ZENIT
O mundo visto de RomaServiço semanal - 30 de Junho de 2013
Papa Francisco
Sejamos pedras vivas da Igreja
Catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira.
Santa Sé
Santa Sé oferece plena colaboração à justiça italiana no caso Scarano
Prelado já tinha sido suspenso do serviço da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica
Pregação Sagrada
Pregação dos exercícios espirituais inacianos (6)
Como melhorar a pregação sagrada: coluna do Pe. Antonio Rivero, L.C., Doutor e professor de Teologia e Oratória no seminário Mater Ecclesiae de São Paulo
Igreja e Religião
São José adicionado aos cânones: termina uma espera de 50 anos
Entrevista com o pe. Tarcisio Stramare, OSJ, diretor do Movimento Josefino
Legionários de Cristo: Papa Francisco escreve carta ao delegado pontifício, Velasio de Paolis
Papa confirma o mandato do delegado até a celebração do capítulo geral que acontecerá no início de 2014
Francisco: O cristão não pode ser antissemita
Afirmação do Santo Padre perante o Comitê Judaico Internacional
Exortação apostólica Ecclesia in Europa completa dez anos
Sínodo dos Bispos propõe ações pastorais urgentes
Cultura e Sociedade
"Se o sistema tem culpa é porque colocamos todos os nossos meios nas mãos do sistema"
Conversa com Pe. Hélio Luciano a respeito das ondas de protestos que invadem o Brasil - Parte II
Familia e Vida
Mais de 2 milhões de cópias do Manual de Bioética para jovens serão distribuídos na JMJ Rio 2013
Entrevista com Pe. Rafael Fornasier, assessor da Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família da CNBB
Mundo
Irlanda: bispos e manifestantes se mobilizam pelo direito à vida
O episcopado pede que os representantes públicos "defendam o direito igual e inviolável de todos os seres humanos à vida
OCST, um microchip orgânico para estudar os neurônios
Pesquisa publicada na revista Nature Materials abre novas perspectivas para o estudo das redes neuronais
Análise
China: faltam 37 milhões de mulheres
Tráfico sexual e prostituição: os frutos perversos da política do filho único.
Angelus
Jesus quer os cristãos livres como Ele
Papa Francisco antes de recitar o Angelus comenta o Evangelho do dia
Papa Francisco
Sejamos pedras vivas da Igreja
Catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira.
CIDADE DO VATICANO, 26 de Junho de 2013 (Zenit.org) - Publicamos a seguir a catequese do Papa Franscisco durante a Audiência Geral desta Quarta-feira, na Praça de São Pedro:
***
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje gostaria de fazer uma breve referência a outra imagem que nos ajuda a ilustrar o mistério da Igreja: aquela do templo (cfr Con. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Lumen gentium, 6).
Em que nos faz pensar a palavra templo? Nos faz pensar em um edifício, em uma construção. De modo particular, a mente de muitos vai à história do Povo de Israel narrada no Antigo Testamento. Em Jerusalém, o grande Templo de Salomão era o lugar de encontro com Deus na oração; dentro do Templo havia a Arca da Aliança, sinal da presença de Deus em meio ao povo; e na Arca havia as Tábuas da Lei, o maná e a vara de Arão um lembrete de que Deus estava sempre dentro da história de seu povo, o acompanhava no caminho, guiava seus passos. O templo recorda essa história: também nós quando vamos ao templo devemos recordar esta história, cada um de nós a nossa história, como Jesus me encontrou, como Jesus caminhou comigo, como Jesus me ama e me abençoa.
Então, isso que era prefigurado no antigo Templo, é realizado, pelo poder do Espírito Santo, na Igreja: a Igreja é a "casa de Deus", o lugar da sua presença, onde possamos encontrar e conhecer o Senhor; a Igreja é o Templo no qual mora o Espírito Santo que a anima, a guia e a apoia. Se nos perguntamos: onde podemos encontrar Deus? Onde podemos entrar em comunhão com Ele através de Cristo? Onde podemos encontrar a luz do Espírito Santo que ilumina a nossa vida? A resposta é: no povo de Deus, entre nós, que somos Igreja. Aqui encontraremos Jesus, o Espírito Santo e o Pai.
O antigo Templo era edificado pelas mãos dos homens: desejava-se "dar uma casa" a deus, para ter um sinal visível da sua presença em meio ao povo. Com a encarnação do Filho de Deus, cumpre-se a profecia de Natan ao rei Davi (cfr 2 Sam 7, 1-29): não é o reio, não somos nós a "dar uma casa a Deus", mas é o próprio Deus que "constrói a sua casa" para vir e morar em meio a nós, como escreve São João em seu Evangelho (cfr 1,14). Cristo é o Templo vivo do Pai, e o próprio Cristo edifica a sua "casa espiritual", a Igreja, feita não de pedras materiais, mas de 'pedras vivas', que somos nós. O Apóstolo Paulo diz aos cristãos de Éfeso: vós sois "edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo como pedra angular o próprio Cristo Jesus. Nele toda a construção cresce bem ordenada para ser templo santo do Senhor; Nele também vós sois edificados juntos para transformar-se morada de Deus por meio do Espírito Santo" (Ef 2,20-22). Isto é uma coisa bela! Nós somos as pedras vivas do edifício de Deus, unidos profundamente a Cristo, que é a pedra de sustentação e também de sustentação entre nós. O que isso quer dizer? Quer dizer que o templo somos nós, nós somos a Igreja viva, o templo vivo e quando estamos juntos entre nós há também o Espírito Santo, que nos ajuda a crescer como Igreja. Nós não somos isolados, mas somos povo de Deus: esta é a Igreja!
