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    sexta-feira, 26 de julho de 2013

    Rodrigo Constantino

    Decadance avec elegance: Socialismo vence na França



    Rodrigo Constantino



    • O último pilar ruindo 
    • Debate com a esquerda 
    • A história de Verissimo 
    • O enigma Hollande 
    • PT e seus 40 ministros 



    Posted: 25 Jul 2013 08:16 AM PDT





    Fonte: Folha



    Rodrigo Constantino


    O nível de emprego costuma ser lagging enquanto indicador econômico. Na verdade, ele é mais um efeito do que qualquer coisa. Quando um ciclo de excessos possíveis graças à bonança creditícia se esgota, isso só bate na taxa de desemprego depois. 


    Isso acontece porque demitir e contratar custa muito caro, especialmente no Brasil. Os empresários esperam até o limite para tomar essa decisão drástica de mandar gente embora.


    É o que parece estar começando a acontecer no Brasil. O editorial da Folha relata que desde 2009 o país não tinha um ano que terminava com a taxa de desemprego maior do que começou. Diz o jornal:


    São consistentes os sinais de deterioração da economia brasileira. Às evidências já conhecidas soma-se agora a taxa de desemprego, que, pela primeira vez desde 2009, apresenta uma alta em relação ao mesmo mês do ano anterior.

    O dado negativo no mercado de trabalho é particularmente ruim na atual conjuntura, em que os indicadores de confiança na economia também têm constituído um quadro desalentador.

    [...]
    É justamente nessa armadilha que caiu o governo federal ao conduzir a política econômica de forma errática e interferir, muitas vezes de forma autoritária, na dinâmica empresarial de vários setores.

    O que ainda mantinha a esperança em uma recuperação era o mercado de trabalho. De fato, era algo surpreendente a resistência do emprego no cenário de baixo crescimento do PIB.

    Pois agora o aparente paradoxo começa a se resolver --pelo lado ruim. A taxa de desemprego de junho, de 6%, ainda é, em si, baixa, mas a primeira elevação do índice (na comparação anual) desde agosto de 2009 indica mudança de tendência no mercado de trabalho.

    É certo que as manifestações recentes contribuíram para a queda dos indicadores de confiança do consumidor, já que elas chamaram a atenção para diversos pontos de descontentamento. Não se descarta alguma melhora nesse item.

    Quanto ao mercado de trabalho, porém, é improvável uma reversão. Por ser custoso contratar e demitir, o emprego é o último a sair da inércia diante de mudanças de cenário. Mas, uma vez em movimento, é difícil de parar.






    Em meu mais recente artigo no GLOBO, fiz justamente um alerta sombrio para esse quadro. Eu disse:





    Portanto, eis a situação: vamos muito mal das pernas, com baixo crescimento, parcos investimentos, e alta inflação. Mas isso tudo em um cenário em que ainda há abundância de capital nos mercados e forte crescimento chinês. Como efeito disso, ainda temos um quadro de pleno emprego. Pergunta: o que acontece com a inadimplência dos bancos se o desemprego subir, lembrando que o governo vem aumentando em mais de 20% ao ano o crédito público? Pois é...






    O nível baixo de desemprego é, ainda, o grande ativo político da presidente Dilma, e o que sustenta a economia patinando, em vez de ela afundar de vez. Será que este último pilar está agora ruindo também? Se a taxa de desemprego subir rapidamente, o Brasil viverá uma crise de grandes proporções. Há muita gente pendurada em dívida cujo pagamento depende do emprego. Apertem os cintos...




    Posted: 25 Jul 2013 07:52 AM PDT


    Rodrigo Constantino


    O economista Marcelo Miterhof, que trabalha no BNDES e escreve na Folha, já foi chamado por mim de "Paul Krugman tupiniquim", pois suas propostas são muito semelhantes. Em sua coluna de hoje, ele volta a destilar sua visão esquerdista que faz jus ao apelido que dei. Marcelo diz:


    O problema é que, apesar de boas sacadas quanto ao poder da competição e da busca do lucro, não é assim que o capitalismo funciona melhor.

    Por exemplo, grandes empresas são mais eficientes. O poder de mercado torna mais fácil acumular recursos para inovar. Como dizia Schumpeter, um carro pode correr porque tem freios.

