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    domingo, 11 de março de 2012

    [ZP120311] O mundo visto de Roma

    Campanha anual de doações 2012 - Em busca dos 3.600...

    O valor que ZENIT em língua portuguesa precisa arrecadar de 90.000 dólares (160.000 Reais ou 70.000 Euros aproximadamente), partilhado entre os 45.000 leitores particulares, corresponde a uma doação de 2 dólar (aproximadamente 3,55 Reais ou 1,55 Euro) para cada leitor!

    Já sabemos que na prática é impossível receber 3,55 Reais ou 1,55 Euro de cada um dos 45.000 leitores. Mas talvez seja possível receber 25 dólares (44 Reais ou 19 Euros) de 3.600 benfeitores!
    Você poderia fazer parte desse "grupo dos 3.600 benfeitores" que, com sua generosidade, irá beneficiar todos os leitores de ZENIT?
    Como já fizeram muitos dos leitores que enviaram sua doação, você poderia doar os 44 Reais ou 19 Euros, em nome de três ou quatro missionários a mais?

    Por favor, pense!
    Envie sua doação hoje mesmo!
    É muito simples. Para doar, acesse: http://www.zenit.org/portuguese/doacao.html

    Muito obrigado!


    ZENIT

    O mundo visto de Roma

    Portugues semanal - 11 de março de 2012

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    Homens e Mulheres de Fé


    Mulher e trabalho: Carreira ou filhos?
    Favorecer a missão da mulher na família é remédio para a sociedade e lucro para o Estado

    ROMA, quinta-feira, 08 de março de 2012(ZENIT.org) - Vivemos hoje em uma sociedade onde uma determinada cultura procura destacar-se de Deus, cancelar todos os valores que são a vida, o compromisso, a fidelidade, a atenção ao outro e que a mulher sempre transmitiu para a família porque é intrínseca na sua feminilidade.Fazendo acreditar que a própria realização da mulher esteja fora do âmbito familiar, em outros campos, propondo tudo como uma conquista, uma libertação, uma meta de felicidade garantida.

    Segunda esta ‘visão’ a ‘vocação para a família’, o ocupar-se principalmente do marido e dos filhos, parece ser coisa de outros tempos, quase impensável e considerada até frustrante por muitas mulheres.

    Sendo a família a célula da sociedade, é nela que nascem os futuros cidadãos e então não é possível delegar a tarefa de crescer e educar os filhos somente às escolas, instituições, à paróquia.

    Isto foi evidenciado também pela Igreja: a mulher deve ser presente ativamente e com firmeza na família (...) pois é ali, sobretudo, que se forma a face de um povo, é ali que seus membros adquirem os ensinamentos fundamentais. Estes aprendem a amar enquanto são amados gratuitamente, aprendem a respeitar qualquer pessoa enquanto são respeitadas, aprendem a conhecer a face de Deus enquanto recebem a primeira revelação pelo pai ou pela mãe cheios de atenção (Carta dos bispos sobre a colaboração do homem e da mulher na Igreja e no mundo).

     A importância e o peso do trabalho da mulher dentro do núcleo familiar devem ser reconhecidos e valorizados. João Paulo II escrevia que o “cansaço” da mulher que dá a luz a um filho e depois o alimenta, cuida, trata do seu crescimento e educação – particularmente nos primeiros anos de vida – é tão grande que não deve causar medo no confronto com nenhum trabalho profissional (cfr Carta às famílias).

    Este pensamento, infelizmente é muito distante daquele que prevalece hoje. Um certo feminismo, procura tornar a mulher sempre mais parecida com o homem, colocando-a em competição nas fábricas, escritórios, na política, nas instituições, “distorcendo-a” e levando-a a negligenciar os filhos.

    Presumem que as crianças existam, pois muitas vezes a mulher em carreira "escolhe" não ter filhos, porque são vistos como um impedimento para o melhor desempenho do seu trabalho ou como um ônus a mais. Ou em um determinado momento, na altura em que a juventude deixou caminho a uma idade mais madura, se deseja um filho a qualquer custo. Sim, aquele filho que por muitos anos tentou evitar, agora o deseja, quase "por encomenda", sem perceber que é na verdade um grande dom de Deus, para pedir e proteger. E para acolher quando Deus quiser conceder-lhe.

    É bom que a mulher trabalhe, contribuindo para o sustento famíliar e para o desenvolvimento da sociedade. A Igreja aprecia que esta tenha acesso a posições de responsabilidade, a fim de promover o bem comum e encontrar soluções inovadoras para os diversos problemas sócio-económicos.

    O problema é que a atividade externa absorve muito do seu tempo e energia, tanto física quanto mental, tornando a mulher quase incapaz de responder plenamente à vocação de esposa, de mãe e de desempenhar adequadamente todas as tarefas a ela relacionadas.

    Edith Stein, também conhecida também como Santa Teresa Benedita da Cruz, escreveu que muitas mulheres são quase esmagadas sob o duplo fardo das obrigações do trabalho e da família. Sempre em ação, com pressa, sempre nervosa e irritada. De onde se pode tirar a serenidade e a alegria interior para oferecer a todos o sustento, o apoio, a direção?

    E as conseqüências de tudo isso são as pequenas brigas diárias, as discussões com o marido e os filhos, que muitas vezes quebram a tranquilidade, a paz e a harmonia que deveria reinar entre as quatro paredes domésticas. É um erro pensar que podemos realizar melhorias na sociedade sem primeiro amar, sem ser atento e saber como sacrificar-se por aqueles que vivem ao nosso lado. Neste caso, a mulher não pode sentir-se realizada ou feliz, mesmo havendo um ótimo trabalho.

    É por isso que a Igreja insiste em que a legislação e as organizações de trabalho não penalizem as exigências relativas à missão da mulher na família. E este é um problema não apenas e não tanto jurídico ou econômico, mas acima de tudo, é uma maneira errada de pensar, é um problema cultural.

    Deve, assim, explorar adequadamente, primeiramente a nível de mentalidade, o trabalho das mulheres na família. Se não for assim, a mulher que dedica seu tempo em casa sempre será sempre penalizada do ponto de vista econômico e considerada, de certo modo, inferior àquela que em vez disso tem um emprego externo.

    É necessário uma "mudança de pensamento" para ajudar as mulheres que querem desenvolver outros trabalhos, se a legislação proporcionasse horários mais acessíveis e compatíveis com a vida familiar. Seriam reduzidas as situações estressantes e fomentada a possibilidade de desempenhar o papel principal de esposa e mãe. Papel que é realmente insubstituível. Não se pode acreditar que é possível realizar essa tarefa dando às crianças dinheiro, presentes e tudo que for pedido, pois vai chegar o dia em que eles vão dizer que para eles não foi feito nada.

    Muitas vezes os jovens de hoje se sentem vazios, sozinhos, mesmo tendo "tudo", falta a certeza de serem amados, a sensação de estarem realmente no centro da atenção dos pais, especialmente da mãe, porque ninguém pode tomar o lugar da mãe.

    Crescerá madura e sem complexos aquela criança que tenha conhecido o calor dos braços de sua mãe. Nenhum psicólogo pode substituir o trabalho do coração de uma mãe que bate sobre o de seu filho.

    Por Irmã M. Caterina Gatti ICMS

    (tradução:MEM)

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    Cultura


    Music Visions lança "Beside You", um vídeo musical que celebra a maternidade
    Um projeto nato da colaboração entre a Radio Catholic and Television e a Ajuda à Igreja que Sofre

    ROMA, sábado, 10 de março de 2012(ZENIT) – Começa hoje, Music Visions, um projeto no-profit que produz vídeos musicais orientados aos valores que procuram construir uma cultura de vida, entreter e inspirar as futuras gerações, formado por um team de profissionais apaixonados por pela música e desejosos em dar visibilidade a novos artistas, com uma mensagem positiva de fé, alegria e esperança.

    ***

    A estréia oficial chega com o lançamento de “Beside You”, um vídeo musical que celebra a alegria da maternidade. Gravado em Roma, escrito e interpretado por Mario Maneri e pelos atores Giulia Perelli e Gian Marco Tavani, o vídeo musical é dirigido por Manuel de Teffé, diretor e fundador de Music Visions que explica as motivações de fundo da iniciativa.

    “Escolhemos este campo porque o vídeo musical é já há muito tempo o conteúdo mais popular na internet: no Top 20 mundial do You Tube, entre os conteúdos mais vistos de todos os tempos e em todas as categorias, dezesseis são vídeos musicais. Estamos falando, então, de mais de quatro bilhões de telespectadores”, afirma Teffè.

    “O impacto social dos vídeos musicais através do You Tube e outros canais é inegável – acrescenta – mas infelizmente hoje a cultura dos vídeos musicais não respeita a dignidade da pessoa humana. Milhões de jovens passam os anos mais formativos de suas vidas vendo vídeos musicais, que muitas vezes promovem um estilo de vida abertamente destrutivo”.

    “Parece que não foi deixado nenhum espaço aos artistas que, apesar do talento, não podem partilhar suas músicas simplesmente por falta de um vídeo musical bem produzido. Music Visions quer mudar esta situação”.

    A realização de Music Visions foi possível graças a colaboração com a Rado Catholic and Television Network e o patrocínio da Ajuda à Igreja que Sofre.

    Graças a estas organizações, o projeto terá a possibilidade, de apresentar a cultura da vida através dos novos canais de comunicação, onde os jovens de hoje buscam seus valores.

    Music Visions está à procura de artistas talentosos, com músicas ainda inéditas; patrocinadores que compreendam a importância deste desafio cultural e emissoras interessadas ​​em dar uma chance a algo ousado e novo.

    Organizações Internacionais pró-vida são convidados a contatar  Music Visions para  ver como estes podem contribuir para a maior missão: promover uma cultura de vida.

    Para ver “Beside You” acesse:

    http://www.youtube.com/watch?v=h82O16T3tlQ

    Maiores informações:

    info@musicvisions.org
    www.musicvisions.org

    (Tradução:MEM)

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    Santa Sé


    Novo apelo de Bento XVI em defesa da família natural
    A exortação do Papa durante a visita ad limina dos bispos americanos

    CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 09 de março de 2012(ZENIT.org) – Preocupação com a liberdade religiosa e total apoio à Igreja nos Estados Unidos, foram expressos pelo Papa Bento XVI durante a visita ad limina apostolorum dos bispos americanos.

    ***

    Depois das Audiências dos meses anteriores (26 de novembro e 19 de janeiro 2012) esta manhã o Papa recebeu os bispos das Regiões VII, VIII e IX. Bento XVI teve a palavra logo após a homenagem do Mons. John Clayton Neintedt, arcebispo de Saint Paul e Minneapolis (Minnesota).

    O Santo Padre acolheu a visita dos bispos como uma ocasião para refletir sobre “certos aspectos da evangelização da cultura americana à luz das dificuldades éticas e intelectuais do momento atual”.

    Referindo-se ao tema de suaa visita pastoral nos Estados Unidos de15 a21 de abril 2088, Bento XVI descreveu como “evidente” o enfraquecimento na sociedade americana da instituição do matrimônio e a “difusa rejeição a uma responsabilidade e madura ética sexual, fundamentada na prática da castidade, que leva a graves problemas sociais com imensos custos humanos e econômicos”.

    Recordando o beato João Paulo II, que na Familiaris consortio afirmava que “o futuro da humanidade passa pela família”, Bento XVI denunciou as “potentes correntes políticas e culturais que tentam alterar as definições legais do matrimônio”.

    O Papa então reiterou a firmeza do magistério católico sobre o matrimonio como instituição “arraigado na complementaridade dos sexos e orientado para a procriação”. Defender tal concepção é então “uma questão de justiça”.

    O Pontífice divisou a dificuldade da Igreja em ensinar com uma abordagem justa o sacramento do matrimônio. Uma dificuldade devida, sobretudo, aos “limites nas catequeses das últimas décadas, que não consegue comunicar a rica herança do ensinamento católico sobre o matrimonio como instituição natural, elevada por Cristo a Sacramento”.

    Também na pastoral familiar e matrimonial, portanto, o retorno ao Catecismo da Igreja Católica e ao relativo Compendio, é fundamental.

    Em nível prático, o Papa afirmou que partilha com os bispos a preocupação em relação a práticas como a “convivência”: vários casais são “inconscientes do fato que se trata de um pecado grave, para não dizer no dano que causa à estabilidade da sociedade”.

    Neste sentido o Santo Padre encorajou os bispos americanos a desenvolver “normas pastorais e litúrgicas claras” que não se prestam à ambigüidade.

    O Papa acrescentou sua apreciação em relação aos vários planos pastorais promovidos pelas dioceses americanas, a partir da Carta Marriage :Love and Life in the Divine Plan de 2009, até as iniciativas destinadas as pessoas em dificuldades familiares, “especialmente os divorciados e separados, as mães solteiras, as mulheres que contemplam o aborto, e as crianças que sofrem trágicos efeitos da separação dos pais”.