E é o Espírito Santo, com os seus dons, que desenha a variedade. Isto é importante: o que faz o Espírito Santo entre nós? Ele desenha a variedade que é a riqueza na Igreja e une tudo e todos, de forma a construir um templo espiritual, no qual oferecemos não sacrifícios materiais, mas nós mesmos, a nossa vida (cfr 1Pt 2,4-5). A Igreja não é um conjunto de coisas e de interesses, mas é o Templo do Espírito Santo, o Templo no qual Deus trabalha, o Templo do Espírito Santo, o Templo no qual Deus trabalha, o Templo no qual cada um de nós com o dom do Batismo é pedra viva. Isto nos diz que ninguém é inútil na Igreja e se alguém às vezes diz ao outro: "Vá pra casa, você é inútil", isto não é verdade, porque ninguém é inútil na Igreja, todos somos necessários para construir este Templo! Ninguém é secundário. Ninguém é o mais importante na Igreja, todos somos iguais aos olhos de Deus. Alguém de vocês poderia dizer: "Ouça, Senhor Papa, o senhor não é igual a nós". Sim, sou como cada um de vocês, todos somos iguais, somos irmãos! Ninguém é anônimo: todos formamos e construímos a Igreja. Isto nos convida também a refletir sobre o fato de que se falta o tijolo da nossa vida cristã, falta algo à beleza da Igreja. Alguns dizem: "Eu não tenho nada a ver com a Igreja", mas assim pula o tijolo de uma vida neste belo Templo. Ninguém pode sair, todos devemos levar à Igreja a nossa vida, o nosso coração, o nosso amor, o nosso pensamento, o nosso trabalho: todos juntos.
Gostaria então que nos perguntássemos: como vivemos o nosso ser Igreja? Somos pedras vivas ou somos, por assim dizer, pedras cansadas, entediadas, indiferentes? Vocês viram como é ruim ver um cristão cansado, entediado, indiferente? Um cristão assim não vai bem, o cristão deve ser vivo, alegre por ser cristão; deve viver esta beleza de fazer parte do povo de Deus que é a Igreja. Nós nos abrimos à ação do Espírito Santo para ser parte ativa nas nossas comunidades ou nos fechamos em nós mesmos dizendo: "tenho tantas coisas a fazer, não é tarefa minha"?
O Senhor nos dê a todos a sua graça, a sua força, a fim de que possamos ser profundamente unidos a Cristo, que é a pedra angular, a pilastra, a pedra de sustentação da nossa vida e de toda a vida da Igreja. Rezemos para que, animados pelo seu Espírito, sejamos sempre pedras vivas da sua Igreja.
Tradução: Jéssica Marçal/ Canção Nova
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Santa Sé
Santa Sé oferece plena colaboração à justiça italiana no caso Scarano
Prelado já tinha sido suspenso do serviço da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica
Por Redacao
CIDADE DO VATICANO, 28 de Junho de 2013 (Zenit.org) - O pe. Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, divulgou um comunicado sobre a detenção, na manhã de hoje, de dom Nunzio Scarano. A nota informa que o prelado foi suspenso do serviço da APSA (Administração do Patrimônio da Sé Apostólica) há mais de um mês. Apenas os superiores foram informados de que havia irregularidades pelas quais Scarano estava sendo investigado.
Em conformidade com o Regulamento da Cúria Romana, foi aplicada a suspensão cautelar que se aplica a todas as pessoas submetidas a ação penal.
A Santa Sé ainda não recebeu nenhuma solicitação sobre o assunto por parte das autoridades competentes italianas, mas confirma a sua disponibilidade para a plena colaboração, na linha das reformas iniciadas pelo papa Bento XVI e prosseguidas pelo papa Francisco.
A autoridade competente vaticana, a AIF (Autoridade de Informação Financeira), acompanha o caso para tomar as medidas de sua competência.
Em alguns meios de comunicação italianos, foi informado erroneamente que dom Nuncio Scarano era bispo de Salerno. O site da diocese publicou um comunicado para corrigir a notícia e recordar que o bispo de Salerno é dom Luigi Moretti.
Além da detenção de Scarano, foi decretada também a de Giovanni Maria Zito, ex-agente dos serviços secretos italianos, já destituído de seu cargo há alguns meses, e de Giovanni Carinzo, intermediário financeiro.
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Pregação Sagrada
Pregação dos exercícios espirituais inacianos (6)
Como melhorar a pregação sagrada: coluna do Pe. Antonio Rivero, L.C., Doutor e professor de Teologia e Oratória no seminário Mater Ecclesiae de São Paulo
Por Pe. Antonio Rivero, L.C.
SãO PAULO, 28 de Junho de 2013 (Zenit.org) - Continuamos a exposição sobre a pregação dos exercícios espirituais inacianos. Vimos até agora o que eles são e qual é a sua finalidade, o modo de fazê-los, a duração e como vivê-los (1). Repassamos também os temas que devem ser abordados na primeira,segunda, terceira e quartasemana (2,3,4 e 5). Hoje veremosasregras de discernimento colocadas por Santo Inácio em seus exercícios, e que o diretor tem de explicar durante esses dias. Vou colocar exatamente como Inácio escreveu.
REGRAS DE DISCERNIMENTO PARA A PRIMEIRA SEMANA
313 – Regras para de alguma maneira sentir e conhecer as várias moções que se causam na alma: as boas para as aceitar e as más para as rejeitar, e são mais próprias para a Primeira Semana.
314 – Primeira Regra. Nas pessoas que vão de pecado mortal em pecado mortal, costuma ordinariamente o inimigo propor-lhes prazeres aparentes, fazendo-lhes imaginar deleites e prazeres sensuais, para mais as conservar e fazer crescer em seus vícios e pecados. Com estas pessoas o bom espírito usa um modo contrário: punge-lhes e remorde-lhes a consciência pelo instinto da razão.
315 – Segunda regra. Nas pessoas que se vão intensamente purificando de seus pecados, e subindo de bem em melhor no serviço de Deus nosso Senhor, o modo de agir é contrário ao da primeira regra. Porque então é próprio do mau espírito morder, entristecer e pôr impedimentos, inquietando com falsas razões, para que não se vá para frente. E é próprio do bom espírito dar ânimo e forças, consolações, lágrimas, inspirações e quietude, facilitando e tirando todos os impedimentos, para que ande para diante na prática do bem.
316 –A terceira,de consolação espiritual. Chamo consolação, quando na alma se produz alguma moção interior, com a qual vem a alma a inflamar-se no amor de seu Criador e Senhor; e quando,consequentemente, nenhuma coisa criada sobre a face da terra pode amar em si mesma, a não ser no Criador de todas elas. E também, quando derrama lágrimas que a movem ao amor do seu Senhor, quer seja pela dor se seus pecados ou da Paixão de Cristo nosso Senhor, quer por outras coisas diretamente ordenadas a seu serviço e louvor. Finalmente, chamo consolação todo o aumento de esperança, fé e caridade e toda a alegria
interior que chama e atrai às coisas celestiais e à salvação de sua própria alma, aquietando-a e pacificando-a em seu Criador e Senhor.
