,
    referia-se ao projeto 'INICIATIVAS SANITÁRIAS'.

    No dia 8 de março de 2002, escolhido propositalmente por ser o
    Dia Internacional da Mulher, uma equipe de médicos do Hospital
    Pereira Rossell, a principal maternidade do Uruguai, liderada pelo
    Dr. Leonel Briozzo, apresentou uma proposta ao Ministério da
    Saúde para que fosse aprovado um protocolo que previa a
    obrigatoriedade de que os médicos do país orientassem as mulheres que
    estivessem decididas a abortar sobre o modo correto de provocar um
    aborto sem riscos, prescrevendo antibióticos a partir das 24 horas
    que antecedessem o momento do aborto e garantindo que, assim que se
    iniciasse a hemorragia, seriam atendidas e tratadas nos hospitais sob
    sigilo medico. Segundo o protocolo, os médicos somente não poderiam
    provocar eles mesmos o aborto, nem indicar o lugar onde se poderiam
    obter as drogas para provocá-lo.

    Os primeiros dois Ministros da Saúde que receberam a proposta do
    protocolo não se pronunciaram a respeito. A equipe do Hospital
    Pereira Rossell, como resposta, anunciou que, sob a orientação
    jurídica de seus advogados, iriam iniciar eles mesmos a prática,
    independentemente da aprovação do protocolo por parte do
    Ministério.

    Finalmente, no dia 6 de agosto de 2004, depois que o Senado
    havia rechaçado em maio por 17 votos contra 13 um projeto que
    previa a legalização do aborto no país, o novo Ministro da
    Saúde, Dr. Conrado Bonilla, aprovou o protocolo do Hospital
    Pereira Rossell, convertendo-o em obrigatório para todo o
    Uruguai.

    Conforme foi noticiado na ocasião pelo periódico argentino conhecido
    como Página 12,

    "EM UM FATO SEM PRECEDENTES NA REGIÃO,
    O GOVERNO DO URUGUAI PUBLICOU UMA
    RESOLUÇÃO QUE OBRIGA AOS MÉDICOS DO
    SETOR PÚBLICO E PRIVADO A OFERECER
    ASSESSORIA ÀS MULHERES QUE DECIDAM
    INTERROMPER SUA GRAVIDEZ, APESAR DE
    QUE O ABORTO NESTE PAÍS É ILEGAL.

    A NORMA INCLUI A ADMINISTRAÇÃO
    PREVENTIVA DE ANTIBIÓTICOS DESDE AS 24
    HORAS ANTERIORES AO SUPOSTO MOMENTO NO
    QUE A PACIENTE PODERIA DECIDIR
    REALIZÁ-LA INTERVENÇÃO.

    A IDÉIA É GERAR UM AMBIENTE DE
    CONFIANÇA ENTRE O MÉDICO E A MULHER QUE
    DECIDE INTERROMPER A GRAVIDEZ
    INDICAR-LHE QUE, ASSIM QUE O TENHA
    FEITO, JÁ NO PRIMEIRO SANGRADO, POSSA
    APRESENTAR-SE AO HOSPITAL".

    Apesar da norma aplicar-se a todos os médicos do país, o Dr.
    Leonel Briozzo e seus colegas afirmaram várias vezes que tanto ele
    como a sua equipe não desejavam impor por meios judiciais a norma a
    seus colegas de trabalho. Em vez disso, obtiveram um financiamento da
    Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia, da qual o
    Dr. Aníbal Faúndes era presidente do Comitê de Direitos
    Sexuais e Reprodutivos, para capacitar aos médicos de todo o
    Uruguai a cumprir com a nova norma, iniciando pelas diversas
    policlínicas do Montevidéu e daí seguindo para o interior do país.

    A normatização original, aprovada pelo Ministro da Saúde no ano
    2004, afirmava que um de seus "OBJETIVOS
    ESPECÍFICOS" consistia em "DIMINUIR O NÚMERO
    DE ABORTOS PROVOCADOS". Ao ser divulgada a
    notícia da aprovação da Norma em agosto de 2004, o Dr.
    Leonel Brioso afirmava que

    "DE CADA DEZ PACIENTES QUE DUVIDAM A
    RESPEITO DE QUAL DECISÃO TOMAR, 5
    DECIDEM SEGUIR COM A GRAVIDEZ E OUTRAS
    5 REALIZAM O ABORTO. A EXPERIÊNCIA
    MOSTRA QUE QUANDO TIRAMOS O VÉU DO
    TERROR DA GRAVIDEZ INDESEJADA E
    FALAMOS ABERTAMENTE A RESPEITO,
    DIMINUI A PORCENTAGEM DE ABORTOS".

    Mas em 2007 a televisão uruguaia exibiu em horário nobre uma
    reportagem sobre o serviço de aconselhamento do Hospital Pereira
    Rossell, onde foram mostradas várias pessoas vendendo livremente na
    sala de espera do hospital os mesmos remédios abortivos que os médicos
    estavam ensinando às gestantes como usar e que supostamente ainda eram
    ilegais no país. Logo em seguida, no dia 31 de julho de 2007,
    em uma audiência pública no Senado, o Dr. Justo Alonso
    declarava, em nome do programa Iniciativas Sanitárias, que mais de
    90% das mulheres que se utilizavam do serviço acabavam praticando o
    aborto.

    Algumas semanas depois, no dia 11 de setembro de 2007, um dos
    poucos grupos a favor da vida que foram rapidamente ouvidos em
    audiência no Senado uruguaio aproveitou para declarar o seguinte:

    "UM DOS OBJETIVOS DO SERVIÇO DE
    ACONSELHAMENTO DO HOSPITAL PEREIRA
    ROSSELL FOI DEFINIDO COMO A DIMINUIÇÃO
    DA PRÁTICA DOS ABORTOS PROVOCADOS,
    RESPEITANDO SEMPRE A DECISÃO INFORMADA
    DA USUÁRIA. O PROTOCOLO AFIRMA TAMBÉM:
    'TRATA-SE, EM SÍNTESE, DE
    DESINCENTIVAR A PRÁTICA DO ABORTO
    PROVOCADO E, QUANDO ISTO NÃO SEJA
    POSSÍVEL, DIMINUIR OS RISCOS QUE ESTA
    PRÁTICA IMPLICA'. MAS ATUALMENTE 90%
    DAS MULHERES QUE CHEGAM AO PEREIRA
    ROSSELL TERMINA ABORTANDO E DO
    RESTANTE 10%, NÃO SE SABE POR QUE, NÃO
    RETORNA. ENTÃO, SIMPLESMENTE ESTE
    OBJETIVO NÃO ESTÁ SENDO ALCANÇADO".

    Enquanto isso, sem que tivesse havido, em momento, algum qualquer
    preocupação em examinar por que o número de abortos não diminuía,
    a iniciativa dos médicos uruguaios passava a tomar corpo
    internacionalmente.

    Em 2008 o Parlamento Uruguaio votou o Projeto de Lei de Defesa
    do Direito à Saúde Sexual e Reprodutiva. Os artigos 9 a 14
    que legalizariam o aborto foram vetados pelo presidente Tabaré
    Vasquez, mas os artigos 1 a 8, aprovados e sancionados, elevaram o
    protocolo do programa de Iniciativas Sanitárias, de Norma do
    Ministério, a Lei da República.

    ===========================================

    8. O CONSÓRCIO INTERNACIONAL PARA A
    CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA.

    ===========================================

    A contracepção de emergência, mais conhecida hoje como a pílula do
    dia seguinte, já era conhecida nos meios científicos desde o final
    dos anos 60. Estas drogas podem ser tomadas até 72 horas após a
    relação sexual. Por outro lado, se a mulher estiver em seus dias
    férteis e tiver ovulado, terá seu óvulo fecundado em questão de
    poucas horas ou até de poucos minutos após a relação sexual. Não
    é possível negar, nestas condições, que se a contracepção de
    emergência evita o desenvolvimento de gravidez mesmo quando tomada 72
    horas depois da relação sexual, ela não terá podido evitar a
    fecundação. Trata-se, portanto, de um procedimento manifestamente
    abortivo. Se a mulher já ovulou e tem uma relação sexual, não
    existe nenhum modo pelo qual, no dia seguinte à relação, e com
    muito mais razão depois de dois ou três dias, qualquer procedimento
    possa impedir a ocorrência de uma concepção que já havia se
    realizado um, dois ou três dias antes. O que ocorre é que, se a
    fecundação ocorreu no dia da relação sexual, entre cinco e sete
    dias depois, quando o óvulo já fecundado deveria estar-se nidando na
    parede interna do útero, esta nidação será impedida pela
    alteração endometrial promovida pela droga, que terá sido tomada
    depois da concepção, mas não antes da nidação. Neste caso o
    óvulo já fecundado, não podendo nidar-se, será rejeitado pelo
    organismo materno juntamente com a menstruação seguinte.

    Apesar de conhecida nos meios científicos, a indústria farmacêutica
    não quis promover o produto, durante três décadas, basicamente por
    causa dos seguintes motivos, levantados por uma pesquisa realizada pela
    IPPF em 1994: (1) o receio de serem acusados de prática de
    aborto, (2) a falta de treinamento dos profissionais da saúde,
    (3) a falta de demanda por parte das mulheres.

    Foi a Fundação Rockefeller que decidiu, em 1995, iniciar o
    processo para a disseminação da contracepção de emergência no
    mundo.

    Em abril de 1995 a Fundação hospedou no seu Centro de
    Conferências de Bellagio, no Lago de Como, na Itália, 24
    especialistas de todo o mundo para discutirem a contracepção de
    emergência. Entre eles havia dois brasileiros, sendo que um deles,
    o Dr. Elsimar Coutinho, da Universidade Federal da Bahia,
    atuando como presidente da Conferência. A Dra. Beverly
    Winikoff, do Conselho Populacional, também estava listada entre os
    participantes. A Conferência foi patrocinada em conjunto com a
    IPPF, a Family Health International, o Population Council e a
    Organização Mundial da Saúde. Os objetivos imediatos do encontro
    foram a publicação de uma declaração e a fundação de um consórcio
    internacional de entidades para a difusão da contracepção de
    emergência.