    Deve ser redescoberta, a “virtude da castidade”, valendo-se de uma “visão integrada, consistente e elevada da sexualidade humana”. Uma visão bem mais rica e fascinante do que as “ideologias permissivas” que ao contrário, representam uma “potente e destrutiva forma de contra-catequese para os jovens”. 

    Os jovens devem encontrar a Igreja na sua “integridade” e nos “desafios de seus ensinamentos contraculturais”, na via do Catecismo que define a castidade como “a conquista do domínio de si, que é pedagogia para a liberdade humana” (n° 2339).

    Em sua conclusão Bento XVI se deteve na pedagogia da infância, definindo a criança como “o grande tesouro e o futuro de toda sociedade”. Por este motivo é fundamental que cresçam “com uma saudável compreensão da sexualidade e do papel que é próprio nas relações humanas”.

    (Tradução:MEM)

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    O Coro da Abadia de Westminster é convidado para cantar no Vaticano
    O evento histórico terá lugar por ocasião da Solenidade dos Santos Pedro e Paulo

    CIDADE  DO VATICANO, quinta-feira, 8 de março de 2012 (ZENIT.org) - O Coro da Abadia de Westminster, mundialmente famoso, foi convidado pela Santa Sé através do maestro da Cappella Musicale Pontifícia "Sistina", para cantar na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Conforme relata uma nota assessoria de imprensa do Vaticano.

    ***

    O Coro da Abadia de Westminster vai cantar com o coro da Capela Sistina, durante as cerimônias da solenidade litúrgica dos Santos Pedro e Paulo, que será transmitido internacionalmente. É a primeira vez, em 500 anos de história, que o coro da Capela Sistina  une forças com outro coro: um evento memorável de forte conotação ecumênica.

    O convite para ir a Roma aconteceu após a visita do Papa Bento XVI à Abadia em setembro de 2010, quando o Santo Padre participou das Vésperas e rezou no túmulo de Edward, o Confessor, com o arcebispo de Canterbury, Rev. Rowan Williams, durante sua visita de Estado na Inglaterra e na Escócia.

    O Papa pediu: "que a configuração da colaboração musical de junho reflita a vocação cristã do coro e encoraje a rica troca de experiências entre as duas tradições litúrgicas e culturais", continua a declaração.

    A Abadia de Westminster tem o título formal de Igreja Colegiada de São Pedro, o fato de que ambos os coros comemorem juntos seu patrono dará ao evento uma importante ressonância comum.

    Os dois coros cantarão juntos durante as Primeiras Vésperas na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, no dia 28 de junho, durante a missa celebrada pelo Papa na Basílica Vaticana, e na manhã do dia 29 de junho.

    Expressando uma fé cristã comum, os dois coros cantarão músicas da tradição romana, composta por Palestrina e Perosi. Além disso, ao início e ao fim de cada liturgia, o coro da Abadia vai cantar músicas do repertório do coro inglês, incluindo alguns da tradição anglicana em Inglês.

    Durante a sua estada na Itália, o Coro da Abadia de Westminster também terá outros compromissos públicos, incluindo um recital na Basílica de Santa Maria Maggiore e as Vésperas festivaem Santa Maria sopra Minerva.

    O Coro de Westminster também estará no mosteiro beneditino de Montecassino para cantar as Vésperas ea Missa em conjunto com a comunidade monástica do lugar onde está enterrado São Bento.

    Como parte dos preparativos, o coro da Capela Sistina vai visitar Londres e fará um concerto público na Catedral de Westminster, na noite de 6 de maio.

    O reitor de Westminster, o Rev. John Hall, declarou: "Este é um convite maravilhoso, fruto da memorável visita do Papa Bento à Abadia de Westminster, durante a qual o Coro da Abadia  desempenhou um papel significativo na liturgia ecumênica".
    "Conforta-me - disse o Rev. Hall - este sinal do desejo do Santo Padre em explorar a rica tradição anglicana que caracteriza o culto diário na Abadia de Westminster. É muito importante que os cristãos de diferentes tradições rezem juntos e recebam os dons uns dos outros”.

    Da sua parte, o arcebispo de Canterbury, o Rev. Dr. Rowan Williams, afirmou: "Estou muito satisfeito que o coro da Abadia participe na celebração da Solenidade de São Pedro em Roma. São Pedro é o padroeiro da Abadia e comemorar o seu testemunho apostólico e o seu exemplo tem um forte apelo à vocação comum de nossas Igrejas para serem fiéis hoje, para a plenitude apostólica do evangelho apostólico, de modo que - como diz São Pedro - em todas as coisas Deus seja glorificado por Jesus Cristo” (1 Pedro, 4-11).

    O arcebispo de Westminster, Mons.Vincent Nichols, disse: "Este gesto generoso ecumênico da Santa Sé é muito bem-vindo. Isso exprime a apreciação recíproca das nossas tradições musicais e espirituais. Não vejo a hora de receber o coro da Capela Sistina na Catedral de Westminster, onde, em 6 de maio, cantará pela primeira vez neste país. Este concerto será um evento histórico ".

    (tradução:MEM)

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    O silêncio dá fundamento à oração
    Na audiência Geral, Bento XVI conclui o ciclo de catequeses

    CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 7 de março de 2012 (ZENIT.org) – Na conclusão do seu ciclo de catequeses sobre a oração de Jesus, durante a Audiência geral, o Papa Bento XVI focou sobre o valor do silêncio na relação do homem com Deus.

    O silêncio de Deus mais eloqüente, explicou o Papa, é aquele de Cristo na cruz, onde “o Verbo calou, tornou-se silêncio mortal” (cf. Verbum Domini). No entanto, trata-se de um silêncio que fala, porque a crucificação do Senhor "é profundamente reveladora da situação do homem que reza e do ápice da oração”, o silêncio é fundamental para  dar espaço à Palavra de Deus: e ele deverá ser “interior e exterior”. O recolhimento não é nada fácil no nosso tempo, tanto é assim que às vezes “parece que existe medo em distanciar-se, ainda que por um momento, do rio de palavras e imagens que marcam e enchem as nossas jornadas”, observou o Pontífice.

    Citando novamente a Verbum Domini, o Santo Padre recordou a "grande tradição patrística" que nos ensina que "os mistérios de Cristo estão unidos ao silêncio e somente nele "a Palavra pode habitar em nós, como aconteceu com Maria, inseparavelmente mulher da Palavra e do silêncio".

    O tema do silêncio, ressaltou Bento XVI, é também fundamental para a liturgia: "para facilitar uma escuta autêntica", as missas devem estar "cheias de momentos de silêncio e de acolhida não -verbal". E nesse sentido citou Santo Agostinho que dizia: verbo crescente, verba deficiunt ("Quando o Verbo de Deus cresce, as palavras humanas têm menos importância").

    O silêncio é "capaz de cavar um espaço interior no mais profundo de nós mesmos, para fazer Deus habitar, para que a Palavra permaneça em nós, para que o amor por Ele se enraize na nossa mente e no nosso coração, e anime a nossa vida”, continuou. Além da abertura da escuta, que implica o silêncio do homem diante de Deus, há o aspecto do silêncio de Deus que, no entanto, "não marca a sua ausência". O silêncio é essencial para abrir-nos a Deus e "conhecê-lo realmente”, como experimenta Jó que, depois de ter perdido tudo aquilo de mais precioso, admite que antes conhecia a Deus só por “ter ouvido falar” (Jó 42,5).

    Jesus nos ensina a orar, mostrando-nos  "a pureza do coração, que procura o Reino e perdoa os inimigos; a confiança audaz e filial, que vai além do que sentimos e compreendemos; a vigilância, que protege o discípulo da tentação" (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, n º 54).

    No exemplo de Cristo aprendemos a oração como momento crucial para "interpretar a nossa vida", para "fazer as nossas escolhas", para "acolher a nossa vocação" e para "descobrir os talentos que Deus nos deu" para cumprir a Sua vontade e realizar a nossa existência.

    O clímax da oração de Cristo ao Pai é especialmente o grito que Lhe dirige da cruz, no qual se reúnem "todas as angústias da humanidade de todos os tempos, escrava do pecado e da morte, todas as implorações e as intercessões da história da salvação”, que no final o Pai acolhe e, “além de toda esperança, o escuta ressuscitando o seu Filho” (Catecismo da Igreja Católica, 2598).

     Lucas Marcolivio

    [Tradução Thácio Siqueira]

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    Espírito da Liturgia


    Atrás daquele rosto desfigurado encontra-se a beleza
    Durante a Segunda Via Sacra Quaresmal, o Cardeal Scola cita Jacopone e Charles Peguy

    MILÃO, quarta-feira, 7 de março de 2012 (ZENIT.org) - Se Deus é todo poderoso porque existe o mal? É uma questão mais do que nunca presente na sociedade contemporânea e tem estado no centro das reflexões do cardeal Angelo Scola, arcebispo de Milão, durante a Via Sacra, celebrada ontem à noite na Duomo de Milão.

    ***
    Como recordado pelo cardeal Scola na admoestação inicial, o Catecismo ratifica que "Deus não é de maneira alguma, direta ou indiretamente, a causa do mal" (n º 57). O final de Jesus na cruz, no entanto, ilumina o mistério do mal, com Deus que, “no Filho encarnado, carrega sobre os ombros o não dos homens”.

    A IV estação - Jesus encontra sua mãe - é um autentico emblema da com-paixão cristã. "A Mãe vai ao encontro do Filho, e se consome pela incapacidade de diferir-lo a pena", disse o arcebispo de Milão.

    Scola, em seguida, citou dois grandes poetas, cujos versos imortais foram inspirados exatamente na IV estação: Jacopone ("Filho branco e avermelhado") e De Victoria ("Meus olhos são obscurecidos pelas minhas lágrimas: considerai, todos os povos, se há uma dor como a minha ").

    Apontando para o quadro de Gaetano Previati, Via Sacra - Jesus encontra sua mãe, presente na Duomo para a ocasião, o cardeal Scola tomou o aspecto de Maria antes da pequena companhia que segue o seu filho, como o de qualquer mãe que é “chamada a conduzir o filho ao pai”.

    Na V estação - Simão de Cirene ajuda Jesus - o arcebispo refletiu sobre o "privilégio extraordinário de uma colaboração, embora mínima, com a obra salvífica de Jesus”. Um encontro entre Cristo e Simão de Cirene, "absolutamente gratuito": embora marcado por dor e sofrimento, este acontecimento "abre na existência humana o espaço da felicidade”.

    A história de Cireneu é um sinal de com-paixão que se transforma em solidariedade, como um "fator de coesão social" que nos leva a "assumir o mal e a dor de quem não consegue tomá-la sobre os próprios ombros”.

    Verônica, a protagonista da VI estação, é aquela que foi capaz de reconhecer o rosto santo de Jesus, “mesmo sob a máscara repugnante do sofrimento”. Exatamente atrás daquele rosto desfigurado encontra-se a beleza, do "Impotente capaz" (nas palavras de Charles Peguy), da "Face da Misericórdia”, “essência do coração do homem, a mais alta aspiração da razão”.

    A segunda queda de Jesus, contemplada na VII estação, é uma conseqüência da escolha pela bediência ao Pai, tomando sobre si mesmo, “com mansidão, mas enérgica docilidade, o nosso pecado”.

    E se diante das manifestações poderosas do mal - Scola mencionou os terremotos do Haiti, do Japão e a "tragédia absurda" do Concordia - o homem é levado a "procurar um bode expiatório", ou descarregar de si mesmo a própria culpa, o Filho de Deus - inocente - aceita ser tratado como tal.

    Analogamente, o homem para obter o perdão autêntico de Deus deve reconhecer suas próprias culpas, tendo assim a "disponibilidade de expiar-las". Para isso, exortou o cardeal Scola, concluindo, é adequado, para enfrentar o sacramento da penitência, pedir a "graça da dor por nossos pecados" que não é um "simples senso de culpa", mas "um juízo da razão, contrito e sentido".

    (Tradução:MEM)

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    A liturgia, obra da Trindade / 3: Deus Espírito Santo (CIC 1091-1109)
    Rubrica de teologia litúrgica aos cuidados do Pe. Mauro Gagliardi

    ROMA, quarta-feira, 7 de março de 2012 (ZENIT.org) - A liturgia, ou obra pública realizada em nome do povo, é a nossa participação na oração de Cristo ao Pai no Espírito Santo. A sua celebração mergulha-nos na vida divina de Deus, como expressado pelo Prefácio Comum IV: “Ainda que nossos louvores não vos sejam necessários, Vós concedeis o dom de vos louvar. Eles nada acrescentaram ao que sois mas nos aproximam de vós, por Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso”. Consequentemente, a liturgia existia antes de que nós tivéssemos participado dela, porque foi iniciada na Santíssima Trindade, e Cristo, que na sua vida terrena nos mostrou o exemplo de como adorar o Pai, concedeu àqueles que creem, os meios para deixar transformar as suas vidas a partir da celebração da liturgia, que nos comunica a vida da Trindade.