317 –A quarta,dedesolação espiritual. Chamo desolação a todo o contrário da terceira regra, como obscuridade da alma, perturbação, inclinação a coisas baixas e terrenas, inquietação proveniente de várias agitações e tentações que levam a falta de fé, de esperança e de amor; achando-se a alma toda preguiçosa, tíbia, triste, e como que separada de seu Criador e Senhor. Porque assim como a consolação é contrária à desolação, da mesma maneira os pensamentos que provêm da consolação são contrários aos pensamentos que provêm da desolação.
318 – Quinta regra. Em tempo de desolação, nunca fazer mudança, mas estar firme e constante nos propósitos e determinação em que estava, no dia anterior a essa desolação, ou na determinação em que estava na consolação antecedente. Porque, assim como, na consolação, nos guia e aconselha mais o bom espírito, assim, na desolação, nos guia e aconselha o mau, com cujos conselhos não podemos tomar caminho para acertar.
319 – Sexta regra. Uma vez que no tempo de desolação não devemos mudar as resoluções anteriores, aproveita muito reagir intensamente contra a mesma desolação, por exemplo insistindo mais na oração, na meditação, em examinar-se muito e em alargar-nos nalgum modo conveniente de fazer penitência.
320 – Sétima regra. O que está em desolação considere como o Senhor o deixou em prova, nas suas potências naturais, para que resista às várias agitações e tentações do inimigo; pois pode fazê-lo com o auxílio divino, que sempre lhe fica, ainda que o não sinta claramente; porque o Senhor lhe subtraiu o seu muito fervor, o grande amor e a graça intensa, ficando- lhe, contudo graça suficiente para a salvação eterna.
321 – Oitava regra. O que está em desolação trabalhe por manter-se na paciência que é contrária às vexações que lhe advêm, e pense que será depressa consolado, se puser a diligência contra essa desolação, como se disse nasexta regra.
322 – Nona regra. Três são as causas principais por que nos achamos desolados: A primeira é por sermos tíbios, preguiçosos ou negligentes em nossos exercícios espirituais. E assim, por nossas faltas, se afasta de nós a consolação espiritual. A segunda, para nos mostrar de quanto somos capazes e até onde nos alargamos no seu serviço e louvor, sem tanto dispêndio de consolações e grandes graças. A terceira, para nos dar verdadeira informação e conhecimento, com que sintamos internamente que não depende de nós fazer vir ou conservar devoção grande, amor intenso, lágrimas nem nenhuma outra consolação espiritual, mas que tudo é dom e graça de Deus nosso Senhor. E para que não façamos ninho em propriedade alheia, elevando o nosso entendimento a alguma soberba ou vanglória, atribuindo a nós a devoção ou as outras formas de consolação espiritual.
323 – Décima regra. O que está em consolação pense como se haverá na desolação que depois virá, e tome novas forças para então.
324 – Décima primeira. O que está consolado procure humilhar-se e abater-se quanto puder, pensando para quão pouco é, no tempo da desolação, sem essa graça ou consolação. Pelo contrário, o que está em desolação pense que pode muito com a graça suficiente para resistir a todos os seus inimigos, e tome forças no seu Criador e Senhor.
325 – Décima segunda. O inimigo porta-se como uma mulher: fraco ante a resistência, e forte, ante a condescendência. Porque assim como é próprio da mulher, quando briga com um homem, perder ânimo e pôr-se em fuga, quando o homem lhe mostra rosto firme; e, pelo contrário, se o homem começa a fugir e perde a coragem, a ira, a vingança e a ferocidade da mulher é muito grande e se torna desmedida. Da mesma maneira, é próprio do inimigo enfraquecer e perder ânimo, dando em fuga com suas tentações, quando a pessoa que se exercita nas coisas espirituais enfrenta, sem medo, as tentações do inimigo, fazendo o diametralmente oposto. E, pelo contrário, se a pessoa que se exercita começa a ter temor e a perder ânimo em sofrer as tentações, não há besta tão feroz sobre a face da terra, como o inimigo da natureza humana, no prosseguimento da sua perversa intenção, nem com uma tão grande malícia.
326 – Décima Terceira. Porta-se como um namorado frívolo, querendo ficar no segredo e não ser descoberto. Porque, assim como um homem frívolo, que, falando com má intenção, solicita a filha dum bom pai ou a mulher dum bom marido, quer que as suas palavras e insinuações fiquem secretas; e, muito lhe desagrada, pelo contrário, quando a filha descobre ao pai, ou a mulher ao marido, suas palavras frívolas e sua intenção depravada, porque facilmente deduz que não poderá realizar a empresa começada. Da mesma maneira, quando o inimigo da natureza humana vem com as suas astúcias e sugestões à alma justa, quer e deseja que sejam recebidas e tidas em segredo; mas pesa-lhe muito, quando a alma as descobre ao seu bom confessor ou a outra pessoa espiritual que conheça seus enganos e maldades, porque conclui que não poderá levar a cabo a maldade começada, ao serem descobertos seus evidentes enganos.
327 – Décima Quarta. Comporta-se também como um chefe militar para vencer e roubar o que deseja;porque, assim como um capitão e chefe dum exército, em campanha, depois de assentar arraiais e examinar as forças ou a disposição dum castelo, o combate pela parte mais fraca, da mesma maneira o inimigo da natureza humana, fazendo a sua ronda, examina todas as nossas virtudes teologais, cardeais e morais, e por onde nos acha mais fracos e mais necessitados para a nossa salvação eterna, por aí nos atacam e procuram tomar-nos.
Continuaremos com as regras de discernimento para a segunda semana.
O artigo anterior pode ser lido clicando aqui.
Caso você queira se comunicar diretamente com o Pe. Antonio Rivero escreva para arivero@legionaries.org e envie as suas dúvidas e comentários.
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Igreja e Religião
São José adicionado aos cânones: termina uma espera de 50 anos
Entrevista com o pe. Tarcisio Stramare, OSJ, diretor do Movimento Josefino
Por Jose Antonio Varela Vidal
ROMA, 28 de Junho de 2013 (Zenit.org) - Há poucos dias, o papa Francisco deu ao mundo a alegria de ter o nome de São José, o esposo de Maria, mencionado em três das orações eucarísticas da missa do rito romano, tal como proposto pela Congregação para o Culto Divino e para a Disciplina dos Sacramentos.
Para aprofundar o conteúdo desta decisão, ZENIT entrevistou o pe. Tarcisio Stramare, dos Oblatos de São José, diretor em Roma do Movimento Josefino, instituição que estuda e medita sobre a figura salvífica de São José, muitas vezes não compreendido a contento pelos estudos catequéticos e teológicos.