    A "DECLARAÇÃO DE CONSENSO SOBRE A
    CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA" (Consensus
    Statement on Emergency Contraception) pode ser encontrado neste
    arquivo:

    http://www.documentosepesquisas.com/statement-emergency-contraception.pdf

    O corpo do texto afirmava que os médicos relutavam em disponibilizar a
    contracepção de emergência. Mas, para todos estes casos, o
    documento sugeria claramente que deveria sustentar-se,
    insistentemente, sem apresentar qualquer justificativa, que a
    contracepção de emergência não era abortiva:

    "OS PROVEDORES RELUTAM EM FORNECER
    ESTE MÉTODO. EM CASO DE
    DESENTENDIMENTO, OS CONTRACEPTIVOS DE
    EMERGÊNCIA NÃO SÃO ABORTIVOS. OS
    CONTRACEPTIVOS DE EMERGÊNCIA PREVINEM
    A GRAVIDEZ INDESEJADA".

    O Consenso também propunha 14 recomendações, entre as quais
    desencadear amplo trabalho de promoção e propaganda, principalmente
    entre a população mais jovem, incluir a contracepção de emergência
    nos programas de planejamento familiar, nas listas de medicamentos
    essenciais e no currículo das escolas de saúde, e realizar coletas
    sistemáticas de dados sobre o uso dos contraceptivos de emergência
    pelos sistemas de saúde e censos demográficos.

    Sete organizações internacionais que haviam participado da
    Conferência, entre as quais a Concept Foundation, a IPPF, a
    Organização Mundial da Saúde e o Conselho Populacional, criaram
    em seguida o Consórcio Internacional para a Contracepção de
    Emergência (ICEC). A Organização Mundial da Saúde, uma
    das fundadoras do ICEC, acrescentou a contracepção de emergência
    na sua Lista de Medicamentos Essenciais no mesmo ano.

    A estratégia do ICEC foi basicamente a de contatar uma indústria
    farmacêutica, a Gedeon Richter da Hungria, e convencê-la a
    lançar uma pílula do dia seguinte sob o nome de Postinor 2, que
    seria utilizada dentro dos esquemas dos serviços de planejamento
    familiar já existentes. Os recursos para o desenvolvimento do
    Postinor 2 vieram da Fundação Rockefeller e da Fundação
    Packard. Os membros do ICEC fariam todo o trabalho de advocacy,
    distribuição e de lobby junto às autoridades políticas e de saúde
    para o registro do novo medicamento, mas quem iria aparecer seria a
    indústria farmacêutica, e não o ICEC, nem tampouco a
    Fundação Rockefeller. Antecipando a polêmica, o Consórcio
    decidiu evitar o contato com os meios de comunicação durante os
    estágios iniciais do projeto. Apesar de conhecida há décadas, a
    contracepção de emergência foi divulgada como um produto inteiramente
    novo, resultado do desenvolvimento da pesquisa científica, cuja
    disseminação seria impossível de ser detida e que as indústrias
    farmacêuticas jamais deixariam de disponibilizar. Todas as
    organizações envolvidas no processo foram avisadas no sentido de que
    qualquer menção que o produto fosse abortivo deveria ser imediatamente
    refutada por pesquisadores e entidades, de modo que toda oposição
    viesse a parecer impossível. Para agilizar a atividade do ICEC,
    foram criados mais cinco sub-consórcios continentais ligados ao
    ICEC: a Sociedade Americana de Contracepção de Emergência,
    o Consórcio Latino-americano de Anticoncepção de Emergência
    (CLAE), o EC Afrique, e mais dois outros consórcios para a
    Europa Oriental e para o mundo Árabe.

    O trabalho foi iniciado em quatro países piloto: México,
    Quênia, Sri Lanka e Indonésia. A introdução da contracepção
    de emergência nestas quatro nações possibilitou ao ICEC traçar
    uma estratégia de implantação da pílula do dia seguinte, seguindo
    um programa de nove etapas. Logo em seguida a pílula do dia seguinte
    foi registrada em 40 países e seu uso introduzido em 140.

    A página inicial do site do ICEC descreve hoje seu trabalho nestas
    poucas palavras:

    "APESAR DE QUE A CONTRACEPÇÃO DE
    EMERGÊNCIA ESTIVESSE DISPONÍVEL HÁ
    MAIS DE 30 ANOS, AS MULHERES EM TODO O
    GLOBO TINHAM PERMANECIDO NA IGNORÂNCIA
    DESTA IMPORTANTE OPÇÃO E SEM ACESSO ÀS
    INFORMAÇÕES E OS PRODUTOS PARA QUE A
    PUDESSEM UTILIZAR EFETIVAMENTE. ISTO
    ERA PARTICULARMENTE EVIDENTE NOS
    PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO.

    EM RESPOSTA A ESTA SITUAÇÃO, A FUNDAÇÃO
    ROCKEFELLER REUNIU UMA CONFERÊNCIA EM
    1995 PARA DISCUTIR A CONTRACEPÇÃO DE
    EMERGÊNCIA. LOGO APÓS ESTE ENCONTRO,
    UM GRUPO DE SETE ORGANIZAÇÕES
    INTERNACIONAIS, TRABALHANDO NA ÁREA DO
    PLANEJAMENTO FAMILIAR, FORMARAM O
    CONSÓRCIO PARA A CONTRACEPÇÃO DE
    EMERGÊNCIA E PASSARAM A DEMONSTRAR QUE
    ESTA SEGUNDA CHANCE CONTRACEPTIVA
    PODERIA TORNAR-SE UMA PARTE PRINCIPAL
    DA SAÚDE REPRODUTIVA MUNDIAL".

    A documentação a este respeito pode ser encontrada nestes arquivos:

    http://www.clcns.com/under_the_table.pdf

    http://www.cecinfo.org/about/history.htm

    http://www.cecinfo.org/about/members.htm

    http://www.cecinfo.org/worldwide/introducingEC.htm

    ===========================================

    9. O CONSÓRCIO INTERNACIONAL PARA O
    ABORTO MÉDICO

    ===========================================

    As fundações internacionais não obtiveram sucesso com a
    legalização do aborto na América Latina. Neste quadro, a
    experiência de Iniciativas Sanitárias no Uruguai, fruto da
    experiência pessoal de seu criador, quando professor de Obstetrícia
    na Universidade de Campinas, chama a atenção pelo seu êxito
    isolado no continente.

    Aníbal Faúndes, há três décadas funcionário do quadro
    permanente do Conselho Populacional e mentor intelectual de
    Iniciativas Sanitárias, não tardou a comparar os resultados de
    Iniciativas Sanitárias com os resultados semelhantes dos protocolos
    de Atendimento Pós-Aborto do IPAS e com a experiência das
    organizações Rockefeller na difusão do DIU e da contracepção de
    emergência. A experiência de Iniciativas Sanitárias era, na
    realidade, um protocolo de Atendimento Pré-Aborto, a
    contrapartida óbvia do Atendimento Pós-Aborto criado pelo
    IPAS. Ambos os protocolos poderiam ser unidos em um único
    protocolo, o CAC, ou COMPREHENSIVE ABORTION
    CARE, em vez de apenas PAC, ou POST ABORTION
    CARE. E não seriam mais necessárias as complexas manobras de
    lobby aos poderes legislativos para legalizar o aborto, uma vez que o
    ato de induzir o aborto, através da ingestão de um comprimido,
    poderia ser realizado na própria casa da mulher, sem necessidade de
    ser legalizado. Evitando os lobbies aos poderes legislativos, que
    exigem operações complexas específicas às realidades e à história
    de cada país, a batalha pelo CAC, pelo aborto médico, pela
    redução de danos, pelo aborto seguro, ou por qualquer outro nome que
    se quisesse chamá-lo, poderia ser realizada de modo rápido e
    simultâneo em todo o mundo, seguindo a metodologia já conhecida pelas
    organizações Rockefeller quando da implantação do DIU nos anos
    60 e da contracepção de emergência nos anos 90.

    Deste modo, o projeto de internacionalizar o aborto, de modo
    fulminante e sem necessitar legalizá-lo, utilizando metodologias já
    conhecidas, iniciou-se nos primeiros anos do século XXI.

    Em 2003 as organizações Rockefeller criaram a ONG Gynuity,
    fundada e presidida, desde então, pela Dra. Beverly Winikoff.
    Ela já havia participado do Comitê que havia elaborado a
    DECLARAÇÃO DE CONSENSO SOBRE A
    CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA, de 1995, que
    deu a partida a todo o rapidíssimo processo mundial de difusão da
    prática. Winikoff havia trabalhado durante vinte e cinco anos no
    Population Council, organização em que havia se integrado
    praticamente desde a mesma época que Aníbal Faúndes. Mas, ao
    contrário de seu colega brasileiro, antes disso Winikoff já era
    funcionária da divisão de saúde da Fundação Rockefeller.

    A atividade desenvolvida pela Gynuity segue o padrão adotado pelas
    organizações Rockefeller. Antes de iniciar qualquer campanha,
    tratam de fundamentar a sua validade no meio acadêmico. Assim havia
    sido com o DIU, assim havia sido com a contracepção de
    emergência. Conforme se depreende da leitura do Relatório Reece e
    de inúmeras outras fontes, o envolvimento das grandes fundações com
    a pesquisa acadêmica data dos primórdios do século XX. Na
    realidade, estas organizações praticamente ditam os rumos da pesquisa
    científica nos setores que interessam às suas agendas. A Gynuity
    passou a pesquisar, realizar congressos, promover publicações na
    área científica sobre o aborto seguro por meio de medicamentos. Uma
    das primeiras tarefas da Gynuity foi redigir, como resultado de uma
    reunião internacional no Centro de Conferências da Fundação
    Rockefeller em Bellagio, um manual sobre a maneira de introduzir o
    aborto por meio de medicamentos em países em desenvolvimento, o que
    significa, na prática, nos países onde o aborto é ilegal.