    O Estado também tem papel central na economia. Os gastos públicos estabilizam o capitalismo, criando uma demanda que impulsiona o investimento e, as sim, a produtividade. Além disso, para a esquerda, distribuir renda não é somente um valor moral, mas também uma forma de acelerar o crescimento: pobres consomem mais os ganhos adicionais que obtém.

    A principal diferença entre direita e esquerda está na ênfase que cada uma respectivamente dá à competição e à cooperação.

    Essas são formas de interação em alguma medida sempre presentes nas relações humanas. Exagerar na ênfase numa ou outra direção cria problemas. Sem cooperação, a força inovadora do capitalismo é desagregadora, como ocorreu até a crise de 29. Sem competição, o comunismo foi pouco dinâmico e repressor.

    O Estado de bem-estar social foi uma inovação pública que consolidou a força do capitalismo ao torná-lo mais equilibrado, mas exageros cooperativos também ocorrem. Por exemplo, há casos de seguro-desemprego na Europa em que é demasiadamente pequena a diferença entre trabalhar ou não.






    Vamos por partes. Quem disse a ele que empresas maiores são mais eficientes e inovadoras? Será que ele não sabe que Microsoft, Dell, Apple e tantas outras gigantes nasceram minúsculas, em garagens? 






    Gastos públicos como estabilizadores do capitalismo? Sério mesmo? Quase todos os países enfrentam graves problemas por conta dos excessos de gastos públicos, que acabam desestabilizando suas economias. Essa idéia repetitiva de que os gastos públicos criam demanda é uma falácia já refutada por Bastiat em 1850! Para gastar, o governo precisa, antes, tirar de alguém! 






    Sobre pobres consumirem mais que ricos e impulsionarem as economias, temos outra grande falácia: o crescimento sustentável necessita de investimentos produtivos, não de mais consumo apenas. Esquerdistas acham que o rabo balança o cachorro, que mais consumo é que gera mais produção, e não o contrário. Ao tirar dos mais ricos e distribuir aos mais pobres, o crescimento se dá apenas no primeiro momento, sacrificando o futuro do país.






    Quanto à cooperação e à competição, temos aqui uma falsa dicotomia. Quem disse a ele que os mercados livres não contam com enorme grau de cooperação? O capitalismo é feito disso! A competição faz parte, e é fundamental para as inovações, o progresso, os melhores produtos e serviços. Mas o livre mercado é cooperação do começo ao fim! Basta entrar em um supermercado e ver a quantidade de produtos à venda. Cooperação absoluta para nos atender bem!






    O que Marcelo quer dizer é "intervencionismo" versus "liberdade", mas nesses termos fica mais feia sua mensagem. Ele acredita na imposição de cima para baixo, pelo governo e seus tecnocratas. Cooperação compulsória é contradição em termos. 






    Coloca a "terceira via", o estado de bem-estar social, como essa grande solução intermediária é agir de má-fé, pois a história nos mostrou que esse modelo gerou ineficiência, engessou a economia, prejudicou inclusive os mais pobres. Ao menos o economista reconhece que em certos locais não trabalhar ou trabalhar passou a significar o mesmo ganho financeiro!






    A tentativa de monopolizar os fins nobres, típica da esquerda, vem à tona no desfecho do artigo:





    Por fim, uma boa questão levantada pelo liberal-conservadorismo é se haveria uma contradição entre o intervencionismo econômico e as liberdades individuais.

    Não creio. Defender o Estado de bem-estar social é de meu interesse individual. Não sou a favor de distribuir renda por ser bonzinho, e, sim, porque é o melhor jeito de tornar o Brasil mais rico e porque uma sociedade mais equilibrada é boa para mim. Afinal, viver em meio a uma grande pobreza me põe sob risco.






    Ora bolas, eu também não quero viver em meio a tanta pobreza! E justamente por isso defendo o capitalismo liberal, sem tanta intervenção como a defendida pelo economista do BNDES, pois esse intervencionismo, na prática (e não nos sonhos dele), produz apenas mais miséria. 




    Posted: 25 Jul 2013 06:57 AM PDT





    Fonte: Veja



    Rodrigo Constantino


    O cronista Luis Fernando Verissimo acredita no fatalismo da História, ou até pior, em uma teleologia da História. Esta, segundo o escritor, tem não só um curso já definido, como um propósito. 