Pe. Tarcisio, como você recebeu esta nova determinação do papa Francisco?
Pe. Tarcisio: Para ser honesto, eu a recebi como um ato que era "devido" e estou grato ao papa Francisco por esta decisão.Levando em conta que João XXIII tinha determinado inserir o nome de São José no cânone romano, que era então o "único" cânone, parecia lógico que quaisquer outros cânones seguissem a mesma regra.
O que o papa quer nos dizer com esta decisão?
Pe. Tarcisio: Eu acho o papa Francisco quis encerrar uma espera que já durava mais de 50 anos.
Por que essa referência explícita às orações II, III e IV do cânone romano?
Pe. Tarcisio: Provavelmente por causa da terceira edição típica do Missal Romano. O silêncio sobre "outros" cânones, existentes ou futuros, sugere uma interpretação diferente.
Era necessária uma intervenção assim?
Pe. Tarcisio: O texto do decreto especifica as razões da inclusão. Além da santidade de São José, é mostrado em especial o seu papel no plano da salvação: o cuidado paterno de Jesus, o status de "chefe da família de Jesus", o cuidado carinhoso da Mãe do Filho, o compromisso com a educação deJesus Cristo, a proteção da Igreja.
O papa destacou a condição de São José como marido. Por quê?
Pe. Tarcisio: Porque o título de "esposo" é essencial tanto para honrar a maternidade de Maria quanto, em particular, para garantir a ascendência davídica de Jesus, que é necessária para o título de "Cristo", conforme ensinado pelo evangelista Mateus.
Portanto, sem São José...
Pe. Tarcisio: Sem São José, também não haveria "Sagrada Família", nem "mistério salvífico", que coloca São José junto com Maria na ordem da união hipostática! A exortação apostólica do papa João Paulo II é explícita a esse respeito. A pastoral da família precisa urgentemente aprofundar esta doutrina.
Você acha que haverá um crescimento na devoção e no culto de São José, agora?
Pe. Tarcisio: A devoção do povo cristão a São José sempre existiu e está bem estabelecida, como é expressamente reconhecido no decreto. A liturgia e os documentos do magistério honram convenientemente São José. O que está faltando é o apoio dos teólogos e dos catequistas, que continuam a considerar irrelevante o papel de São José no mistério da Encarnação.
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Legionários de Cristo: Papa Francisco escreve carta ao delegado pontifício, Velasio de Paolis
Papa confirma o mandato do delegado até a celebração do capítulo geral que acontecerá no início de 2014
Por Redacao
ROMA, 26 de Junho de 2013 (Zenit.org) - O Papa Francisco escreveu uma carta ao Cardeal Velasio De Paolis, Delegado Pontifício para os Legionários de Cristo e o Movimento Regnum Christi, com a qual agradece pelo trabalho realizado, confirma seu mandato até o Capítulo Geral, previsto para o começo de 2014, e envia palavras de ânimo.
A continuação oferecemos a tradução que se encontra no site oficial do Movimento Regnum Christi do Brasil:
***
Ao venerado irmão
Sr. Cardeal VELASIO DE PAOLIS
Durante a audiência do passado 27 de maio, o senhor me expôs o desenvolvimento do seu ministério de Delegado para a Congregação dos Legionários de Cristo, confiado pelo meu amado predecessor, Bento XVI, no dia 16 de junho de 2010.
Desejo agradecer-lhe por informar-me de tudo aquilo que foi realizado no cumprimento desse delicado encargo e, ao mesmo tempo, assegurar-lhe que estudei com atenção o que o senhor expôs no Relatório que me enviou na carta do passado 10 de maio, assim como o conteúdo dos Relatórios precedentes e o material sobre a Visita Apostólica ocorrida em 2009 e 2010.
Confirmo que o seu mandato chegará ao fim com a celebração do Capítulo extraordinário da Congregação dos Legionários de Cristo, presidido pelo senhor, que se celebrará no inicio de 2014. Este Capítulo terá como objetivos principais a eleição de um novo governo do Instituto e a aprovação das novas Constituições, as quais o senhor logo terá o cuidado de enviar-me para o correspondente exame. Esses são passos imprescindíveis para o caminho de renovação autêntica e profunda da Congregação dos Legionários de Cristo e, indiretamente, também para a atividade de todo o Movimento Regnum Christi.
Por isso, peço que me mantenha informado sobre o processo de preparação do Capítulo, sobre o qual invoco a assistência do Espirito Santo, para que inspire em todos os religiosos a maior dedicação à tarefa de discernimento sobre a sua vocação na Igreja e no mundo.
Expresso também o meu vivo reconhecimento pelo empenho com que generosamente se dedica a esta tarefa e desejo dirigir, através do senhor, uma palavra de ânimo a todos os Legionários de Cristo, aos consagrados e às consagradas do Movimento Regnum Christi e aos leigos comprometidos no mesmo. A todos eles asseguro minhas orações e de coração envio-lhes uma especial Benção Apostólica, confiando todos à materna proteção de Maria, Mãe da Igreja.
Vaticano, 19 de junho de 2013
Francisco
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Francisco: O cristão não pode ser antissemita
Afirmação do Santo Padre perante o Comitê Judaico Internacional
Por Jose Antonio Varela Vidal
ROMA, 25 de Junho de 2013 (Zenit.org) - Ao meio-dia de ontem, segunda-feira, o Papa Francisco recebeu em audiência trinta membros da delegação do Comitê Judaico Internacional para Consultas Inter-religiosas. O Santo Padre recordou que os vinte e um encontros anteriores ajudaram a reforçar a compreensão mútua e a amizade entre judeus e católicos.
Durante seu discurso, ele destacou o progresso no diálogo judaico-cristão, que está sendo realizado nos últimos 50 anos graças à clareza da declaração conciliar Nostra Aetate, que reconheceu a origem comum das duas religiões monoteístas.
Francisco quis recordar a base paulina do documento, que reflete que o ensinamento do apóstolo no sentido de que "os dons e a chamada de Deus são irrevogáveis".
Assim declarou enfaticamente perante os membros do comitê judaico, que por raízes comuns, o cristão não pode ser antissemita!
Ele recordou também os anos de diálogo que manteve enquanto conduzia o povo de Buenos Aires como arcebispo, onde pode refletir sobre "as respectivas identidades religiosas, a imagem do homem contida nas Escrituras, como manter vivo o sentido de Deus em um mundo secularizado", valorizando "o mais importante" quando "como amigos, desfrutamos a presença um do outro (e) nos enriquecemos mutuamente (...) com uma atitude de aceitação mútua.