    A obra do Espírito Santo na liturgia, santificando-nos, nos sela na relação de amor da Trindade que é o coração da Igreja. É o Espírito Santo que inspira a fé e provoca a nossa cooperação. É esta cooperação genuina, indicativa do nosso desejo de Deus, que faz que a liturgia se torne uma obra comum da Trindade e da Igreja (CIC 1091-1092).

    Antes que a missão salvífica de Cristo no mundo pudesse começar, o Espírito Santo tinha colocado os fundamentos para receber a Cristo, cumprindo assim as promessas da Antiga Aliança, cuja narração das maravilhas de Deus, forma, nada mais e nada menos que a espinha dorsal da nossa liturgia, do quanto fez pela liturgia da casa de Israel. Desde o Antigo Testamento, com a sua vasta coleção de literatura, juntamente com a beleza dos Salmos, onde estaria a celebração do Advento da Igreja sem o profeta Isaías? E a liturgia da tarde da Quinta-Feira Santa, sem a proclamação do ritual da Páscoa em Êxodo 12? Além disso, como a Vigília Pascal, evidenciaria,  da forma tão extraordinária como o faz, a harmonia do Velho e do Novo Testamento sem a narração da Travessia do Mar Vermelho, com o seu cântico, em Êxodo 14-15? (CIC 1093-1095) As grandes festas do ano litúrgico revelam a relação intrínseca entre as liturgias hebraica e cristã como pode-se ver na celebração da Páscoa, "Páscoa da história, dirigida para o futuro, junto aos hebreus; entre os cristãos, Páscoa realizada na morte e na ressurreição de Cristo, embora ainda aguardando a consumação final"(CIC 1096).

    Enquanto, na liturgia da Nova Aliança, a assembléia deve ser preparada no seu encontro com Cristo e na sua Igreja, esta preparação, em primeiro lugar, não é uma recepção intelectual de verdades teológicas, mas um assunto interior do coração, onde a conversão se expressa melhor e a convicção à uma vida em união com a vontade do Pai é reconhecida mais vivamente. Essa disponibilidade, ou docilidade ao Espírito Santo, é o pré-requisito para as graças recebidas durante a mesma celebração em si e para os seus sucessivos afetos e efeitos (CIC 1097-1098).

    A ligação entre o Espírito e a Igreja manifesta Cristo e a sua obra salvadora na liturgia. Especialmente na Missa, a liturgia é "Memorial do mistério da salvação", enquanto o Espírito Santo é a "memória viva da Igreja" porque ele recorda o mistério de Cristo. A primeira maneira pela qual o Espírito Santo lembra o sentido do evento da salvação, é dando vida à Palavra de Deus proclamada na liturgia para que possa se tornar um projeto de vida para aqueles que a ouvem. Sacrosanctum Concilium [SC] 24 explica que a vitalidade da Sagrada Escritura coloca tanto os ministros quanto os fiéis em uma relação viva com Cristo (CIC 1099-1101).

    "É enorme a importância da Sagrada Escritura na celebração da Liturgia. Porque é a ela que se vão buscar as leituras que se explicam na homilia e os salmos para cantar; com o seu espírito e da sua inspiração nasceram as preces, as orações e os hinos litúrgicos; dela tiram a sua capacidade de significação as acções e os sinais."(SC 24) .

    A assembleia litúrgica, portanto, não é tanto uma coleção de diferentes temperamentos, mas uma comunhão na fé. A proclamação litúrgica pede uma "resposta da fé", indicativa tanto de "adesão e empenho " e fortalecida pelo Espírito Santo que infunde nos membros da Assembleia "a memória das obras maravilhosas de Deus", por meio de uma anámnese desenvolvida. Naquele momento a ação de graças a Deus por tudo o que fez leva naturalmente ao louvor a Deus ou doxologia (CIC 1102-1103).

    Nas celebrações do Mistério Pascal, o Mistério Pascal não se repete. São as celebrações que se repetem. Em cada celebração, é o derramamento do Espírito Santo que torna este específico mistério presente. A Epíclese é a invocação do Espírito Santo e, recebendo o Corpo e Sangue de Cristo na Santíssima Eucaristia com disposições apropriadas, os próprios fiéis também se tornam uma oferta vida para Deus, ansiosos na esperança da sua herança celeste e testemunhando a vida do Espírito Santo, além da mesma celebração litúrgica. Naquele momento “o fruto do Espírito na litúrgia é inseparavelmente comunhão com a Santíssima Trindade e comunhão fraterna" (CIC 1104-1109). Como abade Alcuíno Deutsch de Collegeville escreveu em 1926 em seu prefácio para a tradução Inglesa da Virgil Michel de La pieté de l'Églisede Lambert Beauduin, "a liturgia é a expressão, num modo solene e público, das crenças, amores, aspirações, esperanças e temores dos fiéis com relação a Deus. [...] é o produto de uma experiência emocionante, que pulsa com a vida e o calor do fogo do Espírito Santo, de cujas mesmas palavras está cheia, e sob cuja inspiração nasceu. 

    Como nada mais tem o poder de abalar a alma, de vivificá-la, e dar-lhe interesse pelas coisas de Deus. (p.IV, tradução nossa).

    Paul Gunter, O.S.B.

    *

    Padre Paulo Gunter, OSB, é Professor no Pontifício Instituto litúrgico de Roma e Consultor do Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice.

    Quem quiser enviar perguntas ou exprimir opiniões sobre os temas relacionados com a rubrica aos cuidados do Pe. Mauro Gagliardi pode escrever para: liturgia.zenit@zenit.org

     [ Traduzido por Thácio Siqueira]

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    A concelebração eucarística: do símbolo à realidade
    Discurso do cardeal Cañizares na Universidade da Santa Cruz de Roma

    ROMA, terça-feira, 6 de março de 2012 (ZENIT.org)- Reproduzimos o discurso do cardeal Antonio Cañizares, feito ontem (5), durante a apresentação do livro A concelebração eucarística - Do símbolo à realidade, de dom Guillaume Derville, na Universidade Pontifícia da Santa Cruz, em Roma.

    ***

    “Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e os levou até um monte alto, onde se transfigurou diante deles. Suas vestes se tornaram extraordinariamente brancas, a ponto de ninguém na terra podê-las deixar com tal brancura. E eis que apareceram Elias e Moisés, que conversavam com Jesus. Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Mestre, como estamos bem aqui! Façamos três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias” (Mc 9, 2-5).

    Ontem, segundo domingo da quaresma, a liturgia proclamava as palavras que acabo de ler. Palavras que podem servir de marco, de introdução, nesta apresentação do livro de dom Guillaume Derville, A concelebração eucarística - Do símbolo à realidade [tradução livre do título original em francês, ndr].

    Quando evocamos o relato da transfiguração, brotam espontâneas em nossa mente as palavras glória, fulgor, beleza. São expressões que se aplicam diretamente à liturgia. Como Bento XVI nos lembra, a liturgia é intrinsecamente vinculada com a beleza. “A verdadeira beleza é o amor de Deus, que se revelou definitivamente no mistério pascal” (BENTO XVI, Sacramentum caritatis, 3).

    A expressão “mistério pascal” sintetiza o núcleo essencial do processo da Redenção, é o cume da obra de Jesus. Por sua vez, a liturgia tem como conteúdo próprio essa “obra” de Jesus, porque nela se atualiza a obra da nossa Redenção. Daí que a liturgia, como parte do mistério pascal, seja uma “expressão eminente da glória de Deus e, de certa forma, um aproximar-se do céu à terra. O memorial do sacrifício redentor carrega em si os traços daquele resplendor de Jesus, do qual Pedro, Tiago e João nos deram testemunho quando o Mestre quis se transfigurar diante deles, a caminho de Jerusalém (cf. Mc 9,2). A beleza, portanto, não é um elemento decorativo da ação litúrgica; é um elemento constitutivo, já que é um atributo do próprio Deus e da sua revelação. Conscientes disso tudo, precisamos manter uma grande atenção para que a ação litúrgica resplandeça de acordo com a sua própria natureza” (ibidem).

    Eu gostaria de ressaltar precisamente as últimas palavras do texto que acabo de citar, porque, na minha opinião, elas introduzem um tema delicado, que, ao mesmo tempo, é o centro do estudo de dom Derville. Vamos relê-las: “A beleza, portanto, não é um elemento decorativo da ação litúrgica; é um elemento constitutivo, já que é um atributo do próprio Deus e da sua revelação. Conscientes disso tudo, precisamos manter uma grande atenção para que a ação litúrgica resplandeça de acordo com a sua própria natureza”.

    Isto quer dizer que a liturgia, e, dentro dela, a concelebração, será bela quando for verdadeira e autêntica, quando nela resplandecer a sua própria natureza. Este é contexto da questão colocada pelo Romano Pontífice diante das grandes concelebrações: “Para mim”, diz o papa, “permanece um problema, porque a comunhão concreta na celebração é fundamental; por isso, eu acredito que ainda não se encontramos realmente a resposta definitiva. Também suscitei esta pergunta no sínodo passado, mas a resposta não foi encontrada. Fiz ainda com que levantassem outra questão sobre a concelebração massiva, porque, por exemplo, se mil sacerdotes concelebram, não se sabe se ainda fica mantida a estrutura que o Senhor quis” (BENTO XVI, Encontro com os sacerdotes da diocese de Roma, 7 de fevereiro de 2008).

    Trata-se precisamente de manter “a estrutura que o Senhor quis”, porque a liturgia é um dom de Deus. Não é fabricada por nós, homens. Não está à nossa disposição. Aliás, “com o mandamento ‘Fazei isto em memória de mim’ (cf. Lc 22,19; 1 Co 11,25), ele nos pede corresponder ao seu dom e representá-lo sacramentalmente. O Senhor expressa com estas palavras, por dizê-lo assim, a esperança de que a sua Igreja, nascida do seu sacrifício, acolha este dom, desenvolvendo sob a luz do Espírito Santo a forma litúrgica do sacramento” (BENTO XVI, Sacramentum caritatis, 11).

    Por este motivo, “devemos aprender a compreender a estrutura da liturgia e por que ela é articulada assim. A liturgia se desenvolveu ao longo de dois milênios e, mesmo depois da reforma, não é algo elaborado apenas por alguns liturgistas. Ela é a continuação de um desenvolvimento permanente da adoração e do anúncio. Assim, para sintonizá-la bem, nós precisamos entender essa estrutura desenvolvida ao longo do tempo e entrar com a nossa mens na vox da Igreja” (BENTO XVI, Encontro com os sacerdotes da diocese de Albano, 31 de agosto de 2006).

    O estudo completo de dom Derville se posiciona neste contexto. Ele nos ajuda a escutar o Concílio Vaticano II, cujos textos, de acordo com as palavras do beato João Paulo II, “não perdem o seu valor nem o seu esplendor. É necessário lê-los de maneira apropriada. Que eles sejam conhecidos e assimilados como textos qualificados e normativos do magistério, dentro da tradição da Igreja” (JOÃO PAULO II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 6 de janeiro de 2001, 57).

    O concílio decidiu ampliar a faculdade de concelebrar com base em dois princípios: esta forma de celebração da Santa Missa manifesta adequadamente a unidade do sacerdócio e, ao mesmo tempo, foi praticada até agora na Igreja tanto do Oriente quanto do Ocidente. Daí que a concelebração, como indica ainda a Sacrosanctum Concilium, se encontraria entre aqueles ritos que convinha restabelecer “de acordo com a primitiva norma dos santos padres” (CONCÍLIO VATICANO II, Sacrosanctum Concilium, 50).

    Neste sentido, é importante entrarmos, ainda que brevemente, na história da concelebração. A panorâmica histórica de dom Derville, embora seja um breve resumo, como ele modestamente observa, nos basta para enxergarmos lacunas, que manifestam a ausência de dados definitivos sobre a celebração eucarística nos primeiros tempos da Igreja. Ao mesmo tempo, e sem se deixar levar por um ingênuo “arqueologismo”, ele oferece suficientes elementos para afirmarmos que a concelebração, segundo a genuína tradição da Igreja, tanto oriental quanto ocidental, é um rito extraordinário, solene e público, ordinariamente presidido pelo bispo ou por seu delegado, rodeado pelo seu presbyterium e por toda a comunidade dos fiéis. Por outro lado, a concelebração cotidiana, em uso entre os orientais, e na qual concelebram somente presbíteros, assim como a concelebração “privada” em substituição das missas celebradas individualmente ou more privato, não se encontram na tradição litúrgica latina.