    No mesmo ano, a Organização Mundial da Saúde produziu a primeira
    edição de seu próprio manual do aborto seguro, denominado
    'ABORTO SEGURO: GUIA TÉCNICO E
    POLÍTICO PARA SISTEMAS DE SAÚDE'. O manual
    foi posteriormente atualizado e uma segunda edição foi publicada em
    2012. Ambas as edições não são apenas manuais técnicos, mas
    também plataformas políticas disfarçadas de publicação técnica,
    seguindo a mesma linha argumentativa do manual de estratégias da
    IWHC e dos comitês de direitos humanos da ONU.

    Simultaneamente à realização de inúmeras conferências
    internacionais por parte da Gynuity, fundou-se em Londres a
    ICMA, ou INTERNATIONAL CONSORTIUM FOR
    MEDICAL ABORTION, a organização que deveria
    desempenhar o papel análogo à da ICEC, ou
    INTERNATIONAL CONSORTIUM FOR
    EMERGENCY CONTRACEPTION. Ao que parece, o
    ICMA não foi, em seus inícios, objeto de maiores atenções dos
    Rockefellers. Fundado em Londres, em 2002, por uma
    organização denominada REPRODUCTIVE HEALTH
    ALLIANCE, tinha como objetivo ser um fórum que reunisse os
    principais atores de todo o mundo que estivessem trabalhando com o
    aborto por meio de medicamentos, dentro da perspectiva do aborto
    seguro. A REPRODUCTIVE HEALTH ALLIANCE
    encerrou suas atividades logo a seguir, mas o ICMA continuou. Os
    editores da revista REPRODUCTIVE HEALTH
    MATTERS, que faziam parte da diretoria do ICMA, e em cujo
    conselho editorial figuravam pessoas como Adrianne Germain da
    IWHC, Lilian Abracinskas, líder feminista do Uruguai,
    Frances Kissling, presidente mundial das Católicas pelo Direito de
    Decidir, e Regina Barbosa, pesquisadora da Unicamp, decidiram
    levar adiante a iniciativa e organizar uma CONFERÊNCIA
    INTERNACIONAL SOBRE ABORTO SEGURO em
    Johannesburg, África do Sul, em 2004. Neste ínterim, a
    Gynuity passou a fazer parte do comitê diretor do ICMA.

    Com o apoio de fundos do governo da Suécia e da Alemanha, a equipe
    da Reproductive Health Matters conseguiu organizar a Conferência
    Internacional sobre Aborto Seguro, em Johannesburg, no ano de
    2004, na qual participaram 108 representantes de 50 países.
    Nas palavras dos promotores do evento, a conferência "COLOCOU
    FINALMENTE O ICMA NO MAPA-MUNDI". A partir
    desta data a sede da organização mudou-se para a República
    Moldava, no Leste Europeu, e o ICMA obteve o apoio financeiro
    da Fundação Packard e dos governos da Holanda, do Reino Unido e
    da Suécia. O ICMA passou também a atrair a atenção das
    organizações Rockefeller, principalmente pelo potencial que a
    iniciativa teria na implementação do aborto seguro na América
    Latina. A idéia era reproduzir, para o caso do aborto seguro, a
    mesma estrutura e o mesmo papel que o ICEC desempenhou na campanha
    mundial pela contracepção de emergência, quando esta organização
    coordenava, em cada continente, diversos consórcios independentes.

    Em agosto de 2005 o Population Council, a principal entre as
    organizações Rockefeller que se dedicam à promoção do aborto e ao
    controle populacional, em conjunto junto com a Gynuity, a IPPF e
    as Católicas pelo Direito de Decidir, realizou um congresso na
    Cidade do México sobre os "DESAFIOS DO ABORTO
    INSEGURO NA AMÉRICA LATINA", com a presença de
    mais de 70 profissionais do México, Peru e Brasil. Neste
    evento, além das discussões a respeito das estratégias para aumentar
    o acesso aos serviços de aborto seguro na região, a Gynuity
    apresentou um estudo contendo uma "REVISÃO DA
    EXPERIÊNCIA OBTIDA EM MAIS DE 10.000
    ABORTOS POR MEIO DE MEDICAMENTOS EM UMA
    CLÍNICA CLANDESTINA DA AMÉRICA
    LATINA". O encontro terminou com a decisão de criar o
    CONSÓRCIO LATINO AMERICANO CONTRA O
    ABORTO INSEGURO.

    O novo consórcio, que seria o primeiro de quatro outros consórcios
    que dividiriam entre si os principais continentes do planeta, foi
    finalmente fundado no ano seguinte em Lima, no Perú. Denominado de
    CONSÓRCIO LATINO AMERICANO CONTRA O
    ABORTO INSEGURO (CLACAI), sua criação foi
    patrocinada pela Gynuity, que participou da reunião inaugural da nova
    entidade. Assistiram 50 participantes, vindos de 13 países da
    região, entre 'PROVEDORES DE ABORTOS' (sic),
    grupos de pesquisadores e organizações feministas, com a finalidade
    de estruturar o organismo e planejar ações para aumentar o acesso ao
    aborto por meio de medicamentos na região.

    Nos anos seguintes foram fundados o ASIA SAFE ABORTION
    PARTNERSHIP (ASAP), em 2008; o EASTERN
    EUROPEAN ALLIANCE FOR REPRODUCTIVE
    CHOICE (EEARC), também em 2008; e o AFRICAN
    NETWORK FOR MEDICAL ABORTION (ANMA), em
    2009.

    Atualmente o ICMA conta com 160 membros institucionais e 460
    membros individuais de todos os países do mundo. Os países mais
    representados são os Estados Unidos (71 membros), a India
    (52 membros) e o Perú (51 membros).

    Na América Latina, o consórcio regional CLACAI conta com
    57 organizações e 27 membros individuais. Participam do
    CLACAI, por parte do Brasil, a ANIS de Brasília,
    dirigida pela antropóloga Débora Diniz, e a COMISSÃO DE
    CIDADANIA E REPRODUÇÃO, ligada à Fundação
    MacArthur. Mas participam também, embora oficialmente
    representando os Estados Unidos, as CATÓLICAS PELO
    DIREITO DE DECIDIR, o IPAS, a IPPF, a
    PLANNED PARENTHOOD OF AMERICA, filial
    americana da IPPF, e o ALAN GUTTMACHER
    INSTITUTE, além da própria GYNUITY. O
    CONSELHO POPULACIONAL, pertencente às
    organizações Rockefeller, também participa do CLACAI, mas
    representando o México, e a FUNDAÇÃO PATHFINDER
    integra o CLACAI, mas representando o Perú e o Equador.
    Representando o Uruguai, um dos países com maior número de
    participantes, figuram, entre outros, a própria
    UNIVERSIDADE DA REPUBLICA DO URUGUAI e,
    por meio do SINDICATO MÉDICO DO URUGUAI, a
    ONG fundada pelo Dr. Leonel Briozzo dentro do Hospital Pereira
    Rossell. Veja o quadro completo neste arquivo:

    http://www.clacai.org/integrantes

    No ano 2005 o governo britânico, ao qual, logo em seguida, se
    somariam o governo da Dinamarca, da Suécia, da Noruega e da
    Suíça, que são basicamente os mesmos governos que estão
    financiando as atividades do ICMA, constituiu um fundo
    internacional conhecido como SAAF (SAFE ABORTION
    ACTION FUND), para financiar projetos de implantação de
    serviços de aborto seguro em países em desenvolvimento. Para
    administrar a aplicação do fundo foi chamada a multinacional do
    aborto, a IPPF, proprietária nos Estados Unidos de uma rede
    constituída por mais de 20% de todas as clínicas de abortos do
    país. A IPPF deveria financiar, com o dinheiro do fundo,
    vários projetos de implantação de serviços de aborto seguro em
    diversos países em desenvolvimento, no valor de até 300 mil
    dólares bianuais para cada projeto. No dia 18 de maio de 2007 a
    IPPF anunciou que o FUNDO PARA AÇÕES PARA O
    ABORTO SEGURO, através de uma comissão de 14
    especialistas em aborto, decidiu liberar 11 milhões de dólares em
    recursos para o financiamento de 45 projetos em 32 países, com a
    finalidade de implantar programas de aborto seguro. Veja estas
    informações nos seguintes documentos:

    http://www.documentosepesquisas.com/saaf.pdf

    Em 2007, o mesmo governo britânico, em parceria com o IPAS e
    a organização Marie Stopes, a maior provedora de clínicas de
    abortos da Inglaterra, financiou o mega-evento conhecido como a
    GLOBAL SAFE ABORTION CONFERENCE, realizada
    em Londres para discutir a implantação dos serviços de aborto seguro
    em todo o mundo. O arquivo referente ao evento é

    http://www.documentosepesquisas.com/global-safe-abortion-conference-2007.pdf

    No ano seguinte, em 2008, no prédio da prefeitura de
    Montevidéu, no Uruguai, foi realizada uma réplica semelhante ao
    Congresso de Londres, mas apenas para operadores de saúde
    latino-americanos. O Congresso foi seguido de um curso de alto
    nível, realizado no Hotel Sheraton de Montevidéu, desta vez
    apenas para quinze especialistas, selecionados entre os mais de 600
    congressistas, com o objetivo de capacitar os participantes a iniciar
    imediatamente programas de abortos seguro em seus países de origem:

    http://www.documentosepesquisas.com/congreso-aborto-seguro-montevideo-1.pdf

    http://www.documentosepesquisas.com/congreso-aborto-seguro-montevideo-2.pdf

    http://www.documentosepesquisas.com/congreso-aborto-seguro-montevideo-3.pdf

    ===========================================

    10. A PROMOÇÃO DO ABORTO NO SEGUNDO
    TRIMESTRE

    ===========================================

    Uma característica notável em toda a movimentação pelo aborto
    seguro, no final da primeira década do século XXI, está no
    interesse com que seus promotores estão empenhados em difundir a
    prática do aborto no segundo trimestre da gravidez. Estes
    profissionais afirmam publicamente, por um lado, que desejam diminuir
    o número de abortos, e que estão aconselhando as mulheres a não
    abortar. Mas, em março de 2007, poucas semanas antes da mega
    conferência de Londres, a Gynuity reuniu, a pedido da IPPF,
    sob os auspícios do ICMA, uma outra conferência, realizada
    também em Londres, restrita apenas ao tema do aborto de segundo
    trimestre. Entre os participantes havia líderes de vários países da
    América Latina, como Brasil, Colômbia, México e Peru.
    Representando o Brasil nesta conferência estava o Dr. Aníbal
    Faúndes, o qual mostrou, em sua apresentação, que os exames de
    ultra-som, onde os médicos podiam ver