Ele terminou seu discurso incentivando o comitê, composto por homens e mulheres, a continuar seu trabalho, buscando a participação das novas gerações.
Reação de judeus italianos
Diante do discurso do Papa Francisco, o presidente da União das Comunidades Judaicas italianas, Renzo Gattegna, declarou sua satisfação por aquilo que foi dito pelo Papa, porque "em uma época marcada por tensões e momentos de crise, as religiões hoje, mais do que nunca, são chamadas a converter-se em promotores de valores e desafios comuns".
Em declaração ao jornal on-line Pagine Ebraiche, a advogado Cattegna disse que "o racismo, o ódio e a xenofobia são fenômenos não mais tolerável assim como as perseguições sofridas por muitos cristãos, por causa de sua crença".
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Exortação apostólica Ecclesia in Europa completa dez anos
Sínodo dos Bispos propõe ações pastorais urgentes
Por Jose Antonio Varela Vidal
ROMA, 25 de Junho de 2013 (Zenit.org) - No próximo dia 28 de junho, comemoram-se os dez anos da exortação apostólica pós-sinodal Ecclesia in Europa, promulgada pelo beato João Paulo II como resultado da II Assembleia Especial para a Europa, acontecida em Roma.
Os 117 padres sinodais de então refletiram de 1º a 23 de outubro de 1999 sobre o tema "Jesus Cristo vivo na sua Igreja, fonte de esperança para a Europa". Tratou-se de uma continuação da primeira assembleia, ocorrida no final de 1991, cujo debate focou no testemunho cristão no mundo contemporâneo, alicerçando uma nova evangelização no Velho Continente.
A Segunda Assembleia Especial para a Europa foi a última da série de assembleias sinodais continentais convocadas pelo então papa e hoje beato João Paulo II, na carta apostólica Tertio Millenio Adveniente, como parte da preparação para o Grande Jubileu do Ano 2000.
De acordo com o comunicado da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, a segunda assembleia se desenrolou em meio a "novas situações sociais e culturais, presentes no continente após as mudanças políticas no Leste Europeu".
O texto também afirma que os padres sinodais prestaram atenção às diversas realidades da Igreja na Europa e ao particular momento histórico em relação ao projeto de unificação do continente. "O tema de Jesus Cristo, vivo na sua Igreja, dominou a discussão sinodal sobre as raízes culturais do continente e, ao mesmo tempo, constituiu uma fonte de esperança na construção de uma nova Europa sobre o fundamento da fé", ressalta a entidade eclesial.
Depois de promulgado o documento que hoje se comemora, o conselho pós-sinodal, instalado por norma no fim de cada assembleia sinodal, se reuniu para avaliar o impacto e a aplicação da Ecclesia in Europa, elaborando um questionário enviado às conferências episcopais e às organizações continentais. As respostas permitiram avaliar alguns aspectos da missão da Igreja para o futuro trabalho nos países europeus.
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Cultura e Sociedade
"Se o sistema tem culpa é porque colocamos todos os nossos meios nas mãos do sistema"
Conversa com Pe. Hélio Luciano a respeito das ondas de protestos que invadem o Brasil - Parte II
Por Thácio Lincon Soares de Siqueira
BRASíLIA, 25 de Junho de 2013 (Zenit.org) - Publicamos a seguir a segunda parte da conversa com o Pe. Hélio Luciano sobre os motivos dessas ondas de protestos que invadem o país.
Nessa entrevista Pe. Hélio Luciano discorre sobre a necessidade de não só criticar o sistema - que é muito fácil - mas de também comprometer-se na política, na busca do bem comum, não abandonando a nação nas mãos das pessoas más.
A primeira parte pode ser lida clicando aqui.
***
ZENIT: Diante de tanta pobreza, injustiça, impostos, roubalheiras, quais são os princípios cristãos que podem reger uma verdadeira "revolução"?
Pe. Hélio Luciano: De fato são muitos os problemas atuais e são questões que exigem uma solução. Se o sistema tem culpa é porque também nós colocamos todos os nossos meios nas mãos do sistema. Creio que existem dois modos muito concretos para mudar esta realidade – a participação política e o correto emprego do princípio de subsidiariedade.
Em primeiro lugar, não teremos mudança sem uma real participação política de pessoas realmente interessadas no bem comum da sociedade. Se o mal é por definição a ausência de bem, o dia que as pessoas de bem desistirem da política teremos uma sistema perverso. A sociedade e o sistema existem enquanto conjunto de pessoas concretas – não há um ente, um ser, social, ou um sistema como uma entidade, mas sim pessoas que compõe um sistema e uma sociedade. Um sacerdote me dizia que há cinco anos a CNBB está chamando pessoas para pensarem em uma proposta de reforma política e conseguem poucas pessoas para participarem. Será que é porque exige esforço, estudo, comprometimento? É mais fácil sair na rua e protestar do que comprometer-se com um projeto real de mudança? Precisamos destes milhões de pessoas revoltadas com o sistema agora comprometidas com realizar a mudança. Não se pode simplesmente colocar a culpa no governo, no sistema, na sociedade – é necessário mudar a sociedade com estes princípios claros de honestidade e de pensar no bem comum.
Um princípio cristão muito esquecido – claramente explicado no "Compêndio de Doutrina Social da Igreja" – é o princípio da subsidiariedade. Tal princípio afirma que todas as sociedades de ordem superior devem pôr-se em atitude de ajuda («subsidium») — e portanto de apoio, promoção e incremento — em relação às menores. Isso significa que não é a pessoa individual, a família, a escola, a comunidade, etc. que deve estar a serviço do Estado, mas justamente o contrário. Significa também que não é o Estado o responsável por entregar tudo a estas sociedades menores, mas sim de colaborar naquelas necessidades que estas pequenas sociedades e indivíduos não tenham capacidade de fazer por si mesmos. Sendo assim, é hora de nós, indivíduos de bem, nos unamos para construir a nossa sociedade. Façamos associações de famílias que construam o bem de família e que exijam do Estado uma ajuda para realizar este bem. Façamos associações de moradores que procurem o bem para suas comunidades, exigindo do Estado a ajuda somente naquilo que não somos capazes de alcançar com nossas próprias forças. Criemos escolas de qualidade para nossos filhos, que transmitam valores concretos, e peçamos do Estado ajuda para que possamos cumprir, como pais, nosso papel primário de educação de nossos próprios filhos. E não permitamos que a corrupção, o egoísmo, o interesse próprio fiquem por cima do bem comum.