    É a velha visão hegeliana e marxista, tão cara aos socialistas que, a despeito de todos os fracassos desta utopia, insistem em crer que um dia ela irá vingar e instaurar o paraíso terrestre.


    Em sua coluna do GLOBO de hoje, Verissimo diminui a atuação individual de pessoas como Nelson Mandela, Gandhi e Martin Luther King Jr. Diz o saxofonista gaúcho:


    O poder da História de fazer acontecer o necessário, à revelia da iniciativa humana, soa como ortodoxia marxista, eu sei, mas consolemo-nos com a ideia de que a História pode nos ignorar, mas está do nosso lado.






    Como assim do "nosso lado"? Lado de quem, cara-pálida? Dos socialistas? Daqueles que defendem a ideologia responsável por deixar um rastro de sangue na História? O regime que trouxe somente terror, escravidão e miséria ao mundo? 






    Isso sem falar que não havia nada de inexorável nesse destino cruel que ceifou a vida de milhões de inocentes. Ele foi fruto das ações individuais de intelectuais e políticos que acreditaram nessa farsa, que embalaram com belos slogans a pura inveja mesquinha que é o socialismo. 






    Não! A História não tem curso definido algum, tampouco dispensa a responsabilidade individual. São indivíduos, para o bem ou para o mal, que fazem toda a diferença. Posso entender um socialista desejar ignorar isso, e abraçar a tese hegeliana de determinismo histórico. Mas isso é pura balela, mentira, fuga para quem não quer encarar o fardo das decisões individuais que mudam a História.






    Isaiah Berlin combateu esse determinismo. Sua tese era de que existem duas razões principais para se defender a doutrina do determinismo humano. A primeira seria uma extrapolação das ciências naturais descobertas pelos cientistas. Muitos philosophes do século 18 sustentavam isso. A questão não seria se os homens estão livres ou não de leis naturais, mas sim se sua liberdade se dissipa totalmente com elas. 






    A segunda razão para crer no determinismo seria devolver a responsabilidade por muitas coisas que as pessoas fazem a causas impessoais. Assim, eximem-se de culpa. As pessoas não teriam como evitar seus erros. Isaiah cita como exemplo o marxismo, baseado num determinismo histórico, mostrando inclusive a contradição de se arriscar numa perigosa revolução quando o futuro já está determinado. Tanto risco assim apenas para tentar antecipar o que é certo faz sentido?






    Para quem quiser se aprofundar um pouco mais no tema do determinismo histórico marxista, que Verissimo aprecia tanto, recomendo a leitura desse meu artigo, com base em Mises. Ficará claro que Verissimo tem culpa no cartório sim, ao defender por tanto tempo o nefasto modelo socialista.




    Posted: 25 Jul 2013 06:34 AM PDT


    Rodrigo Constantino


    O editorial do GLOBO de hoje mostra a perda de aprovação do presidente socialista da França. Hollande ainda não teria mostrado a que veio. Diz o jornal:


    O socialista François Hollande foi eleito na França com a promessa de ser um presidente "normal", em contraposição à agitação e à volatilidade do rival, Nicolas Sarkozy. O argumento foi bem-sucedido na eleição, mas se mostra insuficiente para governar. Pouco mais de um ano após assumir, só 26% dos franceses o aprovam, o mais baixo índice desde 1958. A persistência da estagnação econômica e do desemprego (11%) conspira contra um político cuja liderança não convence.

    [...]

    Hollande segue sem convencer que seu governo será capaz de recolocar o país nos trilhos. Até porque, segundo a maioria dos analistas, isso demandaria reformas para reduzir a burocracia, os gastos e o peso do Estado na economia, estimular o aumento da produtividade no setor estatal e no privado, flexibilizar leis trabalhistas e fazer reformas como a do modelo de previdência social, deficitário. Esta última vem desafiando os últimos líderes franceses, confrontados com o poder dos sindicatos, que podem parar o país ao menor sinal de perda de privilégios. Hollande quer iniciá-la em setembro.

    Sua situação é difícil. A maioria socialista na Assembleia Nacional caiu para cinco cadeiras, após derrotas em eleições isoladas. Hollande depende mais do que nunca do apoio dos Verdes e de grupos de esquerda que são, no mínimo, céticos sobre a política econômica do chefe de Estado. Ele ainda tem tempo para mostrar a que veio. Não se sabe é se tem o que mostrar.