    "UM FETO COM TRAÇOS PESSOAIS
    DEMASIADAMENTE INDIVIDUALIZADOS",

    em conjunto junto com a

    "TRADIÇÃO DE DEFENDER E PROTEGER A VIDA
    DO FETO",

    estavam causando problemas no Brasil para a realização de abortos
    durante o segundo trimestre da gravidez. Segundo Faúndes, uma das
    vantagens da nova estratégia do aborto seguro por meio da
    auto-medicação das mulheres consistia em que este enfoque favorecia

    "UMA ABORDAGEM MAIS POSITIVA RELATIVA
    AO ABORTO"

    no segundo trimestre da gestação. O motivo era simples:

    "DEPOIS DO TERCEIRO MÊS DE GRAVIDEZ É
    MAIS FÁCIL PARA O MÉDICO ASSINAR UMA
    RECEITA EM VEZ DELE MESMO PRATICAR A
    CIRURGIA DE EXTRAÇÃO DO FETO".

    O seguinte arquivo contém a apresentação de slides realizada por
    Faúndes, nesta ocasião, em Londres:

    [ANÍBAL FAÚNDES: OFERECENDO ABORTOS DE
    SEGUNDO TRIMESTRE EM SITUAÇÕES
    LEGALMENTE PROIBIDAS:
    http://www.medicalabortionconsortium.org/uploads/file/annibal_fundes_providi
    ng_second_trimester_abortion_icma_conference.pdf]

    Este outro arquivo fornece uma visão geral de toda a Conferência,
    voltada inteiramente para a promoção do aborto de segundo trimestre:

    http://www.medicalabortionconsortium.org/uploads/file/ICMA%20Conference%20Re
    port%202007.pdf

    A partir desta data pode-se facilmente perceber que a promoção do o
    aborto de segundo trimestre tornou-se um dos temas mais importantes do
    site do ICMA:

    http://www.medicalabortionconsortium.org/second-trimester-abortion-women-s-h
    ealth-and-public-policy.html

    http://www.medicalabortionconsortium.org/memorandum-on-the-legality-of-2nd-t
    rimester-abortions-in-the-countries-of-the-world.html

    http://www.medicalabortionconsortium.org/law-policy/

    ===========================================

    11. A PRESSÃO INTERNACIONAL PARA QUE O
    GOVERNO BRASILEIRO PERMITA O LIVRE
    ACESSO AOS MEDICAMENTOS ABORTIVOS.

    ===========================================

    Outro sinal preocupante sobre o que se pretende fazer é o grau de
    pressão, inteiramente inusitado, que o CLACAI e seus membros
    estão realizando, pelo menos desde 2009, sobre as autoridades
    sanitárias brasileiras para que estas liberem completamente a venda de
    drogas abortivas para o público.

    Em junho de 2009, na CONFERÊNCIA LATINO
    AMERICANA DE PREVENÇÃO AO ABORTO
    INSEGURO, realizada em Lima, no Perú, o Dr. Cristião
    Rosas, do IPAS, afirmava que a Febrasgo (Federação
    Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia), também presidida por
    ele, havia recomendado à ANVISA (Agencia Nacional de
    Vigilância Sanitária) quebrar as barreiras de acesso das mulheres
    às drogas abortivas, visando permitir a sua venda e distribuição nas
    farmácias e serviços ambulatoriais, AINDA QUE SOB
    PRESCRIÇÃO MÉDICA.

    Em outubro do mesmo ano a CCR, que representa e continua o trabalho
    da Fundação MacArthur no Brasil, realizou uma REUNIÃO
    TÉCNICO-CIENTÍFICA SOBRE O ABORTO
    MEDICAMENTOSO NO BRASIL, com o apoio do
    Ministério da Saúde, para a qual foi convidado um representante da
    ANVISA. O encontro todo, na realidade, foi organizado com o
    intuito de pressionar aquele representante da ANVISA para que a
    entidade liberasse a venda dos medicamentos abortivos no país. O
    representante afirmou, durante sua exposição, que a posição da
    ANVISA era estritamente técnica, e que não poderia liberar os
    medicamentos por colocar em risco a segurança das próprias mulheres
    que iriam usá-los. Durante o debate, se é que este podia ser assim
    chamado, o representante declarou estar admirado em ouvir este tipo de
    pedido por parte de uma audiência composta de peritos no assunto, ao
    mesmo tempo em que não compreendia por que os presentes não conseguiam
    entender seus argumentos. O representante da ANVISA foi
    submetido a uma humilhação prolongada e vergonhosa, indigna de uma
    reunião que pretendia intitular-se técnico-científica. Era
    continuamente interrompido aos gritos pelos presentes, acusado de
    fundamentalismo e de manter aliança com forças conservadoras.

    O site da CCR publicou posteriormente uma versão bastante mais
    branda do que realmente aconteceu no encontro. Segundo o site,

    "PARA A DIRETORA DA CCR, COMISSÃO DE
    CIDADANIA E REPRODUÇÃO, MARGARETH
    ARILHA, A REUNIÃO TROUXE QUESTÕES
    MUITO SÉRIAS, POSTAS NO TABULEIRO DE
    FORMA GRAVE".

    O mesmo Cristião Rosas, ainda segundo o site da CCR, que alguns
    meses antes havia se manifestado, em Lima, pedindo à ANVISA a
    venda dos abortivos sob prescrição médica, JÁ
    CONSIDERAVA A PRÓPRIA VENDA COM
    PRESCRIÇÃO MÉDICA, que ele próprio havia solicitado na
    capital do Perú, COMO UM CASO DE IDEOLOGIA:

    "SÓ POSSO VER UM VIÉS IDEOLÓGICO E
    CONSERVADOR NAS REGULAMENTAÇÕES
    RESTRITIVAS DA ANVISA AO USO DESTES
    MEDICAMENTOS. A NECESSIDADE DE
    PRESCRIÇÃO MÉDICA PARA O PRODUTO É UM
    ABSURDO AO QUAL A AGÊNCIA NÃO
    RESPONDE".

    http://www.ccr.org.br/a_destaque_seminario15-16out2009.asp

    O relatório de 2010 da ICMA afirma, em sua página 14, que
    no Brasil as organizações filiadas ao consórcio realizaram, em
    setembro de 2010, outro encontro do mesmo gênero, com suporte do
    FUNDO DE ATIVIDADES POPULACIONAIS DA
    ONU, para discutir com as autoridades da ANVISA a total
    liberação da venda de remédios abortivos no Brasil:

    "A CONFERÊNCIA SUB-REGIONAL 'SIMPÓSIO
    ESTRATÉGICO SOBRE A DISPONIBILIDADE DO
    MISOPROSTOL NO BRASIL' REALIZOU-SE EM
    SÃO PAULO NO MÊS DE SETEMBRO. ESTA
    CONFERÊNCIA TÉCNICA FOI ORGANIZADA
    PELOS REPRESENTANTES NACIONAIS DO
    CLACAI, COM SUPORTE DOS ESCRITÓRIOS
    NACIONAL E REGIONAL DA UNFPA.

    O ENCONTRO REUNIU CERCA DE 15
    ESPECIALISTAS NACIONAIS E
    INTERNACIONAIS, INCLUINDO MÉDICOS,
    ORGANIZAÇÕES FEMINISTAS,
    ESPECIALISTAS EM MEDICAMENTOS, E OS
    REPRESENTANTES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE
    E DA AGÊNCIA NACIONAL DE MEDICAMENTOS
    (ANVISA).

    ENTRE OS TÓPICOS DISCUTIDOS ESTAVA A
    INFLUÊNCIA CONSERVADORA CONSTANTE QUE
    LIMITA O ACESSO DO MISOPROSTOL NO PAÍS.
    OS RESULTADOS, EM TERMOS DO
    ENVOLVIMENTO DOS ATUAIS ATORES
    POLÍTICOS NA DISCUSSÃO DA NECESSIDADE
    DE IMPLEMENTAR O ACESSO DO MISOPROSTOL
    COMO UMA MEDIDA CHAVE PARA A REDUÇÃO DO
    ABORTO INSEGURO NO BRASIL".

    http://www.medicalabortionconsortium.org/uploads/file/ICMA%202010%20narrativ
    e%20Report.pdf

    No dia 13 de junho de 2012, logo após as declarações da
    Ministra Eleonora Menicucci sobre a nova política de redução de
    danos do governo brasileiro, a CCR publicou um editorial no qual
    afirma:

    "DESDE 2009, A CCR VEM SE RELACIONANDO
    COM O MINISTÉRIO DA SAÚDE E ANVISA PARA
    PROBLEMATIZAR AS RESTRIÇÕES FEITAS AO
    USO DO MISOPROSTOL NO BRASIL.