Suponho que existam outras alternativas, mas nenhuma será pouco árdua, nenhuma será imediata. Para sermos respeitados com a dignidade própria de pessoas que somos, será necessário que também nós atuemos como pessoas, comprometendo-nos com o bem de todos.
ZENIT: A Igreja, o Papa, o que têm a dizer diante desses protestos?
Pe. Hélio Luciano: A Igreja é prudente antes de tomar partido em algum acontecimento histórico concreto. E não é uma prudência fruto do medo, mas fruto da responsabilidade que tem como Mãe e mestra – não pode dizer que está bem ou mal aquilo que nós mesmos ainda desconhecemos.
Por outro lado, a Doutrina Social da Igreja – que norteia todos os princípios de ação social – deixa claro que as manifestações por melhoras são lícitas, mas também que é necessário trabalhar, apresentar propostas, pensar. Não basta criticar – isso qualquer um é capaz, sem muito esforço, de fazer – é necessário também indicar caminhos de mudança, sempre norteados pelo bem comum da sociedade.
ZENIT: É moralmente lícito destruir, depredar, para poder promover uma revolução?
Pe. Hélio Luciano: Sinceramente não creio que o movimento atual tenha como ideia de fundo promover o vandalismo como forma de pressão para conseguir seus objetivos. De fato, dentro de uma sociedade democrática, que permite o diálogo e o direito de expressão, seria totalmente ilícito utilizar-se de atos de vandalismo como modo de pressão.
Por outro lado, parece claro que dentro de um protesto tão amplo e tão heterogêneo – no qual nem mesmo existe um concreto conjunto de reivindicações – haja grupos que não estão preocupados com a ordem. Também não parece que utilizem do vandalismo para obter resultados, mas simplesmente desprezam a ordem. Pelo que até agora se percebe, estes não representam a maioria das pessoas que reivindicam mudanças sociais através de manifestações pacíficas pelas ruas das cidades.
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Familia e Vida
Mais de 2 milhões de cópias do Manual de Bioética para jovens serão distribuídos na JMJ Rio 2013
Entrevista com Pe. Rafael Fornasier, assessor da Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família da CNBB
Por Thácio Lincon Soares de Siqueira
BRASíLIA, 26 de Junho de 2013 (Zenit.org) - Durante a Jornada Mundial da Juventude serão distribuídos 2 milhões de cópias, em 4 idiomas, do Manual de Bioética para jovens, intitulado Keys to Bioethics.
"O seu conteúdo foi elaborado por profissionais da área da bioética, da saúde e das ciências humanas e sociais, muitos deles ligados ou próximos à Fundação Jérôme Lejeune, criada para continuar a ação do Prof. Lejeune", explicou a ZENIT o Pe. Rafael Fornasier, assessor da Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família da CNBB.
O Prof. Lejeune descobriu, em 1958, que a síndrome de down é um anomalia genética do par de cromossomos 21, passando assim a ser conhecida também como trissomia 21. Desde então, trabalhou com a pesquisa científica, buscando a terapia para a doença e, por causa de seus pacientes, se posicionando firmemente contra a legalização do aborto.
Keys to Bioethics - elaborado pela Fundação Jérôme Lejeune em parceria com a Comissão Nacional da Pastoral Familiar, organismo vinculado à CNBB, com o Centro de Estudos Biosanitários (Espanha) e com a Fundação Jérôme Lejeune (USA) - é uma adaptação do Manual que a Fundação Jérôme Lejeune, da França, já vem distribuindo gratuitamente há alguns anos em várias línguas.
"A ideia de oferecê-lo durante a JMJ partiu de diálogos realizados pela Fundação Jérôme Lejeune com bispos, padres e leigos que trabalham com o tema da bioética, chegando-se assim a uma proposta comum que foi feita com a organização da Jornada Mundial, que, por sua vez, abraçou a ideia e está se implicando, com muito esforço e dedicação, para que o Manual chegue às mãos dos jovens", disse à ZENIT Pe. Rafael.
A Introdução do Manual, assinada por Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio e por Jean-Marie Le Méné, Presidente da Fundação Jérêome Lejeune, afirma: "Trata-se de uma apresentação objetiva das grandes questões de bioética com as quais somos todos confrontados, e que nos deixam frequentemente desamparados. Embasado sobre os fundamentos da ciência e da razão, Keys to Bioethics permite ao leitor apreendê-las simplesmente graças a uma informação precisa e rigorosa, à qual a fé da Igreja vem dar todo o seu sentido."
"O Manual – esclarece Pe. Rafael – , além de trazer ao final do texto uma lista de referências bibliográficas, se fundamenta também nos posicionamentos de atuais pesquisadores. Ele foi adaptado e revisado quanto à terminologia e sua aplicação de um país a outro com ajuda dos organismos citados acima".
Segundo o Pe. Rafael Fornasier o "Manual não tem a preocupação de afirmar ou defender essa ou aquela linha de bioética. Diante da linguagem puramente sanitarista (preocupando-se mais com a transmissão das doenças sexualmente transmissíveis do que com uma real e humana educação sexual proposta aos jovens), contraceptiva (visando o controle da natalidade sem a devida informação quanto ao risco representado pelo emprego de métodos contraceptivos amplamente difundidos, muitas vezes por interesses econômicos escusos), utilitarista (propondo a utilização do ser humano para fins de pesquisa ou o seu descarte quando não desejado, inútil ou economicamente oneroso para o sistema de seguridade social) e ideológica, o Manual busca colocar às claras alguns elementos que ajudarão os jovens a realizar um juízo ético quanto ao que lhe é proposto - por vezes imposto - como informação relativa a temas candentes concernentes à vida humana na atualidade".
O Keys to Bioethics recebeu financiamento para a produção e distribuição da própria Fundação Jérôme Lejeune e de generosos doadores de vários países. Para saber como contribuir com sua impressão e distribuição entre em contato com vidafamilia@cnbb.org.br ou pelo telefone (61) 3443-2900.