    Por outro lado, eu considero que o autor acerta plenamente ao abordar as razões de fundo que o concílio menciona para a extensão da concelebração. Uma ampliação da faculdade de concelebrar, que deveria ser moderada como descobrimos ao ler os textos conciliares. E é lógico que seja assim, já que a concelebração não tem por objetivo resolver problemas logísticos nem de organização, mas tornar presente o mistério pascal manifestando a unidade do sacerdócio que nasce da eucaristia. A beleza da concelebração, como dizíamos no começo, implica a sua celebração na verdade. E assim, a sua força significativa depende do respeito e da vivência das exigências que a própria concelebração comporta.

    Quando o número de concelebrantes é muito alto, um aspecto essencial da concelebração fica velado. A quase impossibilidade de sincronizar as palavras e os gestos, que não são reservados ao celebrante principal, o afastamento do altar e das ofertas, a falta de ornamentos para alguns concelebrantes, a ausência de harmonia de cores e de formas, tudo isso pode obscurecer a manifestação da unidade do sacerdócio. E não podemos esquecer que é precisamente esta manifestação o que justificou a ampliação da faculdade de concelebrar.

    No distante ano de 1965, o cardeal Lercaro, presidente do Consilium ad exsequendam constitutionem de sacra liturgia, enviou uma carta aos presidentes das Conferências Episcopais alertando sobre este perigo: considerar a concelebração como um modo de superar dificuldades práticas. E recordou o quanto podia ser oportuno promovê-la se ela favorecesse a piedade dos fiéis e dos sacerdotes (Notitiae 1, 1965, 257-264).

    É este o último aspecto que eu gostaria de mencionar, muito brevemente. Como afirma Bento XVI, “recomendo aos sacerdotes a celebração diária da santa missa, mesmo sem participação de fiéis. Esta recomendação está em consonância com o valor objetivamente infinito de cada celebração eucarística. Além disso, é motivada pela sua singular eficácia espiritual, porque, se a santa missa é vivida com atenção e com fé, ela é formativa no sentido mais profundo da palavra, já que promove a configuração com Cristo e consolida o sacerdote na sua vocação” (BENTO XVI, Sacramentum caritatis, 80).

    Para cada sacerdote, a celebração da santa missa é a razão da sua existência. Ela é, ela tem que ser, um encontro personalíssimo com o Senhor e com a sua obra redentora. Ao mesmo tempo, cada sacerdote, na celebração eucarística, é Cristo mesmo presente na Igreja como Cabeça do seu corpo, e age em nome de toda a Igreja “quando apresenta a oração da Igreja e quando oferece o sacrifício eucarístico” (CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, 1552). Diante da maravilha do dom eucarístico, que transforma e configura com Cristo, só nos cabe a atitude do estupor, da gratidão e da obediência.

    O autor nos ajuda a captar com mais profundidade e clareza esta realidade admirável. Ao mesmo tempo, com a leitura deste livro, ele nos lembra e nos motiva a levar sempre em conta que, além da concelebração, existe a possibilidade da celebração individual e a participação na eucaristia como sacerdotes, mas sem concelebrar. Em cada circunstância, a questão é entrar na liturgia, procurar a opção que mais facilite o diálogo com o Senhor, respeitando a estrutura da própria liturgia. Encontramos aqui os limites de um direito a concelebrar ou não, que diz respeito também ao direito dos fiéis de participar em uma liturgia em que a ars celebrandi torna possível a sua actuosa participatio. Tocamos pontos que têm a ver com o que é justo ou não. O autor, aliás, faz referência também ao Código de Direito Canônico.

    Não me resta mais que agradecer a dom Derville e às editoras Palabra e Wilson & Lafleur pelo livro que hoje tenho o prazer de apresentar. Acho que esta leitura oferece um exemplo da justa hermenêutica do Concílio Vaticano II. “Trata-se de ler as mudanças indicadas pelo concílio dentro da unidade que caracteriza o desenvolvimento histórico do rito, sem introduzir rupturas artificiosas” (BENTO XVI, Sacramentum caritatis, 3). E constitui uma ajuda e um estímulo para a meta que o Santo Padre recordou recentemente à Congregação que presido: “Dedique-se principalmente a dar um novo impulso à promoção da Sagrada Liturgia na Igreja, conforme a renovação querida pelo Concílio Vaticano II a partir da constituição Sacrosanctum Concilium” (BENTO XVI, Motu proprio Quaerit semper, 30 de agosto de 2011).

    Tenho certeza de que este livro contribuirá para que o Ano da Fé “seja uma ocasião propícia para intensificar a celebração da fé na liturgia, de modo particular na Eucaristia” (BENTO XVI, Motu proprio Porta fide, 9).

    Antonio Card. Cañizares Llovera

    Prefeito da Congregação para o Culto Divino e para a Disciplina dos Sacramentos

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    Mundo


    Cristãos sírios: pelas reformas e contra a ingerência
    Mor Gregorios de Aleppo visita a Alemanha e avisa que a guerra civil pode ser longa

    HAMBURGO, sexta-feira, 9 de março de 2012 (ZENIT.org).- O metropolita sírio ortodoxo de Aleppo, Mor Gregorios Yohanna Ibrahim, disse durante um debate em Hamburgo, Alemanha, que os cristãos e as outras minorias são toleradas pelo governo Assad.

    “Nós não somos perseguidos. Duvido que alguém possa me dar um exemplo de um país com mais tolerância do que a Síria”, afirmou.

    O debate aconteceu na Academia Católica de Hamburgo. Os líderes eclesiais sírios reiteraram que os cristãos do país, em comum acordo, apoiaram todas as manifestações pacíficas e os protestos que pediam “reformas em todos os níveis”. Mas protestaram contra qualquer intervenção. “Não precisamos de nenhuma ingerência de ninguém”. O metropolita advertiu sobre uma guerra civil prolongada: “É possível que a Síria seja o segundo Líbano depois de 1975”.

    Os participantes no debate foram repetidamente interrompidos por gritos e vaias do auditório de mais de duzentas pessoas. Também na mesa houve ondas de exaltação. Os dois convidados sírios mostraram profundo desacordo ao avaliarem a situação do país.

    Bassam Ishak, porta-voz do Conselho Nacional Sírio, discordou do metropolita e destacou que os cristãos na Síria estão sujeitos, sim, a uma cruel perseguição. Eles estariam sendo isolados economicamente e impedidos de ter acesso à terra e ao trabalho, por exemplo.

    A comissão de Direitos Humanos das Sociedades Missionárias Pontifícias da Alemanha, Otmar Oehring, ressaltou que os sírios temem um vazio de poder que poderia dar vantagens a forças como os Irmãos Muçulmanos. O Iraque teve guerrilheiros do Afeganistão no país que provocaram o caos. “Mas é inaceitável que muita gente de Igreja, inclusive do setor católico, louve o regime de Assad”, afirmou Oehring.

    O metropolita de Aleppo fez recentemente um apelo às facções adversárias, publicado na revista Christian Orient Information, pedindo para renunciarem à violência e optarem por “um diálogo em clima de unidade nacional”. Ele alertou contra as tendências de divisão, contra a guerra civil e contra a intervenção estrangeira.

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    Tempos difíceis para a liberdade religiosa nos EUA
    A preocupação do Cardeal Dolan diante da reforma na saúde

    ROMA, segunda-feira 5 março, 2012 (ZENIT.org) - consternação e preocupação foram expressas pelo cardeal Timothy Dolan, arcebispo de Nova York e presidente da Conferência Episcopal Americana em relação a liberdade religiosa ameaçada pelas recentes ações da administração Obama.

    ***
    Nas últimas semanas, Dolan, já havia agradecido duas vezes aos bispos americanos pela compacidade demonstrada diante da questão da objeção de consciência, em relação à reforma da saúde que imporia aos hospitais e clínicas católicas, a administração de produtos abortivos ou contraceptivo.

    Em uma nova carta aos bispos norte-americanos, o arcebispo de Nova York, elogiou especialmente os cardeais Daniel DiNardo, Donald Wuerl, e os bispos Stephen Blaire e William Lori, por terem "demonstrado excelente liderança", na batalha pela liberdade religiosa.

    "Desde 20 de janeiro, dia em que foi anunciado o decreto restritivo do Departamento da Saúde -  escreve Dolan - temos duas certezas: a liberdade religiosa está sob ataque, e não podemos parar de lutar para defendê-la".

    O Presidente dos bispos americanos acrescentou que a igreja americana não poderá estar "em paz" com o governo, na medida em que este está a implementar "tentativas invasivas" para limitar a liberdade religiosa, “que nós amamos como católicos e americanos”.

    "Não fomos nós a engajar esta luta, mas não vamos fugir", acrescentou o cardeal. É o próprio ministério pastoral de muitos bispos e padres, a ser "ameaçado por essa intromissão burocrática na vida interna da igreja", disse ele.

    Intrusão que, de acordo com o arcebispo de Nova York, vem prejudicar a igreja, a americana, que possui "uma longa tradição de parceria efetiva com o governo e com toda a comunidade na assistência aos pobres, aos doentes, às crianças e aos idosos, que esperamos que pudesse continuar”.

    Não se trata certamente de uma batalha apenas católica, tanto assim que o ex-governador do Arkansas, Mike Huckabee, pastor batista, disse: "Neste assunto somos todos católicos". O mesmo cardeal Dolan expressou sua gratidão aos numerosos membros de outras igrejas e outras comunidades religiosas pelo apoio demonstrado.

    "Eles sabem - disse Dolan a este respeito - que não é apenas um problema de esterilização, de aborto ou de contracepção química. Diz respeito à liberdade religiosa, o sagrado direito de toda Igreja em manter a coerência com os seus ensinamentos ou magistério”.

    Que o presidente Obama tenha concedido como solução comprometedora, que sejam as seguradoras a pagar os serviços de saúde incompatíveis com a moral cristã, para o presidente dos bispos norte-americanos, a situação permanece de grande preocupação.

    Dolan lembrou que a Casa Branca, apesar da disponibilidade declarada para o diálogo, já notificou ao Congresso que os mandatos do Departamento de Saúde foram publicados no Registro Federal "sem modificações".

    Em resposta a este ataque, a Igreja Católica americana vai prosseguir em seus “esforços vocacionais e educativos", particularmente desenvolvendo "subsídios litúrgicos para incentivar a oração pelos nossos esforços e planos sobre como podemos continuar a contrastar essa restrição de nossa liberdade", continuou Dolan.

    Considerando o cenário descrito até o momento, "devemos nos preparar para tempos difíceis", acrescentou o presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos.

    Não faltam bispos como Robert Lynch, titular da diocese de St. Petersburg, na Flórida, alegando "desobediência civil", correndo o risco de contrair multas exorbitantes. Segundo o cardeal Dolan, a alternativa entre os subsídios a serviços imorais e o não mais oferecer qualquer seguro, é "uma estrada que nenhum de nós gostaria de percorrer”.

    A liberdade religiosa é definida pelo arcebispo de Nova York, como "a nossa herança, o nosso legado e nossa firme convicção, seja como Católicos como americanos”.

    O Presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos conclui sua carta na esperança que, em ocasião do Administrative Board Meeting e, em junho, da Assembléia Plenária, exista a "oportunidade de discutir em conjunto essas questões importantes e definir a maneira certa para enfrentá-los”.

    Por Luca Marcolivio

    (tradução:MEM)

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    Entrevistas


    Reflexões sobre a Campanha da Fraternidade
    Entrevista à Sua Excelência Dom Luiz Bergonzini, bispo emérito de Guarulhos

    BRASILIA, sexta-feira, 9 de março de 2012 (ZENIT.org) - No contexto da Campanha da Fraternidade Zenit entrevistou Sua Excelência Dom Luiz Bergonzini, bispo emérito de Guarulhos, perguntando-lhe sobre como se está vivendo a Campanha na sua diocese e algumas opiniões sobre a situação da saúde no Brasil.

    Como o senhor está vivendo a Campanha da Fraternidade na sua diocese?

    Dom Luiz Bergonzini: Com muita preocupação. O tema é saúde pública, que só pode ser proporcionada por prefeitos, governadores e presidente da república.  A presidente Dilma cortou 5,4 bilhões da saúde neste ano. Temos conhecimento que há distribuição de abortivos nos postos de saúde, que há recomendação para laqueaduras e outros atentados contra a vida. A CF, infelizmente, não faz alusão ao aborto. Os políticos não dão a menor importância para a saúde do povo.

    Qual é a área da saúde que, no seu ponto de vista, está sendo mais afetada no Brasil, começando pela sua diocese? 