    FORAM REALIZADOS VÁRIOS SEMINÁRIOS E
    GRUPOS DE TRABALHO ESPECÍFICOS, QUE SE
    REUNIRAM COM AS INSTANCIAS
    GOVERNAMENTAIS, A UNFPA,
    PESQUISADORES E ATIVISTAS,
    ENFATIZANDO A INADEQUAÇÃO DAS
    NORMATIVAS VIGENTES QUE RESTRINGEM O
    MEDICAMENTO, QUE TEM INÚMERAS
    INDICAÇÕES EM GINECOLOGIA E
    OBSTETRÍCIA E QUE PODERIAM INCLUSIVE
    AJUDAR A REDUZIR A MORTALIDADE MATERNA
    NO PAÍS. A ANVISA RESTRINGE INCLUSIVE O
    ACESSO A INFORMAÇÕES SOBRE USOS DO
    MEDICAMENTO QUE NÃO ESTEJAM EM LINHA
    COM AS INDICAÇÕES DE ABORTO LEGAL,
    OBRIGANDO A CIRCULAÇÃO APENAS EM
    ÂMBITO HOSPITALAR.

    A CCR PARTICIPA DO CONSÓRCIO LATINO
    AMERICANO PARA REDUÇÃO DO ABORTO
    INSEGURO E APÓIA O LIVRE ACESSO À
    EDUCAÇÃO, PARA QUE AS MULHERES RECEBAM
    A INFORMAÇÃO CORRETA SOBRE RISCOS E
    MÉTODOS SEGUROS PARA O USO DOS
    MISOPROSTOL E SUAS ESCOLHAS
    REPRODUTIVAS.

    COM A APROXIMAÇÃO DA POLÍTICA DE
    REDUÇÃO DE DANOS AO ABORTO, ANUNCIADA
    PELA SECRETARIA ESPECIAL DE POLÍTICAS
    PARA AS MULHERES E PELO MINISTÉRIO DA
    SAÚDE, O PAÍS TERÁ QUE ENFRENTAR A
    RESTRIÇÃO PARA USO APENAS HOSPITALAR
    DO MISOPROSTOL".

    http://www.ccr.org.br/editorial-detalhe.asp?cod=32

    As manobras do CCR, membro do CLACAI, porém, não se
    limitaram à simples intimidação em congressos e editoriais. Em
    junho de 2012 a CCR denunciou a ANVISA, por violação do
    direito à saúde, ao COMITÊ DE DIREITOS HUMANOS
    DA ONU em Genebra, por não permitir a livre venda e
    distribuição de abortivos no Brasil. O texto completo da denúncia
    está neste documento:

    http://lib.ohchr.org/HRBodies/UPR/Documents/session13/BR/CCR_UPR_BRA_S13_201
    2_ComissaodeCidadaniaeReproducao_E.pdf

    ===========================================

    12. A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE
    COLOCA OS ABORTIVOS NA LISTA DE
    MEDICAMENTOS ESSENCIAIS

    ===========================================

    Quando a Fundação Rockefeller decidiu implementar a contracepção
    de emergência a nível mundial, uma das principais preocupações era
    a imediata inclusão dos fármacos utilizados para este fim na lista de
    medicamentos essenciais da Organização Mundial da Saúde, e a sua
    aprovação nos departamentos de saúde dos vários países.

    A mesma coisa se repetiu no caso do aborto seguro. Na realidade,
    chegou-se ao requinte de terem sido criadas duas novas organizações,
    a VSHD (VENTURE STRATEGIES FOR HEALTH
    DEVELOPMENT), fundada em 2001, com sede na California
    e parceria com a Escola de Saúde Pública da Universidade da
    Califórnia em Berkeley, e a VSI (VENTURE
    STRATEGIES INNOVATIONS), criada em 2008,
    esta com sede não apenas na Califórnia, mas também na Etiópia e
    na Tanzânia.

    A VSHD foi fundada em 2001 pela POPULATION AND
    DEVELOPMENT INTERNATIONAL, uma organização
    supostamente dedicada à erradicação da pobreza na Ásia, que conta
    entre seus financiadores não apenas as grandes fundações (Gates,
    Rockefeller, Ford), mas também a própria IPPF.

    O objetivo principal da fundação da VSHD era a obtenção do
    registro dos medicamentos abortivos junto às autoridades sanitárias de
    todos os países da África e da Ásia, inicialmente apenas para fins
    de controle de hemorragia pós-parto. O objetivo foi alcançado,
    pela primeira vez, na Nigéria, em 2006, após o que
    seguiram-se rapidamente a Tanzânia, Zâmbia, Bangladesh e
    Nepal.

    A segunda atividade da VSHD é o ativismo para a conscientização
    da comunidade política dos países em desenvolvimento

    "DO IMPERATIVO E DA VIABILIDADE DA
    REDUÇÃO DO CRESCIMENTO POPULACIONAL
    DENTRO DO CONTEXTO DE UMA POLÍTICA
    VOLUNTÁRIA DE DIREITOS HUMANOS".

    http://www.venturestrategies.org/projects/index.php

    A urgência para o reconhecimento das drogas abortivas nos países
    africanos e asiáticos fez com que a própria VSHD criasse, em
    2008, sua filial VSI, esta com sede na Califórnia, na
    Etiópia e na Tanzânia. A VSHD se destinaria exclusivamente à
    aprovação e ao registro dos medicamentos abortivos nos países em
    desenvolvimento:

    "O MAIOR PROGRAMA DA VSI É A PROMOÇÃO DO
    ACESSO DO MISOPROSTOL PARA A SAÚDE
    MATERNA. NO MOMENTO ESTAMOS
    TRABALHANDO EM 14 PAÍSES CONSTRUINDO
    SOBRE OS ESFORÇOS INICIADOS PELA NOSSA
    ORGANIZAÇÃO DE ORIGEM E ATUAL
    PARCEIRA, A VENTURE STRATEGIES FOR
    HEALTH AND DEVELOPMENT (VSHD). OS
    FUNDADORES DO VSHD ELABORARAM UM
    MODELO PARA PERMITIR O ACESSO A
    TECNOLOGIAS DE IMPACTO EM LARGA ESCALA
    E O CODIFICARAM NA CRIAÇÃO DE UMA NOVA
    ORGANIZAÇÃO, A VSI, FUNDADA EM 2008
    COMO ORGANIZAÇÃO INDEPENDENTE".

    http://www.vsinnovations.org/history.html

    O maior problema, porém, era a inclusão do misoprostol na Lista de
    Medicamentos Essenciais da Organização Mundial da Saúde. A
    maioria dos países mais pobres não possuem quadros técnicos
    suficientes para elaborarem e atualizarem suas próprias listas de
    medicamentos e seguem, com pouca capacidade crítica, as indicações
    da Organização Mundial da Saúde. A inclusão dos abortivos na
    lista da OMS possui uma longa história.

    A Lista de Medicamentos Essenciais da OMS iniciou-se em 1977
    e, desde então, tem sido atualizada a cada dois anos. A décima
    terceira edição, de 2003, não mencionava o medicamento. A
    14ª edição, de 2005, e a 15ª edição, de 2007,
    apenas mencionam a existência do misoprostol, sem, porém,
    fornecerem uma indicação para o seu uso.

    Já a 16ª edição, de 2009, menciona o misoprostol e aponta
    seu uso "PARA O TRATAMENTO DO ABORTO
    INCOMPLETO E DA MENSTRUAÇÃO", acrescentando,
    porém, a expressão "ONDE FOR PERMITIDO PELA
    LEI E ONDE FOR CULTURALMENTE ACEITO". O
    relatório do 17º Comitê de Peritos da OMS de 2009 mostra
    que o pedido formal para a inclusão de uma cláusula indicando a
    utilização do misoprostol "PARA TRATAMENTO DO
    ABORTO INCOMPLETO DE PRIMEIRO
    TRIMESTRE" foi uma iniciativa da Gynuity.

    Deve-se notar, entretanto, no texto final aprovado, que a palavra
    'ONDE' na redação da expressão 'ONDE FOR
    PERMITIDO PELA LEI E ONDE FOR
    CULTURALMENTE ACEITO', está manifestamente
    repetida por duas vezes, o que sugere ao leitor que os redatores da
    lista quiseram dar a entender que a palavra 'E', na realidade,
    deveria ser compreendida como 'OU'. Assim, neste sentido, a
    OMS estaria sutilmente insinuando que, ainda que fosse legalmente
    proibido, mas fosse culturalmente aceito, o misoprostol poderia ser
    utilizado para o 'TRATAMENTO DA MENSTRUAÇÃO'.
    O termo 'TRATAMENTO DA MENSTRUAÇÃO' é outro
    termo ambíguo, que oculta mais sutilezas de linguagem. Em vários
    países onde o aborto é ilegal já foram vendidas comercialmente drogas
    abortivas, com diversas indicações constantes na bula, uma das quais
    sendo 'O REESTABELECIMENTO DA
    MENSTRUAÇÃO, EM CASOS DE GRAVIDEZ', o
    que, evidentemente, não pode ser entendido senão como uma
    referência à prática ao aborto. Ademais, a expressão 'ONDE
    FOR PERMITIDO PELA LEI E ONDE FOR
    CULTURALMENTE ACEITO' não é um padrão da OMS.
    A expressão nunca foi utilizada, em nenhuma edição da lista, para
    nenhum outro medicamento. Mas a expressão foi utilizada, em conjunto
    com a citação do misoprostol, nas listas de 2005 e 2007, nas
    quais apenas se mencionava a existência da droga, mas não a sua
    finalidade. Isto mostra que os redatores das edições anteriores já
    sabiam que a droga estava sendo incluída na lista de medicamentos
    essenciais para introduzir, no futuro, a prática do aborto.

    Mas o verdadeiro problema das listas da OMS estava em que, tanto
    nas edições de 2005 e 2007, como também na de 2009, o
    misoprostol aparecia na lista de medicamentos complementares, e não na
    própria lista principal. Isto dificultava o lobby das organizações
    não governamentais junto aos governos dos países pobres no sentido de
    forçar os sistemas de saúde a utilizarem o medicamento.