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Mundo
Irlanda: bispos e manifestantes se mobilizam pelo direito à vida
O episcopado pede que os representantes públicos "defendam o direito igual e inviolável de todos os seres humanos à vida
Por Redacao
ROMA, 25 de Junho de 2013 (Zenit.org) - Os bispos irlandeses se mobilizam contra a legalização do aborto: "A vida humana deve ser respeitada e protegida de forma absoluta desde o momento da concepção". Em declaração publicada a favor da vida, eles afirmam que "o Evangelho da vida está no centro da mensagem de Jesus, que veio para que tenhamos vida e vida em abundância (Jo 10,10). O Evangelho nos desafia a trabalhar por um mundo em que sejam respeitadas a dignidade e a beleza de cada vida humana".
O texto lembra que "o direito à vida é fundamental em comparação com todos os demais direitos, porque é o fundamento de todos eles. Nenhum indivíduo tem direito a destruir a vida e nenhum Estado tem o direito de vulnerar o direito à vida".
O governo da Irlanda vem propondo uma legislação sobre o aborto que acarreta uma mudança profunda na cultura da prática médica irlandesa. Pela primeira vez, a legislação do país permite a eliminação deliberada e intencional de uma criança não nascida. "É radical. Todos os cidadãos, não só as pessoas de fé, têm que ficar muito preocupados", advertem os bispos, que também valorizam, na declaração escrita, o papel dos profissionais da saúde, que ajudaram a fazer da Irlanda um dos países mais seguros do mundo para as mães e para os seus bebês durante a gestação.
O projeto de lei do governo de Enda Kenny permite a prática do aborto para mulheres cuja vida corra perigo ou que sejam propensas ao suicídio. A proposta gerou protestos massivos nas últimas semanas. "A legalização da destruição direta e intencional da vida de um bebê antes de nascer não pode ser descrita como salvação de vidas", afirma o comunicado episcopal.
Sobre a proposta desta lei, os bispos afirmam que, "conforme aprendemos de outros países, esta legislação abre a porta para uma disponibilidade cada vez mais ampla do aborto".
Mencionando a liberdade de consciência, os bispos irlandeses acrescentam que esta "é um direito humano fundamental. Um Estado que respeita a liberdade também respeita a consciência dos seus cidadãos, incluindo os seus representantes públicos, num valor humano tão importante como o direito à vida".
"Fazemos um apelo aos cidadãos para exercerem o seu direito de manifestar as suas opiniões aos nossos representantes públicos e não deixarem nenhuma dúvida sobre a sua posição a este respeito".
O episcopado pede que os representantes públicos "defendam o direito igual e inviolável de todos os seres humanos à vida, mesmo que isto signifique posicionar-se acima de outras pressões e compromissos de partido".
Os bispos também convidam os sacerdotes e os fieis a rezarem a prece "Escolher a vida", na missa e em casa, para que a dignidade e o valor de toda vida humana continuem sendo defendidos no país.
O texto voltará à Câmara Baixa do parlamento irlandês no próximo dia 11 de julho para ser votado, explica Reilly, ministro irlandês da saúde.
Atualmente, o aborto na Irlanda é ilegal, exceto em caso de risco de vida da mãe.
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OCST, um microchip orgânico para estudar os neurônios
Pesquisa publicada na revista Nature Materials abre novas perspectivas para o estudo das redes neuronais
Por Redacao
ROMA, 25 de Junho de 2013 (Zenit.org) - O desenvolvimento de uma nova tecnologia, a eletrônica orgânica transparente, capaz de levantar informações sobre a atividade neural, abre uma nova plataforma de pesquisa. Os estudos, conduzidos por dois institutos do Conselho Nacional italiano de Pesquisas, o Instituto para o Estudo de Materiais Nanoestruturados (ISMN-CNR) e o Instituto de Síntese Orgânica e Fotorreatividade (Isof-CNR), em parceria com o Instituto Italiano de Tecnologia (IIT) e com a ETC, spin-off do CNR e start-up do Grupo Saes, demonstrou que é possível estimular a atividade neuronal, manipulá-la e lê-la através de uma ferramenta biocompatível: o OCST, Organic Cell Stimulanting and Sensing Transistor. Os resultados foram publicados na revista Nature Materials.
"O dispositivo é composto por um microchip orgânico transparente, no qual são estabelecidas as redes neurais, caracterizado pela capacidade de estimular e registrar sinais elétricos e gerar luz", explica Michele Muccini, diretor do CNR-ISMN de Bolonha e coordenador do projeto juntamente com Stefano Toffanin e Valentina Benfenati. "Além disso, como o OCST é biocompatível, ele consegue ficar em contato durante um longo período de tempo com os neurônios primários sem que eles sejam danificados, o que torna possível entender como eles funcionam e modular a sua atividade com mais eficácia do que nas tecnologias existentes hoje".
A aplicação deste instrumento oferece muitas vantagens. "Seu desenvolvimento permite estudar também outros tipos de neurônios e de células. É uma oportunidade para conseguir progressos significativos na determinação do funcionamento do cérebro humano", diz Muccini. "No futuro, a capacidade de interação entre as células nervosas e o dispositivo poderia ter aplicações na regeneração do tecido nervoso periférico afetado por incidentes traumáticos, doenças neurodegenerativas, como o Parkinson, ou no diagnóstico precoce de eventos epilépticos".
O estudo envolveu uma equipe de treze pesquisadores, incluindo especialistas em ciência e tecnologia de materiais, neurocientistas e eletrofisiologistas, que trabalharam durante dois anos na sede do CNR em Bolonha, dentro das diretrizes estratégicas do Departamento de Ciências Químicas e Tecnologias de Materiais da instituição e das pesquisas sobre o desenvolvimento de tecnologias para a compreensão do funcionamento do cérebro, objeto de importantes programas estratégicos europeus e norte-americanos. A importância sócio-econômica destas atividades levou a Comissão Europeia a definir o mês de maio 2013 como "o mês europeu do cérebro".
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Análise
China: faltam 37 milhões de mulheres
Tráfico sexual e prostituição: os frutos perversos da política do filho único.
Por Antonio Gaspari
ROMA, 27 de Junho de 2013 (Zenit.org) - O número reduzido de mulheres chinesas tem feito explodir o fenômeno do tráfico sexual e da prostituição na China.
O Instituto de Pesquisa Populacional dos EUA, no briefing semanal de 24 de junho, publicou um relatório escrito por Anne Roback Morse, segundo o qual o Departamento de Estado dos Estados Unidos, em seu último Relatório sobre o Tráfico de Pessoas, constatou que a China caiu na classificação mundial e se tornou um país de destino para o tráfico do sexo.
Ainda de acordo com o Departamento de Estado norte-americano, a política do filho único, adotada há 33 anos na China, é a principal causa do aumento do tráfico sexual e da prostituição no país.