    Dom Luiz Bergonzini: O atendimento precário aos pacientes do SUS. Veja em nosso blog a notícia dos 22 casos de morte materna em BH. 21 seriam salvas se tivessem atendimento adequado. Sou superintendente do Hospital Stella Maris, que passa por dificuldades em razão dos prejuízos causados pelo SUS, que paga R$10,00 por uma consulta, sendo R$6,00 para o médicos R$4,00 para o hospital. Essa política dificulta a contratação de médicos, pois irrisória, para não dizer escandalosa, essa "remuneração". 

    A estrutura da sua Igreja diocesana tem conseguido apoiar na área da saúde? Como?  

    Dom Luiz Bergonzini: Fizemos uma representação ao Ministério Público e temos uma Casa da Gestante, que acolhe as gestantes em dificuldades. Além disso, tem a Pastoral da Criança e nas paróquias uma pastoral da saúde, que visita os doentes de suas regiões. 

    O senhor é Vice-presidente da irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Guarulhos. O que é uma Santa Casa? Qual é a diferença de uma Santa Casa para um hospital particular, ou para um hospital público?

    Dom Luiz Bergonzini: As Santas Casas são centros de atendimento médico geralmente dirigidos por religiosas ou por pessoas misericordiosas, muitas vezes com recursos de doações das pessoas da cidade. Geralmente, não cobram dos pacientes.  O Hospital particular cobra dos pacientes todos os atendimentos.  O Hospital público tem os seus custos cobertos com o dinheiro do povo, muito embora esses atendimentos sejam muito precários. 

    Na sua opinião, qual deveria ser a atitude de um católico nessa Campanha? 

    Dom Luiz Bergonzini: Nós, católicos, devemos cobrar dos prefeitos, dos governadores e da presidente da república a destinação de mais verbas para a saúde, para aparelhar os hospitais, as santas casas adequadamente e remunerar dignamente os funcionários e médicos.

    Por Thácio Siqueira

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    Mães que rezam no mundo inteiro
    "Deus ama os nossos filhos", afirma Veronica Williams, fundadora da Orações de Mãe

    ROMA, quinta-feira, 8 de março de 2012 (ZENIT.org) - "Sabemos que Deus ama os seus filhos. Não temos  que ter medo, nem nos preocupar, mas acreditar nele", afirma Veronica Williams, que explicou a Zenit como a Orações de Mãe começou as suas atividades apostólicas e se espalhou pelo mundo.

    Veronica, você é mãe, avó e bisavó. Como você começou a rezar pelos seus filhos?
    Veronica Williams: Eu fazia parte de um grupo de oração que tinha preparado um dossier chamado Que mundo estamos preparando para os nossos filhos?, cheio de estatísticas sobre tudo o que estava afetando as nossas crianças de forma negativa: drogas, pornografia, violência, abuso sexual, má literatura. O objetivo era levar o documento ao Parlamento em Londres. Pensávamos no choque que ele iria causar nos políticos com a descrição deste mundo. Mas infelizmente o projeto não deu certo. Foi em 1995. Eu já tinha 9 netos. Fiquei muito preocupada quando li o relatório e pensei: em que tipo de sociedade os meus netos estão crescendo? Eu queria fazer algo, mas era muito pequena diante de problemas tão grandes. Por outro lado, eu tinha tido uma experiência maravilhosa que me fez perceber o poder da oração e o poder de "me confiar ao Senhor"...

    O que evoca o título do seu livro, The Joy of Surrender unto Him...
    Veronica Williams: Exatamente. E estou surpresa de que ele tenha sido traduzido para várias línguas e que muitas pessoas me disseram que foi uma bênção para elas!

    Depois da sua experiência decepcionante com o Parlamento, o que aconteceu?
    Veronica Williams: Eu decidi rezar pelas crianças. E a minha cunhada, sem saber desta minha decisão, me disse que acordou no meio da noite, sentindo um chamado para rezar pelos seus filhos. Bom, eu sabia o poder de pedir a Deus e por isso decidimos nos confiar ao Senhor 100%. Em um mês, rezamos e meditamos nos mistérios gozosos do terço, no nascimento do Menino Jesus, perguntando o que ele queria que nós fizéssemos. Nós dissemos: "Senhor, tu és o chefe, nós somos as tuas secretárias". Em novembro de 1995, começamos a orar pelos nossos filhos junto com mais três mães. Hoje temos grupos de oração no mundo inteiro. Provavelmente 85% das pessoas participantes são católicas, mas há também mães que pertencem a outras igrejas: pentecostais, batistas, anglicanas e ortodoxas. Até mães de outras religiões, muçulmanas e hinduístas, e até mesmo ateias, que, finalmente, descobriram Deus. Deus quebra as barreiras.

    Por que tantas mães de tantas culturas e religiões diferentes oram pelos filhos?
    Veronica Williams: As mães têm um coração materno. Quando elas têm problemas com os filhos e acham alguma coisa que as ajuda, elas se unem a nós. Algumas mães não entendem o catolicismo. Mas conosco, elas superam os mal-entendidos. A barreiras se derrubam, e, através da oração das mães, muitas vezes é possível uma compreensão melhor da nossa fé.

    Você reza pelos seus filhos, mas o que você pede a Deus para eles?
    Veronica Williams: Nós podemos rezar por qualquer problema imediato, mas a melhor oração é para que seja feita a santa vontade do Senhor na vida deles. Sabemos que Deus ama os seus filhos. Por isso, não devemos nunca temer ou nos preocupar, mas ter fé nele.

    Vocês usam alguma metodologia especial na reunião semanal?
    Veronica Williams: Temos um manual de orações com preces especiais, do coração simples de uma mãe que fala com Jesus. Começamos pedindo a presença do Espírito Santo, continuamos com as orações pela proteção das nossas famílias. Depois, fazemos outras orações, mas a mais querida é quando juntamos as nossas orações com as de todos os membros da Orações de Mãe do mundo todo. Isso nos traz muito conforto! A preparação é importante: cada mãe coloca o nome de cada filho em pequenos envelopes de papel, e no final da reunião põe os envelopinhos ao pé da Cruz, numa cesta, como um ato de confiança dos filhos a Jesus.

    Vocês têm "regras" especiais?
    Veronica Williams: Nós temos duas regras imperativas! Nenhum conselho, nenhuma confidência. Nós não damos conselhos porque não estamos qualificadas e porque acreditamos no Senhor 100%. E não fazemos nenhuma confidência, porque alguém pode revelar um problema pessoal e precisa saber que ele não será revelado fora do grupo.

    Quando o movimento cresceu, você começou a viajar e decidiu criar uma Casa Mãe, em Kent...
    Veronica Williams: Sim, nós temos uma casa de comunidade, a comunidade Solace, que tem uma capela com o Santíssimo Sacramento. Recebemos pessoas de todo o mundo, especialmente os coordenadores. Também viajei para muitos lugares de muitos países, incluindo a Sibéria, na Rússia. No final de junho eu estarei na Eslováquia e na Irlanda, em seguida na Alemanha, França, EUA, Noruega, Suécia e República Checa.

    O que é específico da sua espiritualidade?
    Veronica Williams: A nossa espiritualidade se baseia em dar tudo a Jesus. Não damos conselhos práticos sobre como resolver problemas. Nós dizemos: "Eu não posso fazer isso, Senhor, mas tu podes". Eu sei que ele abre as portas e que os milagres realmente acontecem. Muitos filhos voltam a acreditar em Deus, saem do buraco das drogas, casam; filhos perdidos voltam para casa. As mães começam a experimentar um relacionamento pessoal mais profundo com Cristo e com a sua fé tradicional. Algumas que tinham até abandonado a Igreja voltam para ela.

    E os maridos, como eles reagem às mudanças na vida de vocês?
    Veronica Williams: Nossos maridos geralmente dão muito apoio. Alguns incentivam as esposas a continuar, especialmente quando vêem a mudança nelas.

    Você gostaria de dizer algo a todas as mulheres do mundo neste 8 de março?
    Veronica Williams: Confiem no Senhor. Ele ama vocês, ama os seus filhos e pode mudar o que vocês não podem mudar. Estou certa de que ele nos quer pessoas de fé, que levem a esperança a um mundo ferido.

    Anita Bourdin

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    Mulher sem medo de ser bonita e boa
    A jornalista e escritora Constanza Miriano fala sobre o seu 8 de Março

    ROMA, terça-feira, 6 de marco de 2012 (ZENIT.org) - A jornalista do TG3 Constanza Miriano está longe do estereótipo da feminista. É profundamente católica, mas muito diferente do estereótipo da garota que cresceu na capela.


    Seu primeiro livro Sposati e sii sottomessa (Vallecchi) foi o acontecimento editorial do ano passado, acabando com todos os clichês sobre as mulheres e as famílias de hoje. Na entrevista que deu a Zenit, poucos dias antes do Dia Internacional da Mulher, Miriano volta a falar sobre os temas abordados por ela, com sua ironia habitual "Chestertoniana".


    Estamos muito perto do 08 de março, uma festa que é um "totem" para as feministas. Outras mulheres, no entanto, querem aboli-la ...

    Constanza Miriano: Eu pertenço à segunda categoria! Hoje em dia eu vejo uma situação de desequilíbrio a nosso favor, no sentido que não vejo tantas mulheres discriminadas, exceto nos casos em que não quero desprezar, de abusos. Pelo contrário, vejo a figura do homem cada vez mais degradado, débil, sentimental, forçado a cuidar e desenvolver papéis que não são propriamente masculinos. Falar do homem como autoridade, enérgico, forte equivale quase a insultá-lo, chamando-o de tirano ou machista. Mas acredito que os papéis devem ser absolutamente redescobertos e valorizados, já que um complementa o outro. Assim, com as reivindicações feministas, eu não compartilho.


    Se eu desligar a televisão e se eu fechar o jornal, se eu olhar para as mulheres "de carne e osso" que conheço, as reivindicações que fazem são sobre a maternidade, sobre os filhos;  não querem ser obrigadas a trabalhar, ou muito menos querem fazê-lo, dando um contribuição para a sociedade, sendo forçadas a deixar seus filhos por um tempo irracional. Acho que esta é a verdadeira batalha: a da mãe.


    Em termos de "emancipação" a batalha está totalmente ganha: se pensamos na minha diretora do TG, Bianca Berlinguer, e na minha diretora geral, Lorenza Lei, são mulheres ... Para conquistar papéis de "poder", que tem tempos e modos masculinos, as mulheres devem deixar de lado a família, a parte humana.


    Nos últimos quarenta anos quem tem visto seu papel distorcido, o homem ou a mulher?
    Costanza Mriano: O homem sem sombra de dúvida. Roberto Marchesini, escreveu um livro sobre isso, Aquilo que os homens não dizem (Sugarco). Esta publicação explica a retórica à qual o homem deve "feminilizar-se", assumir papéis de cuidado, acudir as crianças, tirar uma licença parental. Eu, pessoalmente, concordo com o Magistério da Igreja e a Bíblia que "homem e mulher os criou”. A distinção sexual não é uma "entidade externa", mas refere-se a duas diferentes formas de encarnação do amor de Deus.O homem deve ter o papel de guia: Se ele começa a trocar fraldas ou preparar as refeições não poderá ser a autoridade ...


    O Papa Bento XVI propôs, como  intenção de oração para março, o reconhecimento da contribuição das mulheres para o desenvolvimento da sociedade. Que tipo de reconhecimento, na sua opinião, espera o Santo Padre?
    Constanza Miriano: Não o reconhecimento das partes rosas! Eu acredito que pretenda que as mulheres redescubram a beleza do seu papel, particularmente o  maternal. Nós somos as primeiras que tendemos a esquecer esse papel ou a colocá-lo entre parênteses. Como o próprio Papa escreveu na Carta sobre a colaboração entre homem e mulher, a mais nobre vocação para as mulheres é despertar o bem que existe ns outro, para promover seu crescimento. É ela que primeiramente doa a vida ao filho e depois àqueles ao redor dela, com sua capacidade de valorizar os talentos, de se relacionar, de acolher, de mediar, de ver as coisas a partir de múltiplos pontos de vista.


    O homem, mesmo na família, tem uma espécie de amor mais voltado para fora, é aquele que constrói no mundo do trabalho, que fecunda a terra. O homem caça e a mulher colhe! Tenho certeza que o Papa não se refere às batalhas feministas, mas espera que as mulheres tornem a abraçar o seu papel, porque, como tudo o que a Igreja ensina-nos, é para nossa felicidade mais profunda. Vejo muitas mulheres que têm negado esta parte mais feminina da vocação, que investiram tudo no trabalho, ou melhor na carreira, renunciando aos filhos e, no final, sofrem.


