Roma, 12 Mar. 12 / 05:07 pm (ACI)

O irmão jesuíta Guy Consolmagno, astrônomo do Observatório Vaticano, afirmou que seu estudo do universo, através da ciência, o ajudou a entender melhor a pessoa de Cristo.

Consolmagno disse ao grupo ACI em entrevista que, apesar de que as pessoas freqüentemente têm a "louca idéia" de que a religião está em conflito com a ciência, esta "realmente é um de nossos melhores princípios para chegar a conhecer Deus".

O jesuíta, que também se desempenha como curador da coleção de meteoritos do Vaticano, participou no dia 3 de março na Conferência "Viver a Fé Católica", na Arquidiocese de Denver, Colorado (Estados Unidos).

Durante sua exposição, titulada "A Palavra se fez Carne", o cientista planetário explicou que os ateus modernos tendem a pensar em Deus como uma simples força que "preenche os vazios" em nossa compreensão do universo.

"O uso de Deus para encher os vazios em nosso conhecimento é teologicamente traiçoeiro", disse Consolmagno, porque minimiza Deus como apenas outra força dentro do universo antes que reconhecê-lo como a fonte da criação.

Para o jesuíta, quem acredita em Deus não deve ter medo à ciência, mas deve vê-la como uma oportunidade que Deus deu à humanidade para que O conheça melhor.

Consolmagno disse que ele acredita em Deus, "não porque é o fim de alguma cadeia lógica de cálculos", mas porque experimentou "o que a física e a lógica me podem mostrar mas não explicar: a beleza, a razão e o amor".

A primeira diferença entre o Consolmagno e os cientistas ateus como Stephen Hawking que ele reconhece que Deus não é outra parte do universo que explica o inexplicável, mas sim o "logotipos" e "a razão mesma".

O cientista jesuíta também falou em sua exposição da fé necessária para abraçar o cristianismo, e disse que embora as outras religiões e filosofias do mundo podem dar-nos uma visão racional do universo, "só o Evangelho nos poderia dizer que a razão mesma se fez carne e habitou entre nós" na forma de Jesus Cristo.

A Encarnação é notável porque aconteceu e como ocorreu, afirmou Consolmagno. Ao vir ao mundo como um menino, Deus "exerceu um tipo de restrição sobrenatural" que respeitou as leis da natureza.

O Observatório Vaticano foi estabelecido em 1891 pelo Papa Leão XIII, perto da Basílica de São Pedro, mas foi transladado a uns poucos quilômetros fora de Roma em 1935, quando a poluição fez muito difícil a visibilidade. O Vaticano estabeleceu uma nova divisão do Observatório em Tucson, Arizona (Estados Unidos), em 1980, e construiu seu próprio telescópio em 1987.