    Foi a Gynuity, em conjunto com a VSHD, quem surgiu com a
    solução do problema e apresentou, em março de 2009, à reunião
    do 17º Comitê de Peritos da OMS, uma proposta de
    transferência do misoprostol da lista complementar para a lista
    principal, com base na alegação de que a ingestão da droga poderia
    atuar preventivamente no organismo feminino, impedindo a hemorragia
    pós-parto, uma das principais causas de mortalidade materna nos
    países pobres.

    http://www.who.int/selection_medicines/committees/expert/17/application/Miso
    _Incl_1.pdf

    O 17º Comitê de Peritos da OMS, que iria elaborar a 16ª
    edição da lista, rejeitou o pedido conjunto da Gynuity e da
    VSHD. A justificativa alegada foram as evidências que mostravam
    que o misoprostol não havia sido mais eficiente do que os placebos para
    prevenir a hemorragia pós-parto, e que, ademais, o misoprostol,
    quando assim utilizado, apresentava sérios riscos de produzir
    calafrios e febre, além de haver 'UMA PREOCUPAÇÃO
    NÃO RESOLVIDA SOBRE A POSSIBILIDADE DE
    AUMENTO DA MORTALIDADE MATERNA'. Os termos
    podem ser conferidos nas páginas 43 do Relatório do 17º Comitê
    de Peritos da OMS e 87 do Relatório do 18º Comitê de
    Peritos:

    http://www.who.int/medicines/publications/TRS958_2010.pdf

    http://www.who.int/selection_medicines/Complete_UNEDITED_TRS_18th.pdf

    A vitória da Cultura da Morte foi alcançada, finalmente, na
    17ª edição da Lista de Medicamentos Essenciais. Novas
    evidências foram indicadas, não no sentido de que o misoprostol fosse
    realmente mais eficiente do que já havia sido anteriormente reportado,
    mas no sentido de que ele não apresentaria riscos à saúde da mulher
    se fosse usado para prevenir a hemorragia pós-parto. O 18º
    Comitê de Peritos da OMS então decidiu que o medicamento poderia
    ser promovido para a lista principal de medicamentos essenciais da
    OMS. Na página 8 do Relatório do 18º Comitê, os peritos
    afirmam:

    "AS NOVAS EVIDENCIAS SUBMETIDAS AO
    COMITÊ MOSTRAM QUE O MISOPROSTOL PODE
    SER ADMINISTRADO COM SEGURANÇA ÀS
    MULHERES PARA PREVENIR A HEMORRAGIA
    PÓS PARTO, MAS ISTO SOMENTE DEVERIA SER
    FEITO ONDE OUTROS FÁRMACOS NÃO ESTEJAM
    DISPONÍVEIS OU NÃO POSSAM SER USADOS
    COM SEGURANÇA. A ORIENTAÇÃO DA OMS É NO
    SENTIDO QUE O MISOPROSTOL POSSA SER
    USADO PARA PREVENIR A HEMORRAGIA
    PÓS-PARTO SOMENTE NAS SITUAÇÕES EM QUE
    NÃO HÁ OUTRAS TERAPIAS DISPONÍVEIS. O
    MISOPROSTOL, ADEMAIS, NÃO DEVE SER
    UTILIZADO PARA TRATAR UMA HEMORRAGIA,
    A MENOS QUE NÃO EXISTAM OUTRAS OPÇÕES
    DISPONÍVEIS".

    A 17ª edição da Lista de Medicamentos Essenciais da OMS, de
    2011, colocou desta vez o misoprostol na lista principal com as
    seguintes indicações de uso:

    "PARA TRATAMENTO DO ABORTO INCOMPLETO
    E DA MENSTRUAÇÃO, E PARA A PREVENÇÃO DA
    HEMORRAGIA PÓS PARTO, ONDE OUTROS
    MEDICAMENTOS NÃO ESTEJAM DISPONÍVEIS
    OU NÃO POSSAM SER UTILIZADOS COM
    SEGURANÇA. PARA INDUÇÃO DO PARTO,
    APENAS ONDE OUTROS RECURSOS ADEQUADOS
    NÃO ESTEJAM DISPONÍVEIS".

    http://whqlibdoc.who.int/hq/2011/a95053_eng.pdf

    A promoção do misoprostol à lista principal de medicamentos
    essenciais da OMS foi recebida com entusiasmo pelas ONGs
    internacionais. Segundo anunciado no site da VENTURE
    STRATEGIES INNOVATIONS,

    "O 18º COMITÊ DE PERITOS DA OMS INCLUIU
    O MISOPROSTOL PARA PREVENIR A
    HEMORRAGIA PÓS-PARTO NA SUA LISTA
    MODELO DE MEDICAMENTOS ESSENCIAIS.

    DEVIDO À PRIORIDADE COLOCADA NA SAÚDE
    DA MULHER, ISTO SIGNIFICA QUE O
    MISOPROSTOL SERÁ MOVIDO DA LISTA
    COMPLEMENTAR PARA A LISTA PRINCIPAL, O
    QUE IRÁ EXIGIR QUE OS GOVERNOS BUSQUEM
    ESTE IMPORTANTE MEDICAMENTO PARA A
    SAÚDE DE SUAS POPULAÇÕES COMO PARTE DOS
    RECURSOS BÁSICOS DE SEUS SISTEMAS DE
    SAÚDE. MUITOS PAÍSES CONSTROEM SUAS
    PRÓPRIAS LISTAS DE MEDICAMENTOS
    ESSENCIAIS COM BASE NESTA LISTA DA OMS.

    TRATA-SE DE UMA NOTÍCIA EXPLOSIVA PARA
    A SAÚDE DA MULHER E QUE CONSOLIDA O
    PAPEL DO MISOPROSTOL PARA TORNAR OS
    CUIDADOS INFANTIS CADA VEZ MAIS
    SEGUROS. COMO CO-AUTORES, EM PARCERIA
    COM A GYNUITY, DO FORMULÁRIO QUE
    POSSIBILITOU ESTA CONQUISTA,
    SENTIMO-NOS ENORMEMENTE ORGULHOSOS
    POR ESTA REALIZAÇÃO E PELO QUANTO ELA
    IRÁ SALVAR VIDAS EM TODO O GLOBO".

    http://www.vsinnovations.org/who-adds-misoprostol-to-eml

    É impressionante o quanto estas organizações pressupõem, para o
    sucesso de suas atividades, a completa alienação do povo e das
    autoridades públicas. Todo o currículo da Gynuity está ligado à
    promoção do aborto e não à prevenção da hemorragia das mulheres.
    E, na hipótese de que ela estivesse realmente preocupada com as
    hemorragias, não o faria entregando-se ao trabalho tão estafante de
    aprovar um medicamento que todas as evidências indicam não ser mais
    eficiente do que um placebo. A Gynuity conseguiu promover um
    medicamento, sabidamente criado desde seus primórdios apenas para
    provocar abortos e matar seres humanos, à lista principal de
    medicamentos da OMS, alegando um efeito preventivo que os próprios
    examinadores não conseguiam distinguir dos efeitos de um placebo,
    apenas para que, iludidos pela lista, os países pobres pudessem ser
    coagidos a comprá-lo em grande quantidade. Uma vez estando o
    medicamento aprovado e amplamente disponível para uma finalidade
    inútil, seria mais fácil coagir os mesmos países a aplicá-los em
    serviços de aborto seguro. A Gynuity nunca se preocupou com as
    hemorragias pós-parto das mulheres. Sua preocupação declarada,
    desde o início, foi com a difusão do aborto, por meio de
    auto-medicação, nos países onde a prática não estava legalizada.
    Seus participantes estão claramente preocupados em facilitar e
    promover a prática do aborto no segundo trimestre, e não em
    diminuí-la. A Gynuity foi fundada, ademais, por uma organização
    chamada POPULATION COUNCIL, a qual também nunca se
    preocupou com qualquer direito das mulheres. O POPULATION
    COUNCIL sempre buscou o aborto como meio de reduzir o crescimento
    populacional do planeta. Quando estas organizações nos falam em
    'TORNAR OS CUIDADOS INFANTIS MAIS
    SEGUROS, EVITAR AS HEMORRAGIAS PÓS
    PARTO, SALVAR VIDAS EM TODO O GLOBO',
    dificilmente será possível encontrar, em algum lugar, um maior
    exemplo de hipocrisia do que este discurso.

    ===========================================

    13. O INSTITUTO BILL E MELINDA GATES DE
    POPULAÇÃO E SAÚDE REPRODUTIVA.

    ===========================================

    No início do século XXI a comunidade mundial que trabalha na área
    populacional recebeu novos recursos em grande quantidade, que alguns
    têm comparado aos dos anos dourados da década de 70, quando o
    trabalho do Escritório de População da USAID era fortemente
    subvencionado pelo Congresso Americano. Outros sustentam que os
    novos recursos, embora vultosos, efetivamente não aumentaram, mas
    novos programas de planejamento familiar estão sendo impulsionados como
    nunca. Os novos recursos, apontados por uns, ou o novo impulso,
    apontado por outros, começaram a surgir quando a Fundação Bill
    Gates passou a interessar-se pelo tema do Planejamento Familiar e
    criou, em 1999, o Instituto Bill e Melinda Gates de
    População e Saúde Reprodutiva, junto à Escola de Saúde
    Pública da Universidade John Hopkins.

    Bill e Melinda Gates afirmam que seu interesse é o de impulsionar o
    planejamento familiar e não o de promover o aborto, mas as pessoas e
    as organizações que os circundam não condizem com esta afirmação.
    O atual diretor do Instituto Gates de População é o professor
    Duff Gillespie, ex diretor do Escritório de População da
    USAID e que, já nos anos 70, trabalhava na USAID sob a
    coordenação do Dr. Reimert Ravenholt, o médico que patrocinou o
    desenvolvimento das primeiras drogas abortivas, que treinou médicos em
    procedimentos de abortos legais e ilegais, que distribuiu aparelhos de
    sucção para a prática de abortos e que, em parceria com a
    Universidade John Hopkins, habilitou profissionais da saúde na
    prática da esterilização forçada em praticamente todos os países do
    mundo em desenvolvimento. Ainda recentemente, em 2003, o
    professor Gillespie afirmou, em uma entrevista, que Ravenholt

    "ERA UM GRANDE HOMEM E O QUE ELE
    REALIZOU FOI FENOMENAL".