A política do filho único tem forçado centenas de milhões de casais chineses a escolher entre uma menina e um menino, e a esmagadora maioria escolhe ter um filho do sexo masculino. As filhas costumam ser impedidas de nascer, vítimas do aborto seletivo.
Atualmente, existem 30 milhões de homens a mais do que mulheres na China. Como comparação, no Brasil, as regiões Sul, Centro-Oeste e Norte, com seus 14 Estados somados, reúnem juntas cerca de 30 milhões de homens e 30 milhões de mulheres. Imagine que todas as mulheres desses 14 Estados brasileiros sejam "deletadas" e os homens tenham que viajar para os demais Estados atrás de mulheres. Esta é a situação na China hoje.
A política do filho único naquele país "deletou" pelo menos 37 milhões de meninas. É óbvio que a demanda de mulheres tenha feito explodir o fenômeno do tráfico sexual e da prostituição. Acontecem até raptos de mulheres das áreas rurais para as cidades. O crime organizado está "exportando" mulheres de outros países para a China. Mulheres da Rússia, da Europa, da África e das Américas foram raptadas, compradas, enganadas e levadas à força para a Ásia a fim de tentar preencher a lacuna de 37 milhões de mulheres em território chinês.
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Angelus
Jesus quer os cristãos livres como Ele
Papa Francisco antes de recitar o Angelus comenta o Evangelho do dia
CIDADE DO VATICANO, 30 de Junho de 2013 (Zenit.org) - Milhares de pessoas estavam na Praça de São Pedro hoje para rezar o Angelus com o Papa. Antes de recitar a oração mariana, o Papa Francisco comentou o evangelho do dia.
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho deste domingo (Lc 9, 51-62) mostra uma passagem muito importante na vida de Cristo: o momento em que - como escreve São Lucas - "manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém."(9,51). Jerusalém é o destino final, onde Jesus, em sua última Páscoa, deve morrer e ressuscitar, e, assim, cumprir sua missão de salvação.
Desde aquele momento, após a "firme decisão", Jesus fixa a meta, e também para as pessoas que ele encontra e que lhe pedem para segui-lo, ele diz claramente quais são as condições:não ter uma moradia estável; desapegar-se dos afetos humanos; não ceder à nostalgia do passado.
E Jesus disse também aos seus discípulos, instruídos a precedê-lo em seu caminho para Jerusalém para anunciar sua passagem, de não impor nada:se não encontrarem disponibilidade a acolhê-Lo, que continuem, que se prossiga. Jesus jamais impõe, Ele é humilde e convida. Sevocê quiser, venha. A humildade de Jesus é assim: Ele convida sempre, não impõe.
Tudo isso nos faz pensar. Nos fala, por exemplo, a importância que, mesmo para Jesus teve a consciência: de ouvir em seu coração a voz do Pai e segui-la. Jesus, em sua vida terrena, não foi, por assim dizer, "teleguiado":era o Verbo encarnado, o Filho de Deus feito homem, e a um certo ponto tomou a firme decisão de ir a Jerusalém pela última vez; uma decisão tomada na sua consciência, mas não sozinho: com o Pai, em plena união com Ele! Decidiu em obediênciaao Pai, em escuta profunda,intimo de sua vontade. E por isso a decisão era firme, porque tomada com o Pai.E no Pai, Jesus encontrava a força e a luz para seu caminho. E Jesus era livre, naquela decisão estava livre. Jesus quer os cristãos livres como Ele, com a liberdade que vem deste diálogo com o Pai, a partir deste diálogo com Deus. Jesus não quer nem cristãos egoístas, que seguem o próprio eu, não falam com Deus; nem cristãos fracos, cristãos, que não têm vontade, cristãos, "teleguiados", incapazes de criatividade, que tentam sempre se conectar com a vontade do outro, e não são livres. Jesus nos quer livres e esta liberdade, onde se realiza? Se realiza no diálogo com Deus na sua consciência. Se um cristão não sabe como falar com Deus, não sabe ouvir a Deus em sua própria consciência, não é livre, não é livre.
Por isso, devemos aprender a escutar mais a nossa consciência. Mas atenção! Isso não significa seguir o próprio eu, fazer o que me interessa, o que me convém, o que eu gosto... Não é isso! A consciência é o espaço interior da escuta da verdade, do bem, da escuta de Deus; é o lugar interior da minha relação com Ele, que fala ao meu coração e me ajuda a discernir, a compreender o caminho que deve percorrer, e uma vez tomada a decisão, a ir avante, a permanecer fiel.
Tivemos um exemplo maravilhoso de como é esta relação com Deus na própria consciência,um recente exemplo maravilhoso. O PapaBento XVI nos deu um grande exemplo quando o Senhor lhe fez entender, na oração, qual era o passo que ele tinha que dar. Ele seguiu, com grande sentido de discernimento e coragem, a sua consciência, ou seja, a vontade de Deus que falava ao seu coração.E este exemplo do nosso Pai faz bem a todos nós, comoum exemplo a seguir.
Nossa Senhora, com grande simplicidade, escutava e meditava no íntimo de si a Palavra de Deus e o que estava acontecendo com Jesus. Seguiu seu Filho com profunda convicção, com firme esperança. Marianos ajude a nos tornar sempre mais homens e mulheres de consciência,livres na consciência, pois é na consciência que se dá o diálogo com Deus; homens e mulherescapazes de escutar a voz de Deus e segui-la com decisão.
(Após o Angelus)
Queridos irmãos e irmãs,
Hoje, na Itália, celebramos o Dia da caridade do Papa. Desejo agradecer aos Bispos e a todas as paróquias, especialmente as mais pobres, pelas orações e ofertas que socorrem tantas iniciativas pastorais e caritativas do Sucessor de Pedro em todas as partes do mundo. Obrigado a todos!"
Dirijo de coração a minha cordial saudação a todos os peregrinos presentes, em particular aos numerosos fiéis da Alemanha. Saúdo também os peregrinos de Madrid, Augsburg, Sonnino, Casarano, Lenola, Sambucetole e Montegranaro, o grupo de dominicanos leigos, a Fraternidade apostólica da Divina Misericórdia de Piazza Armerina, os Amigos das missões do Preciosíssimo Sangue, UNITALSI de Ischia di Castro e os meninos de Latisana.
Por favor, rezem por mim. Desejo a todos um bom domingo e um bom almoço. Arrivederci!
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