    Qual foi o modelo feminino em sua vida?
    Constanza Miriano: Eu tenho muitas. Mulheres que sabem  'espalhar a vida’ adiante são profundamente cristãs. Duas delas, aliás, são mães de seis filhos: uma optou por ficar em casa, a outra em ser médica. Esta última, com uma atividade particular, então flexivel  como o tempo, conseguiu harmonizar bem família e trabalho.
    Penso, no entanto, na Irmã Elvira da Comunidade Cenáculo de Saluzzo, que é mãe, de outra forma, de milhares de crianças. Antes dela, tivemos um monte de santas: Teresa de Ávila, Teresa de Lisieux, Catarina de Sena, Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), Gianna Beretta Molla, todas as mulheres muito fortes e corajosas que me inspiram e que eu gostaria de ser semelhante.


    No mundo do entretenimento, da TV e dos filmes, da uma ênfase particular sobre a beleza feminina, muitas vezes, não na moldura do bom gosto e da elegância. Os meios de comunicação podem devolver a dignidade à mulher?
    Constanza Miriano: Um justo cuidado de si como mulheres não é ruim. Nós mulheres católicas às vezes nos iludimos que cuidando do espírito  podemos cuidar menos do corpo, mas acredito que para uma mulher casada é quase um dever de ser agradável. Eu mesma adoro ser um pouco vaidosa e "superficial"! Muitas vezes eu tenho as encíclicas do Papa borradas de esmalte ... não vejo conflito entre a beleza física e a espiritual. Eu amo o esporte e pratico muito. A beleza é um dom: deve ser acolhido, cultivado e guardado, claro, sem "jogar pérolas aos porcos", sem expor de maneira vulgar. No final, o que vemos na televisão é o resultado natural da luta feminista.


    Acho que os meios de comunicação podem restituir a dignidade da beleza feminina, não censurando ou condenando,nem destacando o mal, mas mostrando que a verdadeira beleza e a verdadeira felicidade é outra coisa. Nosso desafio como católicos não é fazer o moralista ou o preconceituoso:  não é isso que convence o coração. Precisamos mostrar uma beleza maior, testemunhando, mesmo com esmalte e bronzeada, que a verdadeira felicidade é outra. Não é dito que uma mulher que tem muitos filhos e vive toda uma vida com um único marido, deve necessariamente enfeiar-se. Nosso desafio, como católicos, é mostrar a razoabilidade profunda da fé e a miséria profunda e inevitável que vem de não acreditar. Eu não acho que pode haver felicidade sem Deus, nossos corações são feitos para Ele. Nem mesmo para Brad Pitt e Angelina Jolie vai haver felicidade sem Deus!

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    Por Luca Marcolivio

    (tradução:MEM)

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    Espiritualidade


    A divindade de Cristo é a Pedra Angular que sustenta a fé e a Igreja Cristã
    Na sua primeira pregação de Quaresma Padre Cantalamessa convida a ler os Padres da Igreja para redescobrir a riqueza, a beleza e a felicidade do crer

    ROMA, sexta-feira, 9 de março de 2012 (ZENIT.org) - "A divindade de Cristo é, hoje, a verdade com a qual a Igreja está de pé ou cai” e “nunca houve na história uma renovação da Igreja que não tenha sido também um retorno aos Padres”.

    Foi o que disse padre Raniero Cantalamessa ofmcap, na sua Primeira Pregação de Quaresma pronunciada hoje 9 de março na Capela "Redemptoris Mater" no Vaticano, na presença do Papa Bento XVI.

    O Pregador da Casa Pontifícia explicou que, em preparação para o ano da fé, as quatro pregações da Quaresma têm a intenção de retomar o impulso e o frescor da nossa fé, através de um contato renovado com os “gigantes da fé" do passado.

    E, em particular, com quatro grandes Doutores da Igreja Oriental: Atanásio, Basílio, Gregório Nazianzeno e Gregório de Nissa em relação aos temas da divindade de Cristo, do Espírito Santo, da Trindade e do conhecimento de Deus.

    "O que gostaríamos de aprender com os Padres – explicou Padre Cantalamessa – não é tanto como anunciar a fé ao mundo, e nem sequer como defender a fé contra os erros, é, ao invés, como diz São Paulo, passar de uma fé acreditada para uma fé vivida”.

    Nesta primeira pregação de Quaresma, Padre Cantalamessa iniciou com Santo Atanásio, bispo de Alexandria, nascido em 295 e morto em 373. Um personagem do qual se escreveu: "Poucos padres deixaram uma marca tão profunda na história da Igreja como ele."

    O dogma pelo qual Santo Atanásio padeceu sete vezes o exílio foi o da divindade de Cristo. Segundo o Pregador da Casa Pontifícia: “A divindade de Cristo é hoje o verdadeiro ‘articulis stantis et cadentis ecclesiae’, a verdade com a qual a Igreja está de pé ou cai”.

    Sem a fé na divindade de Cristo: Deus está longe, Cristo permanece no seu tempo, o Evangelho é um dos muitos livros religiosos da humanidade, a Igreja, uma simples instituição, a evangelização, uma propaganda, a liturgia, uma evocação de um passado que se foi, a moral cristã, um peso muito pesado e um jugo tudo, menos suave.

    Mas com a fé na divindade de Cristo: Deus é o Emanuel, o Deus conosco, Cristo é o Ressuscitado que vive no Espírito, o Evangelho, palavra definitiva de Deus para toda a humanidade, a Igreja, sacramento universal de salvação , a evangelização, compartilhamento de um dom, a liturgia, encontro alegre com o Ressuscitado, a vida presente, o começo da eternidade.

    "A fé na divindade de Cristo – sublinhou padre Cantalamessa – nos é indispesável nesses momentos para manter viva a esperança sobre o futuro da Igreja e do mundo".

    Contra os gnósticos que negavam a verdadeira humanidade de Cristo, Tertuliano levantou, na sua época, o grito: "Não tirem do mundo a sua única esperança!” por este motivo, destacou o pregador, "nós temos que repetir isso hoje para aqueles que se recusam a acreditar na divindade de Cristo".

    Padre Cantalamessa concluiu lembrando que "Aos apóstolos, depois de ter acalmado a tempestade, Jesus disse uma palavra que repete hoje aos seus sucessores:" Coragem! Sou eu, não tenhais medo ".

    [Tradução Thácio Siqueira]

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    O coração não é uma Praça mas um Templo
    Evangelho do III Domingo da Quaresma

    ROMA, quinta-feira 8 de março de 2012 (ZENIT.org) – Ex 20,1-17

    "Naqueles dias, Deus pronunciou todas estas palavras, dizendo: “Eu sou Iahweh teu Deus, que te fez sair da terra do Egito, da casa da escravidão. Não terás outros deuses diante de mim (...).

    Jo 2,13-25

    "Estando próxima a Páscoa dos judeus, Jesus subiu a Jerusalém. No Templo, encontrou os vendedores de bois, de ovelhas e de pombas e os cambistas sentados. Tendo feito um chicote de cordas, expulsou todos do Templo, com as ovelhas e com os bois; lançou ao chão o dinheiro dos cambistas e derrubou as mesas e disse aos que vendiam pombas: “Tirai tudo isto daqui; não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio”. Recordaram seus discípulos do que está escrito: “O zelo por tua casa me devorará”.

    Os Judeus interpelaram-no, então, dizendo: “Que sinal nos mostras para agires assim?”. Disseram-lhe, então, os judeus: “Quarenta e seis anos foram precisos para se construir este Templo, e tu o levantarás em três dias?". Ele, porém, falava do templo do seu corpo. Assim, quando ele ressuscitou dos mortos seus discípulos lembraram-se de que dissera isso, e creram na Escritura e na palavra dita por Jesus".

    Bento XVI, comentando o Evangelho de hoje, escreveu: "Na purificação do templo, Jesus agia em harmonia com a lei, evitando um abuso do templo ... a sua reivindicação era mais profunda porque com o seu agir queria dar cumprimento à Lei e aos Profetas"(Jesus de Nazaré, segunda parte, p. 23s).

    Sublinhando a ideia do cumprimento da Lei, o Papa quer dizer que cada um dos dez mandamentos (Êxodo 20,1-17), consiste basicamente numa modalidade particular do mandamento do amor. Portanto: cumprimento como plenitude de significado e de observação perfeita, como afirma também Paulo: “A caridade não pratica o mal contra o próximo. Portanto, a caridade é a plenitude da Lei” (Rom 13,10).

    E eis aqui, de forma coerente, a conclusão de Bento XVI: "Jesus não vem como destruidor; não vem com a espada do revolucionário. Vem com o dom da cura. Dedica-se à todos aqueles que, por causa dos seus males são empurrados para as margens da vida e para as margens da sociedade. Ele mostra Deus como Aquele que ama, e o seu poder como o poder do amor "(idem., p. 34).

    Entendemos, portanto, que o zelo que devora o coração de Jesus é a urgência irreprimível do amor, irresistível e transformador como o fogo.

    Tinha profeticamente anunciado, alguns séculos antes, o profeta Isaías com estas palavras: "Em Sião os pecadores ficaram apavorados: o tremor se apoderou dos ímpios. Quem dentre nós poderá permanecer junto ao fogo devorador? Quem dentre nós poderá manter-se junto aos braseiros eternos?"(Isaías 33,14-16).

    Se esta pergunta retórica pode historicamente fazer pensar na inação dos ‘homens do templo’ (guardas e soldados) que não intervieram em Jerusalém para parar com o gesto do Senhor, ela nos orienta hoje na reflexão sobre os "homens do templo" de hoje, sacerdotes e leigos.

    Começamos do catecismo.

    Todo cristão batizado sabe, ou deveria saber, quem é Aquele cuja ardente Presença eucarística na "casa do Pai" (a igreja) é indicada apenas por uma fina chama, símbolo da "chama de fogo", revelada a Moisés (Êx 3,2).

    Ele também sabe que o Senhor Jesus, vivo e presente dia e noite na tenda fixa do tarbernáculo, não renunciou de ser o companheiro, o amigo dos nossos passos, como o foi com os Israelitas, no tempo do êxodo, no deserto.

    Instituindo o Batismo, de fato, Deus manifestou a sua vontade de habitar no mesmo coração do homem, como íntima e sagrada “tenda do encontro”  onde pode dialogar com Ele.

    Somos assim levados de volta para o Evangelho de hoje, que é também o Evangelho da verdade do templo, seja aquele material das nossas igrejas, seja aquele constituído pela pessoa batizada, "Templo do Espírito santo" (1 Cor 6, 19).

    E a verdade é esta: o coração do homem não foi criado para ser uma "Praça" pagã, um movimentado mercado de confusão moral e espiritual, mas para ser o sagrado lar, o Templo do Deus vivente. Se em Jerusalém, há dois mil anos, a intenção fundamental da ‘purificação’ feita por Jesus foi aquela de eliminar da praça "o que é contrário ao comum conhecimento e adoração de Deus, (Bento XVI, id.), hoje é o nosso coração que necessita radicalmente da purificação da Palavra de Deus.

    Para este fim, por conseguinte, é necessário em primeiro lugar fazer silêncio, dado que:

    "Os distúrbios, a escuridão cultural e religiosa que dominam a terra são compostos principalmente do não escutar à Deus, do não acolher a vida que é o Verbo encarnado, aquele que ilumina todo o homem. A sociedade, como tal, rejeita a idéia de um Criador, de um Senhor que nos ama, e pretende organizar a própria vida deixando-o de lado. É a desordem cultural principal do nosso tempo, que resulta em desordem social, injustiças, fome, miséria, perseguições, exploração "(C.M. Martini, Il caso serio della fede, p.88s, tradução minha).

    Só no silêncio poderá ser acolhido o feliz e sempre novo anúncio do Evangelho: Deus não está distante, o homem não é uma Praça, o templo do seu coração foi definitivamente purificado e salvo pelo “Templo do corpo de Cristo” (Jo 2 , 21), e a Glória de Deus não se desviará dele nunca mais, apesar da abominação dos ídolos, que ainda se encontra nele. Jesus não é Deus contra nós, mas Deus conosco!

    Devora-o um tal zelo de amor pessoal que cada um pode exclamar espantado: Me amou e se entregou por mim" (Gal 2,20).

    --------

    * Padre Angelo del Favero, cardiologista, em 1978, co-fundou um dos primeiros Centros de Ajuda à Vida em torno do Duomo de Trento, Itália. Tornou-se carmelita em 1987. Foi ordenado sacerdote em 1991 e foi conselheiro espiritual no santuário de Tombetta, perto de Verona. Atualmente dedica-se à espiritualidade da vida no convento Carmelita de Bolzano, junto à paróquia Nossa Senhora do Monte Carmelo.

    [Tradução Thácio Siqueira]

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    Análise


    Qual é o papel dos idosos na nossa sociedade?
    Solidariedade entre as gerações para garantir trabalho e aposentadorias

    ROMA, quarta-feira, 7 de março de 2012 (ZENIT.org) - Estamos diante de uma situação sem precedentes na história humana, derivada do aumento na expectativa de vida. É uma vitória sobre a doença e sobre as causas da morte, devida a uma dieta melhor, ao progresso da medicina, às medidas de segurança e de solidariedade social.