    Grande parte das organizações que trabalham em parceria com o
    Instituto Gates ou que dele recebem recursos são os atores que hoje
    estão envolvidos na promoção do aborto seguro em escala mundial e que
    encontraram, no grande impulso que os serviços de planejamento
    familiar estão recebendo da Fundação Gates, a fachada e o veículo
    para a implantação dos serviços de aborto seguro que os promotores da
    contracepção de emergência haviam encontrado, nos anos 90, na
    indústria farmacêutica.

    Entre 29 de novembro e 2 de dezembro de 2011 o Instituto Gates
    de População patrocinou a SEGUNDA CONFERÊNCIA
    INTERNACIONAL DE PLANEJAMENTO
    FAMILIAR, realizada em Dakar, no Senegal. A Conferência
    recebeu mais de 2000 participantes e foi financiada por mais de 30
    organizações, além do próprio Instituto Gates. Muitas destas
    organizações estão fortemente comprometidas com a implantação
    mundial do aborto seguro, como a UNFPA, a USAID, o Banco
    Mundial, a Fundação Packard, o Instituto Allan Guttmacher, a
    IPPF, o IPAS, a Marie Stopes, a Fundação Pathfinder, o
    Conselho Populacional, a Organização Mundial da Saúde e
    outros.

    http://www.fpconference2011.org/about/

    No dia 2 de dezembro de 2011, o último dia do encontro, estas
    organizações usaram o Congresso para publicar uma
    "DECLARAÇÃO DE APOIO A UMA CAMPANHA
    GLOBAL PARA O ACESSO AO ABORTO LEGAL".
    A idéia básica da declaração, assinada pelo ICMA e seus quatro
    consórcios regionais, incluindo o CLACAI, pela Gynuity, pela
    IPPF, pelo IPAS, pela Fundação Pathfinder, pelo
    Population Council, pelo VSHD, pelo VSI e outros, era de
    que, PARA PODER PROMOVER A DISSEMINAÇÃO
    IMEDIATA DOS SERVIÇOS DE ABORTO
    SEGURO, TAIS SERVIÇOS DEVERIAM PASSAR
    A FAZER PARTE INTEGRANTE DOS SERVIÇOS
    DE PLANEJAMENTO FAMILIAR, JÁ
    RECONHECIDOS, ACEITOS E EM NOVA FASE DE
    FRANCA EXPANSÃO EM TODO O MUNDO, graças aos
    recursos disponibilizados pela Fundação Gates e pelo Instituto
    Bill e Melinda Gates de População.

    A representante do IPAS declarou, a este respeito, que os
    participantes da conferência reconheceram que

    "EXISTE UM VÍNCULO ESSENCIAL ENTRE O
    ABORTO E O PLANEJAMENTO FAMILIAR, E QUE
    ESTÁ DENTRO DO PODER DE AÇÃO DOS
    PROVEDORES DE PROGRAMAS DE
    PLANEJAMENTO FAMILIAR ASSEGURAR QUE
    TODA MULHER QUE EXPERIMENTA UMA
    GRAVIDEZ INDESEJADA RECEBA
    ACONSELHAMENTO E, CASO DESEJE
    INTERROMPER A GRAVIDEZ, SEJA
    ENCAMINHADA A UM SERVIÇO DE ABORTO
    SEGURO, SE POSSÍVEL, NAS MESMAS
    DEPENDÊNCIAS".

    Na Declaração podia-se ler:

    "A NECESSIDADE DE INTEGRAR O ABORTO
    SEGURO DENTRO DOS PROGRAMAS DE
    PLANEJAMENTO FAMILIAR EM UM CONTEXTO
    DE SAÚDE E DIREITOS SEXUAIS E
    REPRODUTIVOS ABRANGENTES FOI UM TEMA
    RECORRENTE NA CONFERÊNCIA
    INTERNACIONAL DE PLANEJAMENTO
    FAMILIAR DE 2011.

    A ATENÇÃO AO ABORTO E OS SERVIÇOS DE
    PLANEJAMENTO FAMILIAR ESTÃO
    INTERLIGADOS, AMBOS SÃO COMPONENTES
    INTEGRAIS DE UMA CONCEPÇÃO ABRANGENTE
    DE SAÚDE E DIREITOS SEXUAIS E
    REPRODUTIVOS DA MULHER.

    O ABORTO TEM SIDO SISTEMATICAMENTE
    NEGLIGENCIADO EM MUITAS ESTRATÉGIAS E
    PROGRAMAS DE SAÚDE E DIREITOS SEXUAIS E
    REPRODUTIVOS. EXIGIMOS A INCLUSÃO DE
    ATENÇÃO ACESSÍVEL E DE ALTA QUALIDADE
    PARA O ABORTO EM TODOS OS PROGRAMAS DE
    PLANEJAMENTO FAMILIAR.

    ESTA DECLARAÇÃO FOI PREPARADA PELAS
    REDES E AGÊNCIAS PARTICIPANTES DA
    CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE
    PLANEJAMENTO FAMILIAR DE 2011 QUE
    ESTÃO TRABALHANDO PARA IMPULSIONAR UMA
    CAMPANHA GLOBAL PARA O ACESSO AO ABORTO
    SEGURO".

    http://www.womendeliver.org/updates/entry/a-declaration-in-support-of-a-glob
    al-campaign-for-safe-abortion-access/

    O ICMA aproveitou o ambiente criado pela Declaração e decidiu
    utilizar, em maio de 2012, toda a estrutura internacional que
    estava sendo construída sob sua coordenação há quase uma década
    para desencadear uma ofensiva fulminante com o objetivo de obter a
    imediata implantação de uma rede de serviços de aborto seguro a
    nível mundial, sem necessidade de prévia aprovação legal,
    inseridos e apresentados como um aspecto dos serviços de planejamento
    familiar. Tratava-se de repetir a estratégia já desenvolvida no
    caso da contracepção de emergência, quando os serviços foram
    apresentados como algo inteiramente novo, o que de fato não eram, e
    como uma iniciativa da indústria farmacêutica que acabava de descobrir
    uma nova tecnologia, cujo avanço seria um destino inevitável da
    história, quando na verdade a indústria farmacêutica relutava há
    trinta anos em tomar qualquer decisão nesta área e toda a iniciativa
    era, de fato, das organizações Rockefeller. A nova
    racionalização do aborto, apresentada agora sob a ótica do aborto
    seguro e de uma política de redução de danos, permitiria, assim
    como no caso da contracepção de emergência, que as várias
    organizações envolvidas negassem, em uníssono, quando qualquer
    objeção fosse levantada, que o que estivesse sendo implantado fosse
    realmente o aborto. O discurso seria, em vez disso, que na realidade
    o que estaria sendo feito seria APENAS UMA POLÍTICA
    DE SAÚDE PARA EVITAR O ABORTO. O resultado
    final esperado seria idêntico ao obtido no caso dos DIUs e da
    contracepção de emergência: mesmo onde houvesse a majoritária
    resistência da população contra o aborto, os serviços de abortos
    seguro se tornariam tão banais como inserir um DIU ou tomar uma
    pílula do dia seguinte, e seria tão desgastante acusar a nova
    política de constituir uma estratégia para implantar o aborto quanto
    afirmar que os DIUs e a pílula do dia seguinte sejam abortivos.

    No dia 3 de maio de 2012 o ICMA enviou uma carta aos seus
    associados, para anunciar, como decisão tomada por 26
    organizações presentes em um encontro realizado em abril de 2011
    em Londres, o estabelecimento de uma campanha mundial a ser
    coordenada, durante os primeiros três anos, pelo próprio ICMA.
    A campanha pedia a ação imediata e simultânea de todos os associados
    do ICMA para implantar, através dos serviços locais de
    planejamento familiar, o aborto seguro em todo o mundo, desarticulando
    a influência do movimento a favor da vida mediante a multiplicação de
    declarações que trouxessem de volta a questão do aborto à
    perspectiva de uma decisão moral individual. A carta vinha
    acompanhada de um formulário de adesão para cada organização. Este
    formulário ficou disponível na Internet porque a campanha foi
    idealizada para ser aberta não apenas aos membros do ICMA, mas
    também a

    "TODA A SOCIEDADE CIVIL, GRUPOS,
    ORGANIZAÇÕES, REDES E INDIVÍDUOS QUE
    SUBSCREVAM SEUS OBJETIVOS".

    https://www.surveymonkey.com/s/CHH62F5

    Eis um resumo da carta:

    "INTERNATIONAL CAMPAIGN FOR WOMEN'S
    RIGHT TO SAFE ABORTION

    3 de maio de 2012"

    "Esta carta é para anunciar uma nova campanha internacional pelo
    direito das mulheres ao aborto seguro, que foi lançada muito
    discretamente no começo deste ano após um ano de discussões e
    consultas com muitos promotores do direito ao aborto em todo o mundo".

    "Há muitas organizações trabalhando internacionalmente para
    implementar o acesso das mulheres aos serviços de aborto seguro.
    Quase todas com que falamos acreditam que há uma crescente necessidade
    de vincular e combinar nossos esforços para assegurar o direito ao
    aborto seguro em todos os nossos países. Há um consenso de que
    necessitamos um movimento internacional para desafiar a ameaça
    crescente que estamos presenciando por parte das forças conservadoras
    políticas e religiosas, que estão buscando atrasar o relógio,
    bloquear os esforços para implementar leis e disponibilizar serviços e
    excluir o aborto das iniciativas de redução da mortalidade materna e
    planejamento familiar".