    De fato, Hollande tem se mostrado um líder medíocre, na melhor das hipóteses. Mas isso não é surpresa, ou não deveria ser. Se esquerdistas como Verissimo ficaram empolgados com sua vitória, liberais como eu apontaram, logo na largada, que a França não tinha como decolar com ele. Hollande representa as idéias equivocadas e atrasadas da esquerda, que pensa ser possível produzir riqueza tirando dos ricos e dando aos pobres. Isso nunca funcionou na história, e nunca vai funcionar.






    Apostar no fracasso de governos socialistas é algo tão certeiro quanto apostar nas fases da Lua. Por isso eu nem posso me gabar deste vídeo, gravado à época da vitória de Hollande. Já quanto aos esquerdistas como Verissimo, que celebraram sua vitória, terão de se fazer de desentendidos uma vez mais. É sempre assim. Não há enigma algum aqui. Socialismo não tem como funcionar, ponto.













    Posted: 25 Jul 2013 06:03 AM PDT


    Rodrigo Constantino


    O ex-presidente Lula saiu em defesa dos quase 40 ministérios que o governo do PT possui, praticamente o dobro da quantidade existente na era FHC. Para Lula, reduzir os ministérios é coisa de "conservador" que não liga para as "minorias" e suas lutas sociais. Eis o que disse o ex-presidente:


    Estou vendo um zum-zum-zum de que tem gente que vai pedir para a presidenta Dilma diminuir ministério. Olhem, fiquem espertos, porque ninguém vai querer acabar com o Ministério da Fazenda, com o Ministério da Defesa. Vão querer mexer com a Igualdade Racial, com os Direitos Humanos. Eu acho que a Dilma não vai mexer, eles vão falar que precisa fazer ajuste, precisa diminuir. Não tem que diminuir ou aumentar, tem que saber para que serve.


    O autor da proposta de redução, o PMDB, não gostou nada da declaração, naturalmente. O deputado Danilo Fortes (PMDB-CE), relator da LDO de 2014, manifestando a insatisfação de parcela do partido, lembrou:


    O Lula é suficientemente inteligente para entender que o governo e o PT nunca precisaram do PMDB como agora. Como ele precisou em 2005 para se reeleger. A governabilidade, neste momento, passa necessariamente pelo PMDB. Acho que ele fez isso (dizer que não precisa diminuir o número de ministérios) para sinalizar um discurso de esquerda e comprometimento com questões sociais.

    O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), disse respeitar a opinião de Lula, mas avisou que já tem as assinaturas necessárias para fazer tramitar proposta de emenda à Constituição (PEC) de sua autoria que reduz para 20 o número de ministérios. Cunha disse: "Não vou bater boca com Lula. Ele tem a opinião dele, e nós temos a nossa. É avalizado pelo país para dar a opinião dele. Paciência! Não é uma proposta minha, é do partido".


    Como podemos ver, nessa questão, assim como em várias outras, o fisiológico PMDB está certo, e o PT consegue ser muito pior do que o próprio PMDB. Pode ser triste depender do PMDB para conter o ímpeto autoritário e perdulário do PT, mas às vezes é só o que nos resta. Se depender só do PT, teremos em breve uns 50 ministérios! 


    O editorial do GLOBO foi no alvo:


    O ex-presidente Lula critica com veemência a proposta de corte no excessivo número de ministérios. Não pode ter outra atitude, pois, ao decidir conquistar apoio no Congresso pela via do toma lá dá cá, do fisiologismo, teve que abrir o leque de cargos de primeiro escalão. Os 39 ministérios, muitos desnecessários, são uma das marcas do lulopetismo. Ele não pode ser contra. Já o preço, em forma de uma administração emperrada, dispendiosa e ineficiente, é pago pela sucessora Dilma Rousseff.


    Eu só não isentaria, uma vez mais, a atual presidente dessa estratégia, como se fosse tudo culpa do ex-presidente Lula. Ambos agem assim. A presidente endossa essa tática absurda. E agora já sabemos: se você não aplaude 40 ministérios, você é um "conservador". Bem-vindo ao time!



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    “Se não fosse a Santa Comunhão, eu estaria caindo continuamente. A única coisa que me sustenta é a Santa Comunhão. Dela tiro forças, nela está o meu vigor. Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração.”



    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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