    Entretanto, todas as idades da vida em nosso mundo têm atividades peculiares e prevalentes: o estudo na juventude, o trabalho na idade adulta... Falta um exame adequado da longevidade. Se Deus nos permitiu prolongar a vida, certamente quis que as pessoas dessem frutos também na estação da velhice.

    E qual seria o papel do idoso na nossa sociedade?

    Não podemos evitar esta questão neste Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre as Gerações.

     Os idosos são, em nossa "sociedade de consumo", geradores reais de relações: pontes entre uma geração e outra. E precisamos da solidariedade entre as gerações.

    Os idosos são um grande trunfo para a sociedade. Seu conhecimento, sua experiência e sabedoria são um legado para os jovens, agora mais do que nunca precisados de professores da vida.

    O beato João Paulo II, em particular, sugere pistas úteis para a reflexão. Ele reservou aos idosos, com quem dividiu a idade e a condição, um lugar de destaque no seu ministério pastoral. Através de uma série de manifestações significativas, ele quis identificar e descrever o carisma específico e a vocação da "terceira idade" no contexto da comunidade civil e eclesial.

    Na "Carta aos Idosos", de 1º de outubro de 1999, às vésperas do ano jubilar, quando Karol Wojtyla completava oitenta anos, ele sublinhou o importante testemunho da terceira idade como um período marcado pelo despertar espiritual da pessoa, no contexto das indagações levantadas pela própria experiência de vida.

    A carta cita o Salmo 90: "Os anos de nossa vida são setenta, oitenta para os mais fortes; mas quase todos são fadiga, sofrimento; passam depressa".

    A Sagrada Escritura atesta numerosos exemplos de homens e mulheres chamados por Deus na vida madura. Eles responderam a essa vocação e tal resposta lhes abriu horizontes inesperados de bênção e de prosperidade, não só para eles, mas também para os seus descendentes, como no caso de Abraão e de Sara, que se tornaram pais contra toda expectativa razoável, ou de Moisés, a quem Deus pediu que conduzisse o povo eleito no êxodo rumo à Terra Prometida.

    O poder de Deus supre a insuficiência humana, e a velhice, na sabedoria bíblica, não é apenas a fase final da maturidade humana, mas também uma expressão da bênção de Deus.

    João Paulo II declara enfaticamente que não existem vidas insignificantes ou inúteis, como às vezes parece sentir-se no contexto sócio-cultural contemporâneo, caracterizado por uma mentalidade produtivista.

    "O idoso", diz o papa, e eu também encerro com as palavras dele, "ajudam a olhar para os assuntos terrenos com mais sabedoria, porque as vicissitudes lhes trouxeram o conhecimento e a maturidade. Eles são os guardiões da memória coletiva e, portanto, os intérpretes privilegiados daquele conjunto de ideais e valores comuns que regem e guiam a vida em sociedade. Excluí-los é refutar o passado, em que está enraizado o presente, em nome de uma modernidade sem memória. Os idosos, por causa da sua experiência amadurecida, são capazes de oferecer aos jovens conselhos e ensinamentos preciosos"(Carta aos Idosos, 10).

    Enrico dal Covolo, reitor da Pontifícia Universidade Lateranense

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    Padres no divã: sabores e dissabores da pastoral
    Livro ajuda a reconhecer e lidar com os problemas da vida psico-afetiva dos padres

    ROMA, quarta-feira, 7 de março de 2012 (ZENIT.org) – No próximo dia 12, a Universidade Pontifícia Salesiana em Roma oferecerá um seminário de estudos sobre o livro Padres no Divã (Editora Giunti), de Giuseppe Crea e Fabrizio Mastrofini, cuja proposta é detectar os problemas dos padres italianos de hoje e entender como eles tentam resolver as suas dinâmicas pessoais e os pedidos de ajuda dos fiéis, além de aumentar a sua segurança, empatia, resiliência e relacionamentos autênticos com a comunidade.

    Giuseppe Crea, sacerdote missionário comboniano, é psicólogo e psicoterapeuta, com vários anos de trabalho como professor em universidades pontifícias. Recebe numerosos sacerdotes que, vivendo situações traumáticas, precisam enfrentar momentos de ansiedade, angústia , derrotismo e ressentimento. Ele os ajuda a recuperar a sua identidade e a se posicionarem contra os condicionamentos.

    Mastrofini, jornalista, trabalha com informação religiosa e de comunicação, assunto sobre o qual publicou vários volumes. Presta especial atenção às situações de crise em que muitos sacerdotes se acham e as descreve com honestidade profissional, promovendo a consciência de que é oportuno consultar um psicoterapeuta para recuperar o bem-estar interior, sem tapumes nem superestruturas ideológicas.

    Participarão como palestrantes o profº Hans Zollner, vice-reitor da Pontifícia Universidade Gregoriana; a profª Lucetta Scaraffia, da Universidade La Sapienza; o profº Zbigniew Formella, diretor do Instituto de Psicologia da Universidade Salesiana. Suas palavras certamente ressaltarão que os sacerdotes são um trunfo para toda a Igreja e que o seu ministério sacerdotal é um dom a acolher, mas também que é necessário dar a esse dom uma resposta concreta todos os dias, através do testemunho sincero e autêntico do evangelho, vivido e realizado num estilo de vida pastoral que mostre o amor de Deus nas diferentes situações em que cada um trabalha.

    É interessante notar que, nestes tempos de "emergêcia educacional", existe uma necessidade generalizada de esperança, do sentido profundo da identidade do sacerdócio, porque o ser e o fazer neste ministério são integrados, tal como indicado na exortação apostólica Pastores Dabo Vobis, “no espírito e à maneira de Jesus, o Bom Pastor” (nº 73).

    Aqueles que são chamados ao ministério pastoral, seja o diocesano ou o religioso, são chamados a guardar com amor o dom da verdade que carregam dentro de si, e o fazem vivendo na caridade o serviço que lhes foi confiado. O livro de Crea e Mastrofini, a partir da riqueza do dom sacerdotal, faz pensar nos riscos e na fragilidade de quem é chamado, quando a sua lealdade vacila diante dos problemas psicológicos individuais e da sobrecarga pastoral.

    Como pastores, os padres respondem a um chamado em prol do bem dos outros, “num clima de constante prontidão para atender as necessidades e exigências do rebanho" (ibid., nº 28. ), até serem completamente absorvidos pela missão apostólica. Às vezes, eles se encerram numa visão privada e redutiva da própria vocação com um enorme e problemático impacto no processo de crescimento emocional e afetivo, que está sujeito a bloqueios significativos e perigosos.

    Com base na experiência clínica, Giuseppe Crea confirma que os padres podem se sentir sobrecarregados pelos muitos desafios pastorais, por condições de excesso de trabalho que, eventualmente, são prejudiciais do ponto de vista psicológico. O decreto conciliar Presbyterorum ordinis comenta: "Os sacerdotes, imersos e agitados por um grande número de compromissos decorrentes da sua missão, podem se perguntar com ansiedade real como harmonizar a vida interior com as exigências da ação externa" (cf. nº 14).

    O livro se concentra com atenção nessa questão angustiante, que o autor não hesita em chamar de existencial, porque ela afeta o significado da vida sacerdotal, ou seja, o de harmonizar a construção de uma clara identidade pessoal com um ambiente que muitas vezes pressiona duramente as certezas e as próprias fragilidades intrapsíquicas.

    Se os sacerdotes não conseguem recuperar nas profundezas de si mesmos as energias necessárias, ficam suscetíveis ao turbilhão de coisas a fazer até se sentirem estressados ​​e emocionalmente esgotados: é uma síndrome que vai além da fadiga ou do desconforto específico, e que pode se tornar um neurose pastoral real.

    Isto requer constante atenção sobre si mesmos, sobre as suas necessidades humanas e psicológicas, mas também uma atenção constante para com Aquele que os chama a ser servidores, Jesus, o Bom Pastor, que conhece a disponibilidade e os limites de cada um e sabe o momento adequado para convidá-los, como no evangelho de Marcos: "Vamos para um lugar deserto e descansai um pouco" (Mc 6, 31).

    É por isso que cada sacerdote deve ser capaz de controlar o modo de viver a caridade pastoral, para integrar o chamado vocacional com as suas realidades humanas e psicológicas, participando ativamente, assim, em seu próprio processo de conversão e de crescimento, que deve ser realizado na vida cotidiana.

    Olhando para o futuro, é preciso integrar o entusiasmo pela vocação com um realismo saudável, que leve em conta as muitas perguntas levantadas pelo trabalho de testemunhar o amor de Deus nos vários areópagos da missão pastoral. Fica claro, a partir do livro de Crea e Mastrofini, que é necessário repensar profundamente a formação permanente dos sacerdotes, libertando-a de um conceito superficial ou de uma visão simplista que a relega a eventos extraordinários ou a miraculosos anos sabáticos. Devemos, antes, redescobri-la como um verdadeiro método de vida, que ajuda as pessoas a integrar as diversas dimensões humanas (incluindo a afetiva) com o caminho de conversão espiritual, porque, com esta perspectiva de crescimento integral, as pessoas podem aprender a ser fiéis ao seu projeto vocacional.

    Eugenio Fizzotti

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    Exame pré-natal e o destino dos nascituros
    Declarações de Rick Santorum incendeiam o debate

    ROMA, segunda-feira, 5 de março de 2012(ZENIT.org) - Como parte do contínuo debate sobre os seguros de saúde e os contraceptivos nos Estados Unidos, outra questão polêmica emergiu recentemente no país: o exame pré-natal.

    Em 18 de fevereiro, durante uma conferência de imprensa, Rick Santorum, candidato nas primárias republicanas, criticou o presidente Barack Obama pelo Affordable Care Act, que permite exames pré-natais gratuitos.

    "O pré-natal gratuito vai acabar aumentando o número de abortos e a eliminação dos deficientes em nossa sociedade", disse Santorum.

    Os comentários do candidato republicano receberam críticas, mas também inesperados elogios. Nas colunas do Chicago Tribune, mesmo defendendo o direito ao aborto, Esther J. Cepeda concordou com Santorum.

    "Embora eu seja pró-escolha, Santorum não está tão fora de lugar como os defensores ardorosos do direito das mulheres ao aborto afirmam", disse a jornalista.

    Explicando sua posição no dia seguinte, Santorum enfatizou que 90% dos fetos diagnosticados com síndrome de Down são abortados nos Estados Unidos.

    Outro país onde o pré-natal está em debate é a Alemanha. No ano passado, o Bundestag aprovou, com 320 votos a favor e 260 contra, a lei sobre o diagnóstico genético pré-implantação em condições restritivas, conforme relatado pela agência alemã Deutsche Welle.

    Os bispos alemães criticaram a iniciativa, definindo-a como contrária à dignidade humana e recordando que "toda pessoa tem o direito à vida desde a concepção".

    Ameaças à vida

    O jornal Die Welt informa que o primeiro bebê alemão a ser monitorado geneticamente nasceu em 27 de janeiro em Lubeck. Segundo o artigo publicado em fevereiro, os pais do bebê, que preferem manter o anonimato, sofrem de um defeito genético que, em 25% dos casos, leva ao nascimento de um filho destinado a morrer pouco tempo após o parto.

    "Não praticaríamos este diagnóstico se um dos pais tivesse uma doença não mortal", disse a doutora Gabriele Gillessen-Kaesbach, envolvida no procedimento.

    A experiência mostra, no entanto, que, com o tempo, o diagnóstico pré-implantação se vulgarizou significativamente, e o resultado que se segue é, muitas vezes, o aborto.

    Na edição do jornal canadense Globe de 7 de janeiro, a jornalista Carolyn Abraham lembrou o primeiro aniversário da sentença do Supremo Tribunal Federal que anulou a lei que regulamentava a manipulação de embriões para tratamento pré-implantação.

    No vácuo jurídico resultante, clínicas de fertilidade do Canadá passaram a enviar seus embriões aos Estados Unidos, onde eles continuaram a sofrer intervenções em ampla gama de defeitos genéticos. A maioria dos críticos se preocupa com o fenômeno da busca pelo filho perfeito, que corre o risco de degenerar em uma nova era da eugenia, disse Abraham.

    O artigo relata que o médico canadense Jeffrey Nisker praticava o diagnóstico pré-implantação e mudou de ideia ao ver o que estava acontecendo. Inicialmente, ele pretendia ajudar as crianças a nascerem livres de doenças genéticas. Mais tarde, observou que muitos pais queriam o diagnóstico pré-implantação para determinar o sexo dos embriões ou selecioná-los conforme qualidades ou características.

    Nisker advertiu: "Se focarmos na perfeição, acabaremos culpando as pessoas com deficiências".