    "Em anexo a esta carta podem ser encontrados anexos com os
    propósitos, os objetivos e os princípios diretores da campanha, que
    foram redigidos e aprovados pelo primeiro encontro de planejamento da
    campanha realizado em Londres nos dias 20 e 21 de abril, com a
    participação de 26 promotores do direito ao aborto da Índia,
    Malásia, Paquistão, Filipinas, Quênia, Moldova, Polônia,
    Portugal, Romênia, Rússia, Suíça, Reino Unido,
    Argentina, Colômbia, República Dominicana, México, Porto
    Rico e Estados Unidos, que estão trabalhando em nível nacional,
    regional e internacional. Os participantes do encontro pediram ao
    ICMA que coordenasse a campanha, inicialmente por um período de
    três anos".

    "O encontro decidiu que o foco primário da campanha será a
    construção da capacidade reivindicatória para o direito ao aborto
    seguro a nível nacional, porque as mudanças somente poderão
    acontecer a nível dos países. Concordamos também em motivar e
    assessorar as redes regionais organizadas por promotores nacionais e
    regionais, planejar e coordenar atividades conjuntas, colaborar em
    iniciativas existentes e criar outras novas. Finalmente, concordamos
    em atuar juntos para promover a legitimidade do direito ao aborto seguro
    em todos os fóruns internacionais que tratam da saúde da mulher e de
    direitos humanos, incluindo os que irão revisar os Objetivos do
    Milênio, a Conferência sobre População, a Conferência de
    Pequim, a iniciativa da Secretaria Geral da ONU sobre saúde
    materno-infantil, e as iniciativas pela maternidade segura e
    planejamento familiar".

    "Temos como objetivos, [entre outros], (a) unir grupos, redes,
    movimentos e organizações de todo o mundo para trabalharmos juntos
    nesta campanha, colaborando em iniciativas existentes e criar outras
    novas; (b) construir parcerias estratégicas com profissionais de
    saúde, governos, representantes de ministérios e agências da ONU
    e de direitos humanos; (c) promover a legitimidade do direito ao
    aborto seguro em todos os fóruns internacionais que tratam da saúde e
    dos direitos da mulher; (d) promover a consciência pública da
    necessidade do aborto seguro para a mulher, para aumentar o
    entendimento e o apoio popular; (e) desenvolver e divulgar mensagens
    direcionadas a deter a influência do movimento contra o direito de
    decidir e retomar a perspectiva do aborto como uma decisão moral".

    http://www.documentosepesquisas.com/international-campaign-safe-abortion-201
    2.pdf

    A adesão internacional foi imediata.

    http://www.eurongos.org/Default.aspx?ID=29818&M=News&PID=194894&NewsID=4001

    http://www.pac-consortium.org/...ortium/27-letters-to-consortium/34-internat
    ional-campaign-for-women-s-right-to-safe-abortion

    ===========================================

    14. O GOVERNO BRASILEIRO INICIA A
    OFENSIVA INTERNACIONAL.

    ===========================================

    Foi exatamente um mês após o lançamento, pelo ICMA, da
    Campanha Internacional pelo Direito das Mulheres ao Aborto
    Seguro, que o governo brasileiro declarava, através do Secretário
    de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio
    Magalhães, que

    "O SISTEMA DE SAÚDE BRASILEIRO PASSARÁ
    A ACOLHER AS MULHERES QUE DESEJAM FAZER
    ABORTO E ORIENTÁ-LA SOBRE COMO USAR
    CORRETAMENTE OS MÉTODOS EXISTENTES
    PARA ABORTAR. CENTROS DE
    ACONSELHAMENTO INDICARÃO QUAIS SÃO, EM
    CADA CASO, OS MÉTODOS ABORTIVOS MAIS
    SEGUROS DO QUE OUTROS",

    e também, através da Ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria
    das Políticas das Mulheres, que

    "SOMENTE É CRIME PRATICAR O PRÓPRIO
    ABORTO, MAS QUE O GOVERNO ENTENDE QUE
    NÃO É CRIME ORIENTAR UMA MULHER SOBRE
    COMO PRATICAR O ABORTO".

    Tudo isto é uma vergonha para a nação e para seus eleitores que
    votaram em governantes que, se aqui não estivesse envolvido um
    genocídio, se submeteriam ao ridículo ao se oferecerem com tanta
    ingenuidade para desempenhar publicamente o papel da mentira e da
    hipocrisia.

    Obviamente não é o governo brasileiro que entende que orientar a
    mulher sobre como praticar o aborto não é crime, mas é a Fundação
    Rockefeller e suas associadas que assim o entendem e que assim o querem
    impor. Utilizam e escondem-se atrás do governo brasileiro,
    fazendo-o apresentar ao povo como suas estas palavras, mesmo tendo
    conhecimento que este governo tem perfeita consciência de que, não
    importa de onde venha o discurso, o povo pensa exatamente o
    contrário. E também que tudo isto, do ponto de vista político,
    exigirá um custo muitíssimo elevado. Eleitos para representar o
    povo, nossos governantes são docilmente manobrados por organizações
    internacionais que tem outra agenda a cumprir, e que não se importam,
    para atingir suas metas, ademais de não respeitar povos e nações,
    em editar o próprio conteúdo dos Direitos Humanos.

    Precisamos da instalação imediata de uma Comissão Parlamentar de
    Inquérito que mostre a toda a nação quem, e por quais interesses,
    está realmente financiando a promoção do aborto no Brasil.

    ===========================================

    15. CONCLUSÃO.

    ===========================================

    O gigantismo de toda a estratégia aqui descrita, em conjunto com a
    necessidade de ser executada através do recurso a práticas
    anti-democráticas, que somente podem obter sucesso pelo engano e pela
    ocultação da verdade, com o silêncio e a cumplicidade da imprensa,
    é a prova viva da fragilidade de todo este projeto. Nas guerras é
    sempre a parte mais fraca que, para vencer, necessita recorrer a modos
    de ação que, essencialmente, somente podem obter êxito porque
    planejados para forçar a obtenção de uma posição através de um
    assalto oculto. Quando limitado ao jogo limpo e democrático, como
    já é amplamente manifesto para brasileiros e hispano-americanos, a
    promoção do aborto inevitavelmente perde.

    Desconsiderando as lições óbvias da História, QUE ENSINA
    QUE AS VERDADES EVIDENTES NÃO PODEM SER
    OCULTADAS ETERNAMENTE, as grandes fundações que
    promovem o aborto no mundo ainda não compreenderam que estão travando
    uma guerra que, em última análise, já está perdida desde o
    início. Se esta afirmação não é imediatamente evidente para
    todos, isto se deve apenas à quantidade de recursos gastos em sua
    propaganda e ao fato de que, devido ao próprio modo como a ofensiva
    está sendo conduzida, os que defendem a vida humana ainda não tiveram
    o tempo suficiente para compreender a verdadeira natureza da batalha que
    estão travando.

    As organizações que promovem o aborto, para que possam alcançar em
    definitivo seus objetivos, precisariam vencer três obstáculos, todos
    eles praticamente inatingíveis:

    (1) OCULTAR DE TODO O POVO O CONSTANTE
    AVANÇO DA CIÊNCIA;

    (2) NEGAR A NATUREZA DA MULHER E

    (3) DESTRUIR A IGREJA CATÓLICA.

    A ciência tem mostrado, em primeiro lugar, através de seus
    avanços, para todos e cada vez mais manifestamente, que existe vida
    humana antes do nascimento. Para que a Cultura da Morte pudesse
    triunfar, seria necessário ocultar este fato de todos, o tempo todo.
    Porém isto é algo que, a cada dia, torna-se cada vez mais
    impossível. A promoção do aborto exige negar os avanços da
    ciência.

    O aborto, em segundo lugar, agride a natureza da mulher, justamente
    porque o nascituro é um ser humano, um fato cuja ocultação
    atualmente tornou-se impossível. A maioria das mulheres que
    praticaram o aborto arrepende-se amargamente de tê-lo feito, o que
    mostra que o praticaram enganadas por uma propaganda falsa e que agiram
    contra si mesmas ao fazê-lo. A promoção do aborto exige negar a
    natureza da mulher.

    Em terceiro lugar, a Igreja Católica, uma instituição milenar
    entre as mais antigas da história, jamais abandonará a oposição ao
    aborto. Na questão do aborto, ademais, se a evidência da ciência
    e a maioria das mulheres estão ao lado da Igreja, a própria
    insistência na promoção do aborto somente conseguirá fortalecer cada
    vez mais a posição da Igreja. Para que a Cultura da Morte possa
    triunfar, seria necessário extinguir a Igreja Católica, um
    objetivo sonhado por muitos dos maiores ditadores da história, mas
    até o momento jamais alcançado.

    Qualquer comissão de peritos que examinasse imparcialmente a
    apresentação de um projeto que, para obter sucesso em suas metas,
    tivesse que ocultar permanentemente da humanidade os desenvolvimentos da
    ciência, negar a natureza das mulheres e destruir a Igreja
    Católica, deveria concluir que, independentemente dos recursos e do
    conteúdo do projeto, semelhante iniciativa possui uma probabilidade de
    êxito praticamente nula.

    Se o projeto já tivesse iniciado suas atividades e, durante algum
    tempo, estivesse produzindo resultados, à custa de investimentos cada
    vez maiores e de estratégias crescentemente desproporcionais, seu
    aparente sucesso deveria ser atribuído apenas ao fato de que,
    provavelmente devido ao próprio modo de execução do projeto, os
    cientistas, as mulheres e os eclesiásticos ainda não tiveram o tempo
    suficiente para compreender toda a extensão do que realmente está
    acontecendo e poder trazer todo o projeto à luz do dia.

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    Immaculata mea

    In sobole Evam ad Mariam Virginem Matrem elegit Deus Filium suum. Gratia plena, optimi est a primo instanti suae conceptionis, redemptionis, ab omni originalis culpae labe praeservata ab omni peccato personali toto vita manebat.


    Cubra-me

    'A Lógica da Criação'


    Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim




    “Se não fosse a Santa Comunhão, eu estaria caindo continuamente. A única coisa que me sustenta é a Santa Comunhão. Dela tiro forças, nela está o meu vigor. Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração.”



    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

    Ave-Maria

    A Paixão de Cristo