    Ao saberem dos potenciais problemas genéticos dos fetos, as mulheres podem se sentir pressionadas a fazer abortos. Este é o caso de Marie Ideson, que foi forçada a abortar depois de ser informada sobre a síndrome de Down do seu bebê.

    "Uma enfermeira me disse que não abortar o meu filho iria fazê-lo sofrer e que ele só seria um fardo para a sociedade", disse a mulher ao jornal australiano The Herald Sun, em 4 de dezembro de 2011. Imediatamente após o aborto, ela se arrependeu. Mas a decisão já tinha criado tensões em seu casamento, que, alguns anos mais tarde, terminou em divórcio.

    Abortar bebês com alguma deficiência é um hábito comum na Grã-Bretanha. Um artigo de 4 de julho do ano passado no Daily Mail informa que 482 fetos com síndrome de Down foram abortados em 2010, incluindo dez que já haviam superado 24 semanas de gestação.

    Até fetos perfeitamente saudáveis ​​podem ser abortados se o sexo não for o "desejado". O jornal britânico Telegraph publicou recentemente os resultados de uma investigação secreta em que os repórteres visitaram várias clínicas para ver se era possível fazer abortos com base no sexo do feto. O relatório, publicado em 22 de fevereiro, revela que, embora esse tipo de aborto seja ilegal, a prática é realizada por grande número de clínicas.

    O aborto com base no sexo do feto tem sido foco de debates também no Canadá nas últimas semanas, depois de um artigo do Jornal das Associações Médicas Canadenses, que criticou a prática.

    Independentemente do valor das argumentações, se o princípio da sacralidade da vida é deixado de lado, qualquer outro valor se torna negociável.

    Pe. John Flynn, LC

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    Angelus


    O zelo do amor que é pago pessoalmente
    Angelus de Bento XVI no III domingo da Quaresma

    CIDADE DO VATICANO, 11 de março de 2012(ZENIT.org) - Apresentamos as palavras do Santo Padre Bento XVI, dirigidas aos fiéis e peregrinos reunidos neste domingo, na Praça de São Pedro para a oração do Angelus.

    ***

    Queridos irmãos e irmãs!

    O Evangelho deste terceiro domingo da Quaresma faz referência - na redação de São João -  ao célebre episódio no qual Jesus expulsa do templo de Jerusalém os vendedores de animais e comerciantes (Jo 2,13-25). O fato, relatado por todos os Evangelistas, acontece na proximidade da festa da Páscoa e despertou grande impressão seja na multidão, seja nos discípulos. Como devemos interpretar este gesto de Jesus? Antes de tudo, vem notado que isso não provocou nenhuma repressão por parte dos tutores da ordem pública, porque foi vista como uma típica ação profética: os profetas, de fato, em nome de Deus, geralmente denunciavam os abusos, e o faziam às vezes com gestos simbólicos. O problema, era a autoridade deles. Eis porque os judeus pediram a Jesus: "Qual sinal nos mostras ao fazer essas coisas?” (Jo 2,18), demonstre-nos que ages verdadeiramente em nome de Deus.

    A expulsão dos vendedores do templo foi também interpretada em sentido político-revolucionário, colocando Jesus na linha do movimento dos zelotas. Este eram, por assim dizer, "zeladores" da lei de Deus e prontos a usar a violência para que ela fosse respeitada. Nos tempos de Jesus, esperava-se um Messias que libertasse Israel do domínio dos Romanos. Mas Jesus desaponta esta expectativa, tanto que alguns discípulos o abandonaram e Judas Iscariotes ainda o traiu. Na realidade, é impossível interpretar Jesus como violento: a violência é contrária ao Reino de Deus, é um instrumento do anticristo. A violência não serve nunca a humanidade, mas a desumaniza.

    Escutemos então as palavras que Jesus disse realizando este gesto: "Leveis embora estas coisas e não façais da casa do meu Pai um mercado!". E os discípulos então se recordaram que está escrito em um Salmo: "Me devora o zelo pela tua casa" (69,10). Este salmo é uma invocação de ajuda em uma situação de extremo perigo por causa do ódio dos inimigos: a situação que Jesus viverá na sua paixão. O zelo pelo Pai e pela sua casa o levará até a cruz: o seu é o zelo do amor que é pago pessoalmente, não aquele que gostaria de servir a Deus mediante a violência. De fato, o "sinal"que Jesus dará como prova da sua autoridade será exatamente aquele da sua morte eressurreição. " Destruais este templo - disse -  e em três dias eu o farei ressurgir. E São João diz: "Ele falava do templo do seu corpo" (Jo 2,20-21). Com a Páscoa de Jesus inicia um novo culto, o culto do amor, e um novo templo que é Ele mesmo, Cristo ressuscitado, mediante o qual todo fiel pode adorar Deus Pai "em espírito e verdade" (Jo 4,23).

    Queridos amigos, o Espírito Santo começou a construir este novo templo no ventre da Virgem Maria. Pela sua intercessão, rezemos para que todo cristão se torne pedra viva deste edifício espiritual.

    (Depois do Ângelus)

    Queridos irmãos e irmãs, meus pensamentos vão primeiramente para as populações queridas de Madagascar, que foram recentemente atingidas por graves desastres naturais, com graves danos as pessoas, estruturas e a agricultura. Enquanto garanto a minha oração para as vítimas e as famílias mais provadas, espero e incentivo a assistência generosa da comunidade internacional.

    (Saudação em português)

    Dirijo agora uma calorosa saudação aos peregrinos de língua portuguesa, em particular aos brasileiros aqui presentes que realizam a sua peregrinação quaresmal. Que a prática do jejum, da esmola e da oração vos ajude a experimentar a presença misericordiosa do Senhor que é a fonte da verdadeira saúde para todo homem e para o homem todo.

    (Tradução:MEM)

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    Documentação


    "A vocação ao amor é uma vocação ao dom de si"
    Discurso de Bento XVI na Assembleia da Pontificia Academia para a Vida

    CIDADE DO VATICANO, 05 de março de 2012(ZENIT.org) - Apresentamos o  discurso do Papa Bento XVI aos participantes na Assembleia da Pontificia Academia para a Vida, na Sala Clementina,dia 25 de Fevereiro de 2012.

    ***

    Senhores Cardeais
    venerados Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio
    prezados irmãos e irmãs

    É-me grato encontrar-me convosco por ocasião dos trabalhos da XVIII Assembleia Geral da Pontifícia Academia para a Vida. Saúdo-vos e agradeço-vos a todos o serviço generoso em defesa e a favor da vida, de modo particular ao Presidente, D. Ignacio Carrasco de Paula, as palavras que me dirigiu também em vosso nome. O delineamento que conferistes aos vossos trabalhos manifesta a confiança que a Igreja sempre depositou nas possibilidades da razão humana e num trabalho científico rigorosamente conduzido, que tenham sempre presente o aspecto moral. O tema por vós escolhido este ano: «Diagnóstico e terapia da infertilidade», além de ter uma relevância humana e social, possui um valor científico peculiar e expressa a possibilidade concreta de um diálogo fecundo entre dimensão ética e pesquisa biomédica. Com efeito, diante do problema da infertilidade do casal, quisestes evocar e considerar atentamente a dimensão moral, procurando os caminhos para uma avaliação diagnóstica correcta e uma terapia que corrija as causas da infertilidade. Esta abordagem nasce do desejo não só de oferecer um filho ao casal, mas de restituir aos esposos a sua fertilidade e toda a dignidade de ser responsáveis pelas próprias opções procriativas, para serem colaboradores de Deus na geração de um novo ser humano. A procura de um diagnóstico e de uma terapia representa a abordagem cientificamente mais correcta da questão da infertilidade, mas também a mais respeitadora da humanidade integral dos interessados. Com efeito, a união do homem e da mulher naquela comunidade de amor e de vida, que é o matrimónio, constitui o único «lugar» digno para a chamada à existência de um novo ser humano, que é sempre um dom.

    Portanto, desejo encorajar a honestidade intelectual do vosso trabalho, expressão de uma ciência que mantém vivo o seu espírito de busca da verdade, ao serviço do bem autêntico do homem, e que evita o risco de ser uma prática meramente funcional. Com efeito, a dignidade humana e cristã da procriação não consiste num «produto», mas no seu vínculo com o acto conjugal, expressão do amor dos cônjuges, da sua união não apenas biológica, mas também espiritual. A este propósito, a Instrução Donum vitae recorda-nos que, «pela sua estrutura íntima, enquanto une os esposos com um vínculo profundíssimo, torna-os aptos para a geração de novas vidas, segundo leis inscritas no próprio ser do homem e da mulher» (n. 126). Por conseguinte, as legítimas aspirações genitoriais do casal que se encontra numa condição de infertilidade devem obter, com a ajuda da ciência, uma resposta que respeite plenamente a sua dignidade de pessoas e de esposos. A humildade e a minuciosidade com que aprofundais estas problemáticas, consideradas obsoletas por alguns dos vossos colegas, diante do fascínio da tecnologia da fecundação artificial, merece encorajamento e apoio. Por ocasião do X aniversário da Encíclica Fides et ratio, eu recordava que «o lucro fácil ou, pior ainda, a arrogância de se substituir ao Criador desempenha às vezes um papel determinante. Esta é uma fórmula de hybris da razão, que pode assumir características perigosas para a própria humanidade» (Discurso aos participantes no Congresso internacional promovido pela Pontifícia Universidade Lateranense, 16 de Outubro de 2008: aas 100 [2008], 788-789). Efectivamente, o cientismo e a lógica do lucro parecem hoje dominar o campo da infertilidade e da procriação humana, chegando a limitar também muitas outras áreas de investigação.

    A Igreja presta grande atenção ao sofrimento dos casais com infertilidade, interessa-se por eles e, precisamente por isso, encoraja a pesquisa médica. Todavia, a ciência nem sempre é capaz de corresponder aos desejos de numerosos casais. Então, gostaria de recordar aos esposos que vivem a condição da infertilidade, que isto não faz malograr a sua vocação matrimonial. Pela sua própria vocação baptismal e matrimonial, os cônjuges são sempre chamados a colaborar com Deus na criação de uma humanidade nova. Com efeito, a vocação ao amor é uma vocação ao dom de si, e esta é uma possibilidade que nenhuma condição orgânica pode impedir. Portanto, onde a ciência não encontra uma resposta, a resposta que doa luz provém de Cristo.

    Desejo encorajar todos vós aqui reunidos para estes dias de estudo e que às vezes trabalhais num contexto médico-científico onde a dimensão da verdade permanece ofuscada: continuai pelo caminho empreendido, de uma ciência intelectualmente honesta e fascinada pela busca contínua do bem do homem. No vosso percurso intelectual não desdenheis o diálogo com a fé. Dirijo-vos o apelo urgente, lançado na Encíclica Deus caritas est: «Para poder agir rectamente, a razão deve ser continuamente purificada porque a sua cegueira ética, derivada da prevalência do interesse e do poder que a deslumbram, é um perigo nunca totalmente eliminável [...] A fé permite à razão realizar melhor a sua missão e ver mais claramente o que lhe é próprio» (n. 28). Por outro lado, precisamente a matriz cultural criada pelo cristianismo — radicada na afirmação da existência da Verdade e da inteligibilidade da realidade, à luz da Suma Verdade — digo a matriz cultural, tornou possível na Europa da Idade Média o desenvolvimento do saber científico moderno, saber que nas culturas precedentes tinha permanecido só em embrião.

    Ilustres cientistas e todos vós, membros da Academia comprometidos na promoção da vida e da dignidade da pessoa humana, tende sempre presente também o papel cultural fundamental que desempenhais na sociedade e a influência que tendes na formação da opinião pública. O meu predecessor, beato João Paulo II recordava que, «precisamente porque “sabem mais”, os cientistas são chamados a “servir mais”» (Discurso à Pontíficia Academia das Ciências, 11 de Novembro de 2002: aas 95 [2003], 206). As pessoas têm confiança em vós que servis a vida, tem confiança no vosso compromisso a favor de quantos precisam de alívio e esperança. Nunca cedais à tentação de tratar o bem das pessoas, reduzindo-o a um mero problema técnico! A indiferença da consciência em relação à verdade e ao bem representa uma ameaça perigosa para um progresso científico autêntico.

    Gostaria de concluir, renovando os bons votos que o Concílio Vaticano II dirige aos homens de pensamento e de ciência: «Felizes os que, possuindo a verdade, continuam a procurá-la, a fim de a renovar, de a aprofundar e de a transmitir aos outros» (Mensagem aos homens de pensamento e de ciência, 8 de Dezembro de 1965: AAS 58 [1966], 12). É com estes bons votos que vos concedo, a todos vós aqui presentes e a todos os vossos entes queridos, a Bênção apostólica. Obrigado!

    © Copyright 2012 - Libreria Editrice Vaticana

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    Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim




